FACULDADE DAS ÁGUAS EMENDADAS

PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL / LETRAMENTO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A IMPORTANCIA DOS CONTOS DE FADAS:  NO PROCESSO DA FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE INFANTIL

 

 

 

 

 

 

MARIA DA CONCEIÇÃO PEREIRA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                             

2011

MARIA DA CONCEIÇÃO PEREIRA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A IMPORTANCIA DOS CONTOS DE FADAS:  NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE INFANTIL

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2011

A IMPORTANCIA DOS CONTOS DE FADAS:  NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE INFANTIL.

 

MARIA DA CONCEIÇÃO PEREIRA

 

RESUMO: No mundo das fadas, tudo é maravilhoso, bonito, belo. Geralmente as coisas sempre dão certo no final, mas não se deixe enganar, por trás destes seres mitológicos existe muita crueldade, matança e canibalismo. O bom disso tudo é que existe uma força maior na figura do herói que sempre irá triunfar no final, não importa o quanto árduo tenha sido o seu caminho percorrido, no final os honestos e puros de coração sairão vencedores, levando a crer que a maldade não compensa, por maior que seja seu sofrimento e suas angústias, sempre existirá um conto de fadas capaz de lhe trazer a paz perdida. O presente artigo tem como objetivo abordar a importância dos contos de fadas no processo de formação da vida da criança; na formação de sua personalidade, principalmente no primeiro ciclo de sua infância; enfocar um trabalho em que  a criança desenvolva o hábito e o prazer da leitura; essa leitura começa com os  Contos de Fadas"; tanto em casa quanto na escola. A proposta é incentivar o educador, fazer dos contos de fadas o ponto de referência de sua didática, utilizando sempre suas aulas ; de forma que envolvam os alunos sem que os alunos tenham que fazer algumas atividades por imposição do educador deixar que as crianças por si só levante os pontos de vistas delas , e assim seja este professor o mediador da formação da personalidade de seus alunos.  Embora  acredita-se que o caráter e a personalidade não se originam e nem se desenvolvem como coisas em si mesmas( Vigotsky, 1999); e estes têm suas raízes nas mais simples aquisições, que crescem como produto do contato com os contos de fadas... Elas são consolidações remanescentes dos componentes existentes na literatura infantil, tais como os ideais e afetivos em grandes tendências dos comportamentos relacionados a situações sociais.

 

 

PALAVRAS-CHAVE: Personalidade, Psicanálise Infantil,  Contos de Fadas.

 

 

 

INTRODUÇÃO

O termo literatura infantil é muito amplo, veremos qual é a importância dos Contos de Fadas na personalidade infantil, o que ele aborda e o como ajuda na construção para o crescimento e amadurecimento infantil. A idade mais favorável para a apreciação dos contos de fadas é por volta dos quatro, cinco ou seis anos, quando a criança começa a perceber o mundo ao seu redor e sente medo de diversas situações, como, por exemplo, a morte dos pais. Os contos de fadas possuem significados e significantes diferentes em determinadas faixas etárias, como por exemplo, ter um significado para uma criança de cinco anos e outro para uma de treze na mesma estória, mas, as situações, os sentimentos, os desejos e anseios são outros.Uma criança de cinco anos vê o belo, o encantamento do conto o final feliz, já um adolescente de treze anos já consegue fazer questionamento acerca do conto ou seja ter um olhar mais critico. como por exemplo no conto Chapéuzinho vermelho, por que o chapéu é vermelho, por que a mãe dela sabia que o caminho era perigoso e deixou a chapéuzinho ir sózinha na casa da avó

Escolho este tema Contos de Fadas por que abordam aspectos importantes da personalidade infantil, eles são fundamentais para uma boa estrutura psicológica, pois por meio deles a criança aprende a lidar com problemas para elas insolúveis. Hoje, só conseguimos resolver nossos problemas por que quando éramos crianças, aprendemos sozinhos por meio deles.Este tema é importante para a sociedade por que ajuda tanto pais quanto professores a entenderem melhor como são os pensamentos das crianças e desta forma ajudá-las a encontrarem a solução para os seus conflitos interiores.Todo educador  deve saber o que se passa com seus alunos quando estes começam  se interessarem por contos de fadas, é importante saberem o que fazer e como fazer, não é só contar a estória e pronto, precisa apresentá-la e deixar que eles por si mesmos internalizem a mensagem que está nos contos.

