PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais Curso de Ciências Contábeis 2º Período Manhã Contabilidade Básica Cultura Religiosa I Direito I Estatística I Filosofia I Fundamentos de Marketing Introdução à Macroeconomia Carla Thamiris Santos Amorim Kelly Tomaz Márcia Aparecida da Silva Paloma de Freitas Carvalho Verônica Cardoso Fernandes A IMPORTÂNCIA DOS DIVERSOS SABERES À FORMAÇÃO ACADÊMICO-PROFISSIONAL DE CONTADORES Belo Horizonte 06 maio 2013 Carla Thamiris Santos Amorim Kelly Tomaz Márcia Aparecida da Silva Paloma de Freitas Carvalho Verônica Cardoso Fernandes A IMPORTÂNCIA DOS DIVERSOS SABERES À FORMAÇÃO ACADÊMICO-PROFISSIONAL DE CONTADORES Relatório apresentado às Disciplinas: Contabilidade Básica, Cultura Religiosa I, Direito I, Estatística I, Filosofia I, Fundamentos de Marketing e Introdução à Macroeconomia do 2º Período Manhã do Curso de Ciências Contábeis do Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais da PUC Minas BH. Professores: Ângela M. Marques Cupertino Carlos Calic Elisete de Assis Eurides Rodrigues Maria Beatriz Rocha Cardoso Marcelo José Caetano Sabino Joaquim de Paula Freitas Belo Horizonte 06 maio 2013 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................................... 04 2 SÍNTESE DO TEXTO “OS SETE SABERES NECESSÁRIOS A EDUCAÇÃO DO FUTURO” DE EDGAR MORIN......................................................................................... 05 3iANÁLISE E SÍNTESE DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS PROFISSIONAIS DE DIVERSAS ÁREAS DE CONHECIMENTO SOBRE A IMPORTÂNCIA DOS DIVERSOS SABERES À SUA FORMAÇÃO ACADÊMICA E SUA ATUAÇÃO PROFISSIONAL..................................................................................... 09 4 RESULTADO DAS DISCUSSÕES INTERGRUPAIS SOBRE A IMPORTÂNCIA DOS CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS E DOS SABERES PERTINENTES DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DAS DISCIPLINAS 2º PERÍODO....................... 12 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................. 14 REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 15 ANEXOS..................................................................................................................................17 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho acadêmico tem por objetivo demonstrar a importância dos diversos saberes à formação acadêmica- profissional, adaptando-se ao nível dos universitários em cursos superiores. O estudo será aplicado nos sete saberes, sendo eles: o conhecimento, o conhecimento pertinente, a identidade humana, a compreensão humana, a incerteza, a condição planetária e a antropo-ética. Analisando qual a importância de se ensinar o conhecimento, quais as causas do erro e da ilusão, porque o conhecimento nunca é um reflexo da realidade, a importância da incerteza, a condição planetária considerada como o buraco negro da educação e a antropo-ética. A abordagem do tema justifica-se, pois, pela necessidade do conhecimento e da aplicação dos diversos saberes citados, incorporando-os no dia-a-dia das profissões. O método científico usado é uma resenha crítica do livro “Os sete saberes necessários para a educação do futuro” de Edgar Morin, e pesquisas de campo utilizando da técnica de entrevista com profissionais de diversas áreas. Visando analisar o assunto proposto de maneira ordenada e sintética, pretende-se definir e confrontar a necessidade do estudo dos saberes existentes e considerados necessários neste curso. 