Resumo: Atualmente vive-se em uma nova era, a qual se caracteriza pelo desenvolvimento tecnológico, pela introdução do computador nos mais diversificados meios de convergência dos homens. Uma nova era em que as pessoas começam a gostar de interagir, opinar e participar. O meio digital passou a ser de fato, uma poderosa alavanca de transformação da sociedade. Essa nova era da informatização norteia este artigo, no qual procurou-se ressaltar o contexto histórico do computador, bem como sua introdução na sociedade e principalmente na escola, observando as mudanças e desafios da educação tecnológica. Assim foi possível explorar alguns reflexos da tecnologia no ambiente escolar, tais como: atração, interação e divertimento.
Palavras-chave: Educação. Informática. Sociedade. Professor. desafios

O mundo atual é facilitado em todas as instâncias da vida pelo uso do computador. Sua influência na vida cotidiana tem-se se tornado tamanha que motiva as investigações e debates nessa direção. Nesse sentido, de forma despretensiosa, objetiva-se neste capítulo compreender como se deu a consolidação do computador na sociedade, bem como seus reflexos na escola.

Assim como salienta Morimoto (2007), o computador teve seu início a partir de uma máquina de calcular. Mas, com o passar dos tempos, a evolução foi inevitável devido à necessidade de se obter cálculos rápidos e precisos, facilitar a organização de informações e o armazenamento de dados. Porém os computadores são desprovidos de inteligência. São apenas máquinas que executam instruções repetitivas com a finalidade de facilitar a vida do homem. A inteligência cabe ao homem por desenvolver essas máquinas. O computador na década de 1945 era montado em uma sala com um grande espaço físico, que chegava a ser maior do que um apartamento com quatro cômodos. Nesse lugar, as paredes eram repletas de máquinas, como se fossem armários. Nelas, havia centenas de botões, um emaranhado de fios e dezenas de luzes que não paravam de piscar. Para ligar essas máquinas (computadores) era necessário ter bastante conhecimento técnico. Sendo necessária a permanência de pessoas capacitadas para operá-las dia e noite com a finalidade de manter um funcionamento constante. De acordo com a revista guia do hardware, o custo dessa mão-de-obra era aproximadamente de $ 200.000 (duzentos mil dólares) por dia. Atualmente as calculadoras de mão, com um custo próximo a R$ 3,00 (três reais), tem o processamento mais rápido que um ENIAC (Eletronic Numerical Integrator Analyzer and Computer – sigla para Integrador e Computador Numérico Eletrônico, em inglês). Este foi o primeiro computador construído no mundo, tinha um metro e meio de altura e mais de 20 metros de comprimento. O ENIAC foi construído em 1945, por John Mauchly e John Eckart Jr., ambos americanos. Era muito diferente dos computadores atuais, pois não tinha monitor, teclado e mouse.

Além do tamanho imenso, o primeiro computador da história tinha outras curiosidades. Ele pesava trinta toneladas, equivalente ao peso de dez hipopótamos. E sua capacidade de processamento era bastante inferior ao de um relógio digital, que é mais preciso que o mesmo. Sempre havia erros nas operações lógicas aritméticas, estava em constante manutenção e a saída dos dados era muito lenta. Ao fazer uma conta de multiplicar, ele demorava cerca de onze segundos, bem inferior aos nanossegundos obtidos pelos processamentos dos processadores do século XXI. O ENIAC foi criado para quebrar os códigos de comunicação e realizar vários cálculos de artilharia para ajudar as tropas aliadas dos Estados Unidos, ou seja, ajudar a decifrar códigos secretos, usados na Segunda Guerra Mundial. E ele só fazia essa tarefa graças às suas 18 mil válvulas. Cada válvula funcionava como um interruptor de luz, que ligava e desligava, emitindo pequenas cargas elétricas. Esse movimento era interpretado assim: se a válvula ligasse, o computador entendia um 1 (um). Se desligasse, era um 0 (zero). O computador lia esses zeros e uns e ia formando combinações numéricas. Pode-se citar como exemplo esta seqüência de números: 00111010111001.

