A influência do neologismo na modificação da linguagem de jovens de Ensino Médio

Rosineide da Silva Ferreira

Resumo:

A criação e o uso de um novo vocábulo estão condicionados ao imperativo da necessidade. Considera-se neologismo o uso de uma palavra antiga, porém com acepção nova. A formação de uma palavra nova cria o sentido novo da palavra já existente, dando-lhe funções que antes lhes eram desconhecidas. Portanto, o professor sabendo trabalhar essas palavras novas poderá contribuir na formação de uma linguagem diferente e significativa para enriquecer o vocabulário dos alunos. Sendo assim, o objetivo da pesquisa foi de analisar a influência dos neologismos na construção da linguagem de jovens no Ensino Médio, identificando se e como a neologicidade afeta o domínio da norma culta da língua portuguesa por parte destes alunos. Os neologismos se fazem presentes atualmente na linguagem utilizada por internautas membros das redes sociais de relacionamentos na Internet, como Orkut, Twitter, Facebook, MSN, Sonico, e em e-mails pessoais. Assim, saber se o uso dos neologismos influencia na distorção do emprego da chamada língua culta por estes jovens serviu de norte problematizador, justificando assim a realização da pesquisa. Utilizou-se o método de abordagem dedutivo, observando no contexto lingüístico a necessidade que as pessoas encontram de criar novas palavras, e qual o processo para que esta palavra possa fazer parte do léxico.

Palavras-chave: linguagem - neologismo - norma culta da língua.

Abstract:

Summary: The creation and use of a new word is conditioned to the imperative necessity. It is considered a neologism using an old word, but with new meaning. The formation of a new word creates a new sense of the word already exists, giving them functions that previously were unknown. Therefore, the teacher knowing how to work these new words can contribute to the formation of a significantly different language and to enrich the vocabulary of students. Therefore, the aim was to analyze the influence of neologisms in the construction of the language of young people in high school, identifying whether and how to neologisms affects the field of cultural norms of the English language by these students. The neologisms are present in the language currently used by members of the Internet are social networks on the Internet, such as Orkut, Twitter, Facebook, MSN, Sonico, and personal emails. Thus, whether the use of neologisms in distorting influence of the use of language called educated youth served by these problem-solving from the north, thus justifying the research. We used the method of deductive approach, noting the linguistic context the need that people have to create new words, and what the process so that this word can be part of the lexicon.

Keywords: reading - writing - citizenship training - literacy - functional illiteracy

