INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR FRANCISCANO ? IESF




FABIANO CORREA EVERTON
MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO ERICEIRA SILVA COSTA
MARILENE SILVA


A IMPORTÂNCIA DO RELACIONAMENTO INTERPESSOAL NA EDUCAÇÃO











São Luís ? MA,
2010
RESUMO

O relacionamento interpessoal é a competência através da qual o ser humano se relaciona bem com as outras pessoas, ou seja, é a aptidão de compreender as intenções, as motivações, os desejos alheios e a capacidade para trabalhar com eficiente.O artigo traz considerações referente a importância do relacionamento interpessoal para o professor-aluno.Este artigo buscou demonstrar a necessidade de relacionar competências que facilitam o relacionamento professor-aluno. Competências imprescindíveis: auto-estima, comunicação, liderança, equilíbrio emocional, auto-conhecimento, auto-desenvolvimento, empatia, motivação, flexibilidade, auto-percepção e afetividade. O artigo cientifico aponta as principais dificuldades de interação professor-aluno,dentre essas podemos citar a questão do professor monopolizador do conhecimento, a que se da infinitamente superior aos seus alunos,criando com esse tipo de atitude uma barreira que o separa do seu alunado impedindo que este tenha oportunidades de desenvolver e apresentar seus conhecimentos. Outro problema destacado neste presente trabalho é a postura ditatorial e pouco flexível de alguns professores da educação que acabam por excesso de autoritarismo cerceando o discente em sua participação no processo ensino-aprendizagem.
Palavras-chaves: Professor, Aluno, Relacionamento Interpessoal

ABSTRACT
The interpersonal relationship is the power through which humans relate well with others, that is, the ability to understand the intentions, motivations, desires of others and the ability to work with eficiente.The article presents considerations regard importance of interpersonal relationships to the teacher-student.e article sought to demonstrate the need to relate competencies that facilitate relationships for teacher-student.The important competencies: self-esteem, communication, leadership, emotional balance, self-knowledge, self-development, empathy , motivated, flexible, self-perception and affection. The scientific paper points out the main difficulties of teacher-student interaction, among these we may mention the question of monopolizing the teacher's knowledge, it's infinitely superior to their students, creating this kind of attitude with a barrier that separates it from its students by preventing it has opportunities to develop and present their knowledge. Another problem highlighted in this work is the dictatorial and inflexible attitude of some teacher of education who end up curtailing the excessive authoritarianism student in their participation in teaching-learning process.

Keywords: Teacher, Student, Interpersonal Relation.




INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa abordar a problemática referente ao relacionamento interpessoal entre professor e aluno e, até que ponto pode comprometer o processo ensino-aprendizagem. Tentaremos apontar os fatores que leiam essa dificuldade, principalmente por parte de alguns profissionais da educação que não conseguem romper essa barreira.
Há uma necessidade de o professor desenvolver habilidades e competências relevantes para um bom entendimento e relacionamento interpessoal com seus alunos em sala de aula.
Competências imprescindíveis: auto-estima, comunicação, liderança, equilíbrio emocional, auto-conhecimento, auto-desenvolvimento, empatia, motivação, flexibilidade, auto-percepção e afetividade.
O Problema Cientifico do artigo é: Até que ponto os professores tem habilidade interpessoal em sala de aula?
O objetivo de estudo do artigo cientifico é: o Relacionamento Interpessoal na educação. Tendo como sujeitos envolvidos no processo os professores e alunos. O Objetivo Geral é verificar em que medida são desenvolvidas habilidades de relacionamento interpessoal no processo ensino-aprendizagem. Os Objetivos Específicos são:
? Analisar diversas literaturas que tratam sobre a questão da importância das relações interpessoais na educação;
? Identificar a utilização ou não de habilidades que visem ao desenvolvimento do relacionamento sócio-afetivo entre professor e aluno;
? Apontar as principais dificuldades de interação reconhecendo as habilidades imprescindíveis no relacionamento interpessoal.
De acordo com a Taxionomia, a pesquisa se classifica em descritiva e explicativa. Para Andrade (XXXX):
A pesquisa descritiva os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira neles. Isto significa que os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não manipulados pelo pesquisador (Andrade, XXXX, p. 112).
Ainda segundo Andrade (XXXX, p. 112), "A pesquisa explicativa é um tipo de pesquisa mais complexo,pois,além de registrar, analisar e interpretar os fenômenos estudados,procura identificar seus fatores determinantes, ou seja, suas causas".
Quanto ao meio a pesquisa é bibliográfica, segundo o autor já citado, "A pesquisa bibliográfica tanto pode ser um trabalho independente como constitui-se no passo inicial de outra pesquisa" (Andrade, XXXX, p. 113).















