É comum na leitura de jornais nos depararmos com erros de diferentes categorias. Algumas manchetes apresentam erros gramaticais e ausência de informação. Outras apresentam frases com estrutura mal-organizadas, seleção vocabular inadequada e variante demasiadamente popular, neste último caso, os compactos e os não-compactos, porém, voltados para o leitor menos exigente.
O uso inadequado da língua portuguesa nos veículos de comunicação impressos agride o senso estético de quem, com determinado nível de escolaridade, busca as notícias, mas não as tem por falta de coesão e de coerência. Não há motivo de orgulho para um jornalista que, por ignorância ou falta de interesse, utilize-se, de forma inadequada, seu principal instrumento de trabalho. Com as redações de jornais informatizadas e as notícias cada vez mais sucintas, não sobram tempo e profissionais que se incumbam exclusivamente das correções gramaticais. Aliás, correções gramaticais não deveriam ser necessárias a quem tem a palavra como instrumento diário de trabalho. Eis aí, mais um motivo para que esses jornalistas zelem pela qualidade de seus textos Não basta saber apurar os fatos nos seus mínimos detalhes e transmiti-los com alguma maestria. É de extrema importância saber aplicar as normas ortográficas em vigor, cuidar da regência, da concordância nominal e verbal, ser conhecedor dos aspectos semânticos, sintáticos e morfológicos.
Revistas de informações semanais podem usar, como artifício, preparadores de texto em suas edições, algo que nos jornais impressos não é possível fazer. É de inteira responsabilidade do autor primar pela integridade lexical de seu texto, por nobreza da profissão e por dois outros motivos. O primeiro é que períodos malconstruídos tornam a informação confusa, o que acarreta uma desconfiança por parte do leitor, uma vez que ele associa a notícia mal-escrita à apuração de cunho duvidoso e a um profissional malpreparado. Segundo, pelo fato de ser o jornal a única leitura habitual de milhões de pessoas, a imprensa escrita deve ter como propósito, seguir o padrão da norma prestigiada, desde que seja um jornal que vise a atingir um público mais selecionado.
Os que objetivam um público menos exigente deveriam, pouco a pouco, inserir em suas páginas algumas informações sobre o vocabulário dos jornais. Dessa maneira, estariam auxiliando na educação dos leitores menos aquinhoados de conhecimento e não os deseducando ainda mais.