INTRODUÇÃO
Este presente trabalho busca analisar, de forma sucinta, as várias concepções/análises a serem referendadas em cima da temática Educação Especial - Inclusiva.
Em tal temática a ser analisada, procuraremos repassar nossos conhecimentos adquiridos ao passar deste curso de especialização (tais conhecimentos já são de fundamental importância para nossa capacitação profissional), onde iremos trabalhar em cima de uma análise do filme "Vermelho como o céu", sendo seu arcabouço principal a educação inclusiva, com foco, centralizador, na necessidade de Educação Especial.
A metodologia apresentada nesse trabalho é a análise de caso, já que o filme (a ser abordado) é baseado em fatos reais, trazendo assim para próximo, a máxima fidedigna informação de nossa realidade. Mas procuraremos ressaltar os ganhos sociais, através de leis/documentos oficiais, que nortearam/norteiam a sociedade em geral.
Neste presente, procuraremos, também, trabalhar conceitos chaves como: o que é Educação Inclusiva? O que é Educação Especial? Quais os fatores biológicos (sejam pré ou pós ao nascimento), que dificultam o processo de ensino-aprendizagem? Dentre outros mais relevantes.




DESENVOLVIMENTO
Estamos vivendo a era da informação, onde o tempo e espaço mais do que nunca são relativos, onde novos paradigmas estão sendo construídos e a sociedade caminha por uma estrada que oferece oportunidades jamais vistas.
Dentro deste novo contexto, infelizmente, ainda existem questões que desde tempos passados "sujam" a história da humanidade. Uma destas questões é o preconceito a alunos com Necessidade Educacionais Especiais (NEE), uma prática antiga, mas, que somente agora tem tomado espaço nas discussões de nossos governantes e da sociedade em geral.
Nas últimas décadas viu-se um aprofundamento de como inserir alunos (Educação Inclusiva) no contexto educacional, educar sem segregar.
Segundo a Declaração de Salamanca, da UNESCO, de 1994, a Educação Inclusiva se processa através do fato em que as escolas devem-se ajustar-se a todas as crianças, independentemente das suas condições físicas, sociais, lingüísticas ou outras. Neste conceito devem incluir-se crianças com deficiência ou superdotadas, crianças da rua ou crianças que trabalham, crianças de populações imigradas ou nômades, crianças de minorias lingüísticas, étnicas ou culturais e crianças de áreas ou grupos desfavorecidos ou marginais.
Segundo Aguiar (2004), a partir da Constituição da República de 1988, é que foi visto no Brasil o aumentou programas/estudos voltados para essa área. Como é citado "Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola" (CF/88; Art. 206; inciso I). E para o eixo da Educação Especial a Constituição resguarda "Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino" (CF/88; Art. 208; inciso III). E, também segundo Aguiar (2004) é que no campo da educação formal eles começaram a ocorrer, de forma mais sistemática, após a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), de 20 de dezembro de 1996.
A Constituição de 1988 e a LDBEN/98 visam várias ações para fomentar a prática da educação inclusiva. Uma dessas ações é a introdução de novas disciplinas na grade curricular dos cursos de formação de professores, observando-se a inegável importância que estes têm como formadores de opiniões.
È o caso de disciplinas como Introdução a Libras, Educação para as Relações Étnico-Raciais, e Educação Especial, esta última apresenta-se em destaque por estar associada não só a ganhos sociais, mas também como influência preponderante para o profissional de educação, que vai direcionar novos posicionamentos concernentes a esta nova temática.
A LDBEN/98 cita em seu Capítulo V, Art. 58 que "Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educando portadores de necessidades especiais"
A Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional (LDBEN/98) assegura em seus artigos posteriores a evolução educacional a alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE), ou seja, ampliação da educação inclusiva com ações mais voltadas a essa classe de alunados.
A discriminação, a este grupo de pessoas (pessoas com Necessidades Educacionais Especiais), segrega muitos jovens, fazendo com que estes não tenham as mesmas oportunidades de acesso à educação. Tendo em vista isso, movimento de reivindicações tem contribuído para que os governantes favoreçam ações no sentido de combater a discriminação e suas conseqüências, são as chamada ações afirmativas: Políticas que visam garantir uma educação de qualidade, capaz de oferecer igualdade de oportunidades a seus usuários, ou seja, educação igualitária e sem discriminações (SANTOS 1995).