2 SÍNTESE DO TEXTO “OS SETE SABERES NECESSÁRIOS A EDUCAÇÃO DO FUTURO” DE EDGAR MORIN. Todo conhecimento comporta a possibilidade do erro e da ilusão. O conhecimento é sempre uma tradução de uma ideia que vem limitada ao conhecimento do sujeito que a descreve envolvendo as limitações consideradas através dos afetos, culturas e conhecimento sobre algo, assim sempre se sujeita ao erro. A afetividade pode acarretar grandes riscos de erros, mas é também esta quem pode fortalecê-lo. É preciso decifrar, no entanto, o eixo entre o intelecto e o afeto para estabelecer o comportamento racional. Sendo assim, a educação deve ater-se às origens dos erros, ilusões e cegueiras que o conhecimento possa deixar nos educados. Em outras palavras, o conhecimento científico, é assim, uma maneira de estudo que permite a detecção de tais erros e auxilia na luta contra as ilusões. Os erros podem ser demonstrados de três maneiras, o erro mental pois não existe nenhum equipamento capaz de distinguir a alucinação da percepção, dos sonhos e do imaginário do real, os pensamentos subjetivos dos objetivos. Os erros intelectuais que ocorrem nas teorias que se encontram fechadas e convencidas da verdade que abordam e não são passíveis de críticas. E os erros da razão que existem para dialogar com a realidade que lhe resiste e não pode deixar-se ser guiada para a racionalização, pois esta não considera os aspectos culturais, sociais e de origem dos costumes, é preciso reconhecer que a idéia racional não pode ser coerciva, incisiva, mas também sujeitas às incertezas e aberta para possíveis mudanças que porventura derrubem teorias anteriores. As cegueiras pragmáticas realizam uma seleção e direcionam categorias as quais cada membro deve seguir, originando uma cultura própria e limitando a forma de pensar e, por conseguinte, a de conhecer os fatos e as coisas ao seu redor. Apesar de ser concretizada de forma inconsciente, ela irriga e direciona o comportamento do grupo. O imprinting e a normalização são determinações sociais, econômicas e políticas que induzem ao conhecimento para os comportamentos sociais e que por assim serem direciona os seres que a aderem ao conformismo. Marca o ser humano desde seu nascimento por meio do berço familiar, mas é uma cegueira por não obedecer sempre à verdade e pode, por isso, limitar o conhecimento humano. A noologia: possessão são referentes às posses de conhecimentos que nos pertencem, que utilizamos para explicar o real e que muitas vezes foi repassado a nós. Essas ideias precisam ser domesticadas para que seja possível ampliar nosso conhecimento sobre a realidade a nossa volta. Nunca abolindo a ideia, pois ela, mesmo que ilusória nos proporciona o conhecimento. Por fim temos a incerteza do conhecimento. É fato que, como foi dito anteriormente, o conhecimento é sempre uma tradução do real, a educação deve revelar a aventura que se vivencia a partir da busca pelo conhecimento e fornecer o apoio necessário aos educados para que possam descobrir as respostas de suas questões. É importante ressaltar que as condições biológicas, socioculturais e o questionamento são os pontos que permitirão que o conhecimento aconteça. A educação deve propor a interfase entre todas as zonas de conhecimento da mente e das disciplinas “armando cada um para o combate vital para a lucidez”. A compreensão humana aborda dois aspectos, o planetário e o individual. A questão do conhecimento individual depende do conhecimento intelectual e da compreensão humana. Os obstáculos à compreensão são o egocentrismo, o etnocentrismo e o sociocentrismo e por fim ao espírito redutor. Todos estes aspectos limitam um espaço entre o indivíduo e o conhecimento sobre algo. A ética da compreensão propõe que se compreenda o incompreensível, onde por meio da argumentação possibilite entender os fatos e não reduzi-los nem excomungá-los. Para tal, a compreensão utiliza para explicar-se por meio do bem estar que é o pensamento multidimensional; da introspecção que aborda o auto-exame crítico, a consciência da complexidade humana; a abertura subjetiva e simpática em relação ao outro; e por fim da interiorização da tolerância, que aceita a expressão de ideias e convicções contrárias às individuais. A compreensão humana, ética e cultura planetária devem ser contínuas e intensas em todo o planeta, pois as relações ocasionadas pela mundialização exigem da humanidade uma convivência com o outro e com suas diversidades, assim o mundo precisa encontrar uma compreensão que lhe seja comum ou ser aberto às diversas realidades e permitir-se o respeito mútuo. A ética deve ser