Anne Carolynne Zanetti *¹ Aurísia Célia Florêncio *¹ Camila Eduarda Morais *¹ Gabriela Silva Novaes *¹ Iêda Batista da Cunha *¹ Marimilla Medeiros *¹ Thais Barbosa *¹ Ana Paula Barbosa *² RESUMO: Jogos e brincadeiras são ferramentas responsáveis pelo desenvolvimento social e cognitivo da criança estimulando a curiosidade, interação, participação e flexibilidade. Nosso projeto teve como foco observar a importância dos jogos em crianças de 3 a 4 anos de idade. Afinal nessa faixa etária as crianças vivenciam o mundo real através de jogos e brincadeiras de faz-de-conta, criando assim um a zona proximal segundo Vygotsky. Observamos que a instituição possui com bastante frequência através dos educadores a utilização de jogos a fim de estimular o bom convívio e a aprendizagem. Utilizamos para a coleta de dados o método dedutivo, um questionário com perguntas objetivas e jogos voltados para o trabalho em grupo, e concluímos assim que 80% dos educandos acreditam que essa forma de atividade é de grande contribuição para o desenvolvimento das crianças. Palavras-chaves: Jogos e brincadeiras, Criança, Trabalho em grupo. ABSTRACT: Games and jokes are responsible tools for social and cognitive development of the child stimulating curiosity, interaction, participation and flexibility. Our project focused observe the importance of games in children 3-4 years of age. After all this age group children experience the real world through play and games of make-believe, creating a proximal zone according to Vygotsky. We observed that the institution has quite often educators through the use of games in order to encourage good fellowship and learning. Used for data collection deductive method, a questionnaire with objective questions and games geared to group work, and so we conclude that 80% of students believe that this form of activity is of great contribution to the development of children. Keywords: Games and jokes, Child, Group work. __________________________ *¹ ALUNOS do 6ª Semestre A do curso de Psicologia da Universidade de Franca-SP. *² PROFESSORA Orientadora do projeto de pesquisa dos alunos do 6ª Semestre A. Docente na Universidade de Franca. Especialista em Didática. Mestre em Educação pela Universidade Federal de São Carlos. Doutora em Serviço Social pela UNESP de Franca. INTRODUÇÃO O desenvolvimento da criança está intrinsicamente relacionado com a sociabilidade. O brincar insere a criança no mundo de relação, proporcionando a ela desenvolver aptidões, habilidades, formas de se expressar e de compartilhar. De forma lúdica a criança vai consolidando representações simbólicas e de regras que envolvem os jogos e competições onde a violação representa falta. Jogos e brincadeiras são transmitidos de geração em geração, são ferramentas responsáveis pelo desenvolvimento social e cognitivo da criança, estimulando a curiosidade, interação, participação, flexibilidade, escolhas, oportuniza a organização e utilização de espaço. Tudo isso vai aos poucos construindo na criança o senso de responsabilidade e auto confiança, e vai ganhando autonomia. Escolhemos como tema para o nosso projeto A importância dos jogos em crianças de 3 a 4 anos de idade, sendo de diferentes classes sociais e culturas todas incluídas na mesma instituição passando a maior parte do seu tempo. Nosso intuito foi saber como é o desenvolvimento da criança dentro da instituição com brincadeiras educativas, as dificuldades da criança ao brincar com a outra, e a importância de cada brincadeira. A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS EM CRIANÇAS DE 3 À 4 ANOS DE IDADE Dentre as brincadeiras realizadas pelas crianças na faixa etária dos três aos sete anos, o faz-de-conta é a que mais desperta o interesse e tem sido estudada em detalhes. Alguns pesquisadores que trabalham com as teorias do desenvolvimento cognitivo destacam a sua importância como comunicação integrada, ou seja, “o faz-de-conta é uma atividade complexa e constituinte do sujeito, diferente das que caracterizam o cotidiano da vida real, que já aparece nos jogos de esconde-esconde que ela tem com os adultos, quando aprende que desaparecer no jogo, não é algo real, mas inventado para poder brincar”. (OLIVEIRA, 2006, p.3). Segundo Vygotstky (apud KAMII; DE VRIES, 1991, p. 21) “o brincar também libera a criança das limitações do mundo real, permitindo que ela crie situações imaginarias. Ao mesmo tempo é uma ação simbólica essencialmente social, que depende das expectativas e convenções presentes na cultura”’. O brincar permite à criança vivenciar o lúdico e descobrir a si mesma, apreender a realidade, tornando-se capaz de desenvolver seu potencial criativo. É também colocado como um dos princípios fundamentais, defendido como um direito, uma forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação entre as crianças. Para Piaget (apud KAMII; DE VRIES, 1991, p. 25) “a interação entre crianças também é indispensável para o desenvolvimento intelectual. No livro A Psicologia da inteligência (1947), ele afirma que a lógica da criança não poderia se desenvolver sem a interação social, porque é nas situações interpessoais que a criança se sente obrigada a ser coerente. Enquanto ela estiver sozinha, poderá dizer o que quiser pelo prazer do momento. É quando está com os outros que ela sente a necessidade de ser coerente a todo momento