SUMÁRIO

 

O trabalho baseia-se em uma pesquisa de desenvolvimento escolar das crianças enfermas na idade de 0 a 4 anos. Para tanto, falaremos a respeito dos jogos e brincadeiras como meio motivador da aprendizagem. O produto é um manual com jogos e brincadeiras. Este tem o intuito de fortalecer o trabalho educacional, transmitindo aos milhares de profissionais da educação a compreensão de como trabalhar com as crianças, independentemente do local onde essas estejam. Todavia, ofereceremos nas páginas a seguir uma reflexão e um auxílio prático para desenvolver essas crianças, acreditando no potencial que existe dentro de cada uma delas. Mostrando ainda que algumas didáticas oferecidas poderão ser de suma valia para a "cura", não propriamente médica, mas psíquica, motora e social. Acreditamos e constatamos em nossa pesquisa que o riso contribui para a melhoria da saúde de muitas crianças atendidas no hospital por pedagogos e nas escolas por professores (pedagogos). E, que em alguns casos no próprio hospital são desenvolvidas atividades para que essas tenham um acompanhamento satisfatório e contínuo, visto até a implantação das brinquedotecas hospitalares.

 

Palavras chaves: desenvolver – construir – brincar – conhecer.

 

INTRODUÇÃO

 

Enquanto brinca a criança tem a oportunidade de organizar seu mundo seguindo seus próprios passos e utilizando melhor seus recursos. Brincar é uma necessidade do ser humano; quando brinca ele pode aprender de um modo mais profundo, pode flexibilizar pensamentos, pode criar e re-criar seu tempo e espaço, consegue adaptar-se melhor as modificações na vida real podendo incorporar novos conhecimentos e atitudes.

 

Brincando a criança tem a oportunidade de experimentar o objeto de conhecimento, explorá-lo, descobri-lo, criá-lo. Nos momentos de brincadeira a criança pode pensar livremente, pode ousar, imaginar, nesta hora é livre para criar, não tem medo de errar, brinca com a possibilidade, a capacidade de lidar com símbolos aqui torna-se primordial, brincar e imaginar que um pedaço de pano é o que ele quer que seja. E imaginando, torna-se muito mais fácil e ameno trilhar os obstáculos cotidianos, surgidos de limitações natas, ou adquiridos com o passar dos anos.

 

Brincar pode ser entendido como mudança de significado, como movimento, tem uma linguagem, é um projeto de ação. Brincando molda-se a subjetividade do ser humano, cunha-se a realidade, estabelece-se um tempo e espaço. Brincar é criar, criar uma forma não convencional de utilizar objetos, materiais, ideias, imaginar. É inventar o próprio tempo e espaço. Nessa ação, amparada por um adulto, seja ele professor, pedagogo, médico e principalmente a família, buscarão entender o que sentem, e a partir de então compreender o que é possível oferecer as crianças hospitalizadas, afastadas da rotina escolar.

 

Brincando a criança pode agir numa esfera cognitiva, ela é livre para determinar suas próprias ações, é dona de seu destino, pode tomar decisões, pode comunicar-se. "O saber se constrói, fazendo próprio o conhecimento do outro". (FERNANDEZ, 1990, p.1 65).

 

O conhecimento é construído quando se faz do conhecimento do outro o seu próprio conhecimento. Assim o brincar pode-se construir simbolicamente e metaforicamente o mundo. É importante destacar que enquanto a criança brinca ela lida com a sua sexualidade, com seus impulsos agressivos, organiza suas relações emocionais. (WINNICOTT, 1971).

 

Poder brincar já é um processo terapêutico, brinca-se com o que não se pode entender, brinca-se para poder entender melhor e brinca-se para ressignificar a vida. Na brincadeira exercita-se cognitivamente, socialmente e efetivamente.

 

É possível através do modo como uma criança brinca, estabelecer o seu modo de aprender, pode-se notar a forma como vê o mundo, percebe-se como ela utiliza a inteligência, se pode jogar ou o que quer ocultar, pode-se observar sua relação com a aprendizagem, sua capacidade de argumentar, organizar, construir e significar o que vive.

 

[...] ao instrumentalizar o brincar no tratamento, criando-se um espaço compartilhado de confiança, pode-se ir modificando a rigidez ou estereotipia das modalidades de aprendizagem sintomáticas. (FERNANDES, 1990, P.166)

 

Assim, a criança pode ir transformando seu modo de agir e pensar, pode recuperar o prazer de jogar, experimentar, estabelecer confiança e criar o seu próprio tempo e espaço.

 

Todo o referencial teórico aqui abordado vem de encontro a realidade observada, e tal necessidade de incorporá-lo ao exercício de muitos educadores. É preciso estar atentos, saber ouvir, ver, conhecer e reconhecer a criança (rotina frente aos seus ambientes solicitadores: família, escola, sociedade), autoquestionamento, (reconhecimento das mudanças operadas frente ao outras, qualificações vinculadoras do que é próprio de mim mesmo e o que é próprio do aluno em si e em mim). Busca de não rigidez na execução de um plano de aula, buscando melhorar a receptividade por parte de cada criança.

