A MÚSICA COMO ESTÍMULO PSICOMOTOR PARA DEFICIENTES INTELECTUAIS EM PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

Luciana dos Santos Gutier Ruis*



Resumo
O objetivo da pesquisa é avaliar o impacto das atividades sonoro-musicais nos aspectos cognitivos e motores quanto à atenção, memória, coordenação global e fina, estruturação espácio-temporal e as possíveis influências destas atividades nas funções emocionais da pessoa portadora de deficiência intelectual em processo de envelhecimento.
A pesquisa apontou as principais alterações no envelhecimento da pessoa com deficiência intelectual, principalmente no declínio mais acentuado nas funções da memória. Isso permitiu à equipe, após verificação dos resultados, considerar as principais necessidades de cada pessoa durante o atendimento nas Oficinas Terapêuticas.

Palavras-chave: Música. Psicomotricidade. Envelhecimento. Deficiência Intelectual. Cognição.


Abstract
The purpose of this research is to evaluate the impact of sound-musical activities in the cognitive and motor as to attention, memory, coordination and overall fine spatial-temporal structure and the possible influences of these activities in the functions of the emotional person with intellectual disabilities in the process aging.
The survey showed the main changes in aging people with intellectual disabilities, especially in the steepest decline in memory functions. This allowed the team after verification of the results, consider the main needs of each person in attendance during the Therapeutic Workshops.

Keywords: Music. Psychomotor. Aging. Intellectual Disability. Cognition.



Introdução
Nos últimos anos, profissionais de áreas distintas analisam o envelhecimento da pessoa com deficiência intelectual frente ao crescente aumento da expectativa de vida, consequência do desenvolvimento de tecnologias na área da saúde, observa-se um fenômeno inédito nesta população: o envelhecimento. Constata-se então a necessidade de um atendimento adequado e especializado, pois as influências das síndromes e/ou deficiências contribuem para as perdas cognitivas nas atividades de vida cotidiana e funcional.
A APAE de São Paulo, instituição conceituada e renomada é há 50 anos, pioneira no atendimento assistencial, ocupacional e de saúde, que presta apoio e serviços às pessoas com deficiência intelectual e seus familiares. Para isso, tem buscado atender às necessidades destas pessoas, por meio da inclusão social e no suporte físico, psicológico e familiar, frente à nova demanda, que trata do envelhecimento desta população. Em contrapartida, ao observar sintomas de envelhecimento precoce, percebe-se o desafio de promover recursos e intervenções especializadas para manutenção das habilidades cognitivas e funcionais.
Contextualizando este trabalho, buscou-se como referencial a teoria de desenvolvimento humano de Henri Wallon, para descrever e associar os processos de afetividade, motricidade e cognição, associando estas instâncias descritas pela ciência da psicomotricidade, que tem como pressuposto o desenvolvimento integral da pessoa.
A busca por recursos terapêuticos aponta para a importância dos estudos e pesquisas científicas realizadas sobre a deficiência intelectual e traz contribuições relevantes. Atualmente, muitas pesquisas têm sido realizadas sobre a utilização dos sons e músicas com finalidade terapêutica, justificada pelo potencial de revolverem a psique humana às camadas mais arcaicas do desenvolvimento da personalidade, cuja ciência é denominada musicoterapia. Consiste em um processo por meio de métodos e técnicas musicoterápicas, com indicações específicas e terapêuticas, direcionadas normalmente às pessoas portadoras de problemas de ordem mental, cognitiva, física, sensorial, emocional, psicológicas entre outras.
O processamento da música pelo cérebro humano tem sido alvo de diversas pesquisas, em áreas da cognição e comportamento humano, resultando na neurociência cognitiva da música. (Souza, p. 1217, 2006) Deste modo, este trabalho apresenta uma experiência avaliativa e intervenção em oficina terapêutica direcionada às vivências musicais e estimulação neuro-sensorial a partir de atividades sonoras e musicais nas atividades de estimulação dos aspectos psicomotores, citados na pesquisa.
Mediante isso, o objetivo do artigo visa investigar com rigor científico, qual o impacto das atividades sonoro-musicais nos aspectos cognitivos e motores, quanto à atenção seletiva e sustentada, memória de procedimento, memória de curto e longo prazo, praxia global e fina, estruturação espácio-temporal e as possíveis influências destas atividades nos aspectos emocionais da pessoa portadora de deficiência intelectual em processo de envelhecimento, a fim de contribuir com novas possibilidades de intervenções psicomotoras.