COMPETÊNCIAS RELEVANTES PARA O RELACIONAMENTO PROFESSOR-ALUNO

O ser humano é naturalmente sociável, ou seja, a nossa natureza humana busca a convivência. Intuitivamente sabemos que aprender a conviver em harmonia é a grande saída para a maioria dos problemas, mas também é o nosso grande desafio.
A maioria das organizações já percebeu que seus principais problemas são causados pela falta de integração e de envolvimento dos colaboradores. Portanto, aproximar as pessoas, resgatar o sentimento de união e estabelecer relacionamentos interpessoais mais saudáveis passou a ser um objetivo necessário a ser conquistado.
O ambiente de trabalho escolar é constituído por relações interpessoais. O relacionamento entre professor e aluno ocorre de maneira tão forte, que formam um par educativo, devendo, portanto ser denominado como uma unidade. A relação professor-aluno é muito relevante, pois é ela que responde em boa parte pelo aprendizado. Os alunos aprendem muito mais do que o esperado. E isto depende, em boa parte do tipo de relação que se estabelece entre professor e aluno.
Cabe ressaltar que determinadas competências favorecem o relacionamento professor-aluno. A primeira competência a se ressaltar é auto-estima que segundo khoury (2003);

O trabalho exerce importante papel na nossa vida. Ele é responsável pelo nosso ganho financeiro, por nosso status, por nossos contatos sociais e, em última instância, por nosso, crescimento pessoal. Assim como o nível da auto-estima tem um profundo impacto na vida íntima, também influi na vida profissional (KHOURY, 2003, p.197).

A auto-estima é o estado de nos considerarmos apto para os desafios da vida e de merecermos êxito. A base da formação consiste: na auto-eficiência e no auto- respeito. A auto-eficiência é fazer escolhas, é repetir afirmações positivas, é tomar decisões e ter a crença de que somos aceitos, respeitados e amados como somos com todos os nossos sentimentos, sensações e também imperfeições. O auto- respeito é acreditar que as coisas boas da vida é um direito de cada pessoa. É fundamental que o professor precisa estar bem para atuar com eficiência e dedicação. É necessário ter habilidade de obter cooperação e participação dos outros. O professor que tem boa auto-estima tende a se comunicar adequadamente para obter êxito. Sem auto-estima podem se desenvolver padrões inadequados de comunicação.
A segunda competência a se ressaltar é a comunicação.
A comunicação exige esforço e dedicação e para que haja eficiência supõe-se que todos os elementos estejam em total sintonia. Sabemos que existem falhas e ruídos de comunicação que ocorrem em qualquer nível, portanto, a prevenção é importante para que haja êxito. Os principais objetivos da comunicação são: informar, promover-se, entreter e persuadir. É necessário preocupar-se em como atingir objetivos, pensar em se fazer compreender, escutar atentamente e ativamente o outro, demonstrar interesse na mensagem de seu interlocutor, saber dialogar, tratar e decodificar a mensagem com muito cuidado, para que não surjam obstáculos na comunicação.
O professor precisa ter uma grande habilidade para se comunicar, tanto oralmente quanto por escrito. Com clareza, coerência, coesão e elegância, e principalmente dando a maior importância ao equilíbrio emocional, pois o envolvimento de todos é importante na busca de resultados, este encontra-se de acordo com a fundamentação de Barata & Borges (1998),

A emoção é um fator que tanto pode facilitar quanto dificultar a comunicação. Se o assunto nos agrada, gostamos de falar e de ouvir sobre ele. No entanto, se houver bloqueio emocional... O emissor reage de forma que é difícil tocar no assunto. O receptor, por sua vez, nem quer ouvir falar disso?. Assim a transmissão e/ou a recepção da mensagem fica bloqueada (BARATA & BORGES, 1998, p.26).
A terceira competência a se ressaltar é a liderança.
A liderança é um seguimento entre líder, liderados e o ambiente que os cerca, que exige várias habilidades dos envolvidos, prática e ações para atingir objetivos. É a arte de influenciar pessoas a executarem tarefas com entusiasmo, motivação e espontaneidade.
Para Hunter (2004):

A liderança começa com a vontade, que é nossa única capacidade como seres humanos para sintonizar nossas intenções com nossas ações e escolher nosso comportamento. É preciso ter vontade para escolhermos amar, isto é, sentir as reais necessidades, e não os desejos, daqueles que lideramos. Para atender a essas necessidades, precisamos nos dispor a servir e até mesmo a nos sacrificar. Quando servimos e nos sacrificamos pelos outros, exercemos autoridade e influencia e ganhamos o direito de sermos chamados de líderes (HUNTER, 2004, p.70).