Até hoje as informações dentro de um computador trafegam assim. Os “zeros” e “uns” compõem os bits, a menor unidade básica da linguagem dos computadores. De acordo com Morimoto, (2007):

Nas décadas de 1940 e 1950, todos os computadores do mundo eram gigantescos e caros, agregando tudo o que havia de mais avançado em termos de conhecimento humano..., os supercomputadores continuam existindo tão grandes e caros quanto um ENIAC, porém comparavelmente mais rápidos que os micros de mesa. (p.53).

Sendo assim, os supercomputadores ainda existem, porém estes são mais rápidos do que o ENIAC e até mesmo mais rápidos do que qualquer microcomputador que se tem atualmente disponível no mercado. Sendo assim Pereira (2007) ressalta que:

A informática é uma tecnologia que nasceu para fazer cálculos muito rápidos, em grande quantidade. Surgiu com o objetivo de ajudar o comércio, a indústria, principalmente a bélica, a fazerem seus megacálculos. Os Estados Unidos só conseguiram lançar a bomba atômica sobre Nagasaki porque tiveram o aporte dos computadores para fazer os complexos cálculos exigidos pela tarefa. (p.01).

Embora tenha sido criado para fazer os cálculos de guerra e para atender as necessidades das indústrias, hoje a informática está presente no cotidiano das pessoas e ela é aplicada em diversos setores, inclusive o da economia. Essa revolução certamente não deixou de afetar a educação. Diariamente os jornais, revistas ou livros apresentam através de quadros, tabelas, relatos e gráficos as transformações que a tecnologia vem fazendo na educação. A utilização das novas tecnologias de informação e comunicação, como ferramenta, traz uma enorme contribuição para a prática escolar em qualquer nível de ensino.

Atualmente é evidente que as novas tecnologias de informação e comunicação podem potencializar a mudança do processo de ensino e aprendizagem e que, os resultados promissores em termos de avanços educacionais relacionam-se diretamente com a idéia do uso da tecnologia a serviço da emancipação humana, do desenvolvimento da criatividade, da autocrítica, da autonomia e da liberdade responsável.

Entre as novas tecnologias, o computador ocupa um lugar de destaque pelo poder de processamento de informação que possui. Neste contexto, o computador não pode ser visto como “modismo”, mas como uma ferramenta que poderá contribuir no processo da aprendizagem. Dentro desta perspectiva, a formação dos educadores deve favorecer uma reflexão sobre a relação entre teoria e prática e proporcionar a experimentação de novas alternativas pedagógicas, aprimorando e apropriando novas práticas ressignificando-as, promovendo a transformação necessária.

Nos últimos anos, a utilização da informática na educação vem crescendo consideravelmente. Esta utilização tem permitido a criação de várias experiências de aprendizagem. O resultado dessas experiências evidencia a grande versatilidade da informática na educação. O uso da informática pelas escolas cresce a cada dia, tanto na área administrativa quanto na área pedagógica. Seu uso adequado oportuniza o desenvolvimento e a organização na construção do pensamento, bem como, desperta o interesse e a curiosidade dos alunos, elementos fundamentais para a construção do conhecimento.

A hipótese é que, escolas que utilizam computadores no processo de ensino-aprendizagem apresentam melhorias nas condições de estruturação do pensamento do aluno com dificuldades de aprendizagem, compreensão e retenção, melhoram também a aprendizagem de conceitos matemáticos, pois o computador pode constituir-se em um bom gerenciador de atividades intelectuais, desenvolver a compreensão de conceitos matemáticos capaz de desenvolver o raciocínio sobre idéias matemáticas abstratas, além de tornar a criança mais consciente dos componentes superiores do processo de escrita.

Assim, é pertinente compreender em que consiste a Informática Educativa para vislumbrar estratégias de atuação pedagógica com essa forma diferenciada de ensino.