"(CHALITA, 2002 ). Entretanto, acredita-se que  a verdadeira função do conto de fada na literatura infantil é sensibilizar, resgatar a imaginação perdida da criança, sendo formador da personalidade o objetivo é que o conto esteja envolvendo-as no maravilhoso, deixando fluir a fantasia, a magia e o belo, num momento de leitura natural e prazeroso.

A literatura, em suas variantes formas por si só é capaz de transmitir e despertar emoções não só nas crianças, mas também em adultos, porque entre um conto e outro este nos passa sempre algum valor a ser seguido de forma sutil, tais como; amor, bondade solidariedade, esperança, amizade, promovendo assim uma maior aproximação entre pais e filhos, etc. Acredita-se em sua versão literária, os contos de fadas, age com  sutileza, como uma leitura recreativa e ao mesmo tempo formadora de seres mais humanizados; pois se acredita que  os contos de fadas são uma referência em qualquer época, porque desperta a principal emoção humana, ou seja, a  fantasia ajuda a formar a personalidade e por isto não pode faltar na vida da criança.

 

 

A ORIGEM DOS CONTOS DE FADAS

 

Para que seja possível uma maior compreensão sobre os contos de fadas é muito importante que se faça uma análise sobre a sua origem. No livro “Os sete contos de fadas” a autora Kupstas (1993) afirma que os contos de fadas são narrativas muito antigas e que, logo no começo, não se destinavam às crianças, eram mitos difundidos por inúmeros povos, como os Hindus, os persas, os gregos e os judeus. Essas primeiras histórias eram conhecidas como mitos e eram, na verdade, expressões narrativas de conflitos entre o homem e a natureza.

Segundo Coelho (2003), o mito perde-se nos princípios dos tempos e são narrativas que nos falam de deuses, duendes e heróis fabulosos ou de situações em que o sobrenatural domina. Na verdade, os mitos estão sempre ligados a fenômenos inaugurais como: a criação do mundo e do homem, a explicação mágica das forças da natureza etc. Portanto, a autora mostra que desde os primórdios da humanidade, o homem deve ter nascido com certa consciência de que, para além dele e do mundo que o rodeava, deveriam existir forças misteriosas e invisíveis que tinham poder sobre todos os fenômenos.

Ainda de acordo com Coelho (2003), essa necessidade de contar histórias surgiu quando o homem primitivo sentiu a precisão de obter explicações racionais para o mundo. Sendo assim, ele começou a buscar no mito e nas narrativas fantásticas a compreensão de algumas coisas, por exemplo: eles pensavam que os relâmpagos eram armas dos deuses, as águas seriam controladas por sereias ou determinadas árvores ou plantas teriam surgido de algum ato mágico entre outros vários mitos criados pelo homem primitivo. Assim, podemos perceber que os contos de fadas nada mais eram do que relatos de fatos da vida de pessoas simples, recheadas de conflitos, aventuras e muitas vezes não eram indicados a serem contados para as crianças. Os contos de fadas existem a milhares de anos e é importante para a formação e a aprendizagem das crianças. Escutar histórias contribui de forma significativa para o início da aprendizagem e para que o indivíduo seja um bom ouvinte e um bom leitor, mostrando um caminho absolutamente infinito de descobertas e de compreensão do mundo. Assim, Coelho (2003), afirma que os contos abrem espaços para que as crianças deixem fluir o imaginário e despertem a curiosidade, que logo é respondida no decorrer dos contos. Ao longo da sua história, o homem vem sendo seduzido pelas narrativas que, de maneira simbólica ou realista, direta ou indiretamente, relatam a vida a ser vivida ou a própria condição humana, seja relacionada aos deuses, seja limitada aos próprios homens. Portanto é possível perceber que desde os primórdios os contos de fadas encantam e reencantam. Coelho dá uma importante contribuição no que se refere ao valor dos contos ao longo dos séculos.

 

 

A CONTRIBUIÇÃO DOS CONTOS PARA A EDUCAÇÃO

 

Segundo Philippe em seu livro História social da criança e da família, na Idade Média, as crianças se misturavam com os adultos e eram consideradas capazes de dispensar a ajuda das mães ou das amas, após os sete anos depois do desmame, as crianças ingressavam imediatamente na grande comunidade e participavam integralmente das atividades diárias junto com seus jovens amigos ou com os velhos, trabalhavam e jogavam todos os dias.

As crianças dessa época participavam ativamente da vida coletiva, e a idade ou a condição social eram arrastadas numa mesma torrente, não deixando tempo para solidão ou intimidade. A família cumpria uma função bem diferente da sociedade atual, sendo que a preocupação principal era a transmissão da vida, dos bens e dos nomes, logo não tinha muita sensibilidade.