Motricidade, cognição e afetividade segundo Henri Wallon
As teorias de Henri Wallon neste trabalho presidiram e nortearam o referencial teórico acerca do desenvolvimento da personalidade humana. Wallon concluiu após estudos em áreas do conhecimento das ciências humanas que somente o diálogo e a interligação entre a pedagogia, psicologia genética, neurologia, psicopatologia, antropologia e a psicologia infantil poderiam fornecer substratos para o entendimento pleno do desenvolvimento infantil. Sendo assim, descobre o ser humano como geneticamente social inseparável do biológico, confirmando mesmo, que o social e o biológico formam a vida psíquica do ser, por serem tão intrínsecos e interligados. (WALLON,1986, p.8)
A Teoria de Desenvolvimento de Wallon não resultou em teorias de desenvolvimento por etapas lineares, mas descontínuo, permeados por rupturas e retrocessos. O indivíduo ao analisar as próprias possibilidades e capacidades já aprendidas, reformula experiências anteriores a partir da interação do indivíduo com e no ambiente, não representando este processo como mudança de estágio. Assim, Wallon conceitua três instâncias do desenvolvimento humano: afetividade, motricidade e inteligência, configurando a base de uma teoria integradora, ou seja, da psicogênese da pessoa como um todo.
O ser humano se desenvolve na busca por experiências no ambiente e desejos, o desejo nasce da pulsão, uma energia interna, associada à afetividade e não à inteligência, sendo a precursora dos processos psíquicos, que juntamente às manifestações orgânicas e corporais da emoção, resultam das impressões provenientes do ambiente externo e seus elementos, na elaboração dos processos cognitivos decorrentes das vivências do indivíduo.
Estas forças atuam num processo de contraposição, que Wallon definiu como fases centrípetas - do externo para o interno; e centrífugas ? do interno para o externo, de modo que a elaboração da objetividade e subjetividade se retro-alimentam alternando na direção e foco.
A emoção é a base de relação entre a pessoa e o meio externo, impulsionando o movimento com o objetivo de comunicar, representando a constituição da cognição humana. Sendo assim, as experiências promovem reformulações de vivências anteriores, alternando-se em dado momento entre as instâncias afetivas e cognitivas intermediadas pela motricidade, cada vivência representando experiências ímpares, a partir do ambiente e cultura na qual se insere o indivíduo, resultando em personalidades singulares.

Envelhecimento Precoce da pessoa com Deficiência Intelectual
Compreender o envelhecimento cognitivo em pessoas com deficiência intelectual, atualmente é um desafio, já que ocorre de maneira precoce e mais acentuada, comprometendo capacidades cognitivas, autonomia, independência e qualidade de vida.
Na deficiência intelectual se observa que a incidência de senilidade precoce, déficits cognitivos e funcionais, trazendo desordens neurológicas, tais como as Síndromes Geriátricas: as demências e acidentes vasculares encefálico (AVE). Ocorrem entre os 30 e os 40 anos, mais acentuadamente nas pessoas com Síndrome de Down, se comparados às demais etiologias, como síndromes, paralisias e distúrbios cerebrais como a epilepsia. DEVENNY et al. (1996) comprovou por testes realizados entre pessoas jovens e adultos com média de 50 anos, a discreta perda de reflexos frente a estímulos, com redução da capacidade psicomotora.
É necessário garantir a saúde no envelhecimento das pessoas com deficiência intelectual e a participação em atividades sociais, culturais, espirituais, civis e trabalhistas, assim como no envelhecimento de pessoas sem deficiência. Porém isto implica na promoção e auxílio no exercício de suas capacidades e possibilidades ainda preservadas, o que representa olhar mais atentamente para as necessidades e desejos desta população.
A promoção do envelhecimento saudável para o deficiente intelectual envolve: adaptação dos serviços de saúde, com vistas à manutenção de sua funcionalidade, estímulo à atividade física, orientação nutricional e controle do comportamento de risco, assim como na assistência aos familiares e adaptação do ambiente social às demandas do seu envelhecimento.

