Faculdade Nossa Cidade

Graduação em Administração de Empresas

Professor Orientador Lawton Benatti

Francisca Senna de Oliveira Santos

 

A Inovação no setor saúde quanto a implantação do aumento da quantidade de médicos.

 

Notavelmente o assunto Saúde Pública é um tema da atualidade e visivelmente percebe-se a carência nessa área, por toda a sociedade brasileira com notícias através dos canais de televisão, revistas, jornais, internet e demais veículos de comunicação.

Devido sua importância inegável o tema merece uma análise, uma estrutura de trabalho, porém, a Saúde Pública tem requerido uma tratativa e uma especial atenção da Gestão Pública, visto que é uma necessidade básica, ou seja, deveria ser atendida ou pelo menos existir a tentativa de atendimento a esse importante assunto. Mas como é possível notar, diariamente vê-se notícias sobre o descaso das obras nesse segmento, como das ambulâncias do SAMU paradas, médicos que tentam trabalhar sem estrutura e até mesmo festas de aniversários em ambulâncias, enquanto isso a população paga por todas essas situações lamentáveis que passam diante de si.

No entanto esse assunto também tem vindo à tona, junto as diversas manifestações de rua, como uma chama que acende tendo como intenção de que é possível todos enxergarem e desejarem mudança/inovação na situação do país.

Segundo Silva Filho e Benedicto (2008, p. 54). Entre as diversas definições possíveis, daremos a seguinte: inovação é o ato de introduzir algo novo – uma criação (novo dispositivo ou processo) resultante do estudo e experimentação; a criação de algo na mente.

 

Para a Gestão, segundo Silva Filho e Benedicto, (2008, p. 58).  O termo “inovação na gestão” como o forte desafio em relação a princípios, processos e práticas tradicionais de gestão ou a formatos organizacionais habituais. Mudam a forma de administrar do gestor.

Tendo em vista essa definição para a Inovação, é possível captar que diante das tentativas de melhoria nesse aspecto, foi apresentado pelo Governo o Programa Mais Médicos, cujo o objetivo é realizar ampliação e melhorar o primeiro atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), através da contratação de médicos brasileiros e estrangeiros para trabalharem, em regiões periféricas, cidades do interior e no Norte e Nordeste do País.

Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), no ano de 2013, o Brasil tinha 374.919 profissionais/médicos, o que dá 1,89 médico para cada 1.000 habitantes, sendo portanto o dobro da média mínima recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A intenção de atrair e incluir os novos médicos para as regiões mais carentes, dá- se ao fato de que no Sudeste há 2,7 médicos para cada 1.000 habitantes, no Nordeste o número cai para 1,3. No norte, para 1,01, percebe-se então que os médicos estão distribuídos em maior quantidade nas regiões que possuem mais recursos do País, e em algumas a diferença chega a ser até quatro vezes maior. Por exemplo, No Distrito Federal, há 4,1 médicos para cada mil habitantes, já no Maranhão, a proporção é de apenas 0,7.

O problema não está somente na distribuição dos médicos, ou até mesmo na quantidade de médicos, mas também na estrutura cedida para a atuação desses profissionais, cerca de menos de 25% dos médicos brasileiros atuam unicamente no SUS, um dos fatores apontados, é pelo motivo dos mesmos procurarem locais com maiores e melhores infraestruturas de trabalho.

Devido as constantes mudança no setor público da saúde, as tentativas até então fracassadas de melhorias e as precariedades dos atendimentos, tem feito com que os médicos façam a opção de trabalhar no setor privado, abrindo ainda um espaço maior de saqueio no modelo SUS (Sistema Único de Saúde), quanto a insuficiência de trabalhadores da saúde, reforçando que o setor privado cobre 54,3% dos gastos, enquanto o público cobre 45,7%, considerando que o número de atendimento no setor público é maior que o privado, é possível compreender a carência.

É imprescindível que seja reconhecido que a assistência à saúde, que o SUS (Sistema Único de Saúde), é também uma organização, e está assim, como todas dependentes do quesito mão de obra, cujos nesse caso, são os profissionais da saúde.

Com os locais e equipamentos de trabalhos devidamente estabelecidos e fornecidos, todas as profissões da saúde são fundamentais para uma assistência integral. Diante de todas as dificuldades, uma das mais difíceis de prover, é a própria quantidade de médicos.

No cenário atual, muitos médicos, pós suas formações e especialidades, trabalham em dois empregos, e são raríssimos os casos, de médicos desempregados. Uma pesquisa de 2013 do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que em média, os médicos brasileiros trabalham 42 horas por semana, e ganham, em média aproximadamente R$ 8.500,00 por mês, tendo como salário inicial.

Do ponto de vista pessoal e individual, as possibilidades de mudança associadas aos sujeitos congnoscentes devem estar também relacionadas à evolução individual geradora de uma melhoria coletiva. (SILVA FILHO e BENEDICTO: 2008, p. 55)

 

É possível enxergar que o problema, não é somente a quantidade de médicos, mas também a possibilidade de que com o investimento adequado e com a vontade necessária de atender a população consolidando o direito ao cidadão, conforme a constituição,  quanto ao direito à saúde e a funcionalidade do SUS (Sistema Único de Saúde), enfrentando todos os interesses econômicos que incidem sobre o setor saúde, analisando que a composição final é de pessoas, logo sempre estaremos dependentes de situações individuais e coletivas.

Referências Bibliográficas

SILVA FILHO, Candido e BENEDICTO Gideon. Aprendizagem e gestão do conhecimento. ed. Campinas: Alínea, 2008.

Saúde debate vol.37 no.97 Rio de Janeiro Apr./June 2013 – Editorial O SUS precisa de Mais Médicos e de Muito Mais!- Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-11042013000200001&lng=pt&nrm=iso - Acessado em 19 de Setembro de 2014. São Paulo – IPEA 2014 – Disponível em http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=22939&catid=159&Itemid=75 - Acessado dia 22 de Setembro de 2014.