Uma liderança eficaz é aquela na qual o professor tem a capacidade de promover o crescimento das pessoas, atendendo às necessidades e não aos desejos dos liderados e o fortalecimento da equipe. Para isso, firmeza, determinação, perspicácia, sacrifício, serviço, autoridade e coragem devem estar juntos com valores como paciência, amor, afetividade e sensibilidade.
Há uma parte difícil no processo de liderança quando o líder depara com situações em que haja a necessidade de doação, principalmente quando se trata de alunos complicados, arrogantes e agressivos colocando em evidência, a forma como o líder se comporta em situação de adversidade e também, mede o comprometimento do líder. Por isso, é necessário colocar de lado as divergências e procurar ter uma atitude mais positiva. De acordo com Chiavenato (2005):
Na verdade, o líder precisa saber fazer uma porção de coisas ao mesmo tempo: precisa saber ouvir, comunicar, melhorar os relacionamentos com os subordinados, aconselhar e resolver problemas, tomar decisões participativas. Isso significa que o líder precisa ficar atento a várias frentes ao mesmo tempo. Ele precisa ser simultaneamente explorador, organizador, controlador e orientador (CHIAVENATO, 2005, p.377).

A quarta competência a se ressaltar é o equilíbrio emocional e o autoconhecimento. Segundo Sheiblitz (1999):
Se tiver bom autoconhecimento será fácil controlar o emocional. O controle emocional irá ajudar a discutir um assunto de forma equilibrada. Para resolver qualquer problema basta calma, presença de espírito, honestidade, autenticidade e boa vontade (SHEIBLITZ, 1999, p.52).

Na atual conjuntura, cresce a exigência de trabalhar em equipe, isso é um fator determinante para o crescimento pessoal e profissional, existem discórdias que vão surgindo à proporção que aumenta o número de relacionamentos. As dificuldades de controle emocional são as principais causas de conflitos interpessoais gerando inúmeros problemas de relacionamento. O autoconhecimento é importante, pois possibilita reduzir pontos fracos favorecendo os relacionamentos interpessoais. Também permite desenvolver o amor por si próprio e fortalecer a auto-estima.É também necessário que haja conscientização dos professores em controlar as emoções sendo mais calmos, empáticos, comunicativos e flexíveis haveria mais concordância, sinergia, parceria e sintonia.
Para Resende (2000), há diversas maneiras de definir ou caracterizar competência emocional:
? Competência emocional é saber controlar irritação, nervosismo e agressividade. É saber manter-se calmo numa discussão. É não reagir violentamente no transito, nem reagir a um assalto armado;
? É saber dosar entusiasmo e euforia. É saber manter o bom humor em situações complicadas;
? É saber administrar expectativas exageradas e ambição;
? É saber fazer concessões em relação a seus interesses e privilégios;
? É saber ?engolir sapos? para preservar relações ou negócios, diante de tantas exigências;
? É perceptível a necessidade de relacionar-se de maneira harmoniosa, administrando o equilíbrio nas relações, criando um ambiente saudável para um bom andamento escolar (RESENDE, 2000, p. 77).

A quinta competência a se ressaltar é o autodesenvolvimento.
O profissional comprometido com o autodesenvolvimento busca melhoria contínua que facilita versar sobre vários assuntos, tornando-se produtivo e ampliando gradativamente suas perspectivas pessoais e profissionais. Para Resende (2000):
Existem algumas competências importantes para o autodesenvolvimento: capacidade de estudar; de descobrir fontes de informação e de conhecimento; ter curiosidade; ter persistência; saber administrar seu tempo; ser automotivado (RESENDE, p. 29).

