A importância que nos damos

O fato de nos irritarmos quando alguém não satisfaz nossos desejos, não realiza nossas vontades, quando não nos deixa passar à sua frente em qualquer situação que se apresente, denota a importância que nos damos e que nos julgamos merecedor. Pensamo-nos, de fato e de direito, sermos melhores do que todos aqueles que de nós se aproximam. Mas, o que nos faz pensar que somos os privilegiados, aqueles que foram escolhidos para brilhar e ofuscar o outro, aquele que tem o direito de sair à frente de todos? A soberba?                                                       Quem foi que nos disse que devemos ser os primeiros em qualquer lugar? Quem o disse esqueceu-se de dizer, que se todos nós nos julgamos merecedores do primeiro lugar, não haverá quem ocupe os demais. Ou não?Quem ocupará o segundo, o terceiro, se estamos todos no topo, no ponto mais alto da importância humana, sem nos atermos que existe uma gama imensa de outros lugares, que vão até o infinito?                                                                       Por que será que nos endeusamos tanto, nos sentimos com o direito de conseguir tudo de bom que há no mundo antes do outro?Por que nos julgamos no direito de receber os créditos por tarefas realizadas e das quais só participamos com caras e bocas, que denotam o quanto estamos incomodados com tal situação? O competir? Mas para que competir se o primeiro lugar já nos coloca em situação privilegiada?                                                               Andamos por falsos caminhos... Atemo-nos à realidade assumida por nossas ações. Incomoda-nos pensar que o primeiro lugar não nos pertence. Na tentativa de deixar a justiça de lado, esquecemo-nos que melhor que estar à frente de tudo e de todos é assumir a responsabilidade de ser aquele que dá o melhor de si para que tudo seja feito a contento. Para si e para o outro. Sempre.

 Heloisa/2011