A Inovação no setor saúde quanto a implantação do aumento da quantidade de médicos.
Publicado em 02 de outubro de 2014 por FRANCISCA SENNA DE O. SANTOS
Faculdade Nossa Cidade
Graduação em Administração de Empresas
Professor Orientador Lawton Benatti
Francisca Senna de Oliveira Santos
A Inovação no setor saúde quanto a implantação do aumento da quantidade de médicos.
Notavelmente o assunto Saúde Pública é um tema da atualidade e visivelmente percebe-se a carência nessa área, por toda a sociedade brasileira com notícias através dos canais de televisão, revistas, jornais, internet e demais veículos de comunicação.
Devido sua importância inegável o tema merece uma análise, uma estrutura de trabalho, porém, a Saúde Pública tem requerido uma tratativa e uma especial atenção da Gestão Pública, visto que é uma necessidade básica, ou seja, deveria ser atendida ou pelo menos existir a tentativa de atendimento a esse importante assunto. Mas como é possível notar, diariamente vê-se notícias sobre o descaso das obras nesse segmento, como das ambulâncias do SAMU paradas, médicos que tentam trabalhar sem estrutura e até mesmo festas de aniversários em ambulâncias, enquanto isso a população paga por todas essas situações lamentáveis que passam diante de si.
No entanto esse assunto também tem vindo à tona, junto as diversas manifestações de rua, como uma chama que acende tendo como intenção de que é possível todos enxergarem e desejarem mudança/inovação na situação do país.
Segundo Silva Filho e Benedicto (2008, p. 54). Entre as diversas definições possíveis, daremos a seguinte: inovação é o ato de introduzir algo novo – uma criação (novo dispositivo ou processo) resultante do estudo e experimentação; a criação de algo na mente.
Para a Gestão, segundo Silva Filho e Benedicto, (2008, p. 58). O termo “inovação na gestão” como o forte desafio em relação a princípios, processos e práticas tradicionais de gestão ou a formatos organizacionais habituais. Mudam a forma de administrar do gestor.
Tendo em vista essa definição para a Inovação, é possível captar que diante das tentativas de melhoria nesse aspecto, foi apresentado pelo Governo o Programa Mais Médicos, cujo o objetivo é realizar ampliação e melhorar o primeiro atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), através da contratação de médicos brasileiros e estrangeiros para trabalharem, em regiões periféricas, cidades do interior e no Norte e Nordeste do País.
Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), no ano de 2013, o Brasil tinha 374.919 profissionais/médicos, o que dá 1,89 médico para cada 1.000 habitantes, sendo portanto o dobro da média mínima recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A intenção de atrair e incluir os novos médicos para as regiões mais carentes, dá- se ao fato de que no Sudeste há 2,7 médicos para cada 1.000 habitantes, no Nordeste o número cai para 1,3. No norte, para 1,01, percebe-se então que os médicos estão distribuídos em maior quantidade nas regiões que possuem mais recursos do País, e em algumas a diferença chega a ser até quatro vezes maior. Por exemplo, No Distrito Federal, há 4,1 médicos para cada mil habitantes, já no Maranhão, a proporção é de apenas 0,7.
O problema não está somente na distribuição dos médicos, ou até mesmo na quantidade de médicos, mas também na estrutura cedida para a atuação desses profissionais, cerca de menos de 25% dos médicos brasileiros atuam unicamente no SUS, um dos fatores apontados, é pelo motivo dos mesmos procurarem locais com maiores e melhores infraestruturas de trabalho.
Devido as constantes mudança no setor público da saúde, as tentativas até então fracassadas de melhorias e as precariedades dos atendimentos, tem feito com que os médicos façam a opção de trabalhar no setor privado, abrindo ainda um espaço maior de saqueio no modelo SUS (Sistema Único de Saúde), quanto a insuficiência de trabalhadores da saúde, reforçando que o setor privado cobre 54,3% dos gastos, enquanto o público cobre 45,7%, considerando que o número de atendimento no setor público é maior que o privado, é possível compreender a carência.
É imprescindível que seja reconhecido que a assistência à saúde, que o SUS (Sistema Único de Saúde), é também uma organização, e está assim, como todas dependentes do quesito mão de obra, cujos nesse caso, são os profissionais da saúde.
Com os locais e equipamentos de trabalhos devidamente estabelecidos e fornecidos, todas as profissões da saúde são fundamentais para uma assistência integral. Diante de todas as dificuldades, uma das mais difíceis de prover, é a própria quantidade de médicos.
No cenário atual, muitos médicos, pós suas formações e especialidades, trabalham em dois empregos, e são raríssimos os casos, de médicos desempregados. Uma pesquisa de 2013 do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que em média, os médicos brasileiros trabalham 42 horas por semana, e ganham, em média aproximadamente R$ 8.500,00 por mês, tendo como salário inicial.
Do ponto de vista pessoal e individual, as possibilidades de mudança associadas aos sujeitos congnoscentes devem estar também relacionadas à evolução individual geradora de uma melhoria coletiva. (SILVA FILHO e BENEDICTO: 2008, p. 55)
É possível enxergar que o problema, não é somente a quantidade de médicos, mas também a possibilidade de que com o investimento adequado e com a vontade necessária de atender a população consolidando o direito ao cidadão, conforme a constituição, quanto ao direito à saúde e a funcionalidade do SUS (Sistema Único de Saúde), enfrentando todos os interesses econômicos que incidem sobre o setor saúde, analisando que a composição final é de pessoas, logo sempre estaremos dependentes de situações individuais e coletivas.
Referências Bibliográficas
SILVA FILHO, Candido e BENEDICTO Gideon. Aprendizagem e gestão do conhecimento. ed. Campinas: Alínea, 2008.
Saúde debate vol.37 no.97 Rio de Janeiro Apr./June 2013 – Editorial O SUS precisa de Mais Médicos e de Muito Mais!- Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-11042013000200001&lng=pt&nrm=iso - Acessado em 19 de Setembro de 2014. São Paulo – IPEA 2014 – Disponível em http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=22939&catid=159&Itemid=75 - Acessado dia 22 de Setembro de 2014.