O professor só obtém resultado se dedicando ao conhecimento do serviço que deve realizar, para atingir os objetivos, é necessário procurar sempre uma forma mais eficaz de executar suas tarefas trabalhando e se aperfeiçoando com disposição, dinamismo, paciência, qualidade e iniciativa.
A sexta competência a se ressaltar é a empatia.
A empatia é a aptidão para reconhecer ou compreender o estado de espírito ou a emoção do outro. Para Chiavenato (2005):
A empatia requer maior orientação para o destinatário do que para o emissor. A empatia exige que os comunicadores se coloquem figurativamente no lugar dos destinatários para perceberem como a mensagem será provavelmente decodificada. A empatia é a capacidade que temos de nos colocar no lugar de outra pessoa a de assumir seus pontos de vista e suas emoções. Muitas das barreiras à comunicação podem ser reduzidas pela empatia. Para tanto, é mister que se compreenda o processo de decodificação.Este envolve percepção e como a mensagem será filtrada pela pessoa (CHIAVENATO, 2005, p. 333).

O professor não pode só se preocupar com o conhecimento através da absorção de informações, mas também pelo processo de construção da cidadania do aluno. É relevante a conscientização do professor de que seu papel é de facilitador de aprendizagem, aberto às novas experiências, procurando compreender, numa relação empática, também os sentimentos e os problemas de seus alunos e tentar levá-los à auto-realização.
A sétima competência a se ressaltar é motivação
A motivação é uma força que impulsiona e estimula o comportamento das pessoas e as leva a agir de determinada maneira com o propósito de atingir uma meta.
Voli (1998) afirma que,

A projeção que o professor envia de si mesmo à classe é recebida por seus alunos, que por sua vez vão se sentindo seguros, reforçados em seu próprio autoconceito, partes integrantes do grupo, motivados a aprender e conscientes de sua capacidade de fazê-lo. Sua projeção motiva seus alunos a entrar por si mesmos em uma situação de auto-estima e, portanto, de autodisciplina, auto-responsabilidade e auto-realização (VOLI, 1998, p.147).

O professor que consegue motivar sua turma elevando a auto-estima de seus alunos tem a disciplina praticamente garantida. Já o professor desmotivado não se dispõe em encontrar iniciativas criativas e inovadoras dentro do contexto da educação para persuadir, ter atenção do seu aluno, solucionar os conflitos dentro da sala de aula.
A relação professor-aluno pode ser uma relação de colaboração e apoio mútuo para o crescimento de cada um. É de suma importância basear-se no respeito, dignidade, integridade, capacidade, abertura, amor, compaixão.
A oitava competência a se ressaltar é a flexibilidade.
A flexibilidade age com a arte da escuta, compreende o que é dito, com o que é ouvido e mantém-se sempre aberto ao diálogo, não impõe suas idéias, mais discute dentro do campo pessoal com respeito e dignidade. Quando usa da sensibilidade e compreensão e percepção cala quando precisa, quando necessário e fala somente o suficiente.
Importante estar disposto a aceitar opiniões de outros e até adotá-las como a melhor opção.
Conviver em conjunto e não ser flexível, o desentendimento sempre vai estar presente, pois gera muitas insatisfações e grandes transtornos entre as pessoas, alunos professores, grupos quais quer que sejam na linha de trabalho, estudo, esporte, religiosos, familiares...
De acordo com o cotidiano percebe-se que ser flexível é ser cooperativo e não individualista e achar que a sua forma, seu modo, suas atitudes e suas idéias sejam as melhores e certas diante dos outros.
A nona competência a se ressalta é a auto percepção.
A Percepção é o processo pelo qual os indivíduos organizam e interpretam suas impressões sensoriais visando dar significado ao seu ambiente, também é o processo pelo qual os indivíduos selecionam, organizam, armazenam e recuperam informações importantes e necessárias.
Na verdade é um meio ativo pelo qual as pessoas organizam e interpretam suas impressões sensoriais para dar um significado no ambiente ao o qual o rodeia.
De acordo com a percepção existe uma grande relação entre professores e alunos, como qualquer outro relacionamento que haja respeito. Assim sendo primeiramente, é preciso saber ouvir os alunos e refletir sobre suas necessidades. Desta forma será estabelecida uma troca de aprendizado.
A percepção é um sentimento de extrema importância no que diz respeito a convivência entre a partir de duas pessoas, e como se sabe é que quanto mais pessoas juntas mais difícil é a administração do relacionamento e do convívio, pois se não houver cuidado e atenção não há percepção de que tudo esteja transcorrendo bem entre todos.
Para Chiavenato (2005):
A percepção é um processo ativo pelo qual as pessoas tentam dar sentido ao mundo que as cerca. Esse processo envolve as pessoas e avaliarem o que estão em função de suas necessidades e valores.Visto que as necessidades e experiências passadas das pessoas variam muito, suas percepções do ambiente também irão variar (CHIAVENATO, 2005, p. 221).

