Nicolau Copérnico sua relação com a mudança do calendário religioso e a medicina de possessão.  

1476-1543.

Nasceu na Polônia na cidade de Thom na parte atual conquistada pelos cavaleiros Teutônicos que conquistou os pagãos as margens do Báltico.  A respeito da sua família não se sabe muito a respeito, foi adotado ainda quando criança por um tio bispo, Lucas Watzelrode.

Sendo que o mesmo era o superior máximo da grande diocese de Ermland, naquele tempo a região  estava em guerra com o que restaram da organização dos Teutônicos uma organização militar que transformou  em marginais.

O tio do jovem Nicolau foi fundamental no futuro do moço, determinou que ele fosse estudar na prestigiosa universidade de Cracóvia, posteriormente em Bolonha e Pádua.

Ele estudou Direito Canônico e medicina, na época os estudos eram ligados à astrologia, nenhum diagnóstico ou prescrição médica não  poderia ser dada por quem não conhecesse  as influencias, astrológicas, a questão das doenças estavam relacionadas com o  mundo da astrologia ou de influências satânicas, e Copérnico como tal teve que entender esse procedimento.  

     Outra questão a ser considerada a medicina trabalhava com os elementos da religião o mal era sempre explicado como algo praticado por espíritos malignos e não por outras influências.

A doença sempre era vista como possessão do demônio e não por motivos naturais à própria vida, então a medicina era de certa forma uma extensão da teologia, um padre médico sempre fazia muito sucesso foi exatamente o caso de Copérnico.

Com efeito, toda doença era ação do diabo, o mesmo tomava posse da pessoa levando o mal até a morte, o único caminho seria aplicar alguma coisa que fizesse mal ao diabo por esse motivo ele deixava o individuo.

O demônio tinha que enojar do doente, recusar a medicação que o mesmo tomava, quando isso acontecia ele abandonava o doente e a pessoa sarava, então Copérnico como médico prescrevia remédios que por ignorância levava a morte do paciente.

Algumas receitas de Copérnico, urina de animais, como burro, vaca e de outros animais, como também comer escaravelhos, minhocas entre outras coisas, o diabo enojava do sabor da comida ou da bebida como urina de animais e deixava o paciente.

 Como a doença supostamente era um ato de possessão o paciente sarava, era exatamente essa a prática da medicina desenvolvida por Nicolau Copérnico.

A sua fama se deu exatamente como físico, pelo fato de ter questionado o ato da imobilidade de terra, como centro do universo, o desenvolvimento da sua teoria Heliocêntrica.

Ele desenvolveu sua teoria sem praticar muitas observações, refere possivelmente vinte sete, tudo que estudou e elaborou foi com base em trabalhos de outros astrônomos, sobretudo Ptolomeu por quem tinha imensa admiração.

O que podemos dizer que Copérnico estudava muito, tudo que fez resultou de processos de sínteses, foi, portanto, seu trabalho elaborado a partir das análises de outros trabalhos já realizados por cientistas.

 Da sua elaboração Evolutionibus Orbium Coelestium, publicada no ano 1543 em Nuremberg a edição foi adiada por diversas vezes, por vários motivos, existem dois motivos básicos para tal procedimento.

Um deles de fato o livro não estava pronto, afinal era a inovação de um conteúdo que revolucionaria o mundo, como realmente revolucionou, a criação de um novo paradigma, a superação da velha astronomia grega, era necessário cuidado e Copérnico teve.

O segundo motivo, o contexto das lutas religiosas, tudo que era escrito quando tinha o espírito da Filosofia Iluminista corria muito perigo para o autor, poderia ser preso e levado à própria fogueira, o Vaticano sempre foi implacável em defesa das suas tradições.

O seu livro foi elaborado como forma experimental, primeiro entre 1510 e 1514 fez circular sob o título Commentariolus, uma pequena resenha do livro, das suas ideias a demonstração em síntese da sua teoria em referência ao sistema heliocêntrico.

O texto teve boa aceitação entre a alta hierarquia da Igreja, um cardeal famoso cujo nome Schoenberg,  amigo do papa após ler o trabalho de Copérnico e achar interessante pediu o mesmo não só para publica-lo mas também apresenta-lo a comunidade científica.

O meio religioso estava preocupado com as datas para celebrações religiosas, principalmente a páscoa, as tábuas astronômicas não favorecia na precisão, era necessário que a Igreja fizesse alguma coisa, o calendário Juliano não ajudava em nada, naquele momento a teoria de Copérnico era uma esperança.

O sistema de Copérnico oferecia uma possibilidade de ajustamento das datas religiosas, era isso que o Vaticano esperava e Copérnico estava disposto a tentar formular um novo calendário astronômico, mas percebera que seria muito difícil.  

 O concílio de Niceia do ano 325 determinou as regras imperativas para celebração da páscoa, o que teria que corresponder com os períodos certos de cada ano consecutivo.

A páscoa teria que ser celebrada tradicionalmente em respeito ao calendário lunar a cada domingo após a lua cheia que ocorre em 21 de março ou logo depois, se esse dia for sábado à páscoa teria que ser celebrada no dia 22 à data mais próxima possível.

Por outro lado, se o dia de lua cheia for ultrapassado a nova data prevista em março, era necessária esperar a lunação seguinte no mês de abril, se essa data cair em 18 de abril e se por acaso esse 18 de abril cair em um domingo, teria que esperar o domingo seguinte dessa maneira consecutivamente.

Na verdade era um problema para Igreja católica, Copérnico tinha recebido incumbência da mesma para solucionar essa questão entre outras em referência ao calendário e a realização das datas das festas religiosas.

Copérnico estava convencido que não iria resolver essa questão fazendo uso do velho paradigma da física do grego Ptolomeu, então procurou desenvolver a teoria do heliocentrismo.

 O sol como centro do universo, o que não teve nenhum problema no inicio da sua formulação, porque no fundo tinha outro objetivo.

A teoria só veio ter problemas com Galileu, quando o vaticano percebeu que o heliocentrismo tinha como fundamento epistemológico a Filosofia Iluminista, corrente da Filosofia que servia não apenas a reforma, como também ao Estado moderno.

Esse aspecto ajudava na superação de uma sociedade teocêntrica em beneficio de uma hermenêutica antropocêntrica, motivo pelo qual quando a obra de Copérnico tardiamente também foi condenada.

Edjar Dias de Vasconcelos.