As histórias desprezavam o casamento, enquanto as realidades como a aprendizagem das crianças afrouxavam o laço afetivo entre pais e filhos. Assim é possível perceber que na Idade Média a aprendizagem das crianças não era algo que era tido como prioridade. O autor afirma que é possível imaginar a família moderna sem amor, porem a preocupação com a criança e a necessidade de sua presença estão enraizadas nela.

A civilização medieval havia esquecido a paideia dos antigos e ainda ignorava a educação dos modernos. De acordo com Philippe essa sociedade não tinha idéia de educação. Ele mostra que a sociedade atual depende e sabe que depende do sucesso do sistema educacional e da sua importância, e traz grandes contribuições quando cita o significativo papel das ciências para o desenvolvimento da sociedade.

Novas ciências como a Psicanálise, a Pediatria, a Psicologia, consagraram-se aos problemas da infância e suas descobertas são transmitidas aos pais através de uma vasta literatura de vulgarização. Nosso mundo é obcecado pelos problemas físicos, morais e sexuais da infância. (Philippe, 1981, p, 276).

De acordo com Rana coordenadora Pedagógica, é o adulto leitor que mostra ás crianças o significado da escrita que está nos livros. Ao escutar uma história, as crianças entram na narrativa e compartilham as sensações dos personagens. Assim esse seria o momento de ampliar o repertorio e dar maior organização ao pensamento. (NOVA ESCOLA, 2008, p 57)

Abramovich (1991), afirma que os contos de fadas falam de auto descobertas e da descoberta da própria identidade, o que é fundamental para o crescimento das crianças, quantas histórias a ler e a compreender em vários desses contos de fadas. A autora traz como exemplo Anderson que ao escrever “O patinho feio” conta a história de um patinho feio que sempre foi maltratado, ridicularizado por ser feio, e após percorrer uma trajetória longa, difícil e muito sofrida, quando finalmente se aproxima de uma lagoa plácida , onde deslizam belos cisnes, que não só o conhecem como um dos seus, de imediato, como também o elegem o mais belo e formoso dentre eles. Portanto os contos auxiliam no processo de construção da identidade da criança e no desenvolvimento de suas habilidades sociais, culturais e educativas, por que é uma literatura e sua intenção de estimular a consciência critica do leitor.

 

 

 

 

OS CONTOS DE FADAS PARA A FORMAÇÃO DAS CRIANÇAS

 

Diante de tantos aspectos referentes à contribuição da contação de historias é possível identificar vários aspectos relevantes que são abordados através dos contos de fadas e é possível observar que tem muitas funções como proporcionar um momento lúdico, movido de imaginação, apresentar a importância da contação de histórias como uma manifestação cultural.

Coelho (2003), afirma que através dos contos de fadas é possível despertar nas crianças o prazer em ouvi-las, e isso é importante para a formação de qualquer criança, pois estimula a criatividade, a imaginação, a brincadeira, a leitura, a escrita, a musica, o querer ouvir novamente, desenvolvendo dessa forma a oralidade nas crianças dessa faixa etária, considero ser este um importante e significativo veículo de comunicação entre elas. Todos esses aspectos que contribuem para a formação do individuo são possíveis através da literatura e Coelho (2003), em seu livro o conto de fadas afirma que a literatura é sem duvida, uma das expressões mais significativas dessa ânsia permanente de saber e de domínio sobre a vida que caracteriza o homem de todas as épocas. Na verdade a autora também deixa claro em seu livro que literatura é arte e, como tal, as relações de aprendizagem e vivencia que se estabelecem. Segundo o RCNEI (BRASIL, 1998, p. 163), “As vivências sociais, as histórias, os modos de vida, os lugares e o mundo natural são para as crianças parte de um todo integrado”.  Através das histórias o contador pode despertar a imaginação dos ouvintes, transportando-os ao mundo da fantasia que está sendo criado ao seu redor. O fato de a criança gostar de ouvir histórias é muito importante porque ela constrói dentro de si muitas idéias através de descobertas, de outros lugares, outras épocas, outros modos de agir, além de ter a curiosidade respondida podendo esclarecer melhor suas próprias dificuldades ou encontrar um caminho para a resolução delas. É o começo para ser um leitor e para ser criativo nas suas produções orais, escritas etc. Percebe-se claramente que o trabalho com a Literatura Infantil pode ser muito rico e gratificante em todas as séries pois possibilita a interação do adulto com a criança e a interação entre as crianças no momento da contação de história. Na verdade os contos de fadas, as fábulas, os mitos e outros, deixaram de ser vistos como fantasias, para serem pressentidos como portas que se abrem para verdades humanas ocultas.

