A poesia de Bandeira tem início no momento em que sua vida, mal saída da adolescência, se quebra pela manifestação da tuberculose, doença então fatal. O rapaz que só fazia versos por divertimento ou brincadeira, de repente, diante do ócio obrigatório, do sentimento de vazio e tédio, começa a fazê-los por necessidade, por fatalidade, em resposta à circunstância terrível e inevitável. Mário de Andrade chamava-o de O São João Batista do Modernismo. Bandeira exerceu diversas atividades profissionais relacionadas ao ensino. Era um profundo conhecedor da técnica de composição poética e por vezes aproveitava-se das formas clássicas ou incurte às formas mais radicais das vanguardas, sem contudo perder a marca de absoluta simplicidade, predominante em sua obra. Ainda que se note em várias passagens de sua obra a herança do Romantismo, Bandeira soube evitar o sentimentalismo piegas, edificando uma obra depurada e de grande valor estético. O objetivo do presente trabalho é demonstrar a relevância literária da poética de Manuel Bandeira e a presença de poemas que relembram a sua infância e que os tornam mais atraentes aos olhos (e ouvidos) do leitor. Para alcançar este propósito, aqui são feitas referências de vários poemas, os quais são analisados com base num suporte teórico de Britannica (1992), Cereja; Magalhães (2005), Dantas (1977), Júnior (2008), Nicola; Terra (1997) estudiosos que apresentam e reforçam a ideia que conduz este trabalho, o que configura a convicção de que Manuel Bandeira é um dos poetas da maior significação para a história da literatura brasileira contemporânea.

Palavras-chave: Composição Poética. Infância. Literatura Brasileira Contemporânea.