Quando chegou à escola nova no Brasil ela é vista como instrumento essencial de reconstrução da democracia no Brasil, com a integração de todos os grupos sociais.

    A educação deve ser essencial pública, obrigatória, gratuita, leiga e sem qualquer segregação de cor, sexo ou tipo de estudos, e desenvolver-se em estreita vinculação com as comunidades.

    A educação deve ser “uma só”, com os vários graus articuladas para atender ás diversas fases do crescimento humano.  Mas unidades não quer dizer uniformidade; antes pressupõe multiplicidade. Daí embora única sobre as bases e os princípios estabelecidos pelo governo federal, a escola deve adaptar-se ás características regionais.

    No entanto deve ser funcional e ativa e os currículos devem adaptar-se aos interesses naturais dos alunos, que são o eixo da escola e o centro de gravidade do problema da educação. Todos os professores, mesmo os do ensino primário, devem ter formação universitária.

    O ensino primário e secundário o governo que assumiu o poder em 1930 não elaborou uma documento legal único, que disciplinasse a educação em seu conjunto. Antes, preferiu editar leis separadas – e, mesmo assim uniforme, para os diversos graus e modalidades de ensino.

    No que diz respeito aos objetivos, tanto a reforma de Francisco Campo (1931) quanto à de Gustavo Capanema (1942) – ambos os ministros da educação – atribuíram ao curso secundário uma dupla finalidade: formação geral e preparação para o ensino superior.

    Assim se manifesta Francisco Campo, em sua exposição de motivos da reforma, a finalidade exclusiva não há de ser a matricula nos cursos superiores; o seu fim, pelo contrario, deve ser a formação do homem para todos os grandes setores das atividades nacional, construindo no seu espírito todo um sistema de hábitos, atitudes e comportamentos que o habilitem a viver por si mesmo e a tomar em qualquer situação as decisões mais convenientes e mais seguras.

    Já na lei de 1942, em seu artigo 1º eram estabelecidos os seguintes objetivos para o ensino secundário: Formar (...) a personalidade integral adolescente; acentuar e elevar (...) a consciência patriótica e a base nos estudos mais elevados de formação especial.

    Tanto em 1931 quanto em 1942 a estrutura do ensino secundário foi montada em dois graus, com duração total de sete anos. Em 1931 institui-se um curso fundamental de cinco anos, seguido de um curso complementar ou pré-universitário de dois anos. O fundamental era comum a todos e pretendia oferecer uma solida formação geral. O complementar pretendia adaptar os candidatos aos cursos superiores e, por isso mesmo, era dividido em três ramos.

    Para os que destinassem aos estudos jurídicos, dava-se ênfase ás matérias Humanas. Para os que pretendiam cursar medicina, Farmácia e Odontologia, a predominância ficava para ciências naturais. Para os que objetivavam os cursos de engenharia e arquitetura, o estudo de matemática era fundamental era fundamental.

    Em 1942 continuaram os dois graus, porém com duração modificada: a um curso ginasial e quatro anos sucedia um curso colegial de três anos, que perdeu seu caráter quase exclusivo de preparatório para o ensino superior e passou a preocupar-se mais com uma formação geral.

    Analisar em apenas dois ramos, o colegial clássico e o colegial cientifico, com poucas diferenças de conteúdos entre eles: no clássico estudava-se o Grego (optativo) e o Latim, Filosofia no 2º e 3º anos, Historia Natural só no 3º ano, e não havia Desenho nem Espanhol; já no cientifico não havia Grego nem Latim; Filosofia só no 3º anos História Natural no 2º e 3º anos e estudava-se Espanhol e Desenho.

    As outras matérias eram comuns: Português, Frances, Inglês, Matemática, física, Química, Historia Geral, Historia do Brasil e Geografia do Brasil, Geografia e Geografia do Brasil. Entretanto o cientifico tornou-se predominante, chegando a reunir cerca de 90% dos alunos do colegial.

    O ensino técnico profissional; a partir de 1942 esse ramo de ensino começou contar com uma legislação nacional. Assim é que em 1942 foi regulamentado o ensino industrial (decreto-lei nº9 4073, de 31 de janeiro); em 1943, o ensino comercial  (decreto-lei nº6141, de 28 de dezembro); e, em 1946, o ensino normal (decreto de nº98 530; de 2 de janeiro) ; e o ensino agrícola(decreto – lei nº 9613, de 28 de agosto). Da mesma forma que o secundário, esses quatro ramos do ensino industrial, comercial, agrícola e norma – desenvolviam –se em dois ciclos.   

   Também na mesma época foram criados o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), através do Decreto-lei nº4048, de 22 de janeiro de 1942, e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), por meio do Decreto-lei nº8 621, de 1º de janeiro de 1946.

    A Revolução Industrial – Com ela, a sociedade urbana que se desenvolve torna tudo muito mais complexo. Por ex; profunda  -se a especialização, a produção passa a ser feita em serie e aumenta a interdependência entre os homens e os países.