A música na estimulação das funções psicomotoras em oficina terapêutica
As influências da música frente a estímulos específicos, atuam em áreas cognitivas e límbicas, interligando emoção, razão e movimento, relacionados nesta pesquisa com os aspectos da psicomotricidade segundo Wallon: afeto, cognição e motricidade.
O cérebro humano concentra no hipotálamo, centro das emoções, as reminiscências mais remotas. É nesta área cerebral, que a música deixa suas marcas mais profundas, associando memória e lembranças às emoções, tornando-as perenes, ao encontro da afirmativa de que a memória preside um conjunto de habilidades de variados módulos do sistema nervoso, ao mesmo tempo independente e cooperativo.
A utilização da música e seus recursos é um estímulo criativo e prazeroso. O cantar, tocar, criar e recriar músicas e sonoridades, que constituem o histórico sonoro de um indivíduo, pode atuar efetivamente na prevenção de perdas cognitivas mais acentuadas, promovendo assim, a melhora da saúde mental e global do indivíduo.
Por meio da Identidade Sonora do indivíduo, abre-se espaço para lembranças, promovendo a consciência do aqui?agora, reativada pelas sonoridades, faz relembrar histórias, vivências pessoais, familiares e sociais, a favorecer a elaboração e o desvendamento de conflitos internos, emoções e sentimentos e o resgate e consciência de sua identidade.
Para criar um ambiente positivo para a socialização e estimulação cognitiva, na música como estética, busca-se a beleza e a harmonia das sonoridades, seja no tocar ou na escuta musical, promovendo as práticas relacionadas à cultura popular e erudita; folclore musical do Brasil e do mundo; coral e grupo musical, buscando oferecer conhecimento e o aprimoramento das possibilidades e capacidades sonoro-musicais.
Historicamente, a música surgiu das experiências sonoras do homem primitivo a partir do seu corpo, ou seja, de suas expressões corporais. Deste modo, é possível associar os elementos das músicas e suas relações com os aspectos psicomotores. Fregtman (1988) aponta e conceitua três níveis de expressividade; linguagem sonora - emoção (sons, silêncios, entonações, melodias, ritmos); linguagem corporal - motor (gestos, posturas, trejeitos, tipos de movimentos) e linguagem verbal ? cognição (a fala, a letra, a poesia).
Sendo a linguagem sonoro-emocional como a base de toda a relação do indivíduo com o meio externo, a linguagem corporal e cognitiva se configura a partir dela e retroalimenta a linguagem corporal, num sistema de cooperação integrado e de evolução perene.
As atividades sonoro-musicais favoreceram estimulações sensoriais, percepção auditiva, rítmica e melódica, motora, linguagem, funções da atenção, memória, praxia fina e global, espacialidade, temporalidade, esquema corporal, compreendendo imagem e consciência corporal por meio de exercícios simples de ritmo e melodia, assim como práticas com instrumentos musicais e movimentos corporais.

