A INFORMATICA NA EDUCAÇÃO

Clifford Luciano Vinícius Neitzel

RESUMO: Educar é realizar a mais bela e complexa arte da inteligência. É acreditar na vida, ter esperança no futuro exatamente em uma sociedade que perdeu a capacidade de sonhar. Permanecemos entorpecidos, presos as amarras de um sistema capitalista que não mede esforços ao elevar os níveis de desigualdade, fome, miséria e exclusão social. Assim este trabalho tem por objetivo central tecer uma análise do papel das novas tecnologias quando incorporadas ao universo escolar como meio de construção do conhecimento e inclusão digital.

Palavra-chave: educação, tecnologia, aprendizagem

ABSTRACT: Educate is to achieve the most beautiful and complex art of intelligence. We believe in life, hope in the future exactly in a society that has lost the ability to dream. We remain entorpecidos, prisoners tether a capitalist system effort not to raise levels of inequality, hunger, poverty and social exclusion. This work is central to make a review of the role of new technologies when school universe Embed‧ded as a means of building knowledge and digital inclusion.

Keyword: education, technology, learning

INTRODUÇÃO

Ao se observar o processo de evolução humana, não podemos fechar os olhos ao surgimento de novas tecnologias e a velocidade com que aparecem e tornam-se arcaicas. Difícil pensarmos se tal propositura é assustadora ou animadora. Penso que tal questionamento é uma discussão que pertence à sociedade e como tal talvez não seja possível excluir o papel político, o que cada um está fazendo. Talvez tenhamos também que pensar que toda mudança implica fazeres. A mais nova das linguagens, a Informática, faz parte do cotidiano e do mundo do trabalho e hoje está inserida também no plano educacional.

DESENVOLVIMENTO

A Tecnologia na Complexidade

No século XX, na década de 50, o termo abrangia uma crescente gama de meios, processos e idéias, além de ferramentas e máquinas, surgindo um novo conceito que envolvia os meios ou as atividades mediante as quais os seres humanos tentam mudar ou manipular o seu ambiente, também se usava como “ciência ou conhecimento aplicado”.

Então, o termo tecnologia estava associado a mudanças, manipulações e ações com base no método científico e seu uso e aplicações trazem conseqüências individuais para as ciências e, conseqüentemente, para o conjunto social.

Existe, historicamente, um vínculo entre tecnologia e o sonho de progresso que por sua vez está associado a alguns valores judaico-cristãos nas sociedades ocidentais, o argumento da evolução na produção de máquinas que gera uma desculpa para o seu uso a partir de problemas gerados pelas necessidades ou ainda pela decisão de uso.

Ser um cidadão pleno no século 21 implica ter acesso a Internet, pois este recurso é hoje parte integrante dos hábitos de cidadãos socialmente privilegiados. Lévy (1998, p.62-64) ao combater a o argumento de que a Internet seria um luxo elitista afirma que a televisão, que é também um terminal de comunicação, está nos lares das pessoas mais modestas e que não seria um absurdo conceber que, daqui a alguns anos, todos os lares possam estar equipados com terminais de computadores.

Valente & Damski (1995, p.01) afirmam que a presente revolução nas comunicações só se compara à invenção da imprensa e acrescentam que a Internet pode se tornar um “divisor de águas” social, sem o qual a história da humanidade não poderá ser escrita.

Novas Tecnologias Aplicadas a Educação

O uso de tecnologia pode propiciar autonomia, aumentando as oportunidades de aprendizagem. Material impresso, fotocópias, dicionários, recursos visuais, gravadores, laboratórios de línguas, vídeos, computadores, ferramentas da Internet - Chat, e-mail, fórum, plataformas de aprendizagem, software, recursos on-line, máquinas de tradução, corpora digitais, DVDs, e CD-rooms são alguns exemplos de artefatos culturais que podem emancipar os alunos em suas tentativas rumo à autonomia.

De acordo com Faria (2001, p.64) , o uso da tecnologia em sala de aula é bastante válido no sentido que possibilita “um ensino e uma aprendizagem mais criativa, autônoma, colaborativa e interativa”.

No entanto, o professor ainda, muitas vezes, mantém-se apreensivo e reticente em utilizar a tecnologia em sua aula.