e pensar naquilo que vai dizer para ser compreendida e para as pessoas acreditarem no que diz”. Além de contribuir para a construção de regras, os jogos em grupo têm a vantagem de estimular ações físicas e encorajar as crianças a manter-se mentalmente ativas. Crianças alertas e curiosas vão construindo muitos conhecimentos a pensar sobre tudo o que as rodeiam. A característica mais marcante dos bebes e das crianças pequenas é sua intensa curiosidade e o fato de ser alertas. A curiosidade e a agilidade mental, a iniciativa e a honestidade na expressão também são qualidades essenciais para que a criança construa seu próprio conhecimento. O processo de brincar cria estratégias para vencer o jogo, faz com que estimule o raciocínio da criança, faz com que ela se encoraje e crie atitude, exercendo assim sua autonomia, faz com que a criança pense e perca o medo e a timidez. Piaget nos diz que é através das relações que as crianças constroem seu conhecimento, que assim elas assimilam conceitos e podemos observar que elas leem placas, contam a comida, observando isso podemos perceber o quão valioso é a aplicação de jogos na construção do seu conhecimento. Os jogos permitem que as crianças façam associações e é necessário que deixem as crianças livres para criarem dentro dos jogos, mesmo que estes tenham regras é necessário que se tenha abertura, para as crianças criarem dentro dos jogos e para estimular o raciocínio. Observamos que em relação aos pais pode haver uma certa objeção, que tem o pensamento que somente se apreende e avalia através de provas e trabalhos, isso são coisas arraigadas da cultura, e para mudar esse pensamento é preciso de muito estudo e um processo de conscientização. “As crianças se desenvolvem não apenas social, moral, cognitivamente, mas também política e emocionalmente através de jogos com regras. Um jogo não pode começar a não ser que os jogadores concordem com as regras”. (KAMII; DE VRIES, 1991, p. 38) As atividades lúdicas atingem um caráter educativo, tanto na formação psicomotora, como também na formação da personalidade das crianças. Assim, valores morais como honestidade, fidelidade, perseverança, hombridade, respeito ao social e aos outros são adquiridos. Como vimos, o brincar é de fundamental importância para o desenvolvimento sadio em todas as faixas etárias, pois brincando a criança interna valores, crenças, hábitos, comportamentos do mundo ao seu redor, se preparando para vivencia-las no futuro, já que a realidade dos adultos ainda não são a sua. Em nossa pesquisa utilizamos o método dedutivo, utilizamos a observação e o questionário como procedimento de coleta de dados. O questionário foi elaborado com oito questões de alternativa e duas questões aberta, e foi aplicado nos funcionários da instituição. Em nossas visitas a INSTITUIÇÃO ESPÍRITA JOANNA DE ÂNGELIS, observamos o quanto e importante e valioso instrumento de ensinos os jogos são a creche que atende crianças carentes sem qualquer custo para os pais destas crianças, a instituição conta com ajuda da prefeitura e recursos próprios provindos de movimentos que ela faz. Observamos o quanto, a instituição é comprometida em sempre estimular as crianças com brincadeiras educativas, a cuidarem de sua higiene pessoal e o respeito com todos. A instituição conta com vários profissionais, como monitoras uma para cada sala de aula, e para aquelas com crianças que ainda usam fraldas a duas, uma psicopedagoga, a assistente social, cozinheira e faxineiras. Ao adentrarmos à instituição observamos o quão de valor ela dá às essas crianças, pois elas são a base de tudo, são os profissionais do futuro, e sabemos o quanto uma educação inadequada pode prejudicar uma criança já logo nos seus primeiros anos de vida, devido a isso devemos nos dedicar ao máximo as nossas crianças. CONCLUSÃO Levando-se em conta o que foi observado na instituição durante a construção desse projeto e pelas nossas pesquisas conseguimos ter um pouco de conhecimento sobre como as crianças de 3 a 4 anos se relacionam como grupos. Usamos como ferramentas brincadeiras e jogos voltados para o trabalho em grupos, equipes, pois mesmo que sejamos um diferente do outro, vivemos em uma sociedade, e o contato com o outro é inevitável, e esse entrosamento se dá desde quando somos crianças. Após os nossos encontros com as crianças na instituição, ficou bem claro o quanto o outro acrescenta em nós, observamos que mesmo crianças tão pequenas já tem essa noção do outro e que essas brincadeiras e jogos além de nos entreter e educar, nos aproxima. Esse é apenas o começo para essas crianças do que é fazer parte de um grupo, de que na vida nem sempre vencemos, ás vezes é preciso perder. Elas terão a vida inteira para continuarem crescendo com essas experiências proporcionadas ao longo da nossa trajetória, porém é de extrema importância termos esse contato desde pequenos. REFERÊNCIAS ALBARELI, A. C.; CAMPOS, E. S. O Lúdico, a Criança e o Educador. São Paulo, 2011. ALMEIDA, C. S.; LIMA, T. A Importância dos Jogos para o Desenvolvimento Psicológico da Criança. São Paulo, 2013. CARDIA, J. A. A Importância da Presença do Lúdico e da Brincadeira nas Series. São Paulo, 2011. FREITAS, M. S. L. A Evolução do Jogo Simbólico na Criança. Ciências e Cognição, v. 15, n. 3, São Paulo, 2010. 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