A Inquisição e o Martelo das Bruxas
Publicado em 30 de novembro de 2015 por Michel Simões da Silva
O diabo seria um lascivo para procurar com tanto ardor a cópula com as mulheres? Não, mas lhe adivinho a causa: uma mulher tem o espírito mais leviano do que um homem, e mais ousado, consequentemente, para resolver comédias dessa natureza.
Cyrano de Bergerac.
Com a expansão do cristianismo, observa-se uma homogeneização cultural patriarcal, pois mesmo as tribos bárbaras da Europa, adotaram os valores culturais presentes na cultura judaica.
Com o passar do tempo a Igreja se fortalece estendendo sua influência para vários países, de forma a solidificar seu poder através de alianças com monarcas, de guerras e de dominação social através da religião cristã.
Desse momento em diante, há uma constante luta para manter seus interesses e sua soberania nos territórios onde está presente, período esse em que a perseguição religiosa às mulheres era bastante comum.
A Bíblia Sagrada possui uma série de regras, que estipuladas aos cristãos, vão além dos Dez Mandamentos. Ela condena diversas práticas, e foi a base para o início da perseguição religiosa a homens e mulheres que não os observavam, homossexualismo, assassinato, roubo, fornicação acabaram por somar vítimas, mas sem sombra de dúvida a razão que mais condenou pessoas foi a feitiçaria. O termo é tão abrangente que por si mesmo já não conseguia exemplificar as acusações ou mesmo justificá-las.
Por essa razão, dois monges dominicanos, Heinvich Kramer e Jacobus Sprenger, deram início a um manual que serviria de guia a magistrados, sacerdotes católicos e protestantes, pois explicava todos os tipos de atitudes sórdidas utilizadas pelas pessoas para contatar e servir ao pior inimigo de Deus, o Diabo, o que deveria ser combatido e o que deveria ser feito a respeito.
Criaram o que foi considerado na época um manual indispensável a autoridade final e que seria dada à Santa Inquisição, para lutar contra a bruxaria e a atuação do Diabo na sociedade cristã. Assim, em 1486 surge o Malleus Maleficarum, "O Martelo das Bruxas", que em muito contribuiu para a morte de milhares de mulheres, acusadas muitas vezes de feitiçaria.
A obra não só fora um marco em meio a tais atrocidades, como também um "estímulo" para elas.