1.1 O que é Informática na Educação?

O termo "Informática na Educação" tem assumido diversos significados dependendo da visão educacional e da condição pedagógica em que o computador é utilizado. Porém em geral, a Informática na Educação significa a inserção do computador no processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos curriculares de todos os níveis da educação. Os assuntos de uma determinada disciplina da grade curricular são desenvolvidos também através do computador.Sendo assim salienta Borges (apud SILVA, 2001) que: “A informática na educação caracteriza-se pela utilização da informática através de softwares desenvolvidos para propiciar suporte à educação como os tutoriais que, em geral, trazem características lineares de aprendizagem”. (p.83)

A partir do momento em que o computador for utilizado pelo professor no ensino-aprendizagem do aluno, faz-se necessário explicitar, que essa visão elimina o uso do computador para ensinar conteúdos de ciência da computação ou "alfabetização em informática". Nesse caso, o aluno usa o computador para adquirir conceitos computacionais, como princípios de programação, implicações sociais do computador na sociedade e os ensinos curriculares. Essa abordagem tem sido bastante divulgada e é a solução que muitas escolas encontram para o uso do computador na educação. Para tanto, o atual currículo é incrementado com uma disciplina de "Introdução à Informática" cujo objetivo é ensinar computação. Porém, do ponto de vista educacional, isso não altera o modo como os conteúdos das outras disciplinas são ministrados. Levin (2007) enfoca que: “O computador é a ferramenta de técnica mais refinada, pois ela administra, ordena, classifica, emite sons, fala, interage, faz intercâmbio e domina. Ele cria imagens universais, disciplinadas e homogêneas com as quais as crianças se identificam”. (p.67).

Sendo assim, a Informática na Educação significa o desenvolvimento do conteúdo de disciplinas curriculares por intermédio do computador, utilizando softwares educativos. Por exemplo, o conteúdo de uma determinada série pode ser desenvolvido integrando o computador aos métodos tradicionais que o professor usa. No entanto, isso pode ser feito pelo próprio professor da disciplina, como por um especialista em informática, cuja missão é desenvolver as atividades de uso de computador na escola.

Em geral, a presença do especialista em informática tem sido adotada por escolas que deseja ter o computador implantado nas atividades educacionais, mas não estão interessados em resolver as dificuldades que a inserção do computador acarreta como a alteração do esquema de aulas, ou investir na formação dos professores das disciplinas.

Salienta Grinspun, (2002) que de acordo com:

A Lei nº 9394/96 das Diretrizes e Bases da Educação Nacional traz referências explícitas e implícitas sobre tecnologia, como domínio dos princípios científicos que presidem a produção moderna (art. 35); o incentivo ao trabalho de pesquisa e investigação científica, visando ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia (art. 43); a determinação de uma educação profissional, integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia (art. 39). (p.25)

Deste modo com a nova LDB nº 9394/96, a educação teve mais ênfase e foi pela primeira vez tratada de forma significativa e ampla, mas assim como salienta Grinspun (2002) que para a viabilização da educação tecnológica necessita-se: “pensar sobre valores subjacentes ao indivíduo, que pode criar, usar e transformar as tecnologias, mas não pode se ausentar, nem desconhecer os perigos, desafios e desconfortos que a própria tecnologia pode acarretar” ( p.27).

A Informática na Educação que o MEC-PROINFO (Programa Nacional de Informática na Educação) tem adotado enfatiza o fato de o professor da disciplina curricular ter conhecimento sobre os potenciais educacionais do computador e ser capaz de alterar adequadamente atividades tradicionais de ensino-aprendizagem e atividades que usam o computador. No entanto, a atividade de utilização do computador pode ser feita tanto para continuar transmitindo a informação para o aluno, ou seja, para reforçar o processo instrucionista, quanto para criar condições de o aluno construir seu conhecimento.

1.2 Informática na Escola: algumas compreensões

Atualmente quem mora fora do Brasil pode ler os noticiários do que ocorre pela Internet, pode movimentar uma conta bancária, enfim ver o que está acontecendo no mundo todo. Os bancos estão na Internet assim como as indústrias e, também, as escolas.