1. Introdução

A linguagem é uma das características mais marcantes do ser humano. Pode-se até dizer tratar-se de um diferencial ontológico se comparada a outros seres. E sendo um ser social, a apropriação da linguagem é salutar ao ser e viver humanos. Assim sendo, a presente pesquisa justificou-se em pontuar a importância da linguagem, da ideologia e do discurso utilizados socialmente, buscando esclarecer a melhor maneira de se expressar com linguagem correta na língua portuguesa usando de artifício sem prejudicar a norma culta. Neste contexto situa-se o neologismo: o reflexo de como a língua acompanha as inovações da sociedade. Isto posto, as seguintes problematizações nortearam a pesquisa:
O emprego neológico no discurso de jovens falantes da Língua Portuguesa do Ensino Médio contribui para o enriquecimento ou empobrecimento da norma culta da fala da Língua Portuguesa? A mídia contribui para o emprego neológico no discurso de jovens falantes da Língua Portuguesa do Ensino Médio, sugerindo e impondo novas palavras ao seu vocabulário? O uso excessivo de neologismos por falantes jovens do Ensino Médio em sua oralidade e escrita midiática, tal quais as empregadas nas redes sociais, constitui-se fator negativo na comunicação da norma culta da fala e escrita da Língua Portuguesa? Há uma prática adequada ao uso neológico nos discursos da Língua Portuguesa?
Utilizou-se o método de abordagem dedutivo, observando no contexto lingüístico a necessidade das pessoas criarem novas palavras para facilitar sua comunicação, e o processo para que esta palavra possa fazer parte do léxico. Para analisar como se dá esta construção da linguagem foi empregado o método Monográfico, pelo qual se considerou o surgimento de palavras criadas pelos falantes no intuito de se comunicarem com rapidez. Alves (2007), Carvalho (1984) e Fiorin (2004) subsidiaram teoricamente a pesquisa.
Para o levantamento de dados empregou-se a técnica da observação direta intensiva, participativa, e entrevistas com uma turma de 25 jovens interessados em participar do estudo, abordando sua comunicação do dia-a-dia no âmbito escolar. Fez-se ainda observação direta extensiva, por meio da aplicação de questionário aos alunos que responderam a 10 perguntas, sendo 05 objetivas e 05 subjetivas, desenvolvidas pela autora da pesquisa. O universo da pesquisa foi circunscrito a Escola Estadual Professora Ruth Prestes, situada na Avenida Noel Nutels, S/N, Cidade Nova I, na Norte de Manaus ? Amazonas. As amostras para análise foram coletadas junto a uma turma do Ensino Médio de 25 alunos, do sexo feminino e masculino com idade entre 14 e 17 anos.
Portanto, ao estudar o fenômeno neológico, analisam-se não só os processos de formação de novas palavras como também a evolução da sociedade. Assim o objetivo geral da pesquisa foi analisar a influência dos neologismos na construção da linguagem de jovens no Ensino Médio, enquanto os específicos consistiram em refletir sobre benefícios e malefícios do neologismo à norma culta da fala da Língua Portuguesa a partir do que os teóricos dizem sobre a natureza e os desdobramentos do neologismo na Língua Portuguesa; identificar neologismos no discurso de falantes jovens do Ensino Médio que beneficiam e/ou maleficiam a sua fala de norma culta da Língua Portuguesa; e analisar benefícios e malefícios que o uso neológico na linguagem de jovens falantes do Ensino Médio traz à norma culta da fala de Língua Portuguesa.
Abordou-se o surgimento de neologismos que ajudam o falante a se expressar de forma mais prática. A comunicação a ser apresentada teve como referência o léxico, visto como parte viva da língua. Ele está em constante movimento, incorporando palavras novas e registrando novos significados, mas também constatando que outras deixam de ser usadas e, com isso, são esquecidas pelo falante.
Espera-se que com os resultados da pesquisa professores que militam no ensino de Língua Portuguesa no Ensino Médio valorizem o uso neológico por falantes jovens deste nível escolar em sua comunicação, mas sem deixar de esclarecer-lhes que em aspectos da linguagem como a linguagem escrita a norma a ser empregada é sempre a norma culta, devendo os mesmos ter domínio sobre ela para a comunicação exigida em seu contexto de uso.

2. O neologismo e a linguagem

Neologismo é um fenômeno lingüístico que consiste na criação de uma palavra ou expressão nova, na atribuição de um novo sentido a uma palavra já existente. Os neologismos estão presentes atualmente nas discussões e assuntos ligados ao campo da internet. É possível observá-lo com muita freqüência em salas de bate papo (chat), e redes sociais como Orkut ou hit5, Facebook, ou e-mails pessoais.
O falante ao encontrar em algum momento, limitações ou falhas para se expressar convenientemente constrói seu próprio vocabulário. Não que as palavras sejam imperfeitas, mas por ausência epistemológica e necessidade imediata que demandam nova expressão de linguagem. Assim, sentidos são criados de uma forma absolutamente ampla e simples. Trata-se do fenômeno neológico, que a partir da repetição, se configura e tomará lugar como elemento de expressão e comunicação criado, reconhecido e aplicado pelo falante.
Em linguagem e ideologia o discurso não pode ser determinado socialmente, pois cada indivíduo expressa ideias de forma diferente, o que implica em distinção. Para Fiorin (2004, p.84):

Signo lingüístico: é formado por dois componentes, um conceito e um suporte de conceito, que serve para expressá-lo, manifestá-lo, veiculá-lo. Ao conceito, chama-se significado ou conteúdo. Ao suporte, significante ou expressão. Ou seja, além de significar, as palavras revelam, no semântico o sentido que elas carregam.

