A INSERÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA EDUCAÇÃO: Uma contribuição para a redução da violência estudantil. ¹

 

Por: Jaciara Costa Santos ²

 

RESUMO: Considerando os múltiplos acontecimentos nas escolas públicas de ensino no que tange à violência estudantil demasiadamente incontrolada pelos profissionais da educação, discute-se a Importância da inserção o Assistente Social, com a finalidade de contribuir para dirimir as questões sociais enfrentamento das diversidades, possibilitando agir no acolhimento e intervenção das múltiplas atitudes violentas, resgatando vínculos: aluno, família, escola, comunidade.

Dessa forma sustenta-se a hipótese de que o assistente social mediante a sua prática interventiva no núcleo social e educacional pode contribuir para a redução da violência estudantil, frente às atitudes recentes dos alunos em agredir professores e agir contra o patrimônio publico com ações de vandalismo.

 

Palavras chave: Educação; Alunos; Assistente Social; Violência; Estudantil.

 

 INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como objetivo levar a refletir sobre a violência nas escolas possibilitando a inserção do assistente social na educação. A freqüente reportagem acerca da violência nas escolas despertou o interesse pelo desenvolvimento da ação interventiva desse profissional frente a estas questões.

 Atualmente a educação tem um novo processo de resignificação, reestruturando as políticas públicas nos conteúdos e valores devido às mudanças ocorridas na sociedade. A escola como instituição integrante e atuante dessa sociedade é desencadeadora do saber sistematizado, não podendo ficar à margem deste dinamismo. 

 Comenta-se o processo educacional brasileiro desde 1920, década em que se inicia a eclosão de vários educadores, até os anos 80 quando a educação no Brasil foi legitimada na Constituição Federal de 1988 mostrando a sua realidade no âmbito escolar.   

O interesse em mostrar a importância da inserção do Assistente social na Rede Pública de Ensino na cidade de Salvador e suas contribuições para a redução da violência estudantil parte do enfrentamento dessa violência e da percepção da ausência de um profissional habilitado para lidar com estas questões.

O âmbito escolar é um lugar propício ao atendimento através do serviço social, para antes que haja uma punição por parte do gestor. Possivelmente esses problemas internos e familiares são oriundos do desequilíbrio emocional e falta estrutura.

Partindo desse pressuposto subentende-se que a hipótese em pauta responderá ao problema como segue: O Assistente Social mediante a sua práxis interventiva no núcleo social e educacional poderá contribuir na redução da violência estudantil fortalecendo vínculos família, escola, comunidade.

O profissional do serviço social possibilitará intermediar as diversidades existentes no âmbito escolar, nos relacionamentos interpessoais entre aluno e família, observando as questões sociais que envolvem a educação promovendo dinâmicas de grupo, palestras e desenvolvimento de projetos já existentes na unidade escolar, trabalhando na inclusão dos alunos na luta da construção do conhecimento democratizante, conduzindo para o seu crescimento individual, interpessoal e sua inserção autônoma na vida cidadã.   

 A importância do trabalho multidisciplinar

 É imprescindível que haja uma interação entre professores, funcionários, gestor, alunos, família e comunidade, para combater esse tipo de violência, pois se trabalham juntos adquirem mais rápido um resultado satisfatório. A equipe multidisciplinar necessita promover discussões sobre assuntos internos e externos, que mobilizem a interatividade da unidade escolar, no que tange ao aprendizado e relacionamentos interpessoais trazendo para a sala de aula a visão crítica da realidade de forma propositiva.

O trabalho multidisciplinar possivelmente proporcionará o objetivo de educar, sendo imprescindível, pois esse entendimento envolve o acreditar na qualidade da instituição.

         A luta pela garantia de diretos e igualdade para todos perpassa, necessariamente, por uma educação em que o respeito mútuo, o reconhecimento das diferenças e a possibilidade de trabalhá-las sejam objeto de ações cotidianas em todos os espaços e tempos educativos. 

A existência das questões sociais na atualidade está impregnada na sociedade civil. A falta de emprego troca de valor moral, discriminação, desestrutura familiar, desencadeia, portanto o ato de violência. Sendo assim, a importância da inserção do assistente social tem a finalidade de sensibilizar os alunos envolvidos com a violência estudantil, a tomarem conhecimento das políticas públicas sociais, conduzindo-os a acreditar na possibilidade de uma sociedade mais justa e mais igual. 

A importância da inserção do assistente social na educação não tem a finalidade de ocupar o lugar de outros profissionais como: educador, pedagogo, coordenador pedagógico, gestor, mas o objetivo é somar com essa equipe multidisciplinar, através da sua contribuição como profissional qualificado em atender o aluno e sua família para um relacionamento mais aberto e produtivo.