De acordo com Veiga (2001):

A escola ao introduzir o computador como um meio de aprendizagem não deve deixar que este se torne um artigo de luxo, criando assim adultos egoístas e anti-sociais. Ela deve buscar neste, um meio de desenvolver cidadãos mais críticos, sociais e independentes, repensando assim o seu papel frente a novas tecnologias. (p.06)

Portanto, a informática quando adotada nas escolas deve se integrar ao ambiente e à realidade dos alunos, não só como ferramenta, mas como recurso interdisciplinar, constituindo-se também em algo a mais com o qual o professor possa contar para bem realizar o seu trabalho, desenvolvendo com os alunos atividades, projetos e questionamentos. Para Coscarelli (2003):

O uso da tecnologia na sala de aula em relação ao ensino/aprendizagem cria novas condições de produção do conhecimento..., para isso é necessário conscientizar os responsáveis pela construção e implementação dos projetos de ensino/aprendizagem, para que haja uma redefinição do espaço da sala de aula enquanto ambiente de orientação metodológica e para que as categorias de avaliação, normalmente centradas no produto, sejam avaliadas. (p.62).

Tem-se uma grande preocupação em saber como estas tecnologias: internet, computador e softwares estão sendo incorporadas ao processo educacional e o que estão trazendo de transformação, inovação ou simplesmente de melhoria para a educação dos alunos.

Uma das maiores preocupações sobre o uso destas tecnologias na escola é a possibilidade de uma efetiva comunicação com criatividade, porém sem a devida capacitação do professor, com o argumento de que o que irá ocorrer é uma reprodução de exatamente as mesmas práticas antigas, repressoras e centralizadas. Mas isso não é uma preocupação de um determinado local e sim do Brasil.

A informática é uma área com ampla variedade de aplicativos (desde bancos de dados à inteligência artificial, passando pela robótica e os sistemas de apoio à decisão), é importante detalhar a questão dos usos da informática na educação. Segundo, Sancho (1999) “os usos não podem ser definidos de maneira completa nem fechados” (p.12), pois com a constante mudança e aprimoramento da informatização é preciso que o professor esteja aberto a novas experiências e conhecimentos. Não existe dúvida que o computador é uma ferramenta que auxilia no processo de ensino e aprendizagem, e que seu uso permite um processo de ensino e aprendizagem diferente, o que não é possível afirmar, é que o uso da informática implique numa melhoria "real" na aprendizagem, porque infelizmente os profissionais ainda não estão realmente qualificados, sendo que na maioria, o aluno sabe mais que o professor, necessitando neste caso de uma rápida capacitação dos profissionais da educação em relação à informática. Veiga (2001) enfoca que:

A escola precisa de professores capacitados e disponibilizados a encarar esse novo ícone que é a informática educativa sem medo de que algum dia seja substituído por computadores. É preciso então que haja uma integração entre o meio escolar e o corpo docente, desenvolvendo assim a sociabilidade dos alunos e a familiaridade dos professores com o mundo da tecnologia. (p.08)

Assim a utilização do computador para a criação de ambientes de aprendizagem é uma das tantas possibilidades de uso desta ferramenta na educação. Mas, para criar um ambiente de aprendizagem centrado no aluno como agente ativo é necessário considerar que o ambiente deve prever não apenas apresentação de situações de aprendizagem, mas também, permitir ao aluno a criação de novas situações, lembrando que essa resolução pode ser social e não apenas individual.

