Atualmente, muito se tem discutido acerca das questões referentes ao processo de alfabetização bilíngüe. As metodologias têm se modernizado para atender a demanda de pais interessados em colocar os seus filhos em uma escola bilíngüe.

No dilema em que vivemos, dentro do aspecto educacional contemporâneo, busca-se um conjunto de leituras e estudos que possam, de forma plausível, auxiliar na prática pedagógica bilíngüe visando, unificar os trabalhos rumo a uma construção do saber prático colocando, paralelamente, os problemas relevantes às novas perspectivas de trabalho.

Quando paramos para pensar nos problemas de aprendizagem, raramente percebemos suas atribuições e qualidades, tentando encontrar soluções para os problemas, fazendo um trabalho curativo, que nem sempre é o que a criança precisa. Percebe-se  a complexidade do trabalho com a alfabetização e a inserção de um segundo idioma, nota-se que existe uma real necessidade de se analisar a prática do professor, para que se garanta um processo de aprendizagem e troca de experiências. Desta forma, a importância fundamental de uma aprendizagem da leitura e escrita do inglês que consiga ir além da pura e simples decodificação de sons e letras, mas sim que venha garantir que os educandos consigam compreender o sistema de representação da escrita e da fala e, principalmente, apreendam a divisão de culturas e sua importância e aplicação no mundo em que estão inseridos. Mas será que a  inserção de um segundo idioma no processo de alfabetização proporcionaria uma aprendizagem realmente significativa na linguagem falada e escrita pelo educando, sem que haja a interferência da criança no convívio fora da escola, no sotaque da língua e na cultura dos paises?

Ao se colocar diante desses novos e constantes estímulos é necessário que o educador-alfabetizador, tenha consciência de que a criança quando inicia o processo de alfabetização ainda não tem noção da língua falada e escrita, somente a base que é dada no convívio familiar. E que a importância de construir uma proposta educacional que leve o aluno a adquirir e desenvolver dois idiomas nas séries iniciais, é primordial e necessário que a relação dos dois, consista na cooperação, sem imposições na qual a criança possa compor e ampliar o seu conhecimento.

Cabe aos educadores-alfabetizadores motivar o educando para a leitura e escrita do segundo idioma e acompanhar e interpretar a sua evolução. Possibilitando a criança a atingir a livre expressão na escrita, e na fala bilíngüe, tendo plena autonomia para agir, descobrir, inventar e criar, sabendo estabelecer relações entre os idiomas e o conteúdo que é proposto.

Desta forma, percebe-se a necessidade de se buscar um encaminhamento de trabalho com a alfabetização dos dois idiomas, onde se garantam não apenas conteúdos de forma isolada e descontextualizada, mas que ocorra um processo dinâmico de aprendizagem bilíngüe, vivenciando as diferenças culturais de forma integrada, transformando a aquisição da leitura e escrita em um ambiente prazeroso e criativo, sem que a nova língua interfira no seu convívio, mas construindo assim a sua aprendizagem.