A INFLUÊNCIA DA BRINCADEIRA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
 
                      “Para GRASSI (2004) ‘p8 brincadeira é o ato ou efeito de brincar, é o momento em que se utilizando de brinquedos a criança brinca”.
                      O verbo brincar nos acompanha diariamente. brincar sempre foi e sempre será uma atividade espontânea e muito prazerosa , acessível a todo ser humano , de qualquer faixa etária , classe social ou condição econômica . Brincar é ;
                *Comunicação e expressão, associando pensamento e ação:
                *Um ato instintivo voluntário:
                *Uma atividade exploratória :
                *Ajuda as crianças no seu desenvolvimento físico mental emocional e social :
                *Um meio de aprender a viver e não um mero passatempo.
                        Johan huizinga (1980) apud MALUF (2004) diz “as crianças e os animais brincam porque gostam de brincar , e é precisamente em tal fato que reside a liberdade”.
                        Já winnicott (1965) apud MALUF (2004) “coloca o brincar como uma área intermediária de experimentação para a qual contribuem para realidade interna e externa “.
                         Nesse sentindo , as criança pode relacionar questões internas com a realidade externa e torna-se capaz de participar dp seu contexto e percebe-se como um ser no mundo .
                        Maria Alice Setúbal (1987) apud MALUF (2004)  afirma que podemos identificar o brincar em dois momentos :1) nas brincadeiras tradicionais , momentos em que o individuo se insere na memória coletiva; 2)na história de vida própria do individuo , recorre às suas experiências no momento de brincar.
 
                     Ao relacionar-se com conteúdos do passado e do presente , através de sua participação no grupo de brincadeira o individuo pode dar sentido ao seu mundo , ao existir nesse mundo .
                      Pode-se dizer a partir dos dados já observados , que  uma criança com realismo nominal tem dificuldade em pensar sobre a escrita como um sistema no qual há relação entre som (islã) e sinal gráfico (escrita) .
                       No que se refere a pratica pedagógica , por experiências realizadas em escolas publicas ou particulares , de zona urbana ou rural , entres varias classes sociais , observou-se que uma criança que apresenta realismo nominal provavelmente terá dificuldade  de organizar hipóteses lingüísticas mais elaboradas . surge , então , necessidade de o professor “intervir” , para mediar a construção do conhecimento do sistema alfabético da escrita . Isso pode ser feito por meio de atividades de estimulação lingüística que rompam o realismo nominal .
                      As brincadeiras podem ate variar de nomes devidos aos lugar (região) , mas elas estão presentes em todo Pais, como exemplo das crianças Marúbo (Melatti e Melatti 1979) apud PRADO (1997). Que desde os três anos de idade brincam habitualmente com objetos cortantes, como facas entre outros, ou das crianças Arapesh Mead (19979) apud , PRADO (1997) em que a brincadeira com os lábios substituem os seios em busca de novos prazeres ou ainda, das crianças japonesas que aprendem a perder para ganhar através de brincadeiras. Benedict (1988), apud , PRADO (1997), revelando símbolos próprios de cada cultura, de concepções de infância e de modos de ser criança, e de tal importantes, são estudadas por diversos pesquisadores e reunidas em livros.    
                    
                      As contribuições da pesquisa da área da Educação Física que também utilizou  referencias da psicologia para a educação  das crianças menores de três anos nas creches , que investigou sobre a utilização dos módulos de espuma para o desenvolvimento das brincadeiras com as crianças, ao invés dos tradicionais materiais utilizados nas atividades de educação física , nos indicam que este tipo de material é mais viável no trabalho com as crianças pequeninhas, trazendo segurança e proporcionando a organização de ambientes que possibilitam exploração de movimentos variados .
                       MOLA (1997) nos indica que a descrição de algumas conquista é dificuldades pela quais as crianças menores  de três anos passam, possibilitaria conhecê-las um pouco mais, a fim de não se esperar uma resposta que as crianças ainda não podem oferecer por uma questão de maturidade. Na maioria dos trabalhos desenvolvidos com crianças, as estratégias estão voltadas à aquisição e ao desenvolvimento de habilidades de movimentos finos , em detrimento do desenvolvimentos de habilidades de movimentos globais e de estimulação de grandes grupos musculares, necessários para o melhoramento de padrões fundamentais de movimento que permitem a locomoção , a manipulação e o equilíbrio, como andar, correr, lançar, trepar, entre outros.
                         São pesquisa que buscaram observar e descrever o comportamento infantil, buscando o estabelecimento de padrões e identificação e parâmetros para a descrição do desenvolvimento infantil, tomando como base os padrões etários de uma criança única, abstrata, natural .                 
 