O filme Vermelho Como o Céu de 2006 (Rosso Come Il Cielo) é, sem dúvida, uma análise fidedigna de caso, de um aluno com Necessidades Educacionais Especiais (NEE).
O filme desenvolve-se com o caso de um garoto chamado Mirco, na década de 70, que tem sua visão afetada por um acidente, levaram-no a um médico e o mesmo afirmou que "(...) ele necessitava de cuidados especiais. Recomendou, então, que o menino fosse levado a um instituto especializado em atendimento para pessoas com deficiência visual, onde aprenderia braile, um ofício manual, e a ser capaz de viver em sociedade". Sua família para solucionar o problema , matriculou em uma escola especializada para sua deficiência visual. O filme retrata a falta de programas de inserção de alunos em escolas inclusiva (escolas que, aparentemente não existiam a época).
A escola priorizava a educação limitada, voltada apenas para favorecer a profissionalização do alunado em trabalhos manuais (menos complexos), visto que na época existia um aquecimento na economia local (com ênfase industrial).
A educação deve ser igualitária (é o que resguarda a Constituição Federal de 88). Em primeiro lugar é preciso negar o preconceito, a desigualdade e a discriminação. As escolas devem receber crianças especiais não só por serem obrigadas, e sim com perspectivas e condições educacionais adequadas, de acordo com a necessidade de cada criança. Dificuldades de comunicação e sinalização demandam a utilização de outras línguas, linguagens e códigos aplicáveis, como é o caso de alunos com deficiência auditiva, que necessitam de professores-intérpretes e uso da língua de sinais ou os deficientes visuais, da linguagem Braille.
A escola limitava, consideravelmente, a educação do alunado, no sentido de não favorecer a novos estímulos educacionais, não estimulava a cognição do aluno.
Segundo Gardner (1995) todo ser humano possui a chamada inteligência múltipla, onde cada um desenvolve uma habilidade maior de aprendizado/facilidade para este, dividida nas seguintes áreas do conhecimento: lógico-matemático, corporal-cinestésica, musical, espacial, intrapessoal, interpessoal, lingüística e naturalista. Tais inteligências são desenvolvidas, de forma significativa, em regiões específicas de área cortical. Este conhecimento, seja biológico, ou teórico, é de fundamental importância por parte do professor, pois o capacita, não só identificar novos caminhos para que o processo ensino-aprendizagem ocorra, como também ajuda-o a formular seu modo de ensinar e de ver o mundo dos que necessitam de educação especial.
Para Piaget, a inteligência não é inata, nem tampouco treinada ou ensinada. É resultante de um contínuo processo ? o desenvolvimento cognitivo, submetido a duas necessidades.
Como passar de um estado de menor conhecimento a um estado de maior conhecimento? O desenvolvimento cognitivo é um processo de sucessivas interações entre as pessoas e o mundo. A inteligência humana e os pensamentos que ela produz, caracterizam-se por flexibilidade e abertura nas infinitas possibilidades do pensamento humano, que mudam o mundo, ao mesmo tempo em que nos mudam.
Para nós, professores, as crianças são as principais parceiras de trabalho, aquelas a quem se destinam nossos esforços. Compreendê-las é fundamental para que a parceria seja feliz ? conduzindo ao êxito, que é o desenvolvimento pleno e harmonioso de nossos pequenos companheiros.
Vygotsky sugere atividades que tenham sentido para a vida do aluno, relacionado a jogos, do trabalho ao desejo, à vivência da linguagem viva, enfim, ao ato de aprender e de ensinar com significado e sentido [...] para o entendimento das suas relações com a vida.
Estes estímulos diferenciados/especiais são evidenciados (no filme) pelo professor de Mirco, que o estimula a desenvolver suas habilidades (sejam elas as disponíveis, no físico) para o processo de aprendizagem.
Especiais devem ser as alternativas educativas que a escola precisa organizar, para que qualquer aluno tenha sucesso; especiais são os procedimentos de ensino; especiais são as estratégias que a prática pedagógica deve assumir para remover barreiras para aprendizagem (CARVALHO, 2000).
