A música como instrumentalização na inserção e capacitação de deficientes para uma aprendizagem mais eficiente


Music as exploitation in the insertion and poor training for more effective learning

 

Iêda Maria Amorim Sales[1]

Veruska Lauriana da Silva de Carvalho[2]

Carlos César da Silva Júnior[3]

Maria do Perpetuo Socorro Amorim[4]

RESUMO

Este estudo de natureza bibliográfica teve como objetivo geral abordar a importância da Música como instrumentalização na inserção e capacitação de deficientes para uma aprendizagem mais eficiente. E como objetivo específico fazer uma abordagem sobre a influência da Música no processo educativo. Através da leitura de livros e artigos publicados que abordam a temática em estudo abstrai-se que a família tem um papel fundamental na introdução da música para pessoas deficientes ao mundo da música, além também de mostrar que os professores devem ter necessidades básicas para poder trabalhar a música, e principalmente com pessoas deficientes. Esse artigo pretende mostrar as especificidades da aprendizagem musical dos alunos com deficiência no contexto da rede de ensino ou cursos livres, servindo para nortear a formação de professores de música que possam vir a ter alunos deficientes. A Música educa e oferece oportunidades iguais aos diferentes, àquelas pessoas que são vistas de formas diferentes e transmitem ao indivíduo informações e conhecimentos que os auxiliarão na construção e transformação do seu dia a dia e dando oportunidades das mesmas se integrarem aos demais e desfazer laços que os separam.

Palavras-chave: Educação Musical. Deficiência. Inclusão. Ensino- aprendizagem. Aprendizagem. Conhecimento. Transformação.

ABSTRACT

This bibliographic nature aimed to address the importance of music as instrumentation in the insertion and poor training for more effective learning. And as a specific objective to make an approach about the influence of music in the educational process. By reading published books and articles that discuss the topic under study abstracts that the family plays a key role in the introduction of music for people with disabilities to the world of music, in addition also to show that teachers must have basic needs in order to work music, and especially with the disabled. This article aims to show the specifics of musical learning of students with disabilities in the context of the school system or free courses, serving to guide the training of music teachers who may have impaired students. Music educates and equal opportunity to the different, to those who are of different shapes views and transmit the individual information and knowledge that will assist in the construction and transformation of their daily lives and providing opportunities for them to integrate with the other and undo ties They separate them.

Keywords: Music Education. Deficiency. Inclusion. Teaching and learning. Learning. Knowledge. Transformation.

 

1 INTRODUÇÃO

A escola é a instituição responsável por introduzir a criança na vida pública. E você não pode dizer que esse aqui vai ser introduzido na vida pública e esse não"

 

 Maria Teresa Eglér Mantoan,

 coordenadora do Leped-Unicamp

 

            A música pode auxiliar na aprendizagem educacional, pois sendo uma facilitadora nesse processo torna o aprendizado mais agradável e as aulas mais perceptíveis. O educador diante de uma turma diversificada e alunos com deficiência pode adequar o conteúdo a ser trabalhado através da música. Mesmo na aprendizagem de instrumentos musicais, não há diferenças que não sejam vencidas.

Hoje em dia as salas de aulas brasileiras devem receber alunos com todas as dificuldades e procurar trabalhar com esses alunos para que os mesmos se sintam integrados e motivados a aprender. Há uma troca de aprendizado, todos aprendem juntos.  E aqui, nesse trabalho iremos abordar a importância da música como aprendizagem e a inserção de pessoas deficientes na aprendizagem musical, portanto, não abordaremos todas as deficiências, mas com relação ao aprendizado da música por eles.

A presença cada vez maior de alunos com deficiência intelectual no sistema educacional convencional está obrigando as escolas a adaptarem seus conceitos pedagógicos (MORENO; FAJARDO, 2013).  Assim também como nas aulas de música há uma demanda muito grande de alunos com alguma deficiência que vêm em busca de aprender a tocar um instrumento musical, isso reformulou alguns conceitos e a necessidade de aprimorar as técnicas de ensino e os instrumentos.