                         Pensando as crianças como seres imersos na cultura, diferentes, com especificidades que lhes são próprias e características própria é que as pesquisa com aporte nas Ciências Sociais (antropologia e sociologia mais especificamente), vão “ver” os meninos e meninas e pensar sobre eles  e elas . mesmo os bebês foram concebidos como seres capazes de sofisticadas formas de comunicação, competentes, estabelecendo trocas sociais com os adultos através de uma rede complexa de relações e vínculos  afetivos .
                         As contribuições de Búfalo (1997), Fagundes (1997) e Prado (1998) para a pratica pedagógica dizem respeito à brincadeira, aos espaços físicos, às diversas linguagens, à literatura infantil e à musica. São pesquisas que não estão centradas na construção de conhecimentos e nas áreas do desenvolvimento, mas na idéia das múltiplas dimensões, por isso enfatizam as diferentes linguagens e as expressões humanas, dando um salto completamente diferente das contribuições das outras pesquisas mencionadas acima.
                           As pesquisadoras apontam para a necessidade de se pensar em um conceito de Educação infantil que lhe seja próprio, independente da educação escolar, aquele das escolas de ensino fundamental, na tentativa de propiciar às meninas e aos meninos uma educação de qualidade, não escolarizante, diferenciando crianças de adultos, enquanto produtoras e produto da cultura. Elas ainda alertam para o fato de que precisamos produzir conhecimentos sobre as crianças pequeninhas, que conhecemos somente através da medicina e da psicologia .
                             
                          
 VYGOTSKY (1984) destaca que as brincadeiras infantis resultam da experiência direta com os adulto, através da imitação e da observação, caracterizando-se como espaços privilegiados de interações sociais, com associação de novos significados e construção de novos conhecimentos  pelas crianças. Segundo  Maluf, (2003 p.33):    
 
         É através do brincar que a criança vai diferenciando o seu mundo         interior (fantasias, desejos e imaginação ) do seu exterior, que é a         realidade por todos compartilhada. Cada criança expressa os seus         desejos, fantasias, vontades e conflitos. Faz-se necessário que o             professor estabeleça uma conexão entre o prazer, o brincar e o             aprender. Ocorrerá uma estimulação da imaginação e da fantasia da         criança, indo muito mais além de uma intenção educativa.  
                     
                              O olhar da psicologia no enfoque da infância e das brincadeiras, em especial nas áreas do conhecimento sociológico e antropológico, que por sua vez, concebem as brincadeiras inseridas num sistema social, possuidoras de funções sociais, produtos e produtoras de uma sociedade adotada de traços culturais específicos.
                              Segundo  o Ministério da Educação o direito a brincadeira, como maior fonte de conhecimento, de ampliação e qualidade de movimentos, sensibilidades e emoções das crianças, apontando nas Proposta em Educação infantil brasileiras, atentam para a necessidade do reconhecimento da criança como ser social, produtor de cultura. MINISTERIO DE EDUCACAO DO DESPORTO (1994).
                               A cultura que as crianças estão produzindo, já considera por Florestan Fernandes (1979); a cultura infantil, aquela que se expressa por pensamentos e sentimentos que chegam até nós, verbalmente, mas por meio de imagens e impressões que emergem do conjunto da dinâmica social, reconhecida nos espaços das brincadeiras e permeada pela cultura do adulto, não se da somente em obras materiais, mas na capacidade das crianças de transformarem a natureza e o interior das relações sociais, e estabelecer múltiplas relações como seus pares, com crianças de outras idades e com os adultos, criando e inventando novas brincadeiras, Búfalos apud, Prado (1997) e novos significados.
                               O brincar é importante porque incentiva à utilização de jogos e brincadeiras. No brincar existe, necessariamente, participação e engajamento  - com ou sem brinquedo -, sendo uma forma de desenvolver a capacidade de manter-se ativo participante.
                                É importante a criança brincar, pois ela irá se desenvolver permeada por relações cotidianas e assim vai construindo sua identidade, a imagem de si e do mundo que cerca.
                               Para Cunha (1994), apud MALUF (2003) brincando a criança desenvolve suas potencialidades. Os desafios que estão ocultos no brincar fazem com que a criança pense e alcance melhores níveis de desempenho.
                               