1.3 Mudanças e Desafios da Educação Tecnológica

Para muitos, as novas tecnologias de informação e comunicação, centradas no computador, por serem simples ferramentas, não terão grande impacto sobre a educação, não passando de modismo pedagógico. De acordo com Melo (s/d), até meados do século XV a comunicação escrita, através de cartas, panfletos e livros, já havia se tornado uma prática social bem estabelecida, pois vinha sendo usada há pelo menos dois mil anos, porém escritos à mão. Por volta de 1450 Gutenberg inventou a prensa de tipos móveis. De repente, uma nova tecnologia tornou possível, imprimir milhares de cópias idênticas de panfletos e livros. Antes do final do século XVI já havia, literalmente, milhões de livros impressos esparramados pelo mundo ocidental. Foi apenas uma mudança na tecnologia, mas provocou uma revolução. Há consenso, hoje, de que o protestantismo, a ciência experimental e os estados nacionais, que hoje são parte essencial do cenário em que vivemos, pelo menos no Ocidente, dificilmente teriam surgido e se desenvolvido tão rapidamente sem o invento de Gutenberg. Isso nos mostra que mudanças nos meios podem produzir grandes transformações sociais, econômicas, políticas e, naturalmente, culturais.

Houve mudança significativa nos fins e nos métodos da educação em decorrência dessa nova tecnologia. A partir do século XV, começou a desgastar-se o ponto de vista de que o fim principal da educação escolar é transmitir informações, de um-para-um, ou de um-para-poucos, num contexto presencial. Com a invenção de Gutenberg tornou-se possível transmitir informações de um-para-milhares. O que o livro fez no século XV e nos séculos seguintes, as novas tecnologias vão fazer em escala ainda muito maior nos dias de hoje. Com um componente adicional, o qual faltava no livro, que era a comunicação interativa e quase instantânea.

A partir do final do século XIX e início do século XX, a informática na educação teve maior repercussão nas escolas, pois os alunos já estão se adentrando nas instituições com algum conhecimento sobre informática, desse modo necessita-se cada vez mais de profissionais qualificados para o uso adequado das novas tecnologias. Porém, apesar das mudanças na informatização, tais melhorias profissionais ainda não estão viabilizadas na prática. Cox (2003) reforça o assunto observando que:

O corpo docente da escola que se prepara parra ser repensada e para implantar as ferramentas computacionais em sua prática educacional precisa de capacitação para bem explorar os novos ambientes de trabalho e para contribuir com o processo de reformulação. (p.75)

Sendo assim, o desafio é encontrar profissionais da educação que combinem o tradicional ensino com o ensino virtual, ou seja, através de softwares educativos. Sendo pautado também como desafio à melhoria do ensino, pois alguns professores não vêem na tecnologia a oportunidade de melhorar suas práticas de ensino. Para que realmente ocorra melhoria no ensino é necessário profissionais da educação que se disponibilizem a se capacitarem, pois atualmente o mercado de trabalho exige a constante capacitação do professor. Como relata Cox (2003), para que o professor possa trabalhar com a informática na educação e dessa forma viabilizar um trabalho de qualidade e competência é necessário que:

[...]os professores, assim como os outros agentes educacionais, precisam dispor de conhecimento e habilidades específicas. Precisam, dentre outras coisas, conhecer as ferramentas computacionais que podem ter serventia à sua pratica educacional escolar e saber explorar os instrumentos da informática de forma que atendam aos objetivos educacionais.(p. 109)

A produção de materiais didáticos também é um grande desafio para o professor, pois este não está devidamente adaptado às novas tecnologias, sendo que o material mais usado é o Word, porém sem os devidos esclarecimentos da utilização. Ressalta Cox (2003) que:

A capacitação dos professores é requisito indispensável a toda a construção e/ou reconstrução do processo educacional escolar, pois o docente, em conjunto com o aluno, constitui a instância escolar mais próxima da formação propriamente dita do ser humano, objetivo-fim primordial da educação: a formação do homem. (p.107)

Sendo assim, o professor que tenha capacidade de realizar um trabalho de qualidade, conseguirá superar os desafios, viabilizando uma educação autônoma, de qualidade, com materiais didáticos adequados. O desafio da autonomia é uma necessidade inevitável para o novo mercado de trabalho que está surgindo nas sociedades tecnológicas. Pois os estudantes precisam aprender habilidades de comunicação e de pensamento a fim de se tornarem auto-suficientes e flexíveis na adaptação para diferentes trabalhos.