É por meio dessa perspectiva que os contos de fadas, as lendas e os mitos etc. também deixaram de ser vistos como “entretenimento infantil” e vêm sendo redescobertos como autênticas fontes de conhecimento do homem e de seu lugar no mundo. (COELHO, 2004, p.17).

Bettelheim (1980), afirma que a vida intelectual de uma criança, através da história, dependeu de mitos, religiões, contos de fadas, alimentando a imaginação e estimulando a fantasia, como um importante agente socializador. A partir dos conteúdos dos mitos, lendas e fábulas, as crianças formam os conceitos de origens e desígnios do mundo e de seus padrões sociais.

Os contos de fadas, apesar de apresentarem fatos do cotidiano às vezes de forma bem realista, não se referem claramente ao mundo exterior, e seu conteúdo poucas vezes se assemelha com a vida de seus ouvintes. Sua natureza realista fala aos processos interiores do indivíduo (BETTELHEIM, 1980, p. 18)

 Outro aspecto bastante relevante no processo de desenvolvimento das habilidades da criança é a relação social que ela mantém fora da escola, principalmente em casa, onde os pais devem criar o habito de contar historia de fazer com que a criança se interesse linguagem orla e escrita, tornando esse momento prazeroso e não algo obrigatório. Sendo assim BETTELHEIM, traz algumas considerações sobre a importância dos pais no processo de aprendizagem.

É exatamente tão importante para o bem-estar da criança sentir que seus pais compartilham suas emoções, divertindo-se com o mesmo conto de fadas, quanto seu sentimento de que seus pensamentos interiores não são conhecidos por eles até que ela decida revelá-los. Se o pai indica que já os conhece, a criança fica impedida de fazer o presente mais precioso a seu pai, o de compartilhar com ele o que até então era secreto e privado para ela (BETTELHEIM, 1980, p. 26 - 27).

A presença dos pais nesse processo de desenvolvimento da aprendizagem se faz necessária para que a criança possa adquirir mais confiança e assim desenvolver de uma forma mais harmoniosa suas habilidades. São através de atitudes simples que os pais podem proporcionar momentos de lazer e de desenvolvimento, assim as crianças, aprendem desde cedo a se sobressair na escola e na vida.  Os contos de fadas, sempre presentes no desenvolvimento infantil, podem ser vistos como pequenas obras de arte, capazes que são de envolver as crianças com seu enredo, de instigar a mente e comover com a sorte de seus personagens. Divididos entre o bem e o mal – representados por príncipes, fadas e também por monstros, lobos e bruxas apavorantes, os contos de fadas encantam as crianças e os adultos desde a sua criação.

No livro “Fadas no Divã: Psicanálise nas Histórias Infantis” (Artmed, 2006), Diana Lichtenstein Corso sustenta que “mitos e contos de fadas expressam processos inconscientes. A narração dos contos revitaliza esses processos e restabelece a simbiose entre consciente e inconsciente”. O que chama a atenção da criança é a luta, a vitória do herói sobre as vicissitudes da vida. Nessas estórias, o mal se apresenta tão forte quanto o bem, e “as figuras que os representam não são ambivalentes; pelo contrário, mantêm as polarizações de caráter”, completa Bruno Bettelheim (A Psicanálise dos Contos de Fadas, Paz e Terra, 2000).

 A psicanálise diz que o maniqueísmo que divide as personagens facilita a compreensão de valores básicos da conduta humana e do difícil convívio social. Se essa dicotomia for transmitida através de uma linguagem simbólica durante a infância, não prejudica a formação de sua consciência ética. No mundo encantado dos heróis, a criança, inconscientemente, se identifica e resolve sua situação pessoal trazendo para o seu mundo exterior e experimentando equilíbrio de ação. Vivemos tempos diferentes, com mudanças de valores e filosofias de vida. Existe um movimento de desconstrução e adaptação dessas estórias clássicas. Uma bruxa que é boa ou uma fada que é má. Autores estão propondo uma mudança, reescrevendo alguns clássicos com abordagens mais realistas e atuais, considerando o relativismo vigente. Na verdade, as opiniões se dividem; os profissionais que trabalham com crianças no pré-escolar dão preferência às estórias com ensinos polarizados, ou seja, eles são identificados como bons ou maus. A forma relativizada é mais utilizada nas séries escolares, nas quais as crianças estão mais aptas a compreender a relativização dos personagens e assimilar as mudanças de atitudes no decorrer da estória, o que proporciona uma visão mais realística do mundo

