As descobertas feitas tanto do outro continente descoberto, e o outro sendo produzido um acesso direto para o desenvolvimento de conexões com o "novo mundo". Isso proporcionou que se desenvolvesse de forma mais acelerada, assim podemos dizer que o sistema econômico comercial deve ser chamado de pré-capitalismo e nunca de "capitalismo comercial" por nunca ter sido a posteriori a construção do capitalismo.

O capitalismo nunca deve ser visto como sinônimo de setores econômicos que estejam sendo privilegiados em determinado momento - comercial, industrial, financeiro. Menos ainda se pode se definir pela monetarização que determinada economia comportou-se, na verdade o que faz do capitalismo um sistema economia antagônico em relação aos outros, é a relação que se estabelece com o trabalho, tornando-o um fornecedor de um subproduto, este seria a força de trabalho, e não como uma simples mercadoria, pois a força de trabalho é mercadoria essencial a seu desenvolvimento, isso desenvolve meios para que seja possível a extração de excedente econômico, tanto no que diz respeito ao trabalho em si como em relação aos resultados do trabalho.

A economia comercial se torna, portanto, um sistema autônomo que extrai excedentes econômicos através dos antagonismos entre preços de compra e venda das mercadorias, mesmo que às vezes se utiliza de diversas formas de trabalho compulsório, e procura aumentar esta extração de excedentes através do estabelecimento de diversos monopólios comerciais em níveis nacionais.

O termo economia-mundo deve ser entendido como uma articulação econômica, que produz um caráter profundamente comercial, que se forma a partir do século XVI, entre a Europa Ocidental, a Oriental, a Ásia, a América e a África. Está mais centrada na Europa Ocidental, pois procura estabelecer uma relação de trocas desiguais a seu benefício, tudo isso tornada possível pela expansão ultramarina européia que faz com que ao mesmo tempo outras áreas acabem se especializando produtivamente, não mais para seus mercados internos, mas para abastecer a Europa Ocidental, isso acaba fazendo com que diversas áreas - América e África - se tornem apenas produtoras, realizando apenas a primeira parte do ciclo econômico - produção -, dependendo da Europa para se faça para terminar o ciclo em distribuição e consumo.

Na verdade, com a inexistência de um mercado interno consumidor na economia americana e africana durante os séculos XVI, XVII e maior parte do XVIII faz com que dependam da Europa para que se possam completar o ciclo econômico de - produção, distribuição e consumo - pois só conseguiam produzir.

Esse processo de economia-mundo também teve fator no absolutismo, pois era o único Estado a dar condições para o bom funcionamento do sistema econômico, pois este necessitava de segurança para as rotas comerciais transoceânicas, também do que ficou conhecido posteriormente como o Mercantilismo.

Todos esses fatores chegam a uma das principais características desenvolvidas, a acumulação de capital, tudo graças aos regimes de monopólio de comercialização dos produtos da economia-mundo que se fez presente nos Estados europeus (Portugal, Espanha, Holanda França e Inglaterra).

Na realidade, toda essa forma de acumulação que tornou possível o crescimento da economia capitalista, deve ser denominada de acumulação primitiva de capital. Uma por isso ter dado origem ao capitalismo, como também por ter sido baseada na força, no saque na compulsão do trabalho e na imposição de mercados monopolistas, outro motivo para não se caracterizar o sistema econômico comercial como "etapa comercial do capitalismo".

Para que tudo isso fosse possível a Europa Ocidental permitiu que a forma mais barata de trabalho, a assalariada fosse empreendida, dessa forma deu diversas formas para que o ritmo de desenvolvimento fosse diferente nas diversas áreas mundiais, na medida que as áreas centrais só podem crescer acumulando capital em condição das áreas periféricas, estas áreas passam a ser, portanto de vital importância para os Estados centrais. Assim o sistema comercial passa por três momentos econômicos: a expansão do século XVI, a depressão do século XVII, e a retomada do crescimento no século XVIII.