A negação da negação da não negação.

O Homo sapiens.

Não apenas parece.

Com o macaco.

Ele é um macaco.

Especialmente.

Um chimpanzé.

Tem o mesmíssimo.

DNA. 

Respira como um.

Macaco.

Pensa como um macaco.

O mesmo sistema ósseo.

Sistema nervoso.

Igualzinho.

A forma do cérebro.

A mesma natureza.

O homem se move.

Como se fosse.

Um macaco.

O homem pensa.

Como a mesma.

Estrutura  de neurônios.

De um macaco.

O nosso instinto.

É praticamente igual.

Ao instinto de um macaco.

O nosso passado de evolução.

É o mesmo.

 Tivemos, com efeito.

A mesma origem.  

Originamos do mesmo elo.

Mas porque somos macacos.

Porque nossa origem.

No processo evolutivo.

Está pertinho.

O homem não é uma espécie.

E o macaco outra.

Ser um macaco.

Particularmente.

Acho interessantíssimo.

Retira da minha pessoa.

O  mundo predestinadamente.

Ideológico.

 A única diferença.

Entre o macaco e o homem.

É que o homem tem linguagem.

O homem fabrica ideologia.

Mas o homem verdadeiramente.

Sábio.

Supera o mundo das ideologias.

Entretanto.

Não recai ao mundo do puro instinto.

No entanto, o instinto é natural.

Não tem como negá-lo.

Ou superá-lo.

Ser macaco.

Significa muito mais.

Que ser um macaco.

Significa admitir.

Quimicamente que todas.

As espécies.

Originaram da mesma célula.

Mater.

 Existiu uma célula que dela mesma.

Foi replicando as diversidades.

Das formas de vida.

Entao eu sou boi.

Cavalo e porco.

Ovelha e lobo.

E como a célula mater.

Originou da natureza.

Também sou árvore.

Sou água e pedra.

A luz de hidrogênio do sol.

Sou até as estrelas.

Que formaram buracos negros.

Sou o deserto da lua.

O frio das suas montanhas.

Sou o seu silêncio.

Perdido na imensidão.

Desse universo.  

Sou  o vermelho de marte.

Sou exatamente tudo.

Sou os universos paralelos.

Sou o infinito do infinito.

Como também eu sou.

O deserto de Saara.

Sou a morte.

 Dos  que já foram.

A vida dos que virão.

Sou também.

Todos aqueles que não.

 Puderam  nascer.

Os que morreram.

Antes de vir ao mundo.  

Sou a luz do universo.

Ao mesmo tempo.

A escuridão da noite.

As estrelas que brilham.

E o deserto do céu azul.

Sou tudo.

Para poder ser apenas.

A natureza.

A única coisa que não sou.

É a minha alma.

O meu desejo de voar.

 Encontrar  um paraíso.

 Celeste.

Sou também o fluido.

Da minha existência.

Do mesmo modo.

 A  negação dela.

A única coisa.

Que também não sou.

É afirmação da negação.

Da minha não existência.

Negada.  

Edjar Dias de Vasconcelos.