A semântica discursiva abrange os conteúdos que são investidos nos moldes semânticos abstratos. Portanto, o neologismo se constrói na semântica. E por abstração e desdobramento, o falante cria outra palavra e a ela confere o sentido que deseja comunicar.
Segundo Fiorin (2004, p.50) "há construção do discurso, um campo de manipulação e inconsciente". Assim, o falante lança mão de estratégias argumentativas e outros procedimentos da sintaxe (como se sabe a sintaxe tem certa autonomia em relação às formações sociais) para criar efeitos de sentido de verdade ou de realidade, para convencer seu interlocutor.
Ao criar uma nova palavra e nela um novo sentido, o falante se utiliza as regras gerais da sintaxe, construindo sentidos abstratos que se originam na semântica. E ele faz isso consciente ou inconscientemente. E é na semântica discursiva que o conjunto de elementos semânticos constitui a maneira social de o falante ver o mundo e expressá-lo a partir das palavras. Assim, o falante mediano que desconhece as regras gerais da formação da linguagem, cunha novos sentidos a expressões antigas, ou de fato migra em sentidos outros, expressões do uso corrente.
Assim ele faz com que a língua se movimente com mais liberdade, se desprendendo do sentido geral das regras tradicionais, e corra solta, tornando mais imediata e compreensível a comunicação. Como ele recebe a linguagem e dela se utiliza para tornar o processo vivo e móvel em sua configuração, estará determinado pelas condições gerais do ambiente em que vive da cultura que o cerca e das condições gerais de emissão e recepção das mensagens que quer comunicar. Assim, o falante amazonense, numa tendência natural do reducionismo, dirá, e em sua simplificação imediata "motora" e não motorista.
Ao enunciar o neologismo motor, ele imprime um grau de intimidade, de paridade com o interlocutor, o motorista e altera a grafia da palavra, transformando-a. o sentido atinge imediatamente um grau de informalidade, que a palavra motorista, não carrega. Ele (o sentido) se presta a uma comunicação mais informal e direta. Isso é neologismo.
Como bem define o dicionário, uma palavra nova formada no meio da língua. Ou uma palavra antiga, com sentido novo. Caetano Veloso instituiu o verbo "Caetanear", que significa cantar ou conhecer suas canções. Ao próprio nome, ganhou um sentido novo. Isso é neologismo: uma transfiguração do sentido. Porque como se sabe, é o falante que desloca o sentido, dando a ele o peso de sua significação individualizada. Portanto se for dito a expressão: muito, hem? Ela pode está sendo usada no sentido inversão uma censura. Aí não é neologismo, mas só um deslocamento de sentido, que é uma habilidade do falante.
Na língua ocorre mais ou menos a mesma coisa, um elemento lingüístico tem que ser diferente de outro, para que ele tenha um determinado valor. Assim o /l/ tem que ser diferente do /t/ para que se possa operar distinção significativa entre MALA e MATA. Além disso, os elementos lingüísticos não se combinam aleatoriamente, mas segundo uma serie de regras.
Em português, por exemplo, o artigo vem sempre antes do substantivo. Dizemos "o animal" e não "animal o". Assim, o sistema é um conjunto de relações em que se estabelece um conjunto de elementos lingüístico. Essas relações dão um determinado valor a cada componente do sistema e permitem selecionar o elemento apropriado para figurar em cada ponto de cadeia da fala e combinar adequadamente esses elementos entre si. Destas combinações, nasce o neologismo porque há no sistema um conjunto de elementos com uma organização interna, uma estrutura que é apreendida e utilizada pelo falante.
O estudo do neologismo também é importante do ponto de vista cultural e político, pois o surgimento de uma nova unidade lexical geralmente está associado a necessidades sociais, entre elas a de nomeação de conceitos novos tão comuns nas ciências e nas técnicas.
Alves (2007, p. 5), assinala sobre a formação de um neologismo:

O neologismo pode ser formado por mecanismos oriundos da própria língua, os processos autóctenes, ou por itens léxicos provenientes de outros sistemas linguísticos. Na língua portuguesa, os dois recursos têm sido amplamente empregados, diacrônica e sincronicamente.

