Justificativa

O projeto nasceu da observação em sala do ensino superior, onde a leitura era enfrentada com resistência por maioria dos educandos, dificultando assim o aprofundamento dos conhecimentos científicos com embasamento confiável para as atividades desenvolvidas nas diversas áreas do conhecimento. Percebendo a necessidade e a importância da prática leitora na universidade o trabalho busca motivar e instigar alunos e professores a uma leitura prazerosa e o enriquecimento dos conhecimentos necessário para um desenvolvimento ascende tanto pessoal como profissional.

Ao perceber em diversos curso superior o desapego pela leitura por parte dos alunos nasce o desejo de investigar e aprofundar estudos sobre o assunto , uma vez que tenho constatado através de seminários e discussões a carência de leituras e compreensão dos assuntos simples no universo acadêmico, vindo assim a impactar nos avanços das turmas, pois posso citar alunos que em pleno curso de psicologia nunca fizeram a leitura de um livro, o que vem dificultando a aprendizagem e fragmentando sua formação acadêmica.

O trabalho visa ainda que o educando aproprie-se do conhecimento e seja capaz de ao terminar o ensino superior possa concorrer com alunos de qualquer instituição seja ela pública ou privada sem desvantagem, visto que muitos desses alunos ao saírem da faculdade encontram-se inseguros e até incapaz de desenvolver sua profissão ou mesmo um certame, e não é à toa que tanto ouvimos pessoas dizerem que existe alunos formados mas que nunca exerceram a profissão para qual foram certificados.

Metodologia: A metodologia baseia-se em uma pesquisa de cunho exploratório onde inicialmente será realizada um levantamento bibliográfico a respeito da temática, na sequencia serão aplicados questionários para levantamento de dados primários a respeito de hábitos de leitura dos participantes.  Ainda como proposta de trabalho serão realizados grupos focais nos cursos de nível superior existentes na cidade de Jaguaribe, onde os alunos dos mesmos possam fazer leitura, discutir os livros lidos por cada um, e assim instigar no outro a vontade de ler o livro indicado, e o membro do grupo que melhor atrair o desejo pela leitura do grupo ganhará de presente dos participantes um livro para iniciar sua coleção, visando assim iniciar uma pequena biblioteca em casa.

Desenvolver ainda a prática de contação das histórias lidas e disseminar em diversos espaços em tempos livres, levando os grupos a montar espaços agradáveis e organizados com os diversos recursos tecnológicos e singelos (almofadas, tapetes, etc) em qualquer lugar que conte com a presença de público, para que possam fazer uma exposição de livros e revistas de diversos gêneros, para públicos de unidades hospitalares, escolares, bancárias entre outras.

O grupo devem ainda buscar cada dia mais intensificar e aumentar o número de participantes seja nas empresas ou sociedade como um todo, amigos e parceiros que contribuam com o projeto e a doação de livros, inserindo na cidade a leitura desde cedo como requisito básico para uma mente em construção e equilíbrio.

Além da participação nos grupos focais, haverá o estimo ao aumento da produção científica voltada para as áreas de atuação dos alunos da graduação uma vez que os alunos terão suporte voltado as leituras de teóricos pertencentes as mais variadas áreas e suas contribuições para a produção de trabalhos acadêmicos destinados a publicação.  

Cronograma:

ATIVIDADE

01

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Leitura da Bibliografia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Coleta de dados

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Análise dos dados

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Elaboração de sumário

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Formação de grupo focal

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Contação de história

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Redação da 1ª versão do texto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Revisão do texto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Defesa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fundamentação teórica:

A leitura no ensino superior brasileiro vem sendo cada dia mais preocupante, pode perceber–se que muitas Universidades particulares não estão preocupadas no aprofundamento de conhecimento teórico e cientifico do alunado e com isso temos cada dia mais pessoas recebendo diplomas de graduação sem ter uma prática leitora eficaz para escrever e publicar experimentos e vivências que venham a contribuir para melhoria da sociedade em vivem. No Brasil já parece um mal crônico. Podemos notar que os alunos, na maioria dos casos, não tem interesse por essa atividade que envolva leitura e, se antes apontávamos a televisão como a grande responsável, hoje temos vários fatores e uma gama ampla de recursos tecnológicos à disposição dos estudantes, desviando ainda mais a atenção dos livros. Ler é uma ato importante, pois ele traz benefícios inquestionáveis ao ser humano, que vão além da evolução social e interativa, desenvolve nos mesmo um diálogo e comunicação de forma clara e facilitadora. Ela é uma “forma de lazer e de prazer, de aquisição de conhecimentos e de enriquecimento cultural, de ampliação das condições de convívio social e de interação” (SOARES, 2000, p. 19). Além disso, devemos considerar que a aprendizagem da leitura é basilar para aprendizagem de todas as disciplinas do currículo. Dessa forma, acreditamos que o desenvolvimento do interesse e da capacidade de leitura pode contribuir, automaticamente, para o sucesso não só da escolarização. Uma revista de grande circulação no país divulgou recentemente que o “melhor termômetro para aferir o grau de aprendizado de um estudante é, segundo os especialistas, sua capacidade de ler e interpretar um texto: quanto mais precária ela for, mais difícil será para ele absorver conhecimento em outras matérias” (WEINBERG e EDWARD, 2005, p. 72).

