O filme se passa na Espanha “antiga”, época em que o país passava por grandes transformações, principalmente no que tange a aspectos políticos, período pré – guerra civil espanhola. Fase em que, quem detinha o poder, era quem possuía maiores recursos financeiros. Este, conta a história de um garoto chamado Moncho, que tinha medo de ir à escola, pois o mesmo acreditava que ia apanhar de seu professor, medo ao qual fora imposto pelos seus pais. Apesar de o mesmo nunca ter ido à escola, o menino já sabia ler e escrever, pois o seu pai já havia lhe ensinado. Ao conhecer seu professor, Dom Gregório, o garoto vê que seu medo não se passava de uma crença. Professor que lhe incentivava a querer buscar novos conhecimentos e participava de sua vida pessoal com incríveis brincadeiras, como por exemplo, a caça de mariposas. Ora acusado de afastar Moncho da religião, pois quem estudava não podia se dedicar a religião alguma.

Moncho se desenvolvia a cada dia, descobrindo novas coisas. Apesar das descobertas não deixava de ser “inocente” e “sonhador” inocente pelo fato de acreditar que transar era esfregar “bunda com bunda”, segundo ele. Inocência da qual era de se esperar, pois se tratava de uma criança. Sonhador pelo fato de acreditar que indo para a América poderia conquistar melhores condições de vida, famoso sonho americano.

No filme é contestado o valor de um professor, cena na qual o pai de Moncho presenteia Dom Gregório com um termo e Moncho vai anotando as respectivas medidas de seu professor. Segundo o pai do garoto, professores deveriam receber salários mais altos.

Outro ponto marcante do filme é a frase dita pelo professor ao se aposentar: “Se permitirmos que somente uma geração, somente uma geração, cresça livre na Espanha, então ninguém nunca poderá tomar sua liberdade”. Ponto este que nos faz pensar que liberdade é uma das coisas mais importantes que o cidadão espanhol ainda precisaria conquistar. E faz com que nós telespectadores reflitamos sobre o nosso cotidiano atual, comparando a liberdade de hoje em dia (ir e vir, liberdade de expressão e livre escolha de voto) com aquela da época do filme (restritiva e punitiva).

Contudo, podemos inferir que o filme não só tem a função de entreter, mas também de fazer com que nós telespectadores reflitamos sobre acontecimentos que marcaram aquela época, permitindo – nos fazer analogias com o nosso presente.