Carlos Ryan Silva de Araujo

 No nosso mundo contemporâneo ou em uma sociedade letrada, literalmente falando, no nosso cotidiano, o preconceito linguístico está presente em cada momento, pois a linguagem está explicita em todos os sujeitos de uma forma verbal ou não verbal.

    O poder linguístico é o instrumento que nós, seres humanos, nos expressamos a cada estante. Nos diferentes problemas enfrentados, ou situações vividas, precisamos da língua para solucionar,os mesmos, seja jurídica, profissional ou até mesmo em um discurso entre amigos. Esse meio de dialetos envolve deferentes tipos de variedades linguísticas, isto é, nenhuma língua é falada do mesmo modo em todos os lugares, assim como nem todas as pessoas falam a própria língua de modo idêntico.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais afirma a língua falada no Brasil, os diferentes falares regionais. (BRASILIA 2001, p.31):

 

A Língua Portuguesa, no Brasil possui muitas variedades dialetais. Identificam-se geográfica e socialmente as pessoas pela forma como falam. Mas há muitos preconceitos decorrentes do valor social relativo que é atribuído aos diferentes modos de falar: é muito comum se considerarem as variedades linguísticas de menor prestigio como inferiores ou erradas.

 

Na região nordeste, nós como cidadãos letrados e sujeitos sociais, somos descriminados, ou seja, rotulados de ‘‘analfabetos’’ devidos o nosso sotaque, mas em eventos, congressos muitos se destacam no meio, ai vem à pergunta, você e do nordeste? Criando automaticamente um preconceito linguístico e cultural.  

 A questão não e falar certo ou errado e saber respeitar essas diferenças dialetais no nosso meio social, acabar com os mitos e preconceitos nas regiões. Falar bem é falar adequadamente, é produzir um efeito de compressão dos participantes em meio ao discurso propriamente dito entre locutores e interlocutores.   

Felizmente, essa realidade linguística marcada pela diversidade já e conhecida pelas instituiçõesfederais encarregadas de planejara educação do Brasil, assim ressalta os Parâmetros Curriculares Nacionais, no terceiro e quarto ciclo (2001, p.29):

A variação e constituída das línguas humanas, ocorrendo em todos os níveis. Ela sempre existiu e sempre existirá, independentemente de qualquer ação normativa. Assim quando se fala de ‘’ Língua Portuguesa’’ está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades. [...] Mas ainda de uma sociedade como a brasileira, marcada por intensa movimentação de pessoas e intercâmbio cultural constante, o que se identifica é um intenso fenômeno de mescla linguística, isto é, em um mesmo espaço social, convivem mescladas diferentes variedades linguísticas, geralmente associadas a diferentes valores sociais.

    O homem do campo esta incluída na cultura brasileira, e mais especialmente na cultura nordestina. Precisamos nos conscientizar que um sujeito que nunca foi a um ambiente escolar e tem noção em diversas áreas, como a matemática, biologia, agronomia, fazendo desta a base para sua estabilidade social. Está comprovado, segundo Marcos Bagno, que uma criança de 03 a 04 anos domina perfeitamente a sua língua materna, do mesmo modo e um estrangeiro Francês, alemão, entre outros, por isso devemos respeitar e admirar o seu domínio de linguagem. Já ao contrário de outros profissionais ou estudantes que consistem criticar, ignorar a sua língua materna.

  Para os PCNS (2001, p.29):

Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas língua nacional, notam-se diferenças de pronuncia, de emprego de palavras, de morfologia e de construção sintáticas, as quais não somem identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões, como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala.

  O preconceito fica bastante presente em uma série de afirmações que já fazem parte da imagem negativa que vem se alastrando no decorrer dos séculos, só quem vai á escola domina a gramática e o dicionário, sabe falar bem e se expressar em público, este é o maior e mais sério dos mitos, pois não conhece a verdadeira diversidade do português falado no Brasil. A sociedade tenta impor suas normas cultas como se fosse de fato à única falada e alastrada numa sociedade homogenia quanto a do nosso país.  

Acredita-se que a cultura aqui falada vem de raízes da terra e ela esta nas variedades linguísticas. Certamente o mais importante é a comunicação compreendida no nosso meio, como se vê, do mesmo modo como existe o preconceito com a fala e as características de certas regiões, como a fala e retratada em meios de comunicação e redes sociais, mas sabe-se que essas atitudes representam uma forma de crítica e exclusão.

   Por isso os educadores tem que mudar está situação, abraçar e cultivar a língua mãe como nossas origens culturais, para mostrar que a fala nordestina não tem nada de ‘’engraçado’’, mas um povo que se constitui a partir de uma cultura própria.