O ensino fundamental II é um momento da vida onde os alunos estão na adolescência e esta é a fase de transição entre a infância e a juventude. Nesta fase eles passam por diversas mudanças físicas, psicológicas, estão descobrindo a sexualidade, os hormônios estão aflorando e eles precisam tomar algumas decisões importantes, e neste momento surgem muitas dúvidas. Por ser, principalmente, uma fase de descobertas sexuais, estes adolescentes tendem a dá mais importância e se preocuparem mais com esses aspectos. Pode-se dizer que muitos adolescentes apresentam a preocupação com a estética, o culto ao corpo é presente cada vez mais cedo na vida desses meninos e meninas. Os hábitos saudáveis estão sendo deixados de lado. Inicialmente era uma maneira de manter ou recuperar a vitalidade e o bem estar físico, agora virou uma fixação, onde o que era cuidado acabou virando idolatria do corpo. Meninos sonhando com aqueles músculos, os chamados “sarados” e as meninas tendo sempre aquela ilusão do corpo perfeito, magérrimo, “corpo de modelo”, assim todos ficam felizes. Este padrão de beleza estética é diariamente pregado pela mídia em especial pela televisão, com seus programas e propagandas com homens e mulheres cada vez mais bonitos, ela induz e até impõe um padrão a ser seguido.

 É aqui que a escola fica em segundo plano. A escola passa a ser mais um local de encontro social entre estes adolescentes do que propriamente um ambiente de aprendizado múltiplo. Por ser uma fase da vida, é inevitável que eles passem por ela, não há, falando de forma geral, como pular esta fase; a família deve surgir como suporte e guia para estes alunos. E esta, nas pessoas dos país, tem grande importância e responsabilidade tanto moral quanto cívica perante seus filhos.

O acompanhamento das atividades escolares dos filhos pelos pais pode vir a ser um recurso importante que a escola poderia valer-se para amenizar alguns problemas recorrentes em seu âmbito, como o mau desempenho. Há reconhecimento de que o auxílio, o envolvimento e a atenção dedicados ao aluno em casa, pode ser um importante determinante do sucesso escolar. Sobre a relevância desta questão, Fehrmann, Keith e Reimers (1987) sugerem que tais aspectos desenvolvidos no lar têm um efeito direto e positivo nas notas dos filhos.

Maimoni e Bortone (2001) e Jesse (1995), em levantamentos sobre o envolvimento parental na vida escolar dos alunos apontam que a definição sobre a expressão é variada. Segundo esses estudos alguns pesquisadores indicam o envolvimento parental para a realização escolar como o grau em que pais participam das atividades associadas à vida escolar do filho, tais como: acompanhar tarefas e trabalhos escolares, ver caderno com as lições da escola, verificar se o filho fez as tarefas, estabelecer horário de estudo, informar-se sobre matérias e provas, entre outras. Outros o definiram como as interações junto ao filho direcionadas ao seu desenvolvimento, encorajamento deste desenvolvimento, por meio do reforço aos esforços da criança e arranjo de experiências de enriquecimento cultural.

Na década de 90, tivemos, no Brasil, a aprovação de leis nacionais e elaboração de diretrizes do ministério da educação, cujos conteúdos evidenciam a importância da participação da família na escola e define o que vem a ser participação. A constituição Federal Brasileira diz que a educação é direito de todos e dever do governo e da família. A Lei 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente traz em seu artigo 4º:

“É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.”

Porém nos últimos anos, a sociedade tem visto algumas mudanças no modelo de família que tradicionalmente vimos. Aqueles modelos tradicionais de família seguiam a ideia de que o seio familiar era responsável pela formação sócio-cultural dos seus filhos e a responsabilidade econômica era totalmente do homem, isso fazia com que a mãe dedicasse tempo e atenção a eles. Agora nos deparamos com um modelo social de família em que a mãe não tem mais a “função” de educadora dos filhos porque esse papel foi, agora, terceirizado, para as escolas. A crescente necessidade de jornada, cada vez maior de trabalho leva ambos os genitores a desenvolverem atividades profissionais que lhes tragam um retorno financeiro cada vez maior, isso torna escassa a presença dos pais na vida de seus filhos. Com isso a mulher antes dedicada e responsável com as atividades do lar e educação dos filhos, hoje tem seu tempo dividido entre suas atividades profissionais e seu lar que inclui seus filhos. Logicamente não é possível que este novo modelo de família supra as necessidades educacionais nem acompanhe a vida dos filhos orientando-lhes e ajudando em suas decisões e dúvidas guinando-lhes e dando suporte para que eles escolham bem suas prioridades.

