“A INDÚSTRIA DOS CARTÕES DE CRÉDITO”

 

Welinton dos Santos é economista

 

 

      O aumento de 94,9% do volume de cartões de crédito em cinco anos mostra o crescimento impressionante do mercado de cartões de crédito, débito e de lojas.

      O dinheiro de plástico auxiliou o Brasil em dos momentos mais críticos da crise, mantendo os créditos ativos.

       No Brasil segundo a ABECS Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços, dois terços de todas as compras com cartões de crédito são realizados a prazo.

       Em 2009, em plena crise econômica, a indústria dos cartões movimentará por volta de R$ 450 bilhões, contra R$ 158,9 bilhões de 2004, quase três vezes mais, em 483 milhões de transações (de jun/08 a jun/09), com taxas de crescimento da ordem de 44% ao ano segundo ABECS. O ano de 2008 movimentou R$ 375 bilhões através dos cartões de plásticos.

       Para os portadores de cartão de crédito, débito ou loja existem algumas dicas no site http://www.abecs.org.br/, podendo obter informações dos participantes do sistema, tipos de cartão, uso do cartão, segurança, serviços, lista de associados e também um manual do portador de cartões de crédito, que pode ser baixado em pdf no endereço: http://www.abecs.org.br/dicas_servicos.asp.

       O setor de cartões de crédito é importante para a economia nacional, apesar do número exagerado disponível para a população brasileira, de um total de 191 milhões de habitantes, no país existem 540 milhões de cartões.

       Além da facilidade do sistema de compra eletrônico, acaba contribuindo para a formalidade de empresas, hoje pode pagar até táxi com cartão. O sistema de cartão é rastreado o que permite aumento de fiscalização sobre as transações.

       As modalidades de cartões são: débito, crédito, loja e rede, com o agravamento da crise os cartões de débito superaram os de crédito, mostrando melhoria no processo de conscientização do consumidor, mas existe ainda uma outra razão, a diminuição de emissão de cheques, principalmente os pré-datados. O sistema eletrônico de administração de cartões é mais barato que o sistema de compensação de cheques.    

       A união de cartões de loja e redes com o sistema de crédito e débito tende a crescer, para diminuição de custos operacionais de processos e aumento da rentabilidade das empresas envolvidas.

       Apesar dos juros salgados cobrados sobre o crédito rotativo (240% ao ano), este sistema financeiro mostra-se eficiente e até econômico quando seu usuário cria o hábito do pagamento integral da fatura mensal, mas uma armadilha à saúde financeira doméstica quando efetua apenas o pagamento do mínimo, tornando-se uma grande bola de neve. O volume de inadimplência total fica em torno de 9,8% do total da carteira, motivo dos juros tão altos, mas existe uma oferta às vezes exagerada para certos clientes que têm altos volumes de crédito em várias bandeiras, que pode provocar problemas financeiros aos seus usuários na falta de controle das finanças pessoais. 

        Fica claro e inevitável perceber que o dinheiro manual como conhecemos tende a desaparecer no tempo, em virtude do desenvolvimento crescente da tecnologia.

        O sistema de cartão de crédito oferece garantias para o tomador lojista ou prestador de serviços, apesar da crise o volume continua aumentando, garantindo as vendas e a circulação bens e serviços pela economia.

        Com projeções de crescimento da ordem de 20% ao ano, o setor poderá chegar a um volume financeiro de no mínimo R$ 800 bilhões nos próximos cinco anos, devendo em 2010 passar o número de 600 milhões de cartões emitidos em circulação.

        A indústria de cartões de crédito é promissora e geram lucros da ordem 10% a 15%, mas não podemos negar a praticidade do sistema que tomou conta de nossas vidas.