Se o neologismo for bastante freqüente, é inserido em obras lexicográficas e considerado parte do sistema lingüístico. Ocorre, no entanto, que há certa arbitrariedade no que se refere ao modo de agir dos lexicógrafos. Muitas vezes, termos muito usados são esquecidos e aqueles pouco difundidos fazem parte de seus dicionários. Apesar disso, essas obras lexicográficas são os parâmetros disponíveis para tomarmos conhecimento se um item léxico pertence ou não ao acervo lexical de uma língua. Para Carvalho (1984, p.8):

Neologismo é assim entendido [...] termo que significa nova palavra, composto hibrido do latim neo (novo) e do grego logos (palavra). Estão ligados a todas as inovações nos diversos ramos de atividade humana, seja arte, técnica, ciência, política ou economia. Os pontos de referências serão sempre mudança, evolução, novidade, novo, criação, surgimento, inovação.

O estudo do léxico mostra como o falante pode ser criativo a partir dos recursos oferecidos por uma língua. Existe a possibilidade de enriquecimento da língua com os neologismos. Isso nos mostra que nossa língua está sempre aberta a inovações oriundo da diversidade dos falantes. Muitas palavras caíram em desuso tomando um novo sentido, é importante observarmos a origem das palavras, para não confundirmos o neologismo com gírias que aparentemente são parecidas, mas que tem sentidos diferentes.
As gírias são linguagens peculiares de um determinado grupo de individuo que segue uma mesma carreira de profissão, observamos que esta linguagem e do uso peculiar do individuo que vive no mundo do creme são impelidos, pela necessidade da própria defesa, a criam uma comunicação utilizando uma linguagem diferente das normas convencionais, ou seja, em que concertem os seus planos de ação, sem o risco de serem os segredos descobertos pela policia.
E como observamos, neologia e neologismo referem-se á inovação na linguagem. E como tal, vem crescendo dentro da comunicação mais diversa. E de certa forma vem contribuindo para o esquecimento da língua portuguesa desde que saibamos utilizar sem agredir as normas cultas. As palavras são criadas por comparação e dificuldade que o falante tem em se expressar por falta de conhecimento das normas culta e necessidade da comunicação rápida, além da necessidade de ser entendido pelo ouvinte. Estes são alguns dos fatores que contribuíram para o surgimento de neologismos na língua portuguesa. Outro fator que é que algumas pessoas não têm a preocupação em seguir a norma culta para se comunicar até mesmo os indivíduos que cursam o ensino superior deixam a muito a desejar na questão na hora na comunicação. Não há preocupação de se falar dentro das normas culta, se sim a de se fazer entender. E isto faz com que a norma culta seja, de certa forma, desprezada, sendo associada a algo chato, que é peculiar a aulas chatas de língua portuguesa em sala de aula.