Segundo Heidi e Stilborne (2000, p.24) muitas são as razões para que o professor haja dessa maneira: não saber como utilizar adequadamente a tecnologia nas escolas, não saber como avaliar as novas formas de aprendizagem provenientes desse uso, não saber como usar a tecnologia e, algumas vezes por falta de apoio dos colegas ou da escola para o uso de inovações em sala de aula.

Utilizar as novas tecnologias na educação e no ambiente escolar é algo que existe e deve ocorrer. No entanto, é algo que deve ser feito com cuidado para que a tecnologia - computador, Internet, programas, CD-ROM, televisão, vídeo ou DVD, não se torne para o professor apenas mais uma maneira de ‘ornamentar’ as suas aulas, mas sim um caminho facilitador do desenvolvimento de habilidades e competências que serão úteis para os alunos em qualquer situação de sua vida. O uso das tecnologias deve proporcionar dentro do ambiente escolar uma mudança de paradigma, uma mudança que vise à aprendizagem e não o acumulo de informações.

Perrenoud (2000, p.128) defende que formar para as novas tecnologias é formar o julgamento, o senso-crítico, o pensamento hipotético e dedutivo, as faculdades de observação e de pesquisa, a imaginação, a capacidade de memorizar e classificar, a leitura e a análise de textos e de imagens, a representação de redes, de procedimentos e de estratégias de comunicação.

Na concepção de Levy (1998), um autêntico ‘universo oceânico de informações’ alimenta o fluxo incessante de construções possíveis de novos saberes, de reorganização de velhas certezas, que se transformam em novas perguntas, que buscam e estruturam ainda outras informações, que se conectam a idéias semelhantes em novos campos de conhecimento, reestruturando os paradigmas e impondo uma relação diferente entre os objetos de estudo e aqueles que pretendem apreender sua estrutura e propriedades.

Esta relação é a da incerteza, da incompletude, do ‘mais por fazer’, e da impressão de que é preciso atualizar sempre, acompanhar o movimento incessante, rápido, intenso, multifocal, multimídia.

Segundo Kenski (2001), o saber sólido e imóvel não existe mais. «Diploma» não é certeza de saber atualizado, já que os saberes devem ser permanentemente reconstruídos.

Freire (2005) explica que a formação nunca se dá por mera acumulação. É uma conquista feita com ajudas dos mestres, dos livros, das aulas, dos computadores, mas depende sempre de um trabalho pessoal. “Ninguém forma ninguém. Cada um forma-se a si mesmo”

CONCLUSÃO

Penso ser fundamental que o ser humano tenha a oportunidade de desenvolver competências para que ele seja capaz de vencer desafios e construir novas aprendizagens. E neste imbricar surge a responsabilidade da escola uma vez que, é neste lócus, com os educadores que esta oportunidade tem condições de se consolidar.

A tecnologia surge como uma significante estratégia para que o indivíduo seja protagonista nato de sua autonomia e quando a escola disponibiliza o uso devido da máquina e oferecem meios de garantir o interesse contínuo do aluno, a aprendizagem acontece alicerçada pela autonomia rumo ao sucesso dos desafios e dos interesses pessoais.

Posso afirmar isto, pois acredito que a tecnologia tem esta capacidade de prender o interesse e a concentração do indivíduo por se tratar de uma maneira diferente, lúdica mesmo, atrativa e prazerosa por si só. O auto desenvolvimento depende do domínio de competências e habilidades para que o indivíduo construa constantemente um projeto de vida seu.

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

FREIRE, P. (2001a). Pedagogia da Autonomia – Saberes Necessários a Prática Educativa. (Coleção Leitura). Editora Paz e Terra S.A.

HEIDE, A.; STILBORNE, L. Guia do professor para a Internet. São Paulo: Artmed, 2000.

KENSKI, V.M. (1998): «A profissão do professor em um mundo em rede: exigências de hoje, tendências e construção do amanhã: professores, o futuro é hoje», em: Tecnologia Educacional, v.26 (143), pp.65-69.

LÉVY, P. (1998). O Que é o Virtual, Editora 34, São Paulo SP.

PERRENOUD, Philipe. Utilizar novas tecnologias. In: --------. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000

VALENTE, A. & DAMSKI, J. C. (1995). Internet: guia do usuário brasileiro. São Paulo. Makron Books.