 

O papel da professora em sala de aula com atitudes, minimamente de "suficientemente boa" por vezes com exigências, por vezes com muita flexibilidade, de forma a permitir um "ir e vir" na busca a construção do conhecimento e não somente a simples informação. São ilustrativas, algumas encontram acolhimento em suas reações afetivas (agressivas e carinhosas): "Eu queria tanto que você fosse minha mãe". "Tia, você é tão engraçada". "Você é chata". "Você não me manda". "A tia tem razão". "Tia me ajuda"...

 

Inicialmente foi apresentada a caracterização da unidade escolar, visto o problema detectado: brinquedoteca com poucos brinquedos, crianças faltosas, oriundas de problemas de saúde. Assim desenvolvemos o presente da seguinte maneira: cercando o tema, com a exposição do pré-projeto, norteando as questões do tipo: resumo dos períodos do desenvolvimento humano, o desenvolvimento humano, processo de construção, e por sua vez o desenvolvimento da motricidade, da linguagem e do pensamento. Conceitos esses fundamentais as crianças da Educação infantil na idade escolar. E quiçá as crianças internas doentes na idade de 0 a 4 anos.

 

A criança aprende, constrói e usa o que aprendeu em diferentes situações, agindo e modificando a si e ao meio. O sujeito que aprende, constrói conhecimento é um ser social, afetivo e cognitivo. Para aprender, para construir conhecimento é um ser social, afetivo e cognitivo. Para aprender, para construir conhecimento, o sujeito precisa eleger um objeto e então agir sobre ele.

 

Toda e qualquer aprendizagem é vivenciada, registrada, guardada e memorizada pelo corpo, daí a recuperação da criança quando intermediada pelo uso de um brinquedo terapêutico.

 

A pesquisa buscou categorizar o lugar do brincar na aprendizagem, e o uso dos brinquedos pedagógicos e terapêuticos na cura de crianças hospitalizadas. Brincar é um espaço privilegiado, proporciona a criança, como sujeito, a oportunidade de viver entre o principio do prazer e o principio da realidade.

 

Brincando a criança vai, lentamente, estabelecendo vínculos, brincando com os objetos externos e internos num processo de trocas intensas com a realidade e com a fantasia (OLIVEIRA, 1998).

 

DESENVOLVIMENTO

 

Sabendo que as crianças na idade de 0 a 4 anos normalmente brincam mais sozinhas e seu principal interesse é descobrir o seu próprio corpo, ou seja, as atividades físicas serão as mais importantes nesse momento. Temos ainda que as crianças na idade de 3 a 5 anos se caracterizam pelo desenvolvimento da autonomia, ou seja, a criança já está aprendendo a fazer muitas coisas sozinhas e gosta muito de mostrar que sabe fazer, está descobrindo o prazer de brincar junto com outras crianças, ou seja, as atividades sociais serão as mais importantes. Para tanto, baseando-nos nesse principio par dele partirmos, com atenção especial as crianças enfermas contatando com brinquedos que para os adultos tem fins do tipo: pedagógico e terapêutico, inserindo diante das suas limitações as possibilidades inerentes de desenvolvimento social e cognitivo (visto nas entrelinhas, portanto não ditos aos educandos). Mediante o tema: a influência dos brinquedos pedagógicos e terapêuticos na recuperação das crianças internas doentes de 0 a 4 anos, nós convidamos o leitor presente a se deliciar na pesquisa que realizamos, permeando a caracterização da Unidade Escolar, projetos, metas e ações, potencialidades e fragilidades, assim como o responsável direto pela curiosidade que nos move e nos guia; os brinquedos pedagógicos e os brinquedos terapêuticos na cura, ou melhor, no desenvolvimento físico e cognitivo do individuo, nesse caso o aluno.

 

Sendo assim, convidamos a embarcar nessa leitura prazerosa, informativa e construtiva, dedicada a todos aqueles que acreditam na educação integral e no convívio social. E, como produto final apresentaremos: jogos representados num meio impresso, que atenderá a uma funcionalidade do educador preocupado com a formação do individuo nos tempos modernos.

 

Que as páginas a seguir sejam o começo de uma longa trajetória educacional e de pesquisa dos atores envolvidos no processo: "Nós futuros pedagogos", são esses as "molas propulsoras" que desafiarão e acreditarão nos educandos que estão nos "bancos" escolares, fazendo-se um número nas redes municipais de ensino, desacreditados pelos profissionais que lá se encontram.

 

Agradecemos a atenção e o respeito para com nosso trabalho!

 

CONCLUSÃO

 

Esse trabalho foi de prazer incomensurável e apresentá-lo a você é poder tornar viva a chama de ser um eterno aluno pesquisador. Um aprendiz aprendente.

 

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