Qualquer pessoa ligada às práticas escolares contemporâneas, seja como educador, seja como educando, ou público mais geral (pais, comunidade e outros), consegue ter uma razoável clareza quanto àquilo que nos acostumamos a reconhecer como a "crise da educação". Sabemos todos diagnosticar sua presença, mas não sabemos direito sua extensão nem suas razões exatas. De qualquer modo, o indício mais evidente dessa "crise" é que boa parte da população de crianças que ingressam nas escolas não consegue concluir satisfatoriamente sua jornada escolar de nove anos mínimos e obrigatórios; processo este que se convencionou nomear como "anomalia escolar" ou “fracasso escolar”, e que pode ser constatado no simples fato de que um considerável número das pessoas à nossa volta, egressos do contexto escolar, parece ter uma história de inadequação ou insucesso para contar.
Este certamente é o maior problema enfrentado pela escola brasileira nos dias de hoje, em especial no nosso município, e que dá ao Brasil um lugar bastante desconcertante quando em comparação com os outros países. Mais precisamente, os índices de retenção e evasão escolar no país são semelhantes aos de países africanos como a Nigéria e o Sudão. Mais ainda, quando se investiga a qualidade do ensino ministrado entre aqueles que permaneceram na escola/instituição educacional, o quadro não é menos desolador. A esse último efeito temos chamado de "fracasso dos incluídos", até porque, se aprova todos até os que não conseguem interpretar suas próprias idéias apenas enfeitam com linguagem ditas acadêmicas, técnicas. Em qualquer concurso se vêem a corrupção por detrás das cortinas dos ditos, “amigos da desonestidade”.
Convenhamos, não é estranho e contraditório que, dependendo do quesito, o econômico ou o político, por exemplo, os brasileiros apreciem ser comparados aos europeus ou asiáticos, e no quesito educacional nós sejamos forçados a nos alocar no mesmo patamar de países castigados da África!?
Esse é um dado alarmante que tem chamado a atenção de muitos, desde a esfera governamental até a do cidadão comum, passando pelos profissionais da educação. Poder-se-ia dizer, inclusive, que há uma espécie de "mal-estar" pairando sobre a escola, sobre as Instituições Educacionais e o trabalho do professor hoje em dia. A própria imagem social das Instituições parece estar em perigo de tal maneira que os profissionais da área acabam acometidos, por exemplo, de uma espécie de falta aguda de credibilidade profissional em especial os mais dedicados a causa da educação em si, sem visão de trampolim para cargos de poder, sabendo que poder mesmo, somente do DEUS Todo Poderoso ‘JAVÉ’.
É certo, pois, que grande parte dos problemas que enfrentamos como categoria profissional, inclusive no interior da sala de aula, parece ter relação imediata com essa lastimável falta de credibilidade da intervenção escolar e, por extensão, da atuação do educador. Além disso, se a imagem social da escola está ameaçada, algo de ameaçador está acontecendo também com a idéia de cidadania no Brasil, uma vez que não há cidadania sustentável sem escola.
É importante frisar que, sem conhecimento formal, não há a possibilidade de o cidadão ter acesso, de fato, aos seus direitos constituídos. Afinal, tornar-se cidadão não se restringe ao direito do voto, por exemplo, mas inclui direitos outros com vistas a uma vida com dignidade  e isso tudo tem a ver mediatamente com Instituições Educacionais, pois quanto menor for a escolaridade da pessoa, menores também serão suas chances de acesso às oportunidades que o mundo atual oferece e às exigências que ele impõe.
Entretanto, alguns poucos ainda parecem questionar a importância intrínseca da escolarização nos dias de hoje. Será isso admissível? De uma coisa estejamos certos: num futuro bem próximo, o mundo será implacável com aqueles sem escolaridade. Basta olhar à nossa volta e prestar atenção na situação concreta das pessoas desempregadas, por exemplo.
Pois bem, quando alguém se propõe a investigar as razões desse "fantasma" do fracasso que ronda a todos nós, ultimamente tem aparecido, dentre as muitas razões alegadas pelos educadores (desde as ligadas à esfera governamental até aquelas de cunho social), uma figura muito polêmica: o "aluno-problema". E onde se destaca o professor problema? O que enrola, engana seus alunados, sem nenhum compromisso com o seu conhecimento? Estes que muitas vezes ainda se dizem e, se acham competentes... e até perseguem seus colegas rotulando-os com seus rótulos.
  O aluno-problema é tomado, em geral, como aquele que padece de certos supostos "distúrbios psico/pedagógicos"; distúrbios estes que podem ser de natureza cognitiva (os tais "distúrbios de aprendizagem") ou de natureza comportamental, e nessa última categoria enquadram-se um grande conjunto de ações que chamamos usualmente de "indisciplinadas". Dessa forma, a indisciplina e o baixo aproveitamento dos alunos seriam como duas faces de uma mesma moeda, representando os dois grandes males da escola contemporânea, geradores do fracasso escolar, e os dois principais obstáculos para o trabalho docente.
     Encerramos nosso percurso nesse artigo, sem concluirmos, pois muito mais teríamos que escrever mas, deixamos destacados   nossas idéias em metas, de que três são os valores básicos que devem presidir nossa ação em sala de aula: a competência, o prazer e a honestidade. Quando podemos (ou conseguimos) exercer esse ofício extraordinário que é a docência com competência, prazer e honestidade  e, por extensão, com generosidade e verdade , isso se traduz também na maneira com que o aluno exercita o seu lugar. O resto é sorte. E por falar nisso, boa sorte a todos!