A leitura e a escrita na construção de sentidos por aprendizes brasileiros de Língua Espanhola

[i]Maria Cecília Ribeiro Alves

RESUMO

O presente estudo parte de uma breve pesquisa sobre a leitura e a escrita na construção de sentidos por aprendizes brasileiros de Língua Espanhola, com base na Lei Nº 11.161 (05/08/2005),de Implantação da Língua Espanhola, e as Orientações Curriculares Para Ensino Médio, e outros teóricos sobre o assunto que poderão ser reconhecidos no trabalho a seguir. O que este trabalho sugere é uma análise por parte do professor na hora de escolher seu método para ensinar a língua, uma vez que não existe uma receita, apontamos alguns caminhos. Claro sob a luz dos teóricos. Para que a leitura não seja um simples pretexto para ensinar gramática.

Palavras-chave: leitura, escrita, construção do sentido, Língua Espanhola

 

RESUMEN


Este estudio comienza con una breve reseña de la lectura y la escritura en la construcción de sentido por los estudiantes brasileños de la Lengua Española, basado en la Ley Nº 11.161 (05/08/2005),para la Aplicación de la Lengua Española y las Directrices de Currículo de Educación Secundaria, y otros teóricos sobre el tema que puede se reconocerá en el trabajo a continuación. El trabajo sugiere que se trata de un análisis realizado por el profesor en la elección de su método para la enseñanza de la lengua, ya que no hay ingresos, señalamos algunos aspectos. Por supuesto, en vista de los teóricos. Que la lectura no es sólo un pretexto para enseñar gramática.

Palabras claves: lectura, escritura, la construcción de sentido, en Español

 

            Com base na Lei Nº 11.161 (05/08/2005, que torna obrigatória a oferta da Língua Espanhola, em horário regular, nas escolas publicas e privadas brasileiras, no Ensino Médio e facultada a inclusão no ensino fundamental.

            Eis que surgiram varias questões sobre o ensino da Língua Espanhola, desde modo de ensinar, vem surgindo várias interrogações sobre o ensino, de qual espanhol ensinar, professores qualificados na área, as metodologias, enfim várias questões que com o tempo, poderão serem respondidas e até mesmo solucionadas.

            Essas questões estão sendo investigadas por vários pesquisadores de Língua Espanhola ou até mesmo línguas estrangeiras, sendo que novas questões surgem no decorrer desse trabalho. Por isso o que propomos neste artigo é um tema sobre a leitura e a escrita na construção do sentido por aprendizes brasileiros de Língua Espanhola.

            Esta também é uma preocupação por parte dos professores de Língua Espanhola, já que a língua evolui, não é estática, BAKHTIN (1997) cita que a língua se constitui através do contato com o outro, e a leitura é uma das maneiras que temos para conhecer outros povos e suas culturas. Nesta pesquisas estamos empenhados na investigação sobre o sentido que a língua causa nos brasileiros, ao terem contato com a Língua Espanhola, e sua cultura e seus modos, através da leitura e a escrita. As Orientações Curriculares Para Ensino Médio, Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, cita:

...as atividades escritas podem ser vinculadas às atividades de leitura, o texto de leitura servindo como estimulo à produção escrita. Em outros contextos, podem-se usar outros estímulos contextualizados e significativos em Línguas Estrangeira, tais como a troca de informações pessoais, pequenos relatos de passeios e eventos locais, relatos de noticias, construção de jornal mural, etc. Em Outros contextos ainda, pode-se promover a interligação de habilidades, como relatar por escrito uma entrevista oral ( com professor, colegas, familiares) ou recontar por escrito a história expressa na letra da música. (BRASIL, 122, 2006).

Uma das preocupações também ao ensinar a Língua Espanhola é a proximidade/e distância com a Língua Portuguesa, muitas vezes levam aos alunos e até mesmo a platéia escolar a dizer que é fácil aprender a Língua Espanhola, uma questão que deve ser revista sem preconceitos ou estereótipos, não simplificando, ou até mesmo reduzido, o valor de uma língua estrangeira, (BRASIL, 126, 2006), “Ao entendermos que a função maior de uma língua estrangeira no contexto escolar é contribuir para a formação do cidadão...”, com uma visão voltada para o ensino-aprendizagem da língua o professor poderá ensinar seus alunos e ajudando não criarem preconceitos contra ou a favor da língua.

            Deste modo voltamos ao nosso objeto de pesquisa, que nos traz a luz a leitura e a escrita na construção do sentido, claro que não vamos implantar uma receita resolutiva, mas sim uma proposta que pode ser desenvolvida junto ao público escolar :

O desenvolvimento da compreensão leitora, com propósito de levar à reflexão efetiva sobre o texto lido: mais além da decodificação do signo lingüístico, o propósito é atingir a compreensão profunda e interagir com o texto, com o autor e com o contexto, lembrando que o sentido de um texto nunca esta dado, mas é preciso construí-lo a partir das experiências pessoais do conhecimento prévio e das inter-relações que o leitor estabelece com ele... (BRASIL, 151 e 152, 2006)

            Partindo desses pressupostos investigamos a leitura na construção do sentido, tendo em vista que o estudante de língua, já tem uma larga experiência com leituras no decorrer da sua vida escolar, ou seja, já desenvolve suas habilidades como leitor, criando significações para cada texto lido,o leitor é visto como sujeito ativo, porque cabe a ele “inferir”, acionando esquemas e interagindo com os dados do texto (KATO, 1985).

