É como um filme de horror que assistimos a natureza mostrar a sua fúria sobre nós. Depois de muito silêncio ela (natureza) resolveu gritar, mostrando que a sua omissão era prenúncio de uma grande vingança. Vingança essa provocada por nós mesmos, quando construímos onde a natureza precisava de espaço para se expandir, quando secamos seus rios e mutilamos assim os seus caminhos naturais, quando queimamos suas florestas, amputando assim sua renovação.
A natureza, muitas vezes ferida pelas mãos dos homens, sofreu calada as dores da extinção e sem ter muitas vezes como pedir clemência, resolveu acordar. Despertou assim a sua revolta contra nós. Com os braços fortes dos rios ela está tomando pela força tudo que passivamente lhe foi subtraído. Jogou seus ventos e tempestades sobre nossas casas, invadiu as cidades com desmoronamentos, inundou nossa vida com a lama que nós mesmos fabricamos.
A natureza está pedindo o que nós tomamos de assalto, mas deixou de lado a educação e com força bruta está recuperando o que é seu por direito. A falta de planejamento de um conjunto de coisas são conseqüências desses desastres que assistimos em tempo real. Políticas que visam apenas o amontoamento de eleitores e esses que inconseqüentemente constroem suas vidas onde os alicerces estão sempre balançando cada vez que os céus se fecham, tudo isso mostrou os erros e mais erros nessa cadeia de desenganos. A natureza quer apenas seu território de volta e se não dermos o que ela pede vamos sempre assistir a novas catástrofes. O progresso tem que vir, mas o bom senso nunca é demais.


MÁRIO SÍLVIO PATERNOSTRO