A INTERDISCIPLINARIEDADE NA AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA.

Raquel Maria Cezar da Silva
Maria Valcidéa do Nascimento

RESUMO
Trata-se neste trabalho sobre a Interdisciplinaridade de Aquisição da leitura e da Escrita, com foco na metodologia docente voltada pra o contexto social dos alunos a partir da experiência no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID) pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. A abordagem do trabalho foi feita na observação do lócus dos sujeitos realizados no Centro Educacional Professor Antônio Barbosa Braga, localizada no município de Irauçuba – CE. O principal objetivo é analisar o processo da Interdisciplinaridade na Aquisição da Leitura e da Escrita, a partir das práticas pedagógicas, como também conhecer o nível de leitura e escrita dos alunos. O estudo no ancorou-se em ideias de alguns teóricos como: (Brasil, 998) (Carlos, 29006), (Fazenda 1994), Dentre outros. O trabalho aborda experiências vividas no contexto escolar, diante das observações realizadas em sala de aula, pode-se perceber que nesta sala, a leitura e a escrita ainda são um ponto fraco, pois a maioria das crianças ainda não sabem ler e escrever fluentemente . Com isso o programa Institucional de Iniciação de Bolsa a Docência (PIBID), vem a contribuir com a escola para melhorar seu rendimento e aprendizagem dos alunos. Reconhecendo a Importância da Temática foi trabalhado diversas atividades interdisciplinares para que houvesse uma aquisição significativo da leitura e escrita.

PALAVRAS – CHAVE: Interdisciplinaridade. Leitura. Escrita.

1 INTRODUÇÃO

Trata-se neste trabalho de Interdisciplinaridade na Aquisição da Leitura e da escrita com foco em metodologia docente voltada para o contexto social dos alunos. O trabalho deu-se a partir do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência – PIBID / pedagogia
da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, onde foi aplicado práticas docentes nos contextos social e escolar, no município de Irauçuba no Centro Educacional Professor Antonio Barbosa Braga,com os alunos do 3° ano realizado no semestre 2011.1.
Os estudos foram ancorados nos seguintes autores: Brasil (1998); Fazenda, (1994) entre outros.
O objetivo do trabalho é analisar como se dá a Interdisciplinaridade na aquisição da leitura e da escrita, a partir das práticas pedagógicas, vivenciadas e realizadas na turma do terceiro ano. O trabalho discorrerá sobre os conceitos de Interdisciplinaridade e sua importância para a aquisição da leitura e da Escrita, assim como as práticas metodológicas vivenciadas nesta experiência que ocorreu no semestre 2011.2.

2. CONCEITO DE INTERDISCIPLINARIEDADE PARA A AQUISIÇÃO DALEITURA E DA ESCRITA

O conceito de interdisciplinaridade propõe a capacidade de dialogar com diversas ciências, fazendo entender o saber como um não partes, pode-se dizer que a interdisciplinaridade é uma proposta em que o aluno constrói seu próprio conhecimento. Para Fazenda (1994): a interdisciplinaridade visa integrar os saberes disciplinares e não eliminá-los. Não se trata de unir as disciplinas, mas é fazer do ensino uma prática em que todas demonstrem que fazem parte da realidade do educando. Ferreira ressalta:

O professor “inter” dentre as diversas conotações que podemos lhe atribuir tem o significado de troca, “o reciprocidade e disciplina, de ensino, instrução ciências logo o interdisciplinaridade pode ser compreendida como sendo a troca, de reciprocidade entre as disciplinas ou melhor áreas do conhecimentos.(1993, p.21-22)


Ao falar de interdisciplinaridade, com foco na leitura e na escrita, o professor tem de levar em conta os conhecimentos prévios dos alunos, para que se possa organizar seus pensamentos e proporcionar situações de conflitos para que o aluno busque sua equilibrarão, pois as crianças utilizam-se das mais variadas linguagens, e é a partir do seu meio de convivência que elas deverão reorganizar-se, colocando pra elas uma maneira de fácil aprendizagem.
A interdisciplinaridade apresenta-se nos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs como a dimensão que:


(...) Questiona a segmentação entre os diferentes campos do conhecimento produzida por uma abordagem que não levam em conta a inter-relação e a influência entre eles, questiona a visão compartimentada (disciplinar) da realidade sobre a qual a escola, tal como é conhecida, historicamente se constitui (BRASIL, 1998, p.30).