A décima competência a se ressaltar é afetividade.
A palavra afetividade provém de "afetivo", do latim affectatio, que significa a impressão interior que se produz devido a um fator interno ou externo.
Najera (1997) entende a afetividade como o modo através da qual o nosso ser interior é afetado por tudo aquilo que ocorre à nossa volta, o que provoca sensações que oscilam entre dois pólos opostos: amor ? desamor ? alegria- tristeza, recusa ? aceitação.
É importante para o relacionamento interpessoal ter certa sensibilidade afetiva mais aflorada, carinhosa, cuidadosa, sentir através do estímulo de ânimo , e do reconhecimento para com o outro ser humano.
A Afetividade, na verdade, é vista como um conjunto de sentimentos positivos ou negativos que os seres humanos experimentam a respeito de si mesmo ou de outras pessoas, assim é a forma que deve acontecer entre alunos e professores e esses se fizerem bom uso desta ferramenta fica mais fácil a conivência e a vontade de estudar contribuído para uma relação mais estimulante e recompensadora.
Já Najera (1997) aponta que a afetividade é constituída para um conjunto de fenômeno de natureza subjetiva, diferentes do que é o puro conhecimento, que podem ser difíceis de ver balizar e provocam uma transformação interior que se move entre dois pólos externos: agrado, desagrado, inclinação, recusa, atração, repulsa.

PRINCIPAIS DIFICULDADES NA INTERAÇÃO PROFESSOR-ALUNO

Um dos principais entraves para um bom relacionamento entre professor e aluno é o fato de que alguns professores se revestem de uma prepotência desmedida, considerando-se donos do conhecimento,criando uma verdadeira barreira que impede o aluno de se achegar ate ele, este docente se coloca num verdadeiro altar como um ser superior inatingível ao aluno,esquecendo-se que o verdadeiro processo de ensino aprendizagem ocorre de maneira mutua com cumplicidade entre professor aluno.
O professor é dotado de liberdade tal que o tem levado, na maioria das vezes, a adotar uma postura ditatorial perante os alunos. Essa postura, quando em sala de aula, tem encontrado amparo no fato de que o professor, na sala de aula, tem autonomia para determinar ações, selecionar o conteúdo e a metodologia de ensino, controlar o tempo, enfim, impor aos alunos aquilo que ele acha que é o correto e da maneira que ele quer. Tal postura tem acarretado bastantes desvios no processo de aprendizagem, tirando dos alunos a motivação para participar das aulas, e, sobretudo, impossibilitando-lhes a formação da competência humana, traduzida no saber pensar, no aprender a aprender e na construção e reconstrução do conhecimento. Considerando que o processo de aprendizagem deve ter como parceiros a incerteza e a dúvida, - logo, o professor não é o dono da verdade -, e que os alunos, ao lidarem com o conhecimento, devem assumir uma atitude inquieta, curiosa e questionadora.
Duran (1987 apud ARAUJO, 1995) analisou as relações em sala de aula, onde o professor exerce um poder sobre o aluno, e concluiu que este fator gera um desequilíbrio prejudicial a aprendizagem. De forma semelhante a Duran, McDermott (1977) fez uma reflexão sobre o que ele chama de "relação de confiança" entre professor e aluno como ponto crucial na aprendizagem. Define confiança como qualidade de, relacionamento entre pessoas, como produto de trabalho que as pessoas fazem para alcançar relações de confiança em particular, no contexto institucional. McDermott (1977) acrescenta que o sucesso e o fracasso escolar estão diretamente ligados a existência ou não de uma relação de confiança no contexto escolar.
O educador deve ser um agente facilitador do conhecimento, sendo acessível e parceiro dos alunos, tirando suas duvidas, ter a humildade suficiente para reconhecer quando não souber a respostas de determinadas perguntas e ter a responsabilidade de ir em busca dessas respostas, muitas vezes ate mesmo junto com o próprio aluno, o que seria uma maneira de se aproximar mais desse aluno fazendo com ele perceba que também tem capacidade suficiente para a pesquisa e conseqüentemente a aquisição de conhecimento. Para tanto o professor precisa se despir de suas vestes ditatoriais e adotar um verdadeiro compromisso com a educação, enxergando o aluno como ponto de partida e de chegada, e o conhecimento como um instrumento de trabalho a ser manejado em conjunto com os alunos. Neste cenário, o professor passará a ter funções de facilitador e de orientador no processo de construção e reconstrução do conhecimento.
Outra dificuldade percebida em sala de aula que contribui para a existência em muitos casos de um fosso separando professor aluno é justamente a heterogeneidade entre os discentes, alguns apresentam uma facilidade maior na apreensão dos conteúdos e por esse motivo são tratados de forma diferenciada pelos professores que acabam por deixar de lado os demais que apresentam maior dificuldade na aprendizagem, estes são tratados muitas vezes como incapazes, tendo assim seu direito de aprender cerceado por profissionais arrogantes e despreparados. Tem que haver a sensibilidade, o profissionalismo e ate mesmo o amor por parte destes profissionais para que possam perceber que aqueles que mais precisam deles é aquele que apresenta maiores limitações, que na maioria das vezes são limitações fruto do desinteresse e do desprestigio que o professor apresenta em relação a este aluno que por sua vez fica inibido de procurar aguda em suas duvidas com o professor que já o rotulou de incapaz.Silva tem a seguinte opinião sobre o tema.
O professor precisa ter sempre em mente que o aluno é um ser humano comum, com altos e baixos, com medos, problemas, aspirações e desejos a realizar. Nem todos os dias o aluno está disposto a ouvir em silêncio, a acompanhar as atividades prescritas pelo professor. O aluno é imperfeito, como todas as pessoas erram como todos, mas, como todos também têm grandes potencialidades a desenvolver. Para isso precisam de apreço, aceitação e confiança por parte do professor. O aluno que se sente aceito e merecedor da confiança do professor manifesta entusiasmo e interesse na realização das atividades escolares, tornando-se responsável diante de qualquer atividade.
Algumas vezes os jovens precisam apenas de um pouco de atenção, muitos passam por horríveis dificuldades na família, país separados, problemas financeiros ou de saúde, e o professor precisa estar atento também para estas questões e tentar entender e auxiliar mais este aluno.
Sendo, portanto, o objetivo do processo de aprendizagem a formação da competência humana, é de vital importância que os conflitos de poder entre professor e aluno sejam minimizados ao máximo. Do contrário, a competência humana, - a ser materializada na formação de cidadãos capazes de pensar, de aprender a aprender, de construir e reconstruir o conhecimento -, ficará comprometida.
O educador deve acompanhar o processo das transformações que permeiam a sociedade, tudo vem mudando com uma velocidade vertiginosa, e na área da educação isso não é diferente por isso cabe ao profissional desta área se reciclar, se aperfeiçoar adequando-se as novas exigências que se apresentam,desprendendo-se de velhos e obsoletos hábitos que não mais dão conta de resolver os novos desafios Há a necessidade da construção de novas habilidades, mudanças de estratégias, deixar um pouco de lado a postura rígida e ditatorial, romperem as distancias entre professor e aluno já que ambos tem como objetivos a busca e o aperfeiçoamento do saber, um saber que não é só do conteúdo, mas um saber humanizado, que possa contribuir para uma maior harmonia no viver em coletividade.