enraizada em cada cidadão para que o preconceito às diferentes culturas, costumes e crenças não sejam empecilhos e nem motivo de conflitos sociais. O conhecimento pertinente não mutila o seu objeto, isto significa que as conexões entre as disciplinas são invisíveis, ou seja, o ser humano não deve conhecer apenas uma parte da realidade, é preciso ter uma visão mais holística abrangente desse conjunto.Não é apenas a quantidade de informações que se recebe das disciplinas que se da o conhecimento pertinente, mas é necessário contextualizar todos os dados no contexto. Com isso, o ensino disciplinar dividido, fragmentado; como por exemplo, o da Contabilidade, impede a contextualização dos conhecimentos históricos e geográficos. Essa incapacidade de integrar e contextualizar os conhecimentos devem ser estimulados, para com que todos profissionais não obtenham apenas informações matemáticas, mas também informações globais, isto é, multidimencionar. Segundo Pascal, citado por Morin (2000, pg. 37) “não se pode conhecer as partes sem conhecer o todo, nem conhecer o todo sem conhecer as partes”. Há uma necessidade de se entender o fundamento do saber da incerteza, o que parece um pouco contraditório, mas o papel de se ensinar sobre a incerteza nos ajuda a compreender a historia do ser humano. Assim, conforme Morin (2000) declara, as escolas preocupam-se em ensinar somente as certezas, ou seja, aquilo que já é confirmado pela ciência, mas é indispensável mostrar em todas as áreas do conhecimento o surgimento do inesperado. Nessa linha de pensamento sobre a incerteza o profissional contábil deve atentar para a história da própria profissão, e se questionar, pois qual dos grandes pensadores e matemáticos que existira até o ano de 1440 poderia imaginar a ideia de Luca Pacioli ao criar o debito e credito? Até mesmo Pacioli com certeza não imaginava mesmo depois de 496 anos de sua morte ser considerado pai da contabilidade. Morin (2000) insiste em passar o principio que a ciência deve trabalhar com a ideia que existem coisas incertas. E, na trajetória do conhecimento, devemos compreender que existe a variação do estável. O questionar, o buscar conhecer nos leva a enfrentar a incerteza, de forma a liquidá-la e a conhecê-la. A compreensão humana na realidade está cada vez se agravando mais, isto é, o individualismo humano, ganha um espaço muito grande na sociedade, pois os cidadãos buscam cada vez mais ser independentes, ter responsabilidade individual e, com isso acaba privatizando se interesse pelo próximo, com essa realidade individualista o egoísmo e a rejeição ao próximo. Um dos aspectos da incompreensão é a indiferença, que possibilita entre o próximo, a falta de percepção e visão do outro. É importante compreender não só o próximo como a si mesmo, se auto-examinar, e analisar a auto-justificação, pois o mundo está cada vez mais devastado pelo individualismo o que facilita a incompreensão humana, através da realidade complexa não obtém uma visão do outro ao seu redor. Desta forma, não há como compreender o porquê que a identidade humana é completamente ignorada pelos programas de instrução. Pois é muito importante o ensino do relacionamento entre indivíduo-sociedade-espécie. Segundo Morin (2013, pg. 5) “é importante, também, mostrar que, ao mesmo tempo em que o ser humano é múltiplo, ele é parte de uma unidade. Sua estrutura mental faz parte da complexidade humana”. Ou seja, a identidade humana está diretamente ligada ao conhecimento pertinente a qual recebeu como ser múltiplo. A antropo-ética trata-se da humanização do ser humano, aprendendo a não desejar para o próximo, aquilo que não desejaria para você. Tem como tripé uma tríade indivisível, sendo ela: individuo sociedade e espécie. A ética deve ser ensinada na formação de mentes humanas com base na consciência do que é humano e ao mesmo tempo, individuo parte da sociedade, parte da espécie. Em função dessa tríade, devemos relacionar esse saber para uma consciente vontade de realizar a cidadania terrena, buscando um futuro melhor, humanizando a humanidade. Agir