                                         
Através do jogo, da brincadeira ou do brinquedo, podemos observa; o comportamento das crianças (a brincadeira propriamente dita ), no que diz respeito às atividades físicas e mentais envolvidas; as características de sociabilidade que o jogo propicia (trocas, competições etc); as atitudes, reações e emoções que envolvem os jogadores; e os objetos utilizados (brinquedo, outros)
                           Na obra “a criança e seu mundo ’’, Winnicott (1976), apud MALUF (2003) faz colocações fundamentais sobre brincar. Dentre elas posso citar;”As crianças tem prazer em todas experiências de brincadeiras física e emocional”.
                            Acredita-se que através do brincar a criança prepara-se para aprender. Brincando ela aprende novos conceitos, adquire informações e tem um crescimento  saudável.
                            Toda criança que brinca vive uma infância feliz, de torna-se um adulto muito mais equilibrado física e emocionalmente, conseguirá superar com mais facilidades, problemas que possam surgir no seu dia-a-dia.
                             A criança privada dessas atividades poderá ficar com traumas profundos dessa falta de vivencia. Quando a criança brinca, ela está vivenciando momentos alegres, prazerosos, além de estar desenvolvendo habilidades.
                             O brincar é a tarefa do dia-a-dia que nem, os pais nem os professores conseguem transmitir.
                              A criança é curiosa e imaginativa, está sempre experimentando o mundo e precisa explorar todas as suas possibilidades. Ela adquire experiência brincando. Participar de brincadeiras é uma excelente oportunidade para que a criança viva experiências que irão ajudá-la amadurecer  emocionalmente e aprender uma forma de convivência mais rica.
                               Quando brincamos exercitamos nossas potencialidades,  provocamos o funcionamento sem estresse, medo ou desenvolvemos a sociabilidade, cultivamos a sensibilidade, nos desenvolvemos intelectualmente, socialmente e emocionalmente.   
                             
      Brincar favorece a alto-estima, a interação com seus pares e, sobretudo, a linguagem interrogativa, propiciando situações de aprendizagem que desafiam seus saberes estabelecidos e destes fazem elementos para novos esquemas de cognição.
                                Assim também ocorre com as crianças: elas mostram que são dotadas de criatividades, imaginação e inteligência. Desenvolvem capacidades indispensáveis à sua futura atuação profissional, tais como atenção, concentração e outras habilidades psicomotoras.
                            CUNHA (1997) ressalta que “o desenvolvimento psicomotor de uma criança pode acontecer em sua  plenitude através das experiências vividas por uma infância rica em oportunidades estimuladas e naturais, como as situações que o brincar ofereceu”.
                              Os jogos que requerem concentração de atenção e mobilidade de habilidades são muito úteis, pois através deles as crianças se exercitam sem cansaço e consegue realizar tarefas que talvez não conseguissem se não estivesse motivadas pela situação lúdica e livre de obrigatoriedade.
                             Para ajudar as crianças a adquirirem o habito de pensar, de analisar e de buscar alternativas, a escola precisa oferecer atividades bem dinâmicas, baseadas em perguntas e situações muito criativas. Os jogos e brincadeiras evitam acomodação porque exigem que as crianças a se desenvolve a inteligência , e por tanto não garante que em uma situação nova criança possa encontrar a solução mais adequada. É preciso cultivar o hábito de pensar, essa talvez seja a tarefa mais importante a ser desempenhada pelos educadores junto com as crianças.
                              Todo aprendizado que brincar permite é fundamental para a formação da criança, em todas as etapas da sua vida.  


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