"Vai aqui este pedido aos professores,
pedido de alguém que sofre ao ver o
rosto aflito das crianças: lembrem-se de
que vocês são pastores da alegria, e
que a sua responsabilidade primeira é
definida por um rosto que lhes faz um
pedido: Por favor:, me ajude a ser
feliz..." (RUBEM ALVES)



CONSIDERAÇÕES FINAIS

O relacionamento interpessoal é de suma importância para o bom desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem. Vale ressaltar a relevância de se aplicar competências que possam favorecer uma melhor parceria de confiança entre professor-aluno.
Para que este processo possa acontecer de forma satisfatória, o professor não pode se considerar de forma alguma como o dono absoluto do conhecimento, monopolizadores dos métodos a serem aplicados, tem-se uma necessidade gritante e urgente de uma maior democratização no que tange as escolhas metodológicas para o processo de ensino aprendizagem. Faz-se necessário uma maior flexibilidade por parte dos docentes para que estes possam ouvir mais seus alunos, entenderem melhor suas necessidades, uma vez que o aluno é o sujeito principal deste processo.
O profissional da educação tem que se conscientizar que é de fundamental importância para o sucesso de seu trabalho, a construção de uma parceria bilateral entre ele e seu alunado, pois, só através desta parceria poderá existir uma maior interação o que oportunizara uma melhor compreensão das dificuldades enfrentadas pelos alunos para entenderem determinados assuntos, e a partir daí conjuntamente buscar soluções para sanar essas dificuldades e assim obter melhores resultados.









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