A família muito auxilia nesse processo de aprendizagem musical, pois procura atividades diferentes para que seu filho possa participar, procura integrá-los no convívio com as outras crianças.

De todo modo, no decorrer de várias décadas de prática de educação musical para alunos com deficiência visual, constituíram-se nessas instituições especializadas muitos saberes sobre as necessidades específicas dos alunos com deficiência visual, os recursos alternativos, as adaptações de materiais didáticos, bem como as potencialidades de aprendizagem desse grupo de alunos. Ao contrário do que se poderia esperar, dada a conotação excludente das instituições especializadas para alunos com deficiência (OLIVEIRA; REILY, 2014) .

Hoje se vê inúmeros noticiários na TV que a tratam do tem em estudo e vários projetos no Brasil envolvendo deficientes nas aulas de canto, de violão, de sanfona, de piano e diversos instrumentos musicais.

No ensino musical, amparado pela promulgação da lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008 (BRASIL, 2008) que determina a obrigatoriedade da música nas escolas no contexto de uma escola inclusiva, a questão da preparação do corpo docente para desenvolver um trabalho de qualidade com públicos especiais merece investimento (OLIVEIRA; REILY, 2014). 

Vejamos o que nos informa o artigo 26, parágrafo 6º da lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008:

“Art. 26.  ..................................................................................

................................................................................................

§ 6º  A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2o deste artigo." (BRASIL, 2008).

"O objetivo não é formar músicos, mas desenvolver a criatividade, a sensibilidade e a integração dos alunos", diz a professora Clélia Craveiro, conselheira da Câmara de Educação Básica do CNE (Conselho Nacional de Educação) (COSTA et al, 2012). 

Para se ministrar uma aula de música nas escolas há que se ter educadores formados e preparados para atuar com esses alunos, espaço físico adequado para que essas aulas sejam ministradas, instrumentos e, aulas bem planejadas.

Também quando se oferta um curso livre para alunos com deficiência, fora de uma escola convencional, há que se ter muito amor, dedicação e carinho por esses alunos que vêm em busca de algo mais além de somente aprender a tocar um instrumento.

A aprendizagem e o desenvolvimento musical da criança com deficiência intelectual é possível, mesmo possuindo diferenças estruturais biológicas, psicológicas e de personalidade das crianças com desenvolvimento típico. Cada criança com deficiência intelectual é única e necessita de adaptações para suas particularidades (PIEKARSKI, 2014, p. 49).

O presente estudo busca analisar a importância da música como instrumentalização na inserção e capacitação de deficientes para uma aprendizagem mais eficiente e tem a intenção de trazer informações importantes para professores que desenvolvem trabalhos musicais com alunos especiais, para os pais que tenham filhos com necessidades especiais para que eles despertem e ajudem seus filhos a aprenderem a arte da música e aos futuros acadêmicos que procuram informações acerca do tema proposto.   

Assim, espera-se com esta pesquisa contribuir com a quebra de velhos paradigmas quanto à aprendizagem musical de pessoas com deficiência fora do ambiente escolar.

           

2 A MÚSICA – UM POUCO DE HISTÓRIA E SUA IMPORTÂNCIA NA APRENDIZAGEM DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

 

“Crianças não têm preconceito, elas aceitam os colegas. O adulto, sim, precisa saber lidar com isso"

ValquíriaBarbosa,
gerente da Apae-SP

                A música sempre fez parte das civilizações, desde os seus primórdios. Acredita-se que as primeiras manifestações musicais conscientes datam de cerca de 70.000 atrás (FERREIRA, 2011, p. 12 ).

Cabe salientar, entretanto, que, no século XIX, tanto na Europa quanto no Brasil, a formação musical para os cegos de camadas populares nas instituições residenciais de educação para deficientes visuais não se constituía como meio de promover a participação cultural e qualidade de vida. Para os alunos pobres que precisariam garantir seu próprio sustento, a educação musical e outras atividades artesanais tinham, segundo Winzer (1993), o objetivo de treinar trabalhadores capazes de exercer as ocupações de artesão, cantor, instrumentista, e também afinador de piano. Não se tratava de valorizar o fazer musical como atividade acessível e significativa que poderia enriquecer a vida dos alunos cegos, desafiando seu potencial e promovendo um campo de realização pessoal (OLIVEIRA; REILY, 2014).  