Conforme bem coloca Silvia Maria Schafranski:

“A relevância da instituição familiar e da vida em família como pilar de sustentação da formação sócio-cultural humana jamais poderá ser contestada. Porém, não há como ignorar que a família brasileira conteporânea em muito difere dos padrões clássicos através dos quais inicialmente se estruturou, que reflete as mudanças que vêm ocorrendo na sociedade e em seu proceso de evolução histórica. E este processo necessariamente em eterna metáfora cria novos agentes, novas relações e novos conflitos.

Como agravante, os adolescentes vivem num contexto social que a crítica à política e a política econômica vem sido frequentemente vinculadas nos meios de comunicação independentes e no meio popular, eles se habituaram a ver o país como uma nação de políticos corruptos e inescrupulosos onde o estudo, a educação, os professores e as escolas não são valorizados, porém o diploma escolar é exigido para lograr um emprego. As empresas em seus mais variados portes e níveis exigem escolaridade mínima de segundo grau para as funções economicamente menos valorizadas. Mas isso não significa que os cargos de nível superior são proporcionalmente valorizados.

Para o governo o ensino de qualidade, a formação de pessoas autônomas e emancipadas significa cidadãos críticos e esse não é, nunca foi e jamais será a sua intenção, pois estes cidadãos terão a capacidade de questionar, de criticar e cobrar mudanças.

Muitos alunos vivem num contexto social que a crítica à política e à política econômica vem sido frequentemente vinculadas nos meios de comunicação independentes e no meio popular, eles se habituaram a ver o país como uma nação de políticos corruptos e inescrupulosos onde o estudo, a educação, os professores e as escolas não são valorizados, porém o diploma escolar é exigido para lograr um emprego. As empresas em seus mais variados portes e níveis exigem escolaridade mínima de Ensino Médio para as funções economicamente menos valorizadas. Mas isso não significa que os cargos de nível superior são proporcionalmente valorizados.

Para o governo o ensino de qualidade, a formação de pessoas autônomas e emancipadas significa cidadãos críticos e esse não é, nunca foi e jamais será a sua intenção, pois estes cidadãos terão a capacidade de questionar, de criticar e cobrar mudanças.

A crescente necessidade de jornada, cada vez maior de trabalho leva ambos os genitores a desenvolverem atividades profissionais que lhes tragam um retorno financeiro cada vez maior, isso torna escassa a presença dos pais na vida de seus filhos.

REFÊNCIAS

Schafranski, Silvia Maria Derbli. A Lei n.º 9.278, a família e o direto – conceitos gerais.

Lei: 8.069 – Estatuto da Criança e Do Adolescente – (1990) – 4ª Edição, Câmara dos Deputados, Centro de Documentação e Informação, Coordenações de Publicações, Brasília – 2003.

Fehrmann, P. G., Keith, T. Z., Reimers, T, M. Home influence on school learning: direct and indirect effects on parental involvement on high school grades. Journal of Educational Research.

Maimoni, E. H.,Bortone, M. Colaboração Família-Escola em um procedimento de leitura para alunos de séries iniciais. Psicologia Escolar e Educacional, v. 5, 2001

Jesse, D. What’s noteworthy on learners, learning & schooling Increasing parental involvement: a key to student achievement. In: BERGER, S. C.; WILBER, D. M. (Org.).. Estados Unidos: Mid-continent Regional Educational Laboratory, 1995. Disponível em: <http://www.mcrel.org/PDF/Noteworthy/Learners_Learning_Schooling/danj.asp>. Acesso em: setembro 2013.