Podemos perceber através das avaliações externas que os alunos com maior intimidade com a leitura consegue apresentar resultados bem mais satisfatórios, vencendo o medo de não estarem preparados para as provas, como as da : OAB, ENADE entre outras, afinal, de que adianta passar anos em uma Universidade e não está preparado para enfrentar os desafios profissionais e pessoais que a sociedade em que estamos inseridos nos propõe enfrentar?

Em um mundo capitalista e competitivo cada vez mais e necessários estarmos nos qualificando com qualidade e capacidades de responder pelo título que temos posse. Um dos grandes desafios é implementar a leitura livre, desejada e não obrigatória.

Definir leitura não é uma tarefa fácil, mas poderíamos tentar explicá-la de uma forma bem simplista: leitura é o que acontece quando uma pessoa olha para um texto qualquer e atribui sentido aos símbolos gráficos nele inseridos (AEBERSOLD e FIELD, 1997). Porém, como se realiza esse processo de atribuição de sentido tem sido foco de atenção de pesquisadores de diversas áreas (Psicolingüística, Sociolingüística, Psicologia Cognitiva, Educação, entre outras). Ler, entendido convencionalmente como receber, tirar, transmitir conhecimentos, possui outro sentido que há muito supera esse pensamento inicial. A partir dos estudos sobre o processo de leitura, essa concepção se expandiu em direção a uma visão mais interativa e dinâmica. Hoje, a leitura é vista como uma atividade dialógica, um processo de interação que se realiza entre o leitor e o autor, mediado pelo texto, estando todos os elementos envolvidos situados em um determinado momento histórico-social.

Segundo Kleiman (2004), a leitura é uma atividade complexa devido aos múltiplos processos cognitivos utilizados pelo leitor ao construir o sentido de um texto, já que ela “não se dá linearmente, de maneira cumulativa, em que a soma do significado das palavras constituiria o significado do texto” (TERZI, 2002, p. 15).

O conceito de letramento começa a ser utilizado nos meios acadêmicos na tentativa de superar a concepção de alfabetização centrada nos aspectos tecnológicos (codificação e decodificação) da aquisição da língua escrita. Vários autores (KLEIMAN, 1995; SOARES, 2002; ROJO, 1998; TFOUNI, 2002; GOULART, 2001; entre outros), partindo de diversos paradigmas teóricos, têm-se dedicado a definir o conceito de letramento, que envolve práticas sociais efetivas de leitura e escrita. Um argumento a favor do uso do termo refere-se ao fato de que os diversos grupos sociais utilizam a leitura e a escrita de forma diferenciada em relação às suas práticas sociais e culturais. Ainda que uma pessoa não domine o código escrito e por esse motivo não possa ser definida como alfabetizada, pode ser, no entanto, considerada letrada, já que possui determinadas estratégias orais letradas e competências necessárias para participar de diversos eventos de letramento (KLEIMAN, 1995), conhecendo os usos sociais da escrita em diferentes contextos.

O que é leitura?

Definir leitura, em um sentido amplo, vista como atividade intelectual humana, não é tarefa das mais fáceis. Complicado e limitador é tentar conceituar e descrever as interfaces que compõem o todo da atividade, analisar os elementos que integram seu campo de ação, procurando ainda circunstancializar as situações em que se realiza e determinar os papéis que desempenha durante sua produção, bem como estudar e entender os autores componentes de tal realização (FREIRE, 2006). Por leitura entende-se aquele processo no qual o sujeito realiza ativamente um trabalho de construção do significado do texto. Segundo Coelho (2002), a leitura, 329 Revista Lugares de Educação, Bananeiras/PB, v. 1, n. 2, p. 325-346, jul.-dez. 2011 ISSN 2237-1451 Disponível em no sentido de compreensão do mundo, é condição básica do ser humano. A compreensão e o sentido daquilo que o cerca inicia-se na tenra infância, quando os sons, os odores, os toques, os sabores são interpretados – ou lidos – pelo bebê, quando a criança começa a interagir com seu meio, sendo-lhe oportunizadas condições de aprendizagem (MARTINS, 1994). O processo simbólico, contudo, inicia-se efetivamente quando a criança tem acesso e oportunidade de usar o material escrito, como também estando em contato com ambientes favoráveis à leitura, na presença de livros, jornais, revistas etc.

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