            A música coloca-se como um excelente recurso pedagógico por favorecer o desenvolvimento cognitivo ao proporcionar a acuidade auditiva e visual, assim como desenvolver a memória e a atenção, e, de modo especial, despertar no aluno o senso estético que vai transparecer em sua criatividade. Além disso, a música também é forte propulsora do processo de inclusão social e educacional (FERREIRA, 2011, p. 12).

Ilari (2009, p. 66) enfatiza que “a música é algo contagiante para todas as crianças, o que vem sendo provado pelos estudos da educação musical” (PIEKARSKI, 2014, p. 50).

Joly (2003) cita Birkenshaw-Fleming, que afirma que as aulas de música podem reforçar a autoestima das crianças com deficiência (PIEKARSKI, 2014, p. 50).

De acordo com o censo escolar do INEP, realizado em 2010, o universo de alunos matriculados em escolas no país equivale a 54 milhões de pessoas. Os dados do IBGE, por sua vez, em levantamentos feitos na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada em 2009, quanto as pessoas que apresentam algum tipo de deficiência (física ou mental), apresenta um contingente aproximado de 2 milhões e 500 mil pessoas entre os brasileiros que tem entre 4 e 17 anos (em idade escolar) .

A partir de 2012, o ensino de música nas escolas de nível básico é obrigatório (SCHMID et al, 2012 (MACHADO, 2012).

Cabe destacar que o objetivo principal da educação musical é ampliar a capacidade auditiva dos alunos, o que inclui perceber como o som é projetado no ambiente e como o ambiente responde ao som. Isso requer a ajuda do professor (SCHMID et al, 2012).

A música consegue tocar as pessoas, sensibilizá-las. Tocar um instrumento não é fácil, requer estudo, dedicação e gosto pela música, mas pessoas com deficiências conseguem tocar muitos instrumentos e também, há muitos professores que amam ensiná-los.

Não existe um currículo específico para a inclusão de alunos com deficiência porque cada criança é única em suas possibilidades de aprendizagem. Porém, há documentos que ajudam a orientar o planejamento dos professores (PECHI, 2011).

O educador tem um roteiro a seguir, um planejamento a elaborar diariamente, mensalmente, anualmente, mas ao receber seus alunos muitas vezes terá que adequá-lo às reais necessidades de sua turma. Não dá para ter uma aula pronta, sem modificações, sem flexibilidade, há que se inteirar, em um primeiro momento de como é formada essa turma, de quem são seus alunos, quais suas necessidades e anseios, suas deficiências e limitações para então preparar ou refazer suas aulas.

Contanto que haja um direcionamento, um embasamento, um roteiro a seguir e acima de tudo, vontade de inovar, de fazer uma aula diferente para que o aprendizado musical seja satisfatório e atenda a todos os alunos que buscam estudar música.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9394/1996) diz que a escola deve assegurar aos alunos com necessidades educacionais especiais currículos, métodos, recursos educativos e organização específica para atender às suas necessidades, bem como o documento de terminalidade específica (um certificado de conclusão de escolaridade fundamentado em avaliação pedagógica - com histórico escolar que apresente, de forma descritiva, as habilidades e competências atingidas pelos alunos com grave deficiência mental ou múltipla) para aqueles que não puderem atingir o nível mínimo exigido para a conclusão do Ensino Fundamental, em virtude da situação de desvantagem (PECHI, 2011).

A legislação ainda obriga que as escolas tenham professores em ensino regular aptos a auxiliar no processo de integração desses alunos nas classes comuns, ou seja, capazes de elaborar e aplicar atividades que levem em conta as necessidades específicas deles (PECHI, 2011).