com ética, respeito, absorver outras artes, outras culturas e costumes, abrir-se de fato ao que está ao nosso redor, propiciará num compreendimento e entendimento vasto do ser humano. Procura-se também, alcançar uma unidade planetária na diversidade. Precisamos de seres capacitados, da capacidade de correlacionar e conviver mutuamente uns com os outros. Além do mais, procura guiar a vida, obedecendo-a. 3ANÁLISE E SÍNTESE DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS PROFISSIONAIS DE DIVERSAS ÁREAS DE CONHECIMENTO SOBRE A IMPORTÂNCIA DOS DIVERSOS SABERES À SUA FORMAÇÃO ACADÊMICA E SUA ATUAÇÃO PROFISSIONAL Através da síntese apresentada anteriormente, foi aplicado um questionário, efetuado por meio de entrevista de campo, a diversos profissionais, dentre eles Contabilistas, Psicólogos, Engenheiros de Produção, Administradores e Pedagogos no intuito de identificar com base na análise de Morin (2000) como o conhecimento é construído dentro de cada área de atuação citada. Assim apresentaremos, por meio de dados e representações estatísticas, dez entrevistas coletadas onde demonstraremos os resultados das pesquisas conforme as questões aplicadas. Figura 1: Pesquisa de campo Questionamos os profissionais quanto à diversidade das informações no seu exercício profissional e como a globalização exige que estas informações ampliem seu conhecimento técnico. Por meio das respostas conclui-se que é necessário que o profissional busque uma constante atualização das informações adquiridas no decorrer de seu curso, pois o ambiente de trabalho implica uma visão sistêmica da organização. Desta forma, os assuntos abordados muitas vezes são interfuncionais e requerem uma compreensão de diferentes temas e abordagens. Na tentativa de atualizar essas informações deve-se está preparado para enfrentar e superar as possíveis dúvidas e incertezas que por ventura apareçam na realização de procedimentos, tomada de decisões e ações no âmbito de seu trabalho. De acordo com os entrevistados, seguem na tabela abaixo os conhecimentos que os mesmos julgaram pertinentes à formação profissional que escolheram: Profissão Conhecimento Pertinente Contadores Economia; Administração Financeira e Orçamentária; Português; Informática; Direito; Matemática Financeira; Psicologia; Direito Tributário; Auditoria (dentre outros). Psicólogo Psicologia Clinica; Psicoterapia; Terapia cognitivo-comportamental, (dentre outros). Engenheiro de Produção Gestão de projetos; Economia e Finanças; Planejamento Estratégico; Ferramentas/ metodologias; Estatística; Psicologia; Comunicação; Gestão e Planejamento de Produções (dentre outros). Administrador Teoria Geral da Administração; Gestão de Custos; Administração Financeira e Orçamentária (dentre outros). Pedagogo Fundamentos para Educação Especial (dentre outros). Tabela1: Pesquisa de campo. A análise da tabela acima demonstrada permite-nos concluir que os profissionais entrevistados consideram pertinentes as disciplinas que são fundamentais ao curso que escolheram, parece óbvio, e talvez fosse se o novo “mercado global” oriundo da globalização não exigisse ao profissional independentemente do setor no qual atua a capacidade de interligar as partes ao todo dentro de uma organização, estando este, sujeito a conhecer e reconhecer a sua parte para que o objetivo almejado seja alcançado como foi mencionado nas respostas já descritas acima. Com relação à conduta do ser humano no século XXI demonstrar que o indivíduo está se tornando cada vez mais individualizado e ao perceber que se tem perdido a consciência dos princípios éticos e dos valores morais na coletividade, foi compreendida pelos entrevistados que o novo modelo de sociedade tem tornado os indivíduos mais egoístas. Segundo eles, as empresas precisaram reaprender como fazer com que as pessoas pensem no coletivo, pois há um novo papel de liderança onde o “novo” líder deixará de ser aquele que resolve ou sabe tudo. Ele deverá se tornar alguém que inspirará as pessoas de forma coletiva a atingir os objetivos almejados, principalmente