A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 

A palavra lúdico vem do latim ludus e significa brincar. Neste brincar estão incluídos os jogos, brinquedos e divertimentos e é relativa também à conduta daquele que joga que  brinca e que se diverte. Por sua vez, a função educativa do jogo oportuniza a aprendizagem do indivíduo, seu saber, seu conhecimento e sua compreensão de mundo.

Partindo do pressuposto de que o brincar é a atividade principal da criança, esta se faz imprescindível na Educação infantil, pois é através da brincadeira que ela expressa o que pensa, o que sente e se apropria do mundo que está a sua volta.

            Para Vygotsky (1996) e Benjamim (1984):

O jogo facilita o desenvolvimento da imaginação e da criatividade destacando que a imaginação nasce no jogo e, para eles, antes do aparecimento do jogo não há imaginação (apud SANTOS, 2001, p. 160)     

            Ainda segundo Vygotsky(1996):

O brinquedo contribui para o desenvolvimento da língua escrita na medida em que, sendo simbolismo de primeira ordem (representação do significado), prepara para a escrita, que é simbolismo de segunda rdem (apud SANTOS, 2001p. 160)      

            O brincar na Educação Infantil não deve ser visto como um tempo de descanso depois de uma atividade mais formal e sim como uma parte das experiências que as crianças vivem dentro deste espaço. Elas brincam nos cantinhos, no parque e nas atividades propostas pelas professoras no pátio. Nestes momentos, elas representam papéis, exploram os espaços, fazem combinados com os colegas, se envolvem em conflitos, buscam formas de solução e, desta maneira, tecem novas relações e vão construindo conhecimentos a partir da experiência que vivem.

            O jogo está presente no cotidiano da criança que desenha, canta, rima, representa, chuta a bola ou pula corda. Na verdade, para a criança quase toda atividade é um jogo, e é por meio do jogo que ela constrói grande parte de seu conhecimento. Quando isso acontece, a situação ensino-aprendizagem fica caracterizada pelo aspecto lúdico e prazeroso em que o erro passa a ser aceito naturalmente e a interação com o outro é espontânea.                                    

Através de atividades lúdicas como jogar, brincar, ou representar a criança experimenta ir além dos seus limites, adquirindo autonomia na sua aprendizagem. No processo de alfabetização a criança está engatinhando rumo à aprendizagem escolar, e essa aprendizagem por ser nova, muitas vezes se mostrará complexa e desinteressante, é por esse motivo que as atividades lúdicas fazem a diferença, elas dão um colorido especial ao ensino de conceitos.

A brincadeira vista no campo educacional, é de suma importância. E principalmente na pré-escola, porque o brincar possibilita a construção de uma identidade infantil autônoma, crítica e criativa, ou seja, permite a formação de futuros cidadãos críticos e transformadores da realidade em que vivem. (BOIKO; ZAMBERLAN, 2001).

            Friedrich Froebel (1782-1852) foi o primeiro educador a dar valor aos brinquedos, à atividade lúdica em geral, à sua importância para a construção do "mundo" pela criança.  Fortalece os métodos lúdicos na educação, colocando o jogo como parte integrante da Educação Infantil, jogo este caracterizado pelas ações de liberdade e espontaneidade. Assim como a linguagem é a primeira forma de expressão social, o brinquedo é uma forma de auto expressão. Usou blocos de construção com materiais diferentes, mas também valorizou a utilização de histórias, mitos e lendas, para, através do maravilhoso, patente no mundo infantil, ganhar a confiança das crianças.

            Enfim, para que a brincadeira seja entendida e considerada em sua função pedagógica, ela precisa ser garantida e isto se faz considerando uma série de fatores. Entre eles destaca-se o ambiente físico, o tempo, a rotina escolar, o preparo de professores e educadores, aspectos que podem estimular, propiciar e garantir sua ocorrência no contexto pré-escolar.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília, MEC/SEF, 1998. vol. I, vol. II.

ROBLES, Heloisa Stoppa.  A brincadeira na educação infantil: conceito, perspectiva histórica e possibilidades que ela oferece, 06 Jun 2007.

Disponível em: http://www.psicopedagogia.com.br/novas/educação infantil. Acesso em: 19 nov. 2010.

SANTOS, Santa Marli Pires dos. (org.) Brinquedoteca: a criança, o adulto e o lúdico Petropolis, RJ: Vozes, 2000.