A música é vista muitas vezes com bases deterministas. Romanelli (2009, p. 13) cita Galvão, que afirma ser “... frequente a defesa da ideia de que seu domínio [da música] é reservado àqueles que têm talento”. Tanto a mensuração da inteligência, com baixos escores, como a ideia da música somente para talentosos podem classificar como o ensino da música imprópria para as crianças com deficiência intelectual [...] (PIEKARSKI, 2014, p. 49).

Para educar musicalmente a criança com deficiência intelectual tem-se que conhecer como se dá seu desenvolvimento. Não é importante a deficiência em si, mas a reação perante ela em consequência da personalidade da criança durante o processo de desenvolvimento, ou a reação em resposta à dificuldade proveniente do fracasso. A criança com deficiência intelectual não é constituída somente pelas suas carências, pois seu organismo e sua personalidade se reestruturam como um todo. (VYGOTSKY, 1997 apud PIEKARSKI, 2014, p. 54).

Para construir uma prática pedagógico-musical que seja efetiva, o professor deve estar em permanente estado reflexivo, para extrair os princípios, as finalidades e orientações para sua realidade do que já foi produzido historicamente em pedagogia musical. Não basta o domínio do conteúdo por parte do professor para que haja aprendizagem. Nem somente a reflexão a respeito dos métodos, sem a análise de seus efeitos, sem as adequações e ajustes necessários, para atingir os objetivos propostos (PIEKARSKI, 2014, p. 64).

3 ALGUNS PROJETOS DE INCLUSÃO MUSICAL NO BRASIL

 

A música é capaz de reproduzir, em sua forma real,

A dor que dilacera a alma e o sorriso que inebria.

 

Ludwig Van Beethoven

 

A pesquisadora e educadora musical Berteveli (2007), para a pessoa com deficiência visual, especialmente o cego, o trabalho com música torna-se interessante principalmente porque: É necessário educar essa sensibilidade e percepção auditiva. Nesse sentido, a educação musical é de grande importância, pois com ela o deficiente visual poderá adquirir maior vivência auditiva, desenvolvendo a sensibilidade e a musicalidade, explorando, discriminando sons, criando a partir destes e posteriormente, participando de grupos vocais e instrumentais. (BERTEVELI, 2007, p. 163 apud ARALDI; FIALHO, 2009)

A Musicografia Braille é utilizada desde a invenção do Sistema Braille em 1825, na França, por Louis Braille (1809-1852), que ficou cego aos três anos de idade. Essa notação musical deriva do próprio Sistema Braille de leitura e escrita, que consiste na combinação de seis pontos em relevo, dispostos em duas colunas verticais. Com esses pontos é possível fazermos sessenta e três combinações diferentes; são os sinais simples, que por sua vez combinam-se entre si, formando os sinais compostos (BERTEVELI, 2007, p. 167 apud ARALDI; FIALHO, 2009).

Durante séculos, o mundo tratou as crianças com deficiência como doentes que precisavam de atendimento médico, não de Educação. Essa perspectiva começou a mudar na década de 1950. Mas foi só nos anos 1990 que as velhas ideias assistenciais foram suplantadas pela tese da inclusão. Procurava-se garantir o acesso de todos à Educação. Documentos como a Declaração Mundial de Educação para Todos, de 1990, e a Declaração de Salamanca, de 1994, são marcos desse movimento (VERROTI; CALLEGARI, 2009).

As pessoas com deficiências eram vistas como pessoas limitadas, que não aprendiam tudo, pois não tinham capacidade para isso. Mas essa questão mudou quando se viu pessoas deficientes lutando para participar desse mundo competitivo, seja através da arte, da música, do teatro, etc.

A nova política nacional para a Educação Especial é taxativa: todas as crianças e jovens com necessidades especiais devem estudar na escola regular. Desaparecem, portanto, as escolas e classes segregadas. O atendimento especializado continua existindo apenas no turno oposto. É o que define o Decreto 6.571, de setembro de 2008. O prazo para que todos os municípios se ajustem às novas regras vai até o fim de 2010 (VERROTI; CALLEGARI, 2009). 