A Escola deve disponibilizar de espaço físico adequado, materiais pedagógicos e mobílias adaptadas, para um atendimento de qualidade. Para que a Escola ou Instituição Educacional seja Inclusiva (principalmente voltada para alunos com Necessidades Educacionais Especiais), deve projetos pedagógicos elaborados coletivamente entre professores, gestores, familiares e profissionais especializados nas áreas de cada portador de deficiência. Esse papel não deve ser somente do professor e sim de todos que estão dentro desse processo coletivo. E importante ressaltar que para a Educação
Especial acontecer de forma real e concreta é preciso mudar os olhares, as atitudes diante da "mesmice". A verdade é que a escola ainda não está totalmente preparada para atender as necessidades dos alunos portadores de deficiência. É necessário que haja formação continuada para que os professores possam atuar em diversas áreas, como Deficiência Visual, Deficiência Auditiva, Deficiência Mental, Superdotação /Altas Habilidades, entre outras.
É importante não esquecer que a Educação Especial está dando os primeiros passos no processo educativo (a principal legislação que norteia esta temática, LDBEN, é de 1996), portanto, o currículo e a organização dos conteúdos dentro de cada disciplina, devem ser relacionados pela equipe pedagógica, pelos livros didáticos, enfim, por uma inteligência que defina os saberes úteis e a seqüência com que se devam ser ensinados. É importante que o currículo esteja voltado para as necessidades desejadas. O Educador não deve ter resistência ao novo, pois as mudanças se fazem necessárias para que o ensino/aprendizagem aconteça.
Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas o caminho, aquele que o educador considera o mais correto, mas é ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. É aceitar-se como pessoa e saber aceitar os outros. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher entre outros caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. Educar é preparar para a vida. (Santos e Cruz 1997, p. 11).
A produção cinematográfica encerra com a quebra do preconceito que Mirco sofreu por fugir dos padrões educacionais pré-estabelecidos por aquela escola.
A educação é o maior tesouro do ser humano, pois à medida que este se apropria do conhecimento significativo, passa a tornar-se mais rico, uma riqueza jamais roubada, mas sim, compartilhada com o outro, através da interação de saberes.
O filme desenrola-se nessa temática de Necessidade de Educação Especial, onde ao final, já que durante o filme o diretor da instituição rejeita novas práticas pedagógicas. Novas práticas pedagógicas são aceitas.





CONCLUSÃO
O desenvolvimento e o aperfeiçoamento dos instrumentos de avaliação é um trabalho continuo e dele depende o progresso na educação, é imprescindível desenvolver os resultados das avaliações censitárias ou universais para as escolas. E fundamental que todos (docente, dicente, pais e responsáveis) estabeleçam um acordo para enfrentar as dificuldades identificadas e definir ações e estratégias para superá-las
Hoje sabemos que ensinar vai muito além da transmissão de informações. Ensinar exige do educador muito compromisso e atitude, o professor comprometido é a certeza de uma educação de qualidade, pois ele não transmite conhecimento, o constrói junto com seus alunos.
Avaliar é uma ação muito abrangente e deve-se tomar cuidado, pois se avalia cada criança de forma individual, usando critérios que devem ser construídos por todos que fazem parte do processo ensino/aprendizagem. Não se deve nunca comparar ou rotular, pois isso poderá prejudicá-los. Avaliar não é fácil, porém necessário onde os educadores precisam se especializar para avaliar de forma justa e coerente















REFERÊNCIAS
BRASIL, Constituição de República Federativa do Brasil. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 1988.
BRASIL, Lei 9.394. LDB ? Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 20 de dezembro de 1996. D.O.U de 23 de dezembro de 1996
CARVALHO, R. E. Removendo barreiras para a aprendizagem: educação inclusiva. Porto Alegre: Mediação, 2000.
SANTOS, H. et al. Políticas públicas para a população negra no Brasil. ONU, 1999. [Relatório ONU]
SANTOS, Santa Maria Pires (org.). O Lúdico na Formação do Educador. Petrópolis- R.J: Vozes. 1997
GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática 1. ed. Porto Alegre : Artes Médicas, 1995. disponível em: http://www.oestrangeiro.net/psicologia/teoria ; Acessado em: 18/12/2010.
UNESCO, (1994) "Declaração de Salamanca, Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais" disponível em: http://www.redeandibrasil.org.br/eca/biblioteca, acessado em 15/12/2010.