ARTIGO

"A memória da Escola Educa os Professores"

Sub-título

A Escola ensina o Professor.

Resumo

Refletir sobre a prática, avaliar resultados e deixar tudo isso registrado ajuda a fortalecer o ensino a longo prazo.

Palavra chave = Escola, Professor

Freqüentemente criticamos os políticos que chegam ao poder começando tudo do zero, como se nada houvesse acontecido antes. Na política educacional isso tem um feito devastador. Os resultados, em educação , são quase sempre de longo prazo. E, se tudo mudar a Ada quatro anos, nunca haveria tempo para ver o que "já", ou deu certo, o que deu erro e quais fatores contribuíram para o resultado.
Esse problema agrega-se outro ainda mais preocupante dentro das escolas públicas: a falta de uma "memória" coletiva, referenciada e documentada.
Num momento em que a lei abre espaços para a outonomia e que as equipes escolares estão dando os passos iniciais para tornar a norma legal uma realidade concreta, é urgente que as escolas começam a documentar suas experiências e analisar as condições e os fatores que contribuem para o sucesso ou o fracasso. Essa é sem dúvida umas dimensões do exercício da autonomia. Não basta ter um projeto e executá-lo. É imprescindível avaliá-lo e registrar a avaliação, de tal modo que seja tão útil para outros professores ou escolas, publicas ou particular.
Talvez não haja maneira mais eficaz de formação continuada para um professor do que conhecer iniciativas que deram certo. Esse saber produzido pela reflexão sobre o que se faz é o melhor exemplo de inteligência teórica e prática. E sua construção coletiva, a melhor forma de tornar o chão da escola um espaço de aprendizagem para os professores, no presente e no futuro.
Há duas condições indispensáveis para que cada escola consiga fazer um registro útil de sua vida institucional.
De acordo co GIOMAR NAMO DE MELLO, pag 70 Revista Escola, (ano 2005) a primeira é a resistência de um conjunto de objetivos compartilhados para todos. Para alguns pensadores, muitos que nenhum vento ajuda quem não sabe para onde navega. É, para mapear o percurso, é indispensável contar as dificuldades e oportunidades que surgiram no caminho.
A segunda condição é saber refletir sobre a própria prática. A expressão "professor reflexivo" corre o risco de tornar um jardão vazio se não a concretizarmos em situações que possam ser compreendidas por todos. Não vejamos outra maneira de fazer isso senão submetendo nossa prática a estas perguntas cruciais:
? O que queríamos que os alunos aprendessem?
? O que fizemos para alcançar esses objetivos?
? O que de fato eles aprenderam?
? Como e por que?
Se não quisermos repetir em cada escola os desacertos que aconteceram nas políticas educacional, é preciso garantir a comunidade de nosso trabalho. Continuidade não é fazer mais o mesmo. É manter o mesmo foco, mudando ou preservando o fazer escolar em função dos objetivos de aprendizagem.
Para isso que servem a documentação e a memória escolar, que podem ser úteis também para dar argumentos contra mudanças casuísticas e demagógicas que os dirigentes políticos costumam impor à educação, precisamos rever as mudanças para que possamos fazer a diferença aos profissionais em pró da educação.

AUTOR
BENEDITO GONÇALO BORGES
Graduação: Pedagogia
Pós-Graduação: em Gestão Escolar com Ênfase em Direção, Supervisão e Orientação Educacional