A avaliação das funções cognitivas e motoras
As avaliações cognitivas e motoras são instrumentos fundamentais na investigação do estado geral nos idosos pelos profissionais da gerontologia e geriatria, pois são bases de intervenções acerca da autonomia, independência, capacidade funcional e vericação de declínio cognitivo e motor.
Atualmente no Brasil, o Mini-Exame do Estado Mental é o instrumento mais utilizado para a avaliação cognitiva, porém trata-se de tarefas complexas. Ao considerar os comprometimentos dos atendidos pela Instituição, concluiu-se que a aplicação desta avaliação devido a seu conteúdo e natureza, poderia não ser satisfatória, já que a maioria dos indivíduos apresentaria já de início, dificuldades no desempenho. Portanto, não forneceria um panorama das alterações precoces, evoluções e/ou alterações em um determinado período de tempo e não forneceriam dados reais, quanto ao nível de declínio cognitivo, perda ou mesmo ganho.
Devido à falta de literatura e protocolos validados direcionados ao deficiente intelectual, criou-se um instrumento de avaliação interna, com indicadores formulados pela equipe multidisciplinar de atendimento da APAE de São Paulo, com o objetivo de iniciar o mapeamento das perdas cognitivas e funcionais, Para isso, se considerou as habilidades alteradas e comprometidas no envelhecimento: atenção, memória, praxia global e final e orientação espácio-temporal. Partiu-se de um marco zero, ou seja, a primeira avaliação sendo a base do levantamento sobre a condição cognitiva e motora atual indivíduos.
A pesquisa foi aplicada pelos profissionais que realizam as Oficinas Terapêuticas divididas em oficinas de Saúde e Cognitivas/Funcionais sendo contextualizada nas atividades já realizadas no espaço, para que não gerasse estranheza ou tensão natural em decorrência que uma avaliação pode causar, otimizando sobremaneira as respostas apresentadas.
Sendo assim, as tarefas realizadas na avaliação em Oficina Terapêutica Sonora-Musical foram dirigidas aos fatores psicomotores descritos a seguir: atenção sustentada; atenção seletiva, memória de procedimento, memória de curto prazo, memória de longo prazo, orientação espacial e temporal e praxia global e fina.
A proposta objetivou a investigação e a intervenção com procedimentos adequados e o mais importante, ter informações sobre o nível, variação e o tempo de alterações cognitivas que possam ocorrer no envelhecimento da pessoa com deficiência intelectual.

Método
As avaliações foram aplicadas num período de seis meses, com os atendidos da APAE de São Paulo no ano de 2009. A coleta de dados para o artigo sucedeu-se em etapas de observação, avaliação, reavaliação e tabulação para comparar os resultados das 02 avaliações das funções cognitivas e verificar se houve perda, manutenção ou ganho.
Os dados apresentados neste artigo foram baseados em duas avaliações, realizadas a partir de um conjunto tarefas e técnicas de audição musical, improvisação, construção de instrumentos, composição musical, re-criação (recriar canções e ritmos), e atividades sonoro-musicais, por meio de jogos cooperativos e interativos mediados pela música e sons.

Resultados
Os resultados serão apresentados de modo descritivo enquanto a manutenção, ganho, perda das funções psicomotoras já citadas entre o período das avaliações que se realizaram. De 123 sujeitos avaliados em atenção sustentada: 120 - manteve, 3 ? ganho, 0 - perda; atenção seletiva: 101 - manteve, 19 ? ganho, 3 - perda; memória de procedimento: 100 - manteve, 8 ? ganho, 15 - perda; memória de curto prazo: 95 - manteve, 16 ? ganho, 12 ? perda; memória de longo prazo: 103 - manteve, 5 ? ganho, 15 ? perda; orientação espacial: 116 - manteve, 2 ? ganho, 5 ? perda; orientação temporal: 103 - manteve, 7 ? ganho, 13 ? perda; praxia global: 123 - manteve, 0 ? ganho, 0 ? perda; praxia global: 115 - manteve, 4 ? ganho, 4 ? perda.
A pesquisa apontou as principais alterações no envelhecimento da pessoa com deficiência intelectual, principalmente no declínio acentuado nas funções da memória, o que permitiu à equipe após a verificação dos resultados considerar as principais necessidades de estimulação psicomotora de cada pessoa durante o atendimento nas Oficinas Terapêuticas.