Esses alunos mesmo estudando em escolar regulares, mesmo assim a maioria dos pais ainda procura fazer com que eles tenham atividades extras relacionadas à música.  

O Plano Nacional de Educação (PNE) teve um de seus textos alterados para ser aprovado nesta quarta-feira (25/9) pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado. Trata-se da Meta 4, que aborda o direito à educação especial na rede pública de ensino e foi alvo de discussão entre o Ministério da Educação (MEC) e entidades que atendem pessoas com deficiência, como a Apae (Associação de Amigos e Pais de Excepcionais) (MEKARI, 2013).

Segundo o texto original do Plano, uma das prioridades da educação no Brasil nos próximos dez anos será “universalizar, para a população de quatro a 17 anos, o atendimento escolar aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino”. Para os contrários, era necessário esclarecer que a educação de pessoas com deficiência deveria ocorrer “preferencialmente” na rede pública, mas não obrigatoriamente (MEKARI, 2013).

O projeto Movimentarte, idealizado pela professora de dança Flora Bitancourt, tem o objetivo de promover a dança como fator importante no desenvolvimento das pessoas com deficiência. Para a professora, ao exercitar o corpo, o aluno exercita também a mente. “Estimulamos a criatividade, a expressividade, o desenvolvimento de habilidades motoras e cognitivas, a sociabilização”, explica Flora, que revela também que a dança possibilita ao aluno deficiente um domínio maior de sua vida. “Ao dançar, a pessoa se aproxima dela mesma.” (MEKARI, 2013)  

Olhar das Mãos - Esculturas, xilogravuras e máscaras decorativas produzidas por pessoas totalmente cegas ou com baixa visão. Essa é a proposta do projeto Olhar das Mãos, curso realizado no Laramara (Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual). O arte-educador Daniel Freitas passou quatro anos desenvolvendo o projeto. Ele, que também é deficiente visual, ressalta que o principal objetivo do curso é trabalhar o autoconhecimento através da arte. “Tentamos transformar as carências em potências”, declara Daniel. (MEKARI, 2013).

Em 2008, Paul Lafontaine cursava faculdade de pedagogia quando um professor sugeriu que ele desse aulas de bateria para quatro crianças com Síndrome de Down. “Já tinha desistido de dar aulas de bateria, mas abracei essa ideia”, conta Paul (MEKARI, 2013).

Foi assim que começou o projeto Alma de Batera, que oferece aulas do instrumento para pessoas com deficiência. Segundo Paul, a ideia não é simplesmente usar a música como terapia para essas pessoas, mas ensinar de fato conceitos básicos de música como ritmo, tempo e coordenação de membros. “Isso mexe com a autoestima deles”, reflete o baterista. (MEKARI, 2013)

No Brasil, as pessoas com deficiências são pouco valorizadas, assim como os profissionais que trabalham com eles”, lamenta. Para ele, a sociedade tira o direito dessas pessoas fazerem aulas de música, de arte, e são poucas as instituições que se especializam para pessoas com deficiência. “Podemos dizer que se faz a inclusão, mas isso não possibilita a eles evoluírem.” (MEKARI, 2013)

Será lançado no mês de julho, em Brasília, o Software Musibraille. O programa, criado pela coordenadora do Curso de Musicografia Braille da Escola de Música de Brasília, Dolores Tomé, e pelo professor Antônio Borges do Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, tem o objetivo de melhorar a situação do estudante com possibilidade de transcrição automatizada de textos musicais a partir do papel. O compositor ou arranjador cego também será beneficiado na medida em que suas obras poderão ser geradas na forma bi-modal (em Braille e em tinta) sendo consumidas também por músicos que não dominam a técnica Braille (MUSIBRAILLE, 2009) (http://www.diversidadeemcena.net/braile03.htm).

A intenção do projeto é melhorar e ampliar as possibilidades do músico cego no mercado de trabalho, incluída aí a atividade de ensino de música em suas múltiplas vertentes e permitir a troca de conhecimento e divulgação de obras por meio de biblioteca musical Braille instalada na página da internet onde o programa ficará disponível para cópia gratuita (On line) (MUSUBRAILLE, 2009) ( http://www.diversidadeemcena.net/braile03.htm).

