1 INTRODUÇÃO 

Atualmente um dos assuntos que esta sendo muito divulgado pela mídia é o envelhecimento da população brasileira, uma vez que este é objeto de grandes mudanças e desafios para nossa sociedade.

Durante a revolução industrial uma grande parte da população se deslocou dos campos para as cidades em busca de uma maior qualidade de vida, pois acreditavam que com o crescente numero de indústrias se firmando, encontrariam emprego facilmente. Ao chegarem às cidades a realidade era totalmente oposta a da qual acreditavam que iriam encontrar; o desemprego, a fome e as precárias condições de moradias e saneamento, causando epidemias e endemias era assustador. A luta por emprego era cruel, pois o numero de pessoas tentando entrar na lista de reserva era exorbitante, e para conseguir o emprego aceitava-se salários mínimos e condições de trabalho precárias.

O grande problema encontrava-se no fato que, ao mudaram-se para as cidades não vinham apenas os jovens, mas os idosos também. A falta de espaço nas casas que conseguiam se abrigar muitas vezes faziam com que as famílias deixassem de acolher seus parentes mais velhos, abandonando-os em abrigos, ou nas ruas, jogados a própria sorte. Os mais jovens conseguiam participar dessa luta no mercado de trabalho, porem os que já tinham a idade avançada ficavam condenados a uma vida de miséria, pois o novo modelo de vida capitalista não permitia espaços aos “desocupados” e “inúteis” aos seus interesses econômicos.

Essa exclusão social causou durante décadas ao idoso a situação de “pobre coitado”, porem desde 1988, com a criação da Carta Magma - a Constituição Federal, muitas mudanças vêm ocorrendo favoráveis a essa classe social. Percebemos também um aumento no numero de pessoas acima de 65 anos inseridas no mercado de trabalho, o que acarreta uma elevação na auto-estima e valorização de sua identidade.

Segundo pesquisa realizada pelo IBG (2010), em 2008, o para cada 100 crianças entre 0 a 14 anos, tinha-se 24,7 idosos acima de 65. Um dos fatores responsáveis por este número era o auto índice de natalidade. Já em 2050, ainda segundo o IBGE (2010), para cada 100 crianças de 0 a 14 anos, terão 172,7 idosos, com uma media de 63 milhões de pessoas idosas, e uma expectativa de vida de 81 anos, o que oferecerá ao Brasil o titulo de 6º pais mais velho do mundo.

Diante disto, não podemos deixar de notar as transformações que se fazem necessárias para garantir que essas mudanças ocorram não somente de forma quantitativa, mas também qualitativa na vida dessas pessoas, uma vez que trata-se uma classe social detentoras de algumas necessidades particulares especiais. Uma dessas principais necessidades diz respeito ao trabalho de inserção do mesmo na sociedade, para que cada vez mais idosos tenham o seu papel de cidadão atuante garantido pela mesma. Porem para que haja esse trabalho é importante lembrar a necessidade de espaços físicos adequados para tal, que possibilite o fácil acesso e o desejo de participação.

Com isto, este projeto tem o intuito de, através de uma analise critica e reflexiva desta realidade, e um estudo aprofundado a respeito da importância dos espaços físicos no trabalho de valorização da identidade da pessoa idosa, mostrar a sociedade a relevância desta temática para se trabalhar com o grupo de idosos seja qual for a instituição – publica ou privada. Esta analise será trabalhada a partir da realidade vivenciada no grupo de idosos membros do TSI (Trabalho Social com Idosos) do SESC Crato – CE.

Dentro deste conceito, vale ainda ressaltar a importância do assistente social, enquanto profissional capacitado para trabalhar com esse grupo e mediador das relações entre os interesses da sociedade e do estado, agindo assim de forma que conduza o idoso a superar suas próprias limitações e desejos, auxiliando neste processo de melhoramento ao atendimento do mesmo.

Contudo, cabe ao Estado e a Sociedade Civil trabalhar juntos, para a efetivação destes direitos e garantia de uma melhor qualidade de vida para as pessoas idosas, uma vez que também iremos envelhecer e necessitar desses direitos. Também é importante ressaltar que não devemos fazer isto como um favor, pois é nossa obrigação lutar delo direito de todo e qualquer cidadão.