O impacto emocional das intervenções terapêuticas com atividades sonoro-musicais.
A música constitui um sistema representativo e de significados para cada indivíduo, ou seja, é portadora de uma linguagem única denominado pelo próprio ser. Apresenta várias vias de acesso ao sistema neuropsicológico, no qual é necessário que o profissional avalie qual o melhor processo de direcionar ou iniciar uma intervenção, seja pela via do afeto ? emoção, cognição ? conhecimento ou motricidade ? movimento.
Para exemplificar este processo, apresenta-se o caso 1 onde foi solicitado ao grupo para lembrar de uma música de um determinado cantor, neste caso utilizando-se da via da cognição, um atendido apresentou maior dificuldade. Porém ao ser questionado quanto à música de sua preferência, "que gostava", cantou imediatamente. Isto demonstra que para cada indivíduo existe uma condição favorável de estimulação de fatos mnemônicos, que facilite o acesso aos conteúdos armazenados, seja na memória cognitiva, corporal, ou neste caso emocional, onde provavelmente o atendido tenha evocado vivências anteriores carregadas de afetividade. Isto demonstra a interrelação direta dos processos mentais, como um sistema interligado, não hierarquizado, mas cooperativo.
A música é capaz de promover mudanças positivas, como no caso 2, atendido que apresenta um histórico de auto-vitimização e introspecção. Ao cantar e compor canções de seus conteúdos internos e do meio ambiente à sua volta, sentiu-se útil e integrado ao grupo, repercutindo positivamente na sua vida social, ao frequentar ambientes da sua comunidade, assumindo seu papel de cidadão, modificando a sua interação primeiramente com o grupo interno e depois com a comunidade e ampliando a rede social.
No caso 3, verifica-se a ação das experiências sonoras-musicais em estados emocionais e corporais como postura e tônus. O atendido relatou que após experiência musical de prática instrumental, ao tocar ou cantar, a música acalma e transforma sentimentos negativos em positivos, por poder expressar-se musicalmente. Fato acrescido pela diminuição do tremor das mãos e ansiedade, causado pela doença de Parkinson, onde os efeitos benéficos da música manifestou-se no nível motor e emocional.
Ao explorar e investigar junto aos atendidos os conteúdos musicais dos ritos de passagem como casamento, separação, morte e de sentimentos como amor, respeito, tolerância, fé, amizade, saudade, ciúmes, inveja entre outros, favorece-se a expressão subjetiva. A exploração subjetiva dos sentimentos expressados evoca conteúdos latentes a serem reelaboradas e transformados pela convivência e interação social.
Em cada indivíduo percebeu-se singulares mudanças em vários aspectos quanto à ampliação da expressividade, iniciativa, estados de humor mais positivos, mobilidade, autonomia, independência, criatividade, elaboração do pensamento objetivo e subjetivo.

Conclusões
Dos princípios da Musicoterapia à Psicomotricidade em seus aspectos psicomotores e da Neuropsicologia, verifica-se que as separações de conceitos se dão de modo didático, e ao observar e avaliar resultados compreende-se os princípios da interdisciplinaridade.
Os resultados quantitativos, nortearam o foco das atividades de estimulação dos fatores psicomotores mais comprometidos. Os resultados apontam que há maior perda funcional, nas funções da memória de curto, longo e de procedimento nos indivíduos em envelhecimento precoce. No entanto a partir de projetos terapêuticos direcionados, é possível adiar o surgimento precoce de doenças do envelhecimento e promover melhoras emocionais e comportamentais estimuladas pela socialização e uma convivência grupal mais motivadora.
Embora este estudo não apresente avaliação direta do impacto emocional, observações realizadas apontam mudanças positivas no comportamento emocional do indivíduo em sua vida cotidiana, pessoal, familiar e dentro da Instituição, com melhora na qualidade de vida do indivíduo, isto porque as atividades de estimulação psicomotora fortalecem na organização de lembranças e na aquisição de novas habilidades, que podem minimizar o declínio da cognição e o processo de envelhecimento precoce, favorecendo o quadro geral do estado emocional.
Para o pesquisador, o objetivo é mencionar e registrar um resultado, porém para validar resultados e intervenções, é necessário valorizar as emoções que o indivíduo vivencia, carregadas de forças geradoras de novas experiências e fatos mnemônicos, que se juntarão às experiências anteriores e possibilitarão ao indivíduo ampliar suas percepções de mundo, reagir e atuar nele com novas habilidades e possibilidades que se reconhece portador, não de uma deficiência, mas de ser inerentemente eficiente, em sua capacidade de interagir e ser social, cada qual com suas singularidades e diferenças.





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