A IMPOSSIBILIDADE DE SE DAR EDUCAÇÃO A FILHOS DE ATEUS

Enquanto os pais se mantiverem descrentes de tudo, os filhos não podem receber a educação devida à complexidade ontológica humana, e crescerão levando consigo todos os males desintegradores da psique

O ser humano é muito mais complexo do que podem supor os pais ateus e a ciência míope. A ontologia da espécie humana é por demais complicada para ser compreendida sem um esforço profundo de estudo multidisciplinar, no qual esteja envolvida uma vasta gama de conceitos e realidades transcendentais, sem os quais estudar um homem equivaleria a estudar uma pedra (aliás, nem isso, pois pedras também são complexas demais).

O erro é de origem, e sua equação deve iniciar assim: "Como um médico poderá saber ao certo se determinada doença de um filho não teria origem genética, se aquela criança foi achada na rua e sem qualquer possibilidade de se encontrar os pais biológicos e irresponsáveis?"... Ora, qualquer profissional sabe que sem o "pedigree", ou sem o mapeamento familial, grande parte das doenças e problemas de saúde de um indivíduo manter-se-ão obscuros do ponto de vista médico, e assim toda a possibilidade de cura estará comprometida ou inviável.

O mesmo se aplica no caso aqui enfocado. I.e, sem o "pedigree" espiritual, ou seja, sem o conhecimento da ontologia divina, homem nenhum poderá sequer sonhar em ser curado, uma vez que se Deus é uma Trindade e criou o ser humano também como trindade, qualquer cura precisará abranger a trindade humana, ou a sua ontologia completa, sem a qual a Medicina apenas enganará o paciente e a si mesma.

Outro bom exemplo vem da História. Antes da aprovação oficial da Psicologia como Ciência, a Medicina tratava as pessoas apenas enquanto corpos doentes, e todos os esforços e curas, de êxito raro ou temerário, se davam quando, por pura casualidade (ou milagre ? Deus os pode operar sem que ninguém O tenha solicitado), um médico passava uma terapia ou um remédio que coincidentemente atingia o germe agressor do órgão doente e o paciente melhorava e se salvava. Afora isso, a descoberta de uma doença dificilmente acompanhava a esperança de cura, pelo menos na cabeça dos médicos honestos, que ministravam tratamentos na aleatoriedade das circunstâncias ou na autoconfiança, que às vezes coincidia com um processo de cura indetectável. Quanto aos pacientes, estes sabiam, com certeza, que um diagnóstico de enfermidade significava provavelmente e morte, a invalidez ou a perda da qualidade de vida, com o definhamento do organismo até a falência múltipla dos órgãos. Era assim que a realidade histórica registrava os anais da medicina, a qual, infelizmente, sempre seguiu os ditames da incredulidade científica.

Porém veio a Psicologia e, com ela, uma lacuna considerável nos meios de tratamento, abrindo definitivamente a compreensão para a incidência de patologias não-corpóreas ou de origem no cérebro ou na mente, que agora ganhava um peso maior no âmbito da diagnose. A cura humana estava, então, muito mais fundamentada e próxima, aumentando a esperança e as chances de cura para milhões de pessoas acometidas das mais variadas moléstias, nos 4 cantos do mundo.

Todavia, nem assim a Medicina, como um todo, estava completa, como instrumento de cura. A entrada da psicologia foi um grande passo, sem dúvida, mas a área abrangida pela recém-chegada ciência não alcançava, ainda, a totalidade da ontologia humana, e por isso muitas curas não vinham e muitas pessoas continuavam morrendo inexoravelmente, sem que nada pudesse ser feito. A Ciência ainda estava em débito com a equação da cura, da mesma forma como um borracheiro que conserta dois pneus de um triciclo quase nada faz se os três pneus tiverem furado.

Era preciso ir mais longe. Ir ao "terceiro pneu" ou à parte da ontologia inalcansável pela Medicina e pela Psicologia. O terceiro pneu é o espírito ou alma, que a Medicina passa longe e a Psicologia apenas toca de raspão (isso quando o psicólogo é cristão, ou é parapsicólogo, ou possui alguma crença tricotomista) quando avalia a possibilidade de cura por algo equivalente à fé em milagres ou à autocura pelo espírito.

Sendo o Homem corpo, mente e alma, como pensar numa cura que alcance apenas corpo e mente? E se a origem das doenças for espiritual? Quem será curado então? Assim, temo que a "cura dicotomista" esconda uma realidade duríssima e aterradora, a saber: que ninguém está sendo curado de fato, e a Medicina/Psicologia apenas estão enganando as massas e ganhando dinheiro indevido. Isto é pesadelo maior do que jamais pôde imaginar um Stephen King ou um John Carpenter.

Voltemos à questão da impossibilidade de os pais ateus darem Educação aos seus filhos. Pergunto: como pais ateus podem dar Educação aos filhos se os tratam como se eles fossem apenas carne-e-osso ou quando muito corpo-e-mente? Se as doenças surgem nos meandros assimétricos das almas, e estes se tornam assimétricos por terem sido entregues à própria sorte ao longo da infância e da adolescência, como evitar que filhos de ateus cheguem um dia a ser cidadãos espiritualmente íntegros e capazes de reações decentes e controles emocionais adequados?

Ora; indivíduos neurastênicos, homens explosivos, mulheres depressivas, reações violentas e todo tipo de distúrbio anti-social, são produto de almas infantis deixadas a mercê de si mesmas, ou abandonadas em sua fome egocêntrica, filha direta da vontade intocável e do desejo jamais negado, que são os estopins definitivos do mau-caratismo. Nenhum marginal ou criminoso de hoje quis, na sua infância, se tornar o que agora são em sua vida adulta, assim como nenhum alcoólatra um dia quis ser alcoólatra e nem sequer acreditava em tal hipótese (que o diga o pessoal do "AA").

Isto tudo implica em que se a Educação da Infância não contemplar o conjunto completo da ontologia humana e promover transformações aperfeiçoantes no espírito das crianças, a fábrica secreta de marginais e bandidos continuará a produzir em escala industrial os destruidores da sociedade, e a Humanidade nunca terá paz. Basta que os pais vejam e revejam como estão educando seus filhos, ou se a influência do ceticismo moderno está sendo maior ou menor no lecionário doméstico, deixando de fora a parte divina das consciências infantis. Se você é ateu, não tenho mesmo nada a lhe transmitir aqui. Mas se você crê em Deus, ou mais ainda, se é cristão, então comece por colocar freios e limites ao senso de liberdade de seus filhos, bastando para isso lembrar que, se até nós adultos precisamos de freios, do que não precisarão as consciências frágeis e limitadíssimas das crianças?

Não deixe o menino mandar em você, ou será alguém que jamais aceitará ser subalterno de ninguém, perdendo todas as chances de arrumar um emprego. Não deixe o menino receber tudo aquilo que deseja, ou será alguém que jamais aceitará ser negado em qualquer vontade. Não deixe o menino fazer uma traição sem saber que isto é um pecado grave, doutra feita um dia achará que a traição é um recurso para vencer concorrentes, e terminará por trair seus próprios pais. Finalmente, acostume seus filhos a ler a Bíblia ou a ver filmes sobre a História de Jesus, pois só ali terão o modelo perfeito de bom caráter com que moldar suas consciências e se tornarem adultos magnânimos, e assim formarem uma sociedade de homens de bem. Tudo o mais é inútil ou maldição.

...................................................................................Prof. JV ([email protected])

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