A escola com sua proposta pedagógica tem que está ligada com a comunidade, pois é a partir dela que o aluno está inserido, então é necessário também que se ouça, e participe a comunidade.

2.1. Concepção de aquisição de leitura e escrita
Segundo Silva (1983), para que se tenha uma visão mais geral do que vem a ser a leitura e sua dimensão, o ato de ler como uma necessidade concreta para aquisição de significados e, consequentemente, de experiências nas sociedades onde a escrita se faz presente.
Refletindo sobre a leitura e escrita Barbosa (1990), ressalta que os métodos tradicionais de alfabetização tratam a língua escrita de forma fragmentada, desvinculada do contexto de produção, ficando presos aos aspectos gráficos,letras, silabas e som, desprezando a construção de sentido, e que esses métodos alfabetizam mas não formam leitores e escritores.
Ferreiro ( 1993) também fala sobre essa temática, ela procurou saber como a criança aprende a ler e escrever, e seus estudos nos trouxeram grande contribuições, mostrando que os professores têm uma concepção equivocada da língua escrita e uma imagem empobrecida da criança que aprende, e que as mudanças necessárias para enfrentar, sobre novas bases o ensino da língua, não passam por questões de métodos. É preciso mudar o eixo por onde se passas as discussões. Ferreiro ao deslocar o eixo de como se ensina para como se aprende, suas idéias apresentam como uma revelação conceitual, demandando abandonar as pratica tradicionais de ensino.
Soares (2001, p.37), ao falar sobre essa questão, explica que “Quando as pessoas aprendem a ler e escrever, quando participam de práticas sociais de leitura e escrita elas se tornam diferentes, mudam seu estado e condição, isto é, não são as mesmas de antes, quando não sabiam ler e escrever. A apropriação da escrita faz com que as pessoas mudem seu lugar na sociedade, sua relação com as pessoas e inserção na cultura, isto é, modificam a forma de viver. Além de tudo isso, a leitura e escrita ainda transformam os aspectos cognitivos, as pessoas passam a ter controle sobre o que falam, ampliam o vocabulário e modificam a condição lingüística.”
3. MATERIAL E MÉTODOS

Nesta pesquisa pretende-se realizar os seguintes objetivos: analisar a interdisciplinaridade na aquisição da leitura e da escrita; conhecer fatores ambientais que contribuam nas construções de saberes conceituais; desenvolver e analisar uma pesquisa bibliográfica sobre a temática interdisciplinaridade nas construções dos conhecimentos dos educandos.
Dessa forma com o intuito de alcançarmos estes objetivos optamos pela abordagem de pesquisa qualitativo de cunho exploratória que investiga as pessoas em seu contexto cotidiano, que segundo Bauer (2002, p.68) “A finalidade real da pesquisa qualitativa não é contar opiniões ou pessoas, mas ao contrário, explorar o espectro de opiniões, as diferentes representações sobre o assunto em questão.” Neste caso a investigação analisa como é trabalhada a interdisciplinaridade na escola e sua influência na construção de aprendizagens significativas dos alunos, partindo de observações das práticas pedagógicas realizadas num período de Agosto a Dezembro de 2011, numa sala de aula do 3º ano do ensino fundamental da escola Municipal Centro Educacional Professor Antônio Barbosa Braga (CEPABB) no município de Irauçuba-Ce.
Também foram realizados estudos bibliográficos para nortear as análises referendadas nas idéias dos seguintes teóricos: Barbosa (1990), Brasil (2011) Fazenda, (1994), Ferreiro, (1979).