ao adotar a transparência e o respeito como base dos princípios éticos e morais do grupo na realização de suas atividades. Tendo em vista a importância das trocas de experiências e o convívio social, as relações proporcionadas no decorrer da graduação, foram para os entrevistados muito positivas e fundamentais, pois os exemplos de colegas e professores motivaram para que se desenvolvessem mais, preparando-os enquanto profissionais para as próximas etapas de sua carreira. Já no ambiente profissional, a maior parte dos entrevistados julgou ter uma relação mútua e recíproca ao executar suas atividades. O gráfico a seguir ilustra as opiniões coletadas: Figura 2: Pesquisa de campo A análise das entrevistas permite-nos concluir que a maioria dos entrevistados considerou pertinente a aplicação do questionário, pois este abordou assuntos bastante atuais que no período de faculdade dos profissionais não eram discutidos de maneira tão clara e objetiva, de modo que, estas entrevistas possibilitam ao graduando estabelecer relação entre a experiência profissional e a experiência acadêmica. 4 RESULTADO DAS DISCUSSÕES INTERGRUPAIS SOBRE A IMPORTÂNCIA DOS CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS E DOS SABERES PERTINENTES DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DAS DISCIPLINAS DO 2° PERÍODO. De acordo com os saberes de Morin (2000), o conhecimento não é uma ciência exata, é sempre uma reconstrução de algo que se apresenta, e esta interpretação varia de indivíduo para indivíduo, dependendo da limitação física e intelectual de quem a interpreta, por isso, está sempre sujeito ao erro e à ilusão. Para ele, a educação do futuro deve não somente transmitir saberes isolados aos alunos, mas deve criar ao educado a capacidade de fazer conexão entre as disciplinas, onde dentro de um repertório de conhecimentos adquiridos o indivíduo saiba interligar as partes e assim construir o conhecimento sobre algo. As entrevistas possibilitam compreender a veracidade do conceito de conhecimento que Morin apresenta, pois se percebe que os conhecimentos adquiridos pelos profissionais durante sua formação são os que de fato permeiam a concretização de sua profissão, mas também consideram que o novo cenário econômico exige que os profissionais sejam cada dia mais capazes de compreenderem a sua função e a importância desta para a concretização dos objetivos almejados pela organização na qual executam suas atividades. Dentro disto, a incerteza é sempre uma constante na tomada de decisões, e os profissionais devem está atentos aos imprevistos que porventura possam acontecer, bem como, devem está preparados para mudar o rumo dos planejamentos e saberem superar os imprevistos com novos projetos. Ainda, dentro de uma organização, é preciso lidar com a responsabilidade social, a diversidade cultural dos companheiros de trabalho, e saber que uma organização só será bem sucedida se a equipe constituir interligações tanto dentro da organização, quanto dentro do comportamento econômico do mundo. Saber gerenciar todos os desafios para manterem-se antenados aos fatos, ou seja, o ser humano deve buscar novas referências através do repertório de conhecimento teórico que o meio acadêmico oferece, adquirindo assim informações para o ambiente de trabalho, para a vida social e o lazer, utilizando-se de argumentos pertinentes dessas áreas para que sobressaia nas diversas situações e ocasiões que lhe forem apresentadas. Aos estudantes, cabe, no entanto, compreender as exigências do mercado atual, aproveitar as disciplinas do curso para já ir entendendo a relevância de cada duma destas para o seu desempenho profissional. Aplicando a teoria de Morin e considerando as disciplinas cursadas neste curso, podemos concluir que são consideradas fundamentais pelos alunos e, por conseguinte para o mercado de trabalho os conteúdos de contabilidade, direito, economia e estatística. Não contrariando este fato e tomando como base as novas exigências do cenário econômico mundial, podemos concordar com Morin, e perceber que além dos conhecimentos