            Formar novos talentos e professores de música. Esse é o objetivo da Escola de Música Santa Luzia, que atende 52 deficientes visuais de todas as regiões de Teresina. O projeto funciona desde 2014, na sede da Associação dos Cegos do Piauí (Acep), e conta com aulas de violão, teclado, bateria e canto. As aulas seguem uma metodologia diferente, onde toda parte teórica é repassada aos alunos através do braile (On line) (PROJETO 2015).  (http://pessoascomdeficiencia.com.br/site/2015/09/15/projeto-promove-inclusao-de-deficientes-visuais-atraves-da-musica/ . www.portalodia.com).

No Brasil, há um projeto em desenvolvimento, proposto pelo Centro Cultural Louis Braille, em Campinas, cujo principal objetivo é “criar um acervo de partituras em Braille, em formato digital na internet, respeitando as normas estabelecidas no Manual Internacional de Musicografia Braille, de forma gratuita e inclusiva” (www.musicografia.com.br) (ARALDI; FIALHO, 2009).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A iniciação à música deve começar desde cedo, pois as crianças têm muita facilidade de aprendizagem e pode ter um significado importante na vida dessas crianças que apesar de possuírem uma formação mais consolidada aprendem desde cedo o gosto pela arte, mesmo se tratando de crianças com deficiência.

            A família mostrou-se ser o início de tudo, do gosto pela música e da vontade das crianças aprenderem um instrumento ou mais. Muitas vêm de famílias que têm alguém em casa que toca algum instrumento, outras gostam mesmo. Mesmo a criança tem deficiência, não a impede de aprender música.

            A arte ajuda essas crianças a se transformarem, a querer participar da vida em sociedade, elas se sentem importantes e também incluídas. Mesmo as crianças com deficiência auditiva ou visual aprendem a toca um instrumento, foi o que constatamos nas leituras para a elaboração desse trabalho.

Professores e gestores precisam incentivar a criança o gosto pela música, pela arte e, oferecer na escola a possibilidade desse aprendizado, pois assim estarão contribuindo para a transformação desses alunos e dando uma contribuição maior como cidadãos responsáveis pela educação do Brasil.

Entretanto, os professores deverão se adequar a essa nova realidade, bem como os gestores, contratando professores formados e capacitados para trabalhar de forma eficiente a arte musical, principalmente os alunos com deficiência.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ARALDI, Jucuane, FIALHO, Vânia Malagutti. 2009. MÚSICA PARA DEFICIENTES VISUAIS: PRIMEIRAS AÇÕES DO PROJETO DE EXTENSÃO DESENVOLVIDO PELA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ. Disponível em : http://www.musicografia.net/uploads/1/1/2/4/11245254/texto46b-juciane_araldi.pdf . Acesso em : 6 jan. 2016.

BRASIL, 1996.  Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9394/1996)

BRASIL, 2008. Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008.

COSTA, Cynthia; BERNARDINO, Juliana; QUENN, Mariana. 2012.  Música: entenda porque a disciplina se tornou obrigatória na escola. Disponível em : http://educarparacrescer.abril.com.br/politica-publica/musica-escolas-432857.shtml . Acesso em : 6 jan. 2016.

FERREIRA, Paulo Roberto Pereira. 2011. A música como fator de inclusão para alunos com deficiência auditiva. Disponível em : http://meloteca.com/pdf/musicoterapia/paulo-ferreira_deficiencia-auditiva.pdf . Acesso em 6 jan. 2016.

JOLY, Ilza Zenker Leme. Música e educação especial: uma possibilidade concreta para promover o desenvolvimento de indivíduos. Revista do Centro de Educação. Santa Maria. v. 28, n.º 2, p. 79 – 86, 2003. Disponível em < http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs- 2.2.2/index.php/reveducacao/article/view/4166/2502> . Acesso em 7 jan.. 2016.