4. CHEGANDO À ESCOLA : PERÍODO DE OBSERVAÇÃO NA SALA DE AULA

Deu-se início no mês de Agosto, as observações e práticas desenvolvidas no Âmbito escolar, á chegada á escola, foi um momento esperado com muita ansiedade, tanto de conhecer, como desenvolver práticas docentes e de que maneira iria-se ajudar aquela comunidade.
Percebeu-se que é uma escola periférica e a maior dificuldade encontrava-se na relação de harmonia e respeito entre alunos, pois a cada caminhada pelos corredores sentia-se um ambiente onde a agressividade predominava. No início do desenvolvimento de atividades práticas dos bolsistas, a professora supervisora, muitas das vezes não deixava ou não se interessava pelo desenvolvimento delas. Constatou-se que os textos trabalhados pela professora não estavam relacionados com a realidade daquelas crianças, tornando-se assim aulas desmotivadas.
A leitura e a escrita era trabalhada pela professora através do livro didático e juntamente com os alunos, faziam leitura de modo tradicionalista, cartazes que continham: vogais, alfabeto, sílabas, frase, textos entre outros. Os livros utilizados pela professora era um pouco ultrapassados para a realidade daquelas crianças que necessitavam de algo mais enriquecido.
Segundo Brasil ( 2011), O ensino deve permitir aos educados uma construção de significados dos conteúdos a ser trabalhado nas aulas, sendo possível a partir da valorização e articulação dos conhecimentos já construídos pelos alunos mas vivências cotidianas dos mesmos.
No momento de produções textuais a partir das crianças, percebia-se que algumas tinham um pouco de dificuldade em até mesmo ler o que dizia a imagem a qual teria de desenvolver o texto, e as que mesmos entendiam a imagem não sabiam escrever, então é importante que ela narre a história a partir da imagem que vê, pois estará fazendo uma leitura visual o que não deixa de ser enriquecida para sua formação de conhecimentos


- Realização do projeto

A sala do terceiro ano era bastante diversificada, pois já havia crianças que sabiam ler e escrever, enquanto outras ainda não sabiam e nem conheciam as vogais, a partir dessas dificuldades encontrada. Foram feitos estudos, pesquisas e planejamentos a serem desenvolvidos no Âmbito escolar.
Trabalhou-se bastante questão de gêneros textuais, como a cada que foi de grande resultado positivo, pois procurou-se desenvolver este gênero de maneira em que o lúdico e a interdisciplinaridade fossem as principais metodologias.
Com base nos estudos de Ferreiro (1979), sabemos que há uma série de modos de representação que precedem a representação alfabética da linguagem, e que esses modos de representação se sucedem em certa ordem: primeiro vários modos de representação alheias a qualquer busca de correspondência entre a partir sonora de uma emissão e a escrita, depois modos de representação silábicas e modos de representação silábicas e modos d representação silábicas alfabéticas que precedem regularmente a aparição da escrita rígida pelos princípios alfabéticos.Durante o projeto era bastante trabalhado a contação de história, as crianças ficavam bastante atentas pois, eram contadas em forma de teatro, foi uma maneira que busquei chamar a atenção delas, de forma que percebessem outros tipos de linguagens como a corporal, entre outras.
Percebe-se com isso os educandos, muitas vezes sentem-se inseguro até mesmo com vergonha, por estarem um pouco mais distante dos outros alunos.
A interdisciplinaridade nas aulas de português pôde ser trabalhada mais profundamente a partir do subprojeto da pedagogia, pois na observação da prática docente da professora não havia a interdisciplinaridade e nem ludicidade, era considerada uma aula monótona, onde as crianças transcreviam apenas o que estava na lousa, tornando um modelo de professor tradicionalista, para Tavares e fazenda, (2005) na prática interdisciplinar o professor e aluno trabalham juntos na construção de um saber significativo, nessa perspectiva os conteúdos disciplinares, permitindo que os alunos resgatem o saber em sua totalidade.
As crianças do Centro Educacional professor Antônio Barbosa Braga-CEPABB, são carentes de afetividade no âmbito escolar, percebe-se a falta de diálogo, companherismo amor e carinho entre professor e aluno com a chegada dos Bolsistas pibidianos, ficaram um pouco agitados, pois percebia-se no rosto de cada um, a curiosidade e experiência de ambos as partes.