 

 

COMO PODE TRABALHAR OS CONTOS DE FADAS NA ESCOLA

 

Pretende-se trabalhar os contos de fadas levando os ás comunidades carentes, escolas e centros de atendimento a criança e adolescente, tais como creches , abrigos e escolas , Transmitir os contos  de maneira que a criança ou até mesmo o adolescente não se entedie e  tenha um novo olhar e aprenda a ter uma leitura prazerosa, proporcionar a interação deles no conta e reconta, fantasia, o conto de fadas por meio de dramatizações e  com uma hábil sutileza,acredita-se que esta  levará a criança, a descoberta de valores, a integração de padrões sociais; passando sempre uma mensagem de amor e humildade, posicionando diante de si mesma e dos outros e dentre as funções sociais do conto de fadas na literatura infantil, destaca-se a valorização da criança como um ser que necessita de uma atenção especial, tais como; atenção especial, tais como, afeto, saúde, educação e destaca-se também a importância da criança das famílias, aproximando mais pais e filhos, e hoje mais do que no passado, nossas crianças necessitam, não só saber da existência destes contos, mas também estar em contatos com eles experimentar deste prazer, e encantamento que somente a viagem ao mundo mágico nos dá quando nos permitimos ser suscetível a um conto de fadas principalmente nesta era tecnológica em que vivemos, desde cedo, a criança percebe uma diferença entre a "Fala  Oficial dos Adultos "(Pietro, p.117)' e o mundo que sua própria sensibilidade é capaz de registrar, a criança precisa sonhar para poder crescer feliz, consciente, e o conto de fadas é o passaporte que se encarrega de sua passagem da infância para a maturidade, e que sem eles provavelmente estas crianças estarão condenadas a ocupar uns palcos sombrios e tristes, ocupados pior seres mecanizados e frios desprovidos de valores; sem ter sentido o apaixonante prazer de viajar pelo mundo da fantasia, da imaginação, de viver a fantasia de ser o herói ou a heroína, algumas crianças sentem prazer em serem os vilões da história, gostam de se emocionar com as lutas e ficar feliz com a vitória ou ficam tristes com a derrota nos mínimos detalhes e de descobrir a delícia de ser criança; uma criança com sonhos e tem a coragem de ousar e penetrá-los trazendo-os para sua realidade, pois a fantasia existente nos contos de fadas tem o nítido sentido em agradar a criança, levá-la a imaginar, a" sonhar."Pois o conto proporciona a liberdade que a criança tanto precisa para que construa suas associações; e estas causas fazem-na acreditar nos contos de fadas, e isto são essenciais e primordiais na formação da personalidade dela, e acredita-se que é na primeira infância o momento de começar a estimulá-los, porque quando forem adultos saberão conduzir o barco de sua história numa direção mais eficaz, saberão então resolver seus problemas, saindo de determinada experiência.  Várias são as formas de conduzir o "barco da História" (CHALITA, pág. 12, 2005), na direção mais eficaz da aventura humana. Os Contos de Fadas tem nítido sentido em agradar a criança, mas também proporcionam liberdade para que a criança construa as suas associações primordiais para sua formação pessoal e social, estes devem ser transmitidos desde a primeira infância, pois este é o momento de começar a estimulá-los para quando forem adultos saberão resolver seus problemas, saindo feliz de uma determinada experiência. "É nesse momento poético que devemos surpreender a infância" (Bárbara Carvalho, 1998). Constantemente ela é bombardeada pelas imagens publicitárias, cinematográficas e televisionada, além das várias modalidades de Literatura que permeiam o seu cotidiano. PARA TODOROV (1979), A frase que melhor resume o espírito da literatura fantástica poderia ser: "Quase cheguei a acreditar". A fé absoluta, como a incredulidade total, levam-nos para fora do fantástico; é a hesitação que dá vida a ele. O fantástico implica, pois, uma integração do leitor no mundo das personagens; pela percepção ambígua que o leitor tem dos acontecimentos narrados, esse leitor se identificaria com a personagem".