Atualmente com a constante mudança e aperfeiçoamento da informatização, o profissional precisa capacitar-se e buscar novos conhecimentos, para que deste modo consiga formar cidadãos críticos, pensantes, sendo aptos para inserir na sociedade futuramente.

1.4 A Informática na Educação: um resgate ao prazer de aprender

Há uma grande importância da informática na Educação Infantil e Fundamental, pois desde pequenos quase todas as crianças têm contato com a tecnologia. Tudo que nos rodeia é pura tecnologia. Sendo assim, torna-se imprescindível abrir horizontes para outras formas de aprender e lidar com as inovações que estão surgindo no mercado.

Nos dias atuais percebe-se a presença intensa de instrumentos tecnológicos que vêm possibilitando uma nova razão cognitiva, um novo pensar, novos caminhos para construir o conhecimento de forma prazerosa e lúdica. Porém, esta constatação provoca muitos questionamentos na sociedade, inclusive nos professores, que vêem, de um lado, estas tecnologias com certa desconfiança e, de outro, com expectativas exageradas que fogem à realidade, uma vez que acreditam que estes elementos tecnológicos, por si só, possam resolver os problemas do sistema educacional. Então é necessário construir uma postura de equilíbrio, percebendo as possibilidades e limites destas tecnologias no ambiente escolar.

Pierre Lèvy (1993) vem denominando esses elementos tecnológicos como sendo significativos para os alunos e para a escola, na medida em que possibilitam uma transformação da tecnologia cognitiva. As tecnologias da inteligência

[...] reorganizam, de uma forma ou de outra, a visão de mundo de seus usuários e modificam seus reflexos mentais. (...) Na medida em que a informatização avança, certas funções são eliminadas, novas habilidades aparecem, a tecnologia cognitiva se transforma. (p54)

O computador é uma tecnologia de extrema importância para todos e desde pequenas as crianças são atraídas e fascinadas por ele, deste modo os educadores devem então tornar este aprendizado prazeroso valendo-se de diversos recursos para que a criança seja instigada a pensar e agir, utilizando-se da máquina como um acessório para o desenvolvimento de sua aprendizagem. A escola então tem um papel fundamental na construção do uso desta tecnologia. Deste modo segundo Alves (2007): “... a interação com os computadores, games, livros, Internet, TV, vídeo, representam a possibilidade de alteração das estruturas cognitivas do indivíduo, gerando um desequilíbrio que instaura uma nova forma de pensar”.(p.01)

Então se o computador for trabalhado com softwares educacionais que possibilitem a aprendizagem em sala de aula, conseqüentemente haverá um envolvimento por parte dos alunos no que está sendo proposto pelo professor e desse modo acarreta-se um ensino/aprendizagem de qualidade, no qual os alunos estarão aptos a agirem com criticidade.

REFERÊNCIAS

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COX, Kenia Kodel. Informática na educação escolar-Campinas, SP: Autores Associados, 2003. – (Coleção polêmicas do nosso tempo, 87).

GRINSPUN, Zippin (org.). Educação tecnológica: perspectivas, 3. ed. São Paulo: Cortez, 2002.

LEVIN, Esteban. Rumo a uma infância virtual?: a imagem corporal sem corpo; tradução de Ricardo Rosenbusch. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.

MELO, Adelino de. Apostilado de História (Ensino Fundamental e médio). Ed. Silvanellli. s/d.

MORIMOTO, Carlos Eduardo. História do Computador. Revista Guia do Hardware. Net: sua fonte de informação, ano 1, janeiro.2007.

PEREIRA, Simone. Informática educativa. Disponível em: http://www.tecnologianaeducacao.com.br acesso em: 02 de junho de 2007 às 19h45min. PIAGET, Jean. A Epistemologia Genética. Rio de Janeiro: Vozes, 1972.

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VEIGA, Marise Schimidt. Computador e educação? Uma ótima combinação. Petrópolis, 2001. Pedagogia em foco. Disponível em: < http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/inedu01.htm>. Acesso em 24 out. 2007.