OLIVEIRA, Leonardo Augusto de. ; REILY, Lucia Helena. Relatos de músicos cegos: subsídios para o ensino de música para alunos com deficiência visual. Disponível em : http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-65382014000300007&script=sci_arttext . Acesso em 5 JAN. 2016.

MACHADO, João Luís de Almeida. A educação inclusiva no Brasil em números. Disponível em : Disponível em : http://cmais.com.br/educacao/a-educacao-inclusiva-no-brasil-em-numeros .=. Acesso em 7 jan. 2016,

MEKSRI, Danil. 2013. Arte inspira três experiências de inclusão. Disponível em : http://portal.aprendiz.uol.com.br/2013/09/27/arte-inspira-tres-experiencias-de-inclusao/ . Acesso em : 6 jan. 2016.

MUSIBRAILLE - UM PROGRAMA PARA ENSINAR MÚSICA PARA PESSOAS CEGAS. 2009. Disponível em : http://www.diversidadeemcena.net/braile03.htm . Acesso em : 5 jan. 2016.

PECHI, Daniele. 2011. Existem parâmetros curriculares nacionais para se promover a inclusão nas escolas? Disponível em : http://revistaescola.abril.com.br/formacao/existem-parametros-curriculares-nacionais-promover-inclusao-escolas-636411.shtml . Acesso em : 5 jan. 2016.

PIEKARSKI, Teresa Cristina Trizzolini. 2014. A APRENDIZAGEM MUSICAL DO ESTUDANTE COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL EM CONTEXTO DE INCLUSÃO. Disponível em : http://www.sacod.ufpr.br/portal/artes/wp-content/uploads/sites/8/2014/12/Disserta%C3%A7%C3%A3o-Teresa-Cristina-Trizzolini-Piekarski-2014.pdf . Acesso em : 7 jan. 2016.

PROJETO promove inclusão de deficientes visuais através da música  2015. http://pessoascomdeficiencia.com.br/site/2015/09/15/projeto-promove-inclusao-de-deficientes-visuais-atraves-da-musica/ . Acesso em : 5 jan. 2016.

ROMANELLI, Guilherme G. B. Círculo de Bakhtin: uma referência na formação de professores de arte. Pesquisa apresentada na XX SEPE. Setor de Educação da UFPR, 2006.

SCHMID , Aloísio Leoni; ROMANELLI ,Guilherme; FREITAS ,Thiago Corrêa de; ROCHA, Letícia de Sá ; CARBONI , Márcio Henrique. 2012. Ensino de música : há salas adequadas?  Disponível em : http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2012/289/ensino-de-musica-ha-salas-adequadas . Acesso em : 6 jan. 2016.

VEROTTI, Daniela Talamoni, CALLEGARI, Jeanne. 2009. A inclusão que ensina.  Disponível em : http://revistaescola.abril.com.br/formacao/inclusao-ensina-511186.shtml . Acesso em 6 jan. 2016.

        

VIGOTSKI, Lev Semenovich.  Obras Escogidas V: fundamentos de defectologia. Tradução de: Julio Guillermo Blank. Madrid: Visor, 1997.

WINZER, M.A. The history of special education : from isolation to integration. Washington D.C.: Gallaudet University Press, 1993.



[1]  Licenciatura Plena em Educação Artística pela UFPI. Especialista em Artes pela Faculdade Integrada de Jacarepaguá - FIJ. Mestranda em Mestrado Internacional em Educação pela Anne Sullivan University. E-mail: [email protected]. Fones: 86 988177418.

[2] Mestre em História do Brasil pela UFPI - PI

[3] Bacharel em Física pela Universidade Federal do Piauí – UFPI. Mestrando em Física pela UNB – Brasília. E – mail: [email protected]. Fone: 86 99804 0525.

[4] Bacharel em Direito pela Faculdade das Atividades Empresariais de Teresina – FAETE. Especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Signorelli. Mestranda em Mestrado Internacional em Educação pela Anne Sullivan University. E-mail: [email protected]. Fones: 86 99934 6212.