''A Força do Exemplo''

 *Lourenço Nisticò Sanches

 "DAR O EXEMPLO NÃO É A MELHOR MANEIRA DE INFLUENCIAR OS OUTROS. É A ÚNICA" 
Albert Schwertzer

Poderíamos nos estender em múltiplas considerações acerca da frase esculpida pelo filósofo, teólogo, músico e médico nascido na então Alsacia alemã, atualmente território francês, em meado do século XIX. Entretanto suas palavras são límpidas e de tamanha objetividade que faz com que o dito seja mesmo hermético – com princípio, meio e fim, uma verdade absoluta, sem qualquer possibilidade de algo a se lhe acrescentar.

 Busquemos na história, a história de todos os tempos – antiga, contemporânea e atual, as figuras que se transformaram em verdadeiros ícones, desafiando o tempo, mudando paradigmas, conceitos, e até o próprio mundo ao alterar os valores vigentes não apenas por meio de suas predicas, mas fundamentalmente através de suas ações, em suma, de seu exemplo. 

Esses luminares, em todos os campos do conhecimento humano desde o filosófico religioso, passando pelas ciências – em todas as suas especialidades, pela sociologia e, com ela, o comportamento humano em seu dia-a-dia, nos influenciaram de tal maneira que o mundo em que vivemos hoje seguramente não seria o mesmo sem seus importantes legados. 

Mais que legados, eles ofertaram substantivas contribuições ao desenvolvimento da humanidade, especialmente no que tange a moral com seus exemplos únicos a se destacarem do lugar comum. 

O homem moderno em sua faina diária, em sua luta pela vida – pela sobrevivência, inserido que está em uma sociedade globalizada altamente competitiva, tende a esquivar-se de sua responsabilidade perante essa mesma sociedade olvidando esse importante aspecto: o exemplo; quando também não o faz diante de seu círculo mais estreito de relacionamento – familiar e de suas amizades, infelizmente. Notícias estampadas com destaque nos noticiários nos dão conta dessa realidade. 

Adjetivos relacionados com a “esperteza”, com a famigerada “lei de Gerson” (personagem que pessoalmente nada merece desse rótulo) contrários, portanto, com a moralidade – lato senso – são apreciados pela sociedade e os indivíduos que assim praticam passam a granjear popularidade – quando não são alvos até de uma “pitada” de inveja. Transformam-se em “pessoas bem sucedidas”, em empresários e empreendedores vitoriosos e, lamentavelmente para o Brasil, em políticos aplaudidos por uma população que os enaltece em face de uma absoluta inversão de valores – éticos e morais!

Tristemente é esse o quadro que se pode atualmente divisar... 

Cabe a cada um de nós, sendo mesmo imperioso, que rapidamente reformulemos nossos conceitos, que voltemos os olhos para os valores de raiz que nos foram legados, que nos esforcemos para modificar esse indesejável “status quo”, senão por nós mesmos, seguramente por todos aqueles que irão nos suceder. 

É o momento de darmos o exemplo, no ambiente doméstico, junto aos nossos amigos, no trabalho, nas ruas, enfim, de nos portarmos como cidadãos dignos e homens de bem com responsabilidades não limitadas apenas ao presente e ao material, mas com os valores perenes que sobrelevam-se e atravessam o tempo, todos os tempos!

Mais do que nunca, urge que nos coloquemos imediatamente em ação ! 

*Lourenço Nisticò Sanches - Marketing Adviser, Pesquisador, Cronista e Ensaísta