5. ANALISE DOS DADOS

Os alunos do terceiro ano do Centro Educacional Professor Barbosa Braga, do município de Irauçuba- Ce, tiveram um bom desempenho na realização do projeto e que ajudou para a formação acadêmica, pois foram novas experiências enriquecedoras, e aprendizagem a serem exploradas e melhoradas por outro lado. É gratificante o resultado Institucional de Bolsas de iniciação á Docência, PIBID), oferece, a partir dele podemos desenvolver práticas pedagógicas, nos relacionamentos de perto com as vivências de alunos na sala de aula.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Baseado em tudo que foi discutido neste trabalho, os teóricos afirmam que o professor tem que está bastante em conexão com o aluno e valorizar os conhecimentos de cada um, para que possibilite uma aprendizagem contínua.
Percebe-se que a realidade da escola Centro Educacional Professor Antônio Barbosa Braga-CEPABB, a leitura não é incentivada como deveria ser, por isso a torna uma escola que se tem poucos leitores fluente. O espaço reservado à leitura (biblioteca), está sendo utilizada como sala de aula. É essencial que a escola se preocupe, com cada detalhe.
A experiência que o (PIBID), nos proporciona é de suma importância para nossas vidas acadêmica, e durante essas observações e práticas em sala de aula, pode-se aprender também, como lidar com a variedade de dificuldades a ser encontrada no âmbito escolar.
Na escola, especificamente na sala 3º ano, cujo projeto está sendo desenvolvido, percebe-se a falta de afetividade entre professor-aluno, onde no início sentiu-se um pouco de dificuldade com a professora, pois não sentia segurança no transpassar de seus conteúdos, via-se também a falta de mediação. Sabemos que para uma aprendizagem significativa é preciso um mediador de conhecimento entre os educandos e por muitas vezes, senti a professora um pouco distante da realidade daquelas crianças.
Conclui-se que as práticas pedagógicas realizadas na sala de aula, foram de grande relevância para a vida daqueles educandos, pois eram aulas bem planejadas e sempre buscando estimular a participação de todos foi notável o crescimento de alunos que antes não sabiam nem ao menos as vogais e ao término do semestre já estavam conseguindo formar frases. Acredita-se ter respondido com a necessidade de todos, pois foi um projeto bem estruturado, onde é perceptível o resultado positivo que obteve-se, pois quando chegamos á escola, encontramos crianças que ao menos conheciam as vogais e ao fim do semestre jê estavam formando frases, enfim e muito gratificante o resultado visto, esse é o intuito, transformar alunos em leitores e escritores críticos para a vida.


7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAUER, M. W e GASKELL, G., 2002. Pesquisa Qualitativa com Texto, Imagem e Som: um manual prático. Editora Vozes, Petrópolis. Brasil.

   
BRASIL. Secretária de Educação Fundamental. Parâmetro curricular nacionais: primeiro ao quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília: MECISEF, 1997- 1998;
FAZENDA, Ivani (org.) práticas Interdisciplinares na Escola. 10. ed. São Paulo: Cortez,1993
FERREIRO, Emília. Alfabetização em Processo. 18. ed. São Paulo: Cortez, 2007.
SILVA , Maria Alice Setúbal Souza. A linguagem escrita numa perspectiva interacionista: Embates e Similaridades. Caderno idéias nº 20, FDE, 1993.
SOARES , Magda. Linguagem e escala: uma perspectiva social. 17 col. São Paulo: Atica,2001.
BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e Leitura. São Paulo: Cortez, 1990.