FRANCISCO DE ASSIS FILHO ²

Este trabalho tem como objetivo expor as dificuldades encontradas nas salas de aula de Língua Inglesa no Ensino profissional de Jovens e Adultos por parte dos alunos e também a falta de preparo de alguns profissionais em lidar com as diferentes realidades encontradas e as diferentes expectativas de cada indivíduo. E também procuramos apontar possíveis soluções para essa problemática tão constante no âmbito escolar principalmente na educação de Jovens e Adultos.

Nos dias atuais, com o advento do turismo, da informática e de meios de comunicação em massa, se faz necessária a noção e, até mesmo, o domínio de uma língua estrangeira. Devido a universalização e o grande potencial comercial que tem a Língua Inglesa, é nela que o aluno procura encontrar o diferencial que pode representar uma boa aceitação no mercado de trabalho e, até mesmo, um enriquecimento no currículo que pode trazer muitos benefícios na sua carreira.

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A transversalidade pressupõe um tratamento integrado das áreas e um compromisso com as relações interpessoais no âmbito da escola, pois os valores que se quer transmitir, os experimentados na vivência escolar e a coerência entre eles devem ser claros para desenvolver a capacidade dos alunos de intervir na realidade e transformá-la. A aprendizagem de Língua Estrangeira é uma possibilidade de aumentar a percepção do

aluno como ser humano e como cidadão

A aprendizagem de Língua Estrangeira é uma possibilidade de aumentar a percepção do

aluno como ser humano e como cidadão. Por isso, ela vai centrar-se no engajamento discursivo do aluno, ou seja , a sua capacidade de se engajar e engajar outros no discurso, de modo a poder agir no mundo social. Não basta apenas fazer aplicação de conteúdos gramaticais ou de textos que não condizem com a realidade do aluno. Essa postura leva apenas a uma abordagem conteudística e faz com que a disciplina se torne enfadonha e perca o sentido para muitos dos alunos que passam a considerar aquilo uma perda de tempo.

Para realizar esse trabalho, será necessário fazer uma sondagem de como está sendo o ensino de Língua Inglesa nas escolas de EJA e se há uma proposta pedagógica voltada para a contextualização da leitura feita pelos professores nos seus planejamentos. Além disso, ainda que seja desejável uma política de pluralismo lingüístico, é preciso considerar aspectos da história dos alunos, da comunidade e da cultura local como critérios para orientar a inclusão de textos em uma língua estrangeira.

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Com relação à função social da língua estrangeira , os PCN's destacam que: "no Brasil, com exceção de algumas regiões turísticas ou de algumas comunidades plurilíngües, o uso de uma língua estrangeira pode estar, em geral, vinculado à leitura de literatura técnica ou de lazer e que os únicos exames formais em Língua Estrangeira( vestibular e admissão a cursos de pós-graduação) requerem o domínio da habilidade de leitura".A partir dessa premissa, podemos dizer que o ensino de Inglês poderia ser voltado para um uso mais técnico, ou seja, profissional da língua e que isso poderia ajudar o aluno a desenvolver técnicas de leitura e aperfeiçoamento do idioma sem que fosse necessário sobrecarregar o aluno com teorias e exercícios gramaticais.

A partir do momento que for estabelecida uma relação dialógica do aluno com os tipos de textos apresentados em sala de aula é que poderá nascer uma compreensão mais abrangente do universo por ele a ser explorado. Um universo que até então vinha sendo desconexo da prática e da sua experiência de vida. É preciso mostrar ao aluno que ele pode utilizar a Língua Inglesa em contextos não tão distantes. Que ele pode fazer uso do Inglês em um trabalho de garçon , por exemplo. Ou que ele pode utilizar-se da referida língua para fazer leitura de manuais, fazer leitura de uma músicaou até mesmo para operar uma máquina como um caixa de banco ou um computador. Essa relação aparece quando são apresentados textos coerentes com as perspectivas desse aluno.

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Sendo a leitura antecipatória, o processo de compreensão depende do que o texto apresenta e do que o aluno já traz em seu conhecimento de mundo a respeito do tema em questão. O acionamento desse conhecimento prévio oferece ao aluno mais segurança e diminui a quantidade de informação visual a ser processada. Todo texto contém informação visual ( os sinais gráficos sobre o papel) e informação não-visual ( tudo que existe no mundo sobre o assunto de que trata. Quanto mais o aluno conhecer sobre o assunto, menos informação visual precisará processar, e portanto , mais eficiente lerá.

A leitura deve ser acima de tudo objetiva.Segundo Paulo Freire "a objetividade dicotomizada da subjetividade , a negação desta na análise da realidade ou na ação sobre ela, é objetivismo."O objetivo estabelecido e atingido significa compensação após o esforço do trabalho. Para que qualquer tarefa de leitura seja significativa , é necessário que haja propósitos para a sua realização , objetivos que a justifiquem. Sendo assim , o aluno passa a sentir progresso e também sente que aquilo que está sendo trabalhado em sala poderá ser usado no seu dia-a-dia do trabalho ou pelo menos em algumas situações.

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Este trabalho apresentou problemas e soluções no que diz respeito à leitura em Língua Inglesa na Educação profissional de Jovens e Adultos, trazendo como principais responsáveis pela falta de interesse por parte dos alunos no estudo da Língua Inglesa e principalmente na procura pela leitura a falta de adequação dos textos apresentados e a forma de como é tratado o ensino da língua, baseado apenas em apresentações gramaticais que apenas cansam os alunos e não levam em consideração o conhecimento prévio dos mesmos e nem suas perspectivas de trabalho.

Estes resultados poderão ser usados para uma maior reflexão dos profissionais da área e poderão ser o início de outras reflexões que venham somar com trabalhos futuros sobre esse tema trazendo novas visões acerca dessa problemática tão presente nas escolas públicas brasileiras, principalmente aquelas que trabalham com a formação profissional de Jovens e Adultos.

REFERÊNCIAS

BRUNEL, Carmem. Jovens cada vez mais jovens na educação de jovens e adultos – Porto Alegre: Mediação, 2004.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A educação popular na escola cidadã – Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 18.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra , 1988.



[1] Trabalho baseado em leituras a cerca do processo de ensino de Língua Inglesa para jovens e adultos numa perspectiva profissional.

² Professor de Inglês graduado em Letras com habilitação em Língua Inglesa pela UFPB e aluno do curso de pós-graduação em nível de especialização em Educação profissional integrada à EJA pela UFPB.

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