fundamentais precisamos entender a necessidade planetária, propor medidas de responsabilidade social, sustentabilidade, ser racional ao ponto de compreender as condições físicas do planeta no qual habitamos. Aqui a filosofia nos permite um pensamento crítico e abre nossa consciência para o questionamento dos fatos e a proposta de novos modelos organizacionais que atendam às condições do planeta. A identidade e compreensão do ser humano, a necessidade de conviver com o multiculturalismo no ambiente de trabalho, entender as diferenças culturais e sociais de cada indivíduo que conosco pode vir a dividir uma atividade profissional, exige-nos a capacidade de lidar com a diversidade de pensamentos e neste curso pode ser compreendida por meio do entendimento do fenômeno religioso no mundo. A melhor alocação da escolha profissional pode ser identificada por meio de uma análise detalhada da disponibilidade de recursos e sua alocação no mercado, aspectos proporcionados pelo conhecimento das disciplinas de economia e marketing. Os conhecimentos contábeis ao analisar os resultados de uma organização podem ser demonstrados por meio de dados estatísticos possibilitando assim, uma melhor percepção dos dados analisados. O conhecimento pertinente dos profissionais de contabilidade, no entanto, é o grande desafio da educação do futuro conforme Morin apresenta. Não cabe apenas o domínio do que de fato é fundamental a este profissional, é necessária a capacidade de alocar o conhecimento adquirido no curso de uma maneira global tanto para a organização onde o mesmo irá executar suas atividades, quanto ao auxiliar sua manutenção que este contexto lhe exige. Pois o atual cenário descrito não comporta mais o profissional que compreenda apenas do que sua profissão lhe oferece como conteúdo pertinente, é preciso saber situá-los ao conjunto, não importando aqui a quantidade de informações adquiridas, mas a capacidade de colocar tais conhecimentos no contexto que lhe for apresentado. E acima de tudo o profissional deve adotar uma postura transparente, ética e garantir a veracidade das informações fornecidas, a fim de evitar conflitos internos e possíveis transtornos à organização e à sociedade. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A síntese de Morin (2010) permite-nos concluir como o conhecimento é construído. Utilizando-se de todas as informações adquiridas, o conhecimento pertinente é obtido por meio da capacidade de cada indivíduo ao contextualizar cada disciplina cursada, a partir disto determinar a definição de algo e adquirir o conhecimento. No entanto, conhecer algo depende da capacidade física e intelectual de quem interpreta, e deve-se ater para tal a diversos saberes, tais como a condição planetária, a identidade e compreensão humana, as incertezas cotidianas e a ética de cada indivíduo. As entrevistas possibilitaram a plena aplicação da teoria de Morin, ao identificarmos o quanto o cenário atual exige dos profissionais uma visão holística da organização dentro do mercado global. E ainda o quanto a transparência do profissional que gerencia, bem como sua capacidade de se relacionar e interagir com a equipe são importantes para alcançar o objetivo almejado dentro das organizações. Percebemos assim, quão importante é para os graduandos deste período compreender a função de cada disciplina cursada, e a partir disto contextualizar cada uma ao exercício da profissão do contabilista, onde este não detenha seu conhecimento somente às informações proporcionadas pela curso, mas esteja atento ao mundo, deste suas estruturas e condições físicas até a evolução do pensamento humano e as relações exigidas pela sociedade atual. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Vanessa Maria de. Psicóloga. Graduada em Psicologia na Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG em 2011. Mestrado em Psicologia do Desenvolvimento Humano em curso- UFMG. Entrevista concedida a Carla Thamiris Santos Amorim. 