"Sr. Pixador, nossa empresa contribui mensalmente com a ONG ..., comprovantes à disposição..."
Comumente vemos nas fachadas, especialmente de escritórios comerciais, uma placa com os dizeres acima, visando evitar a ação depredatória, de incivilizados seres humanos.
É interessante notar que, de fato quando há uma placa semelhante, a pintura do local permanece intacta, comprovando que estes seres "humanos" acéfalos respeitam o pedido de alguém da qual desprezam, fazendo-nos supor, que seja em respeito a uma entidade social.
No Brasil, simultaneamente, existe uma visão ambígua sobre estas organizações. De um lado, uma grande desconfiança, não sem motivo, diante de organizações geridas com finalidade espúria a se comprovar pelas notícias comumente nos jornais. De outro lado, a real importância que estas organizações possuem a ponto de comover a sociedade como um todo : pessoas de bem, consumidores e até os acéfalos citados na abertura do texto.
Essas organizações ( as sérias), voltadas para ações ambientais no Brasil, têm desempenhado um importante fator de fiscalização e de formação de opinião.
Recente levantamento publicado no Anuário Gestão Ambiental, comprova que 34% possuem auditoria externa, e que o setor público é o principal parceiro para 88% dessas organizações.
" A educação ambiental continua sendo o pilar das ONG?s brasileiras" informa o citado anuário e " 95% atuam com esse enfoque, seguida pelo desenvolvimento de projetos com comunidades locais (85%) ".
A pesquisa envolveu 328 entidades instaladas no Brasil, sendo algumas internacionais e mais da metade informou a origem dos recursos que totalizaram R$ 171 milhões no exercício 2010, ou seja buscaram ser transparentes.
Nos longínquos bancos da Faculdade de Economia, aprendemos que a iniciativa privada localiza rapidamente os nichos de negócio, onde o retorno do capital é viável.
De outro lado o Estado investe onde a iniciativa privada não quer ou não pode participar, seja pelo montante exigido de capital, seja pela falta de retorno ou pelo tempo necessário para o retorno.
Sabemos também que o Estado, como investidor, não é um modelo exemplar, de rapidez, eficiência e controle de gastos.


Ou seja, em algumas situações temos, empresários desinteressados, obviamente, quando não enxergam possibilidade de lucro e o Estado que supre a necessidades da população de forma lenta e ineficiente .
Em vista disso surgiu a 3.a Via , associando-se com a iniciativa privada ou pública, ou com ambas simultaneamente, visando agilizar soluções práticas para problemas públicos em geral.
As ONG?s conseguem simultaneamente agilizar soluções sociais compensando a lentidão estatal e trabalhando sem objetivar o lucro, suprindo o desinteresse do empresariado.
Como demonstramos em edições anteriores, uma empresa moderna, tem hoje a necessidade de envolver-se com ações sociais ( conceito Tripple Botton Line) e nada mais eficiente do que apoiar um trabalho sério do Terceiro Setor, que leva a este resultado rapidamente.
O grande mestre Peter Drucker, deixou-nos um grande legado também com relação a este tema, pois pouco tempo antes de morrer, confessou que trabalhou voluntariamente para muitas organizações despendendo cerca de 50% do seu tempo. Completou dizendo que muito aprendeu com isso, pois estas empresas trabalham ( nos EUA especialmente) , com poucos recursos e administram com perfeição suas organizações, minimizando gastos e superando-se em eficiência.
Ou seja de um homem civilizado e genial como Drucker, a um incivilizado pixador nada genial , todos em algum tempo perceberemos que as ONG? s são essenciais nos tempos de hoje.