            Desta maneira vale dizer que a “leitura com objetivos bem definidos permitirá lembrar mais e melhor aquilo lido. A capacidade de estabelecer objetivos na leitura é considerada uma estratégia metacognitiva” (KLEIMAN,2002). Cabe ao professor e estudante estabelecer essas metas para suprirem a capacidade de sentido da pratica de leitura, não só com objetivos, lexicais e morfológicos. Kleiman (1989) considera a leitura como pratica social, específica de uma comunidade, os modos inseparáveis dos contextos de ação dos leitores.

            Para Fernández & Kanashiro[1] a compreensão leitora, segundo o Quadro comum europeu de referência para as línguas: aprendizagem, ensino e avaliação, é um processo amplo, abrangente, que vai muito além do reconhecimento das palavras – seja na forma, seja no significado – e que implica, necessária e obrigatoriamente, o domínio de habilidades perceptivas, decodificação, inferência, predição, estabelecimento de relações, entre outros, assim como a adequada utilização de recursos auxiliares, como dicionários, gramáticas, meios eletrônicos, etc.

            Neste trabalho buscamos trazer a luz algumas questões sobre leitura e escrita na construção do sentido nos aprendizes de Língua Espanhola, claro que exigiria uma pesquisa mais abrangente, no momento trouxemos algumas orientações, para o desenvolvimento das aulas de Língua Espanhola, e a partir de algumas concepções de leitura e escrita, e o papel dessas habilidades para a aprendizagem da Língua Espanhola, provocando nos aprendizes ou aguçando seu desejo de conhecer, a língua, sua cultura, seu povo suas políticas, sua organização, perceber que somos diferente e singulares, que cada povo tem seus costumes, suas leis, e através das aulas de Língua Espanhola o professor, pode demonstrar vários aspectos dessa cultura e ainda, juntamente com outros professores desenvolver a interdisciplinaridade, envolvendo os aprendizes no universo do outro, fazendo sentido o ensino-aprendizagem da Língua Espanhola, através de leituras de revistas, receitas, vários gêneros, que poderão serem usados para o ensino da língua, com interação dos aprendizes.

            Como cita Fernández & Kanashiro (apud Almeida Filho, 2005, p 81) a compreensão leitora é apenas um dos elementos necessários para comunicação e deve ser abordada a partir de contextos comunicativos reais, com o propósito claramente definidos, sem perder de vista a integração dessa habilidade com as demais (ouvir, falar, escrever) e com a competência comunicativa em sentido amplo.

            Varias orientações foram citadas, mas cabe ao professor definir seu material e suas metodologias para o ensino da Língua Espanhola, uma vez que seu público é que ira aprovar seus métodos, e ao desenvolver algumas dessas habilidades poderão certamente, dizer que teve um bom professor de Língua Espanhola, e mais ainda que tiveram, compromisso com o ensino-aprendizagem, não apenas cumpriu, com sua carga horária, escondendo-se ou omitido-se, do compromisso com a educação e o futuro dos aprendizes brasileiros.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA FILHO, J.C.P. de. Lingüística aplicada: ensino de línguas e comunicações. Campinas: Pontes, 2005

BAKHTIN;M. Marxismo e Filosofia da linguagem, 9ª Ed. São Paulo: hucitec, 2002.

BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. Secretaria de Educação Basica – Brasília: Orientações Curriculares Para Ensino Médio, linguagens, códigos e suas tecnologias. Volume I

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: três artigos que se contemplam. São Paulo: Autores Associados: 1989

KATO, Mary A. No mundo da escrita: uma perspectiva psicolingüística. 5 ed. São Paulo, 1995

KATO, Mary A. O aprendizado da Leitura. São Paulo. Martins Fontes, 1985

KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: Aspectos Cognitivos da Leitura. São Paulo: Pontes. 1989.

KLEIMAN, Ângela. Oficina de Leitura: Teoria e Pratica. 9ª Ed. Campinas, SP: Pontes. 2002



[1] Gretel Eres Fernanadez é doutora da Faculdade de Educação da USP e co-autora de vários materiais didáticos para Ensino da Língua e Espanhola e Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro professora de Espanhol e Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da USP. In:leitura em língua estrangeira: entre o ensino médio e o vestibular



[i]  Acadêmica de Pós-graduação em Língua Espanhola – Universidade do Noroeste de Minas, Orientadora: Ana Paula Menezes de Santana, artigo cientifico apresentado a Faculdade de Educação FINOM, como requisito parcial para obtenção do Título de Especialista em Língua Espanhola.