RESENHA CRÍTICA

NOBRE, Marcos. Choque de democracia. Razões da revolta. São Paulo: Companhia das letras, 2013

SILVA, Giulliano Rodrigo Gonçalves e Silva. Trabalho, cidadania e direito do consumidor. Goiânia: ASOEC, 2012.

A ONDA DE PROTESTOS SOCIAIS NO BRASIL


Diferente das revoltas ocorrida anteriormente em nosso país, a manifestação de junho de 2013 uniu pessoas de todos os cantos do nosso Brasil e até mesmo fora dele a protestar. Protesto esse que teve várias reivindicações e uma multidão nas ruas sem liderança e nem discursos, apenas com gritos e palavras de ordem chamando atenção por onde passava. Parava tudo e na mesma hora que se uniam a outros grupos, também se dividiam e seguiam rumos diferentes, sem nada definido.
Formado basicamente pela revolução da internet em suas redes sociais e pelo boca a boca, se crescia cada vez mais o movimento, uma força que ninguém imaginava que poderia surgir, explodiu de uma hora para outra e conseguia adeptos de todas as partes numa velocidade impressionante. O estopim de tudo isso foi o aumento de tarifas do transporte público, diante do péssimo serviço prestado e o exorbitante esperdício do dinheiro público, com a realização de eventos esportivos que em tese não trará muitos benefícios.
Diante isso a população sai às ruas para protestar não mais pelo transporte público, mais pelo inconformismo e revolta com a atual situação que se encontra o Brasil. Em que o político só pensa no poder, que não existe direita e nem esquerda e que fazem acordos entre si como forma de comprar o silêncio do outro para fazer o que bem quiser. A corrupção se torna praga no sistema político e a impunidade é a única certeza que nada vai acontecer.
Nessa idéia os movimentos não querem liderança individual, pois até aquele momento já que ninguém não tinha assumido tal posição, não tinha coragem ou interesse para tal feito, eles mesmos se representam. Com isso destroem a opinião imposta pela mídia, essas que são compradas, manipuladoras e que mostram apenas o que tem interesse e não a realidade,
por meio das redes sociais interfere nesse vicio e começam um novo meio capaz de enfrentar esse sistema podre que é imposto a todos.
Nas ruas não aceitam partidos, movimentos ligados aquele lado ou aquele outro, querem titular-se um movimento apartidário, em que a única parte é a sociedade, essa que se mostra cansada de ver tanta coisa errada, tanta injustiça e que sentem na pele os erros causados por aqueles que brincam de fazer política.
Importante frisar que os protestos ocorreram em meio a Copa das Confederações e o Brasil, um país do futebol, deixou de lado esse esporte para resolver problemas importantes que vinham se arrastando durante muito tempo e que não poderia mais esperar. A sociedade gritou contra os investimentos abusivos da Copa do Mundo de 2014, com o esperdício do dinheiro público diante as dificuldades que passamos na educação, saúde, segurança e etc.
Discutimos a educação na importância que ela pode trazer não só a vida da pessoa mais para toda a sociedade como um todo. Nesse sentido usaremos a educação como instrumento de cidadania na parte em que uma pessoa “entendida” poderá ser capaz de identificar qual é o melhor candidato, quais as propostas que realmente lhe será útil e demais poderá acompanhar e fiscalizar a política como um todo.
Como existe um baixo investimento na educação, notamos que esse é um receio dos políticos na parte de capacitar a população, pois posteriormente ela poderá cobrar o comprimento das promessas de campanhas feitas por ele e um trabalho mais atuante, compromissado com a sociedade. Certo que nesse modelo a política não correria frouxa, sem as mazelas dos acordos, de corrupções, pois a sociedade entenderia como é a política e seria mais atuante no sentido das cobranças, de ver se está certo ou errado.
A política por ser tão importante deveria ser incluída no ensino fundamental, afinal as escolas são instituições formadoras do saber, nada melhor do que ela para ensinar o funcionamento de todo o sistema político, seja ela ao lado dos valores éticos, humanos e sociais, na condição de que permita ao aluno chegar ao final do processo educacional capaz de participar da vida política contribuindo com toda a sociedade. Mais esse modelo não beneficiaria os políticos então se a população ficar de braços cruzados, ele nunca vai mudar.
As mobilizações são sempre bem vindas, no sentido de colocar ordem, de dar um basta a tantos abusos que são cometidos, essa de junho de 2013 foi visível a população gritar por uma mudança na política, que não está satisfeita com o modelo atual e que necessita urgente de transformação. Que apesar de sermos um país democrático, necessitamos atualizar o nosso sistema político, esse que já está em descompasso com a realidade.
Esse protesto de junho de 2013 levanta a bandeira que o povo não está satisfeito e que com as vozes unidas ela chegará aonde for preciso, para que uma mudança seja feita imediatamente. Mais do que isso, uma nova voz chega ao Brasil: seja dos jovens que querem uma política nova, seja daqueles que vem há muito tempo engasgados com a política que nunca muda, seja todos que querem renovação e reais melhorias no nosso país.
BREYNER LESTER TEODORO é graduando do curso de Direito na Universidade Salgado de Oliveira.