23 abr. 2013. ARAÚJO, Felipe Castilhos. Coordenador de Escritório de Projetos. Graduado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 2007 e Pós Graduado em Gestão de Projetos na Fundação Dom Cabral. Entrevista concedida a Verônica Cardoso Fernandes. Belo Horizonte, 02 maio 2013. CARDOSO, Regina Célia. Pedagoga/Professora. Graduação em Pedagogia em curso na Universidade Uninter. Entrevista concedida a Verônica Cardoso Fernandes. 30 abr.2013. COSTA, Marina Andrade. Auxiliar Contábil. Graduação Ciências Contábeis em curso no Centro Universitário UMA CRCMG: 092395/0-3. Entrevista concedida a Márcia Aparecida da Silva. 24 abr. 2013. FERNANDES, João Luiz Cardoso. Gerente de Projetos. Graduado em Engenharia de Produção na Faculdade Pitágoras de Belo Horizonte em 2010. Entrevista concedida a Verônica Cardoso Fernandes. 30 abr. 2013. GOMES, Hélio da Silva. Professor Universitário na Faculdade Anhanguera e Faculdade Newton Paiva e Perito Judicial no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Pós Graduado no Centro Universitário UNA. CRCMG: 065073/0-2. Entrevista concedida a Kelly Tomas. Belo Horizonte, 26 abr. 2013. MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Disponível em: . Acesso em: 08 jun. 2012. MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya. 2. ed. São Paulo: Cortez, Brasília: UNESCO, 2000. 102 p. NERY, Vinicius Murta. Supervisor Contábil/Fiscal. Graduado em Ciências Contábeis no Centro Universitário Newton Paiva e Pós Graduado em Gestão Tributária no Centro Universitário UMA. Entrevista concedida a Márcia Aparecida da Silva. 24 abr. 2013. RIBEIRO, Sheila. Coordenadora Contábil. Técnica em Contabilidade, Graduação em Ciências Contábeis em curso na Faculdade Estácio de Sá. Entrevista concedida a Verônica Cardoso Fernandes. 17 abr. 2013. SILVA, Larissa de Ávila e. Auxiliar Contábil. Graduada em Administração de Empresas no Centro Universitário de Minas Gerais- UNILESTE em 2004. Entrevista concedida a Verônica Cardoso Fernandes. Belo Horizonte, 26 abr. 2013. VIEIRA, José Gonçalves. Sócio/Proprietário da Contabilidade Gonçalves e Tiquinho. CRCMG: 39.322. Técnico em Contabilidade. Entrevista concedida a Kelly Tomas. Belo Horizonte, 29 abr.2013. ANEXOS QUESTIONÁRIO PARA ENTREVISTA DO PROFISIONAL O profissional entrevistado: - Qual o seu nome? - Que cargo ocupa na entidade? - Quanto tempo permanece nesse cargo? - Qual a sua rotina de trabalho? - Quais as principais atividades desempenhadas? – Formação do profissional contábil: - Qual a sua formação acadêmica: técnico, graduado ou pós-graduado? - Em que instituição de ensino se formou? Quando? - Você realizou cursos de pós-graduação? Quais e quando? (especialização, mestrado ou doutorado?) - Em qual instituição de ensino e qual a data de realização dos cursos de pós-graduação? QUESTIONÁRIO 1. Que conteúdos pragmáticos (ou disciplina) de formação específica, geral, humanística ou complementar foram – e são – pertinentes à sua atuação profissional? 2. Qual é a importância da informação sobre temas diversos e de vários setores ao cotidiano de suas atividades profissionais? 3. De que maneira você enfrenta e supera as dúvidas e incertezas porventura existentes sobre procedimentos, decisões e ações no âmbito de seu trabalho? 4. Vivemos numa era chamada de global, caracterizada por um processo chamado globalização cultural e econômica. Em que medida esse processo complementa ou demanda uma ampliação do seu saber técnico? 5. Que princípios éticos e valores morais te orientam em sua atividade profissional? 6. Em relação à conduta do ser humano no século XXI, e considerando que o individuo está se tornando cada vez mais individualizado, percebe-se que tem se perdido a percepção de coletividade, como você compreende esse fato? 7. E no seu ambiente de trabalho se valoriza a troca de experiências e o convívio social? 8. Qual foi a importância das relações durante a sua graduação, tendo em vista a sua formação acadêmica? 9. Que competências e habilidades de profissionais de diversos setores são importantes à sua atuação profissional? 10. Fazendo uma reflexão geral de suas respostas, considera este questionário pertinente?