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CONSIDERAÇÕES  FINAIS

A finalidade dos Contos de Fadas nada mais é do que a abertura para novas descobertas, um universo totalmente novo e extraordinário bem próximo da realidade da criança. Por meio dos contos a criança aprende a resolver seus problemas e seus questionamentos interiores como a resolução de problemas que para ela pareciam não haver solução, mas nem sempre será da forma que ela gostaria que fosse o importante de tudo isso é que ela terá forças para suportar as reações que virão por conseqüência de suas ações.  Em conformidade os contos de fadas são para serem escutados, apreciados e internalizados, cumprindo desta forma com seu papel que é a construção da personalidade infantil, criando bases sólidas que favoreçam o seu desenvolvimento tanto na parte intelectual, quanto na parte moral e psíquica. Desta forma, ao se tornarem adultos saberão resolver dificuldades, terão uma estrutura mais forte para agüentar seus problemas e saberão que mesmo depois de tantas amarguras terão uma recompensa que será a resolução do que os afligia, pode não ser o esperado, mas uma coisa é certa, sempre haverá a possibilidade para uma nova descoberta, um recomeço, pois a beleza da vida é justamente esta, lutar por seus ideais e conquistá-los e isto só os contos de fadas são capazes de proporcionar.  Foi possível entender que nas histórias o encantamento não vem do significado psicológico de um conto, ou seja, uma moral subentendida, mas de suas qualidades literárias, pois o próprio conto em si pode ser considerado uma obra de arte que pode ter um significado distinto em cada criança.  Outro aspecto bastante relevante identificado no decorrer da pesquisa é que as crianças se encantam pelos contos de fadas porque eles lhes dirigem para a descoberta de sua identidade e comunicação e também sugerem as experiências que são necessárias para desenvolver ainda mais a formação do caráter. Com base em todas as discussões realizadas no contexto teórico deste trabalho, tornou-se claro que os contos de fadas contribuem significativamente para o desenvolvimento da personalidade das crianças.  Sendo assim, é possível retornar ao questionamento que guiou esta pesquisa: como o professor pode fazer a leitura da história em sala de aula de uma forma lúdica, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da criança.

 

Assim foi possível compreender que o trabalhar com a fantasia dos contos de fadas, é algo de fundamental importância no processo do desenvolvimento da aprendizagem das crianças, porque favorece a socialização e o desenvolvimento das habilidades.  Portanto conclui-se que a força criadora e a sabedoria profunda presentes nos contos de fadas e seu conteúdo rico, ajudam as crianças a encontrarem o caminho para a realização pessoal e social.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

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COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil. Moderna, 2000.

 

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CORSO, Diana Lichtenstein; CORSO, Mario. Fadas no Divã. Disponível em http://pepsic.bvspsi.org.br/pdf/robp/v41n1/v41n1a17.pdf; acesso em 22/10/2011.

 

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ARIÈS, Philippe (1981), História Social da Criança e da Família, Rio de Janeiro: Zahar Editores (trad. brasileira de "L'Enfant et la Vie Familiale dans l'Ancien Régime", Paris, 1960);

 

BETTELHEIM, B., (1978), Les contes de Perrault, Paris, Éditions Seghers;

 

 BERGERON.Marcel, Psicologia da primeira idade, Paris, coleção "Paidéia". 6ª ed., editora Fundo de Cultura S. A, Rio de Janeiro, 1951.

 

GÓES, Lucia Pimentel. Introdução à Literatura Infantil e Juvenil. São Paulo: Pioneira, 1991.


MILLARCH, Aramis. A importância dos Contos de Fadas. Disponível em www.millarch.org/artigo/importancia-dos-contos-de-fada; acesso em 21/10/2011.

VALENTE, Luís de Nazaré Viana. Literatura Infantil na Sala de Aula: um inventário instigante. Disponível em http://www.weartigos.com/articles/14155/1/literatura-infantil-na-sa...; acesso em 22/10/2011.

 

ZILBERMAN, Regina; MAGALHÃES, Ligia Cademartori. Literatura Infantil: Autoritarismo e Emancipação. São Paulo: Ática, 1987.

 

CHALITA..Gabriel, Pedagogia do Amor, "A contribuição das histórias universais para a formação de valores da nova geração", São Paulo, ed. Gente 2003.

 

FORTKAMP. Clarice A literatura na formação da personalidade infantil.

Psicólogos e psicanalistas podem ser consultados lendo.


BETTELHEIM, Bruno. Psicanálise dos contos de fadas. Bertrand, 1991.

 

TODOROV, Tzvetan, (1978), Os Géneros do Discurso, Lisboa, Edições 70, p. 13; , 2ª edição, Porto, Porto Editora.