 Contribuições do Serviço Social para redução da violência estudantil.

 O assistente social frente às demandas no âmbito escolar, poderá contribuir de maneira efetiva par a redução da violência estudantil baseado na sua formação profissional exercendo o seu papel em consonância com a equipe, possuindo uma vasta experiência desenvolvendo projetos sociais e resignificando a história social, dando um novo corpo à educação e a elevar a alta estima dos alunos que por vezes se encontram baixa devido aos fatos ocorridos na família, no relacionamento com os colegas e professores.

O profissional do serviço social tem a possibilidade de intermediar as diversidades existentes no âmbito escolar, nos relacionamentos interpessoais entre aluno e família observando as questões sociais que envolvem a educação promovendo dinâmicas de grupo, palestras e desenvolvimento de projetos já existentes na unidade escolar, trabalhando na inclusão dos alunos na luta da construção do conhecimento democratizante, conduzindo para o seu crescimento individual, interpessoal e sua inserção autônoma na vida cidadã.   

Esse profissional possibilitará a promoção de experiências que despertam valores sociais na sustentabilidade das ações desenvolvidas na escola, proposta em seu projeto político pedagógico. A importância da inserção do assistente social na escola pública de ensino favorecerá uma proximidade maior entre alunos, família na perspectiva de viabilizar intervenções evitando a ociosidade desses alunos através do envolvimento em ações sócio- educativas e inclusivas na construção de uma vida digna no encontro e encorajamento para enfrentar as questões sociais existentes na sua comunidade.  

Conforme Almeida (2003),

 Pensar a atuação do assistente social na área de educação requer pensar a política educacional em sua dinâmica e estrutura, o que significa dizer que o espaço escolar é apenas uma das imensas possibilidades de atuação deste profissional no campo educacional ( p.8).

Com a regulamentação da profissão do serviço social através da lei 8662/93, o profissional do serviço social revela-se frente a movimentos no enfrentamento das questões sociais, ora representado por um técnico e não mais pelo estado laico. Dessa forma, inicia-se uma nova conquista para que o serviço social deixe de ser o pacote pronto para solucionar a fome através da bondade com doações, revelando a amplitude da atuação da categoria com a finalidade de conquistar direitos e de tornar-se um mediador propositivo legitimado de fato.

Vale ressaltar que a contribuição do assistente social na rede pública de ensino aparece em um cenário de necessidade para fortalecer as ações coletivas, sem o intuito de requerer financeiramente um elevado salário embora estimule o profissional no exercício da profissão.

 Segundo NOVAIS (2001),

  A práxis profissional do assistente social poderá suprimir a violência numa perspectiva crítica e se fazer participante da transformação social, desenvolvendo competências para resolver e prevenir conflitos, resolvendo problemas através da cooperação, socialização, aquisição de conhecimentos, formação do ser prática e aprendizado inovando em suas práticas cotidianas (p. 13).

 Considerações finais:

O estudo revela que é necessária uma delineação de parâmetros para avaliação dos impactos de difícil quantificação para os indivíduos e a sociedade, visando nortear políticas públicas, pois, sem dúvidas, as vítimas da violência podem ser consideradas um problema de segurança pública.

Ressalta-se, portanto, a necessidade de difundir o diagnóstico do transtorno de comportamento dos que agridem. Por outro lado, é bem vinda a integração efetiva de um banco de dados entre os órgãos envolvidos no atendimento das vítimas de violência estudantil, a fim de que essas pessoas possam ter assistência em todos os níveis, pois se trata de um problema com conseqüências graves e incapacitantes, de impactos sociais e econômicos para o país.

Por essa razão, a importância da inserção do assistente social na rede pública de ensino faz-se necessário para acolhimento imediato sendo prudente investir-se na qualificação dos profissionais de educação que ora prestam junto o primeiro atendimento às vítimas, pois um bom acolhimento será decisivo para amenizar o sofrimento e desencadeamento das possíveis lesões em tela, ou mesmo ao patrimônio público, bem como, lembrar que a mídia deve ser convidada a participar desse processo, a fim de auxiliar o Poder Público a divulgar esta escalada dentro da ótica da prevenção, e não com noticiários sensacionalistas.

  REFERÊNCIAS

 ALMEIDA, N. L. T. Serviço Social ePolítica Educacional: um breve balanço e desafio desta relação. 1º Encontro de Assistentes Sociais na Área de Educação. Belo Horizonte, 28 março 2003.

 NOVAIS, L. C.C. ServiçoSocialnaEducação.  Brasília, 2001.