     As descobertas cientificas; Em decorrência desse novo estilo de vida, sucedem-se inúmeras descobertas cientificas que, geralmente, levam á criação de empregos mais especializados.

    A explosão demográfica as populações aumentam e se concentram nas cidades. Consequentemente as escolas começam a ser oferecias a um número cada vez maior de pessoas. 

    O ensino superior por importantes modificações a partir de 1930. Com a criação das primeiras universidades, superou-se fase das escolas superiores isoladas, de caráter marcadamente profissional.

    A concepção da universidade de São Paulo, em 1934, tornou-se possível graças aos Estatutos das Universidades Brasileiras (Decreto 19 851, de 14 de abril de 1093). Atendia – se as reivindicações dos educadores que, principalmente a partir da década anterior, vinham insistindo na necessidade de se instituir o ensino universitário.

    Segundo Heládio C. G. Antunha(Id.,IBID.,p.67.), a fundação das universidades brasileiras significou a introdução no sistema de ensino superior: dos estatutos de caráter desinteressado, com a criação de uma escola central e integradora, a faculdade de filosofia , ciência e letras, destinada ao cultivo da totalidade ou universidade do conhecimento; da pesquisa e dos altos estudos, tanto de caráter e da integração   das diversas escolas sob a égide da Universidade e á base da faculdade de filosofia, ciências e letras; da autonomia universitária entendida no caso brasileiro em termos relativos, ou seja, como o exercício da faculdade de que dispor a instituição universitária de estabelecer a    sua própria lei,isto é, de implantar os seus próprios regulamentos,  dentro das normas gerais estabelecidas pela administração publica.

    O Avanço da Educação Popular deu-se no período que vai de 1946 a 1964, o livre jogo das forças democráticas permitiu certo desenvolvimento dos movimentos populares. Havia eleições diretas para todos os níveis de vereador a Presidente da República e as organizações representativas dos diversos setores sociais puderam atuar mais ou menos livremente.

    No campo educacional, a participação popular também avançou: o ensino técnico-profissional conseguiu ao menos legalmente, sua equivalência com o secundário; a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, promulgada em 1961, foi discutida durante reze anos no Congresso Nacional, ao contrário de todas as anteriores impostas pelo poder Executivo; desenvolveu intensa na luta no sentido de ampliar o acesso de educação popular, especialmente de alfabetização de adultos, entre os quais destaca - se o método de Paulo Freire.

    Redemocratização e Educação a constituição de 1946, que restabeleceu o regime democrático no país, em seu capítulo sobre a educação reintroduziu alguns  princípios que haviam sido suprimido pela carta editorial de 1937. Entre esses princípios, que já haviam figurado na constituição de 1934, temos os seguintes: “a educação como direito de toda a escola primária obrigatória, ao nível primário e, aos níveis ulteriores, para quantos provassem faltas ou insuficiência de meios”. (CHAGAS, V.Op,cit.,p.57.)  

    A constituição de 1946 estabelece com regra “o ensino ministrado pelos poderes público”, embora livre à iniciativa particular, dentro dos limites da lei. Manteve, também, o ensino religioso obrigatório para os estabelecimentos e ministrados segundo a confissão religiosa dos alunos.

    Diretrizes e Bases da Educação Nacional  primeira lei brasileira a estabelecer as Diretrizes de Bases da Educação Nacional, em todos os níveis, do pré – primário ao superior, foi a lei nº 4024, de 20 de dezembro de 1961(embora fosse promulgada apenas nesse ano, o seu projeto chegou ao Congresso Nacional ainda em 1948, onde foi discutido durante treze anos).

    O conceito de diretrizes de bases, seu caráter genérico ou especifico; e a acepção estrita ou ampla de sistema de ensino; cifrando – se este a um conjunto de escolas ou alcançando também a sua orientação; (...) a obrigatoriedade da escola primaria; a separação da escola secundaria da profissional (...),(Id.,IBID.,p.58.)

    Objetivos: Os fins da educação estabelecidos pela lei nº 4 024\61 foram mantidos pela reforma de 1971 e continuam em vigor. São eles.

a)-a compreensão dos diretos e deveres da pessoa humana, do cidadão, do estado, da família e dos demais grupos que compõem a comunidade.

b) - O respeito à dignidade e às liberdades fundamentais do homem:

c)-O fornecimento da unidade e da solidariedade internacional;

d)-O desenvolvimento integral da personalidade humana e a sua participação na obra do bem comum;

e)-O preparo do indivíduo e da sociedade para o domínio dos recursos científicos e tecnologias que lhe permitem utilizar as possibilidades e vencer as dificuldades do meio;

f)-A preservação expansão do patrimônio cultural; 

g)-de convicção filosófica, ou religioso, bem como quaisquer preconceitos de classe ou de raça.

