Columbus leptopila é o seu nome científico e ela é a dona do canto mais antigo e mais nostálgico de todas as matas. Foi ela que primeiro habitou as florestas depois do Dilúvio, após haver vivido por 40 dias e 40 noites numa gaiola, na arca de Noé, de onde foi a terceira das 3 pombas que ele soltou para ver se as águas já estavam baixando. A primeira, não achando onde pousar, voltou para a arca.A segunda, sinalizando que as águas já estavam baixando, voltou para a arca trazendo no bico um raminho de oliveira. E a terceira, uma Columbus leptopila, nunca mais voltou e, muito tempo depois, foi chamada pelos índios de "juriti" e, ao se ver livre nas matas, por algum tempo ela se sentiu como se fosse a dona do mundo e alegrou-se muito ao preparar o ninho onde viria a chocar os primeiros ovinhos dessa segunda fase da Criação e, enquanto se ocupava nisso, o seu canto era suave e melodioso, apesar da grande saudade que ela sentia do pai dos seus filhotinhos, mas com o passar do tempo ela também foi invadida por um sentimento de medo de todos os homens, por julgar que a sua atitude de não haver voltado para a arca pudesse ser tomada como um ato de rebeldia e de desobediência, passível de punição. E foi por esse conflito de sentimentos, saudade e medo, que o seu canto foi ficando cada vez mais triste, como um gemido nostálgico. E é por isso que até hoje o canto da juriti é suave e melancólico, sendo também por essa razão que até hoje ela sente medo dos homens e se isola nas matas, só aparecendo nos quintais e nas capoeiras com muita raridade.