A maioria dos portugueses escolheu um novo rumo político para o seu futuro. O novo governo terá um difícil e árduo caminho a percorrer, será obrigado a partilhar muitas das decisões governativas. Mas, os portugueses têm dificuldade em partilhar, seja o poder, as ideias e os riscos, devido à desconfiança que sentem, em relação a tudo e a todos. Todos vivemos dias de desmotivação, descrença e desalento, mas é tempo para todos, de arregaçar as mangas e levar para a frente a nossa missão individual e colectiva. Chegou a hora de deixar de parte os cenários apocalípticos.

Todos sabemos que o FMI vai estar entre nós, que o desemprego vai aumentar, que o poder de compra dos portugueses vai diminuir, que Bin Laden foi morto, que o presidente do FMI está preso, que a banca vai continuar a coleccionar lucros astronómicos, que as catástrofes naturais tendem a aumentar e finalmente, que os planetas se vão alinhar no próximo ano. Tudo isto não deverá contribuir para o afastamento dos objectivos primordiais.

Viver em democracia pressupõe dar voz ao povo e saber aceitar as suas escolhas. Espero que esta mudança rompa com o passado, em termos de rigor, credibilidade, honestidade, criatividade, inovação, humildade, perseverança, audácia, esforço e conquista.

Como somos nós quem pediu emprestado, deveremos honrar os nossos compromissos, cumprir com as nossas obrigações, para podermos alcançar os nossos objectivos. Só desta forma os credores ganharam confiança no país novamente.

A nação portuguesa merece melhor pelo seu passado, pois conseguimos projectar o país no mundo, de forma exemplar e única. A nação lusa precisa de todos nós, dos mais jovens, dos mais experimentados, na construção de um futuro seguro. As futuras gerações sentirão orgulho em Portugal, se conseguirmos transformar este momento trágico, numa nova epopeia.

Fonte do artigo: http://www.mundocontramao.com