     Programa Nacional de Alfabetização; Sua estrutura foi iniciada em julho de 1963, mas só foi instituído oficialmente em janeiro de 1964. O programa “convocaria e utilizaria a cooperação” e os serviços de agremiações infantis e profissionais, associações esportivas, sociedades de bairro e municipalistas, entidades religiosas, organizações civis e militares, associações patronais, empresas privadas, órgãos de difusão, o magistério e todos os setores mobilizáveis (Art.49 do Decreto nº53465, de 21 de janeiro de 1964).

    A alfabetização de adultos se fará mediante “o uso de Sistema Paulo Freire”. O próprio Paulo Freire foi nomeado para as funções de coordenador do Programa Nacional de Alfabetização. Entretanto, no dia 1º de abril os militares tomaram o poder, o Programa foi extinto e seus organizadores, acusados de subversão, foram presos e exilados. 

     O Método de Paulo Freire durante toda a década de 1950 Paulo Freire vinha acumulando experiências no campo da alfabetização de adultos em áreas urbanas a mais próxima de Recife, experimentando novos métodos, técnicas e processos de comunicação.

    A partir de 1961, o método já praticamente estruturado foi posto em prática no Recife. Em 1962, estendeu-se a João Pessoa (Paraíba) e a  Natal (Rio Grande do Norte), onde se desenvolveu a campanha “De pé no chão também se aprende a ler”.

    Mas, a experiência que deu divulgação nacional ao novo método foi a realização nacional ao novo método foi a realizada em Angicos, no Rio Grande do Norte, cujo encerramento contou com  a presença do Presidente da República.

    A ideia básica do método Paulo Freire é a adequação do processo educativo às característica do meio. “Mas, Paulo Freire encontrara o modo de realizar esta associação, necessariamente, como característica intrínseca do processo educativo”.

    À semelhança de muitas outras importantes descobertas, o seu método também apresentava notável simplicidade, começava por localizar e recrutar os alfabetos residentes na área escolhida para os trabalhos de alfabetização.  

    

A Escola Nova aconteceu com um movimento de educação dos europeu e Norte-americano, organizado em fins do século XIX; que propunha uma nova compreensão das necessidades da infância e questionava a passividade na qual a criança estava condensada pela escola tem seus fundamentos ligados aos avanços científicos da Biologia e da Psicologia.

     Pode-se afirmar que, em termos gerais, é uma proposta que visa à renovação da mentalidade dos educadores e das práticas pedagógicas.

    Historicamente, os fotos marcantes da Escola Nova passam pela criação da Associação Brasileira de Educação em 1931, que dividiu o pensamento renovador em dois grupos: liberais e católicos.

     Os grupos dos liberais eram integrados por nomes conhecidos como: Fernando de Azevedo, Lourenço Filho, Anísio Teixeira, entre outros.  

    Dentre vários acontecimentos um marco importante foi O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, publicado em 1932, que apresentava as principais diretrizes políticas, sociais e educacionais do escolanovismo.

     O termino da difusão dessas ideias pode ser datado de fins dos anos cinquenta, quando a opinião pedagógica opta pela planificação educação como seu principio maior.

    Um aspecto importante da Escola Nova é a sua visão que liga educação aos processos sociais, ou seja, a escola deve atender aos desafios da sociedade e isso deve ser feita de forma critica e dialogada.

    Acredito que no Brasil, A Escola Nova buscava a modernização, a democratização, a industrialização e urbanização da sociedade.  A educação seria a responsável por inserir as pessoas na sociedade.

    Por tudo isso, ela deveria ser recebida como herói. Mas não é o que acostuma acontecer.

    Mira ainda ter de enfrentar a violência da própria escola, muitas vezes sutilmente disfarçada, para se defender da demolição sistemática engendrada pelo preconceito de colegas e professores.

    Apelidos maldosos e brincadeiras embaraçosas são exemplos de situações que transformam a escola num palco de ataques cruéis.

    O professor, mesmo sem se dar conta, pode funcionar como aliado dos alunos mais integrados, tornando-se agente desse processo de exclusão dos menos competentes.

    Sua expectativa sobre o sucesso ou fracasso do aluno é decisiva: aqueles em cujo sucesso o professor acredita, tendem realmente a ter resultados melhores.

    Sobretudo os quais não exigir nada, abrir mão dos conteúdos tradicionais e de acreditar ingenuamente na espontaneidade dos alunos, acredito que deveria ter mais rigor mostrar que essas criticas são válidas apenas para interpretações distorcidas dos rumos escolares.

    Hoje, quando continuamos a busca de um norte para nossa educação, as idéias e provas dos autores da Escola Nova, mesmo que contenham determinadas concepções ultrapassadas ou ingênuas, podem continuar nos servindo como fonte de encanto literário e de criação pedagógica.

    .As críticas estão cada vez mais generalizado   quanto o conceito de que a sociedade brasileira, acredito que  passa por um processo de modernização acelerada, sob todos os aspectos, o Estado, como instituição governamental,  se mantém atrasado e preso a usos e costumes ultrapassados ou, mesmo, em conflito aberto com o processo de modernização social e econômica que vive o país.

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