Procurarei dar relevo no presente artigo a três grandes desejos que sempre estiveram presentes no espírito humano desde sua criação miraculosa (a partir de material pré-existente e pelo pneuma divino), até os nossos dias, e relacioná-los com a ciência moderna. Estes desejos secundum quid são legítimos, porém, o grande problema reside em seu deslocamento de alvo e sua independência alheia a boa e perfeita vontade de Deus, manifesta na revelação judaico-cristã. Estes desejos legitimamente humanos, que com o passar dos anos transformaram-se em tema e objeto de estudo das ciências positivas, podem ser relacionados com duas passagens das escrituras veterotestamentárias, a saber, a queda do primeiro casal( Genesis 3), e a Torre de Babel (Genesis 11). Dos temas abordados, o primeiro pertence às ciências biológicas, mais especificamente à genética, o segundo reporta-se à filosofia prática (política), e o último está ligado à astronomia.
O primeiro tema é a aspiração das ciências biológicas pela imortalidade humana; hoje se fala em alcançar a imortalidade da vida quando se estuda o genoma humano. Alguns geneticistas afirmam que a humanidade no futuro, após mapear o genoma humano e descobrir o gene que causa a morte, poder reverter seu processo e alcançar a imortalidade. Não obstante o parentesco com o dogma da imortalidade da alma no contexto da religião, a imortalidade reporta-se agora a materialidade, não se fala de alma imortal no pós-vida como conhecemos, mas imortalidade no âmbito natural. O desejo pela imortalidade da vida no âmbito natural, , sempre foi um sonho humano, desde o mito da fonte da juventude até o Drácula de Bran Stocker, e nos nossos dias o mito persiste com maquiagem de ciência positiva.
No livro do Genesis relata-se o momento em que o primeiro casal é tentado a comer do fruto da árvore do bem e do mal, a serpente, que é Lúcifer, ao oferecer o fruto proibido, afirma que os humanos não irão morrer ao transgredir a lei de Deus, é o princípio do mito da imortalidade independente de Deus, o qual é o doador da vida. Lúcifer ao dizer a Eva " certamente não morrerás" esta introduzindo no mundo esta grande mentira. Neste sentido a aspiração humana pela imortalidade, é uma perversidade, pois se opõem a ordem que a Divindade estabeleceu. A questão ética sobre a licitude de estender permanentemente a vida por meio de manipulação genética, deve ser resolvida para os cristãos com base na escritura da verdade, a Bíblia, segundo a qual, a imortalidade da vida deve ser aspirada após o plano corpóreo e natural e em conexão com os ditames divinos .
O segundo tema que destaco é o desejo pela unidade e paz da raça humana de forma independente de Deus. Hoje se fala em paz através de uma nova ordem mundial, e desde a criação da liga das nações, a antiga ONU, criada após a Segunda Guerra Mundial com o intuito de alcançar a paz por meios humanos, tal tentativa verifica-se frustrada. A ONU constitui-se uma grande falácia, pois serve mais aos interesses das nações poderosas em detrimento das mais pobres do que promove paz e justiça, e certamente permanecerá assim, até que surja o falso Messias dos judeus, o Avatar dos indus, o Maitreia dos budistas e o Anticristo para os cristãos protestantes, para estabelecer uma falsa paz. Novamente repete-se a idéia de materialidade já vista no que toca a imortalidade, segundo a qual a realização humana será efetivada somente através de recursos materiais pela prosperidade, e ausência de violência pela paz mundial, negligenciando o elemento espiritual do homem dado pelo sopro divino.
O antigo testamento fala de uma tentativa dos homens no período pós-diluviano, de unir o mundo por forças meramente humanas e independentes de Deus através da construção de uma torre que uniria o mundo e traria a paz. Deus abominou tal tentativa, o que resultou na famosa confusão das línguas. Toda tentativa de unir o mundo sob uma única filosofia, segundo a proposta da Nova Ordem Mundial, que é um subproduto da chamada Nova Era, sem a intervenção direta de Deus, é um grande erro, que está destinado e ser punido pela justiça divina, como ocorreu no passado pós-diluviano. Cristo nos ensinou a pedirmos a vinda do seu reino na oração modelo, e nunca estabelecermos por nossas próprias mãos, portanto devemos aguardar ansiosamente este reino, o qual segundo as profecias irá durar mil anos literais , após o período chamado pela escatologia de Grande Tribulação.
E finalmente o anseio humano por alcançar o céu por meios materiais e humanos. Os antigos babilônios aspiravam subir ao céu pela construção da torre, se o objetivo era lutar contra Deus, o qual mandara o dilúvio, ou se proteger de uma próxima catástrofe não se sabe; hoje os nossos cientistas, um pouco mais modestos, querem alcançar outros planetas. A bíblia ao dizer que " os céus são os céus do Senhor, mas a terra deu Ele aos filhos dos homens", proíbe a incursão ilusória do homem para o espaço; a própria ida para a lua foi a mentira mais elaborada do século e os conspiracionistas já o provaram com milhões de argumentos, principalmente com o argumento de cinturão de Van Halem, que é a camada além da atmosfera da terra que contém tamanha radiação que tornaria impossível ao ser humano estar em contato com ela. O homem não foi à Lua, e nem irá, tampouco a outros planetas, pois a terra é o limite natural dado por Deus ao homem. O mais importante do que conhecer outros planetas, ou a origem do universo, sem jamais ser retrogrado quanto à técnica, é conhecer nossa própria condição existencial; devemos nos preocupar mais com as questões éticas, do que com a cosmologia, mais com a essência espiritual do homem do que com as coisas materiais.