3. Resultados

Com a pesquisa bibliográfica constatou-se que há tanto benefícios quanto malefícios. Benefícios segundo a ótica linguística. Malefícios segundo a ótica gramatical. Dentre os maiores malefícios do uso de neologismos na linguagem de jovens, sobretudo a linguagem por eles usada nas redes sociais da Internet (MSN, Twitter, Facebook e Orkut), é que os neologismos podem passar a gírias, a partir do momento em que deixam de ser proteção involuntária do grupo social e, tomando consciência do caráter enigmático de sua linguagem, os jovens a utilizam como arma não só de defesa, mas também de ataque (CUNHA, 2004, p. 244), comprometendo assim o emprego da língua culta por estes jovens em produções textuais e/ou orais que demandam deles o seu uso. E com os gírias se tornando padrão na linguagem há um verdadeiro assassinato à norma culta padronizada e historicamente construída, tradicional, pois se alega que a língua é entendida como um sistema convencional de signos que permite uma atividade interacional entre sujeitos, e que tem na ortografia um conjunto de regras que define a sua representação escrita, dentro da chamada norma-padrão.
Os benefícios, por sua vez, residem na especificidade das chamadas linguagens tribais, usadas para haver comunicação entre determinado grupo social. Pois para os lingüistas o essencial na linguagem é haver comunicação entre os interlocutores, independente se tal comunicação norteia-se por normas cultas da língua padronizada ou não, pois se argumenta que a ortografia não é um elemento natural da língua, mas artificialmente construído e no caso da língua portuguesa falada no Brasil, definido em Lei. O que suscita, evidentemente, reações dos gramáticos, para quem a comunicação deve nortear-se pelas normas da língua, uma vez que há tais normas convencionadas pela estrutura sistemática da língua.
Do universo de jovens pesquisados quanto à natureza do neologismo 51% afirmou saber do que se trata, enquanto 49% afirmou não saber. No que se refere ao uso de neologismos enriquecerem ou empobrecerem o vocabulário 35,75% dos pesquisados disseram enriquecer por facilitar a comunicação, enquanto os 64,25% restante afirmaram empobrecer, pois dificulta a sua construção textual segundo a norma culta. E no tocante ao porquê de usarem palavras novas, codificadas segundo o seu grupo social, 95% alegaram fazê-lo por facilitar a comunicação e ser a linguagem que sua rede social usa, ou seja, por vindicar sua necessidade de pertença, de identificação, enquanto os 5% restante por considerar o fenômeno divertido.
Constatou-se também que as novas linguagens, sobretudo as peculiares aos ambientes virtuais, isto é, as linguagens tecnológicas, são um desafio à norma culta da língua. Trata-se de um fenômeno crescente, demandando da Escola paradigmas pedagógico-didáticos que, ao invés de rejeitar tais formas de linguagens por transgredirem a norma culta da língua, encontre uma adaptação que lhes dê reconhecimento como fenômeno linguístico cultural. Neste sentido, buscar um casamento entre a sociolingüística e a gramática, onde ambas se complementem e valorizem, e não que se excluam, como tem sido a tônica, é uma saída. Tal saída, entretanto, demanda uma prática pedagógica interdisciplinar, respeitando as especificidades de cada área.


Considerações Finais

A língua, ao contrario de um produto pronto e acabado, não é algo estático, mas dinâmico. Estando em constante processo de mutação, num fazer-se permanente, e apesar de apresentar variedades sociais e individuais, essas diferenciações não causam prejuízo em sua unidade, o que só atesta a riqueza característica do fenômeno linguístico. E no que respeita ao neologismo, eles são criados a todo momento, com criatividade e às vezes ao custo de sua ausência para vindicar a necessidade de comunicação e expressão do usuário da língua, tendo em vista que o falante - sobretudo o jovem de Ensino Médio - busca usar o sistema idiomático da melhor forma que lhe convém, segundo seus dialetos específicos e não consoante a norma culta. Contudo, a criação neológica não ocorre desordenadamente, seguindo uma Regra de Formação de Palavras, dando garantias da eficiência do sistema. Nesse sentido, Rocha (2003) argumenta que o falante possui intuitivamente qualquer forma lingüística, podendo usá-la conforme sua necessidade. Tendo em vista que o léxico de uma língua é o produto acumulado dos fatores sociais, bem como o meio receptor e criador dos sistemas de denominação e das terminologias, concluí-se que os jovens de Ensino Médio se valem da mobilidade da língua para criar significados que lhe façam o mundo - ou o seu mundo especificamente - ter direção teleológica. Sendo, supostamente, um conhecedor da língua padrão, ele se usa da flexibilidade do léxico para criar palavras com intuito de chamar a atenção do leitor ou de contrariar conscientemente a norma padrão. Assim, considera-se que os objetivos da pesquisa foram alcançados satisfatoriamente.

Referências

ALVES, Ieda Maria: Neologismo: criação lexical. 3.ed. São Paulo: Ática, 2007.

CARVALHO, Nelly. O que é neologismo? São Paulo: Brasiliense, 1984.

CUNHA, Celso Ferreira da. Conservação e Inovação no Português do Brasil. In: O eixo e a roda, Revista de literatura brasileira, Belo Horizonte: v.5, 1986.

FIORIN, José Luiz. Linguagem e ideologia. São Paulo: Ática, 2004.

ROCHA, Luis Carlos de Assis. Estruturas morfológicas do português. Belo Horizonte: UFMG, 2003.