A IMPORTÂNCIA DO ESPORTE NO DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DE PAZ NAS ESCOLAS

 

 

VICENTE TAVEIRA DA COSTA NETO

MAGNOS DANTAS DE ARAUJO

 

RESUMO

Como o próprio tema propõe, este trabalho enfoca um fenômeno que toda a sociedade está passando que é a violência, mostrando que ela está inserida em nossas escolas afetando principalmente às crianças. Propomos um novo desafio para a comunidade, que e combater este mal através da prática esportiva. Esta pesquisa se inicia com um contexto social histórico sobre a violência desde o início das eras e as várias formas de violência que podemos encontrar em nossa sociedade. Tentamos também mostrar como a escola pode trabalhar o esporte para tentar diminuir a violência que está dentro dos seus muros.

 Palavra chave: O esporte conta a violência

INTRODUÇÃO

 

 

Atualmente estamos cercados por vários tipos de problemas desemprego, fome, crise política, desigualdade social, mas um dos principais e que está ligado a todos os outros é a violência, ela é uma doença quase sem cura e que contamina todas as classes da sociedade sem restrição de cor, raça e nível social. Felizmente ou não este problema não é só nosso, mas de todo  planeta, todos os países convivem com este mal, até aqueles que têm o título de países de primeiro mundo vivem este drama .Com certeza, as crianças e os adolescentes são os mais prejudicados com este drama  por serem mais fácies de ser contaminados. 

O presente trabalho tem como tema “A importância do esporte no desenvolvimento da cultura de paz nas escolas”. Buscamos pesquisar como a prática esportiva pode contribuir para afastamento de crianças e adolescentes da violência. Esta temática é considerada hoje um grande desafio por parte dos diversos seguimentos sociais, em especial para aqueles que estão ligados de alguma forma com segurança por se tratar de um fenômeno social em acelerado estado de crescimento dentro da nossa sociedade.

Através deste tema, que compreende todo o universo da violência, sabendo do seu grande crescimento nos dias atuais e, juntamente com a banalização dos valores morais e sociais e a falta de preocupação quase que total das autoridades, veio a motivação de analisar, refletir e pesquisar sobre o tema.

Uma dos locais onde se pode trabalhar este processo é, sem dúvida, na escola, pois é nela onde a criança e o adolescente já estão inseridos e assim  se torna mais fácil esta mobilização. Como pode ser comprovado através de vários projetos introduzidos nas escolas o esporte pode ser utilizado como atrativo para a frequência e a melhoria do rendimento escolar, através disso além de distanciar estas crianças e adolescentes da violência existe também a preocupação com o bem estar físico, psicológico e social, para que assim haja um desenvolvimento saudável das crianças e jovens.

Através desta pesquisa procuramos buscar dados que consideramos importantes para que a utilização da prática esportiva dentro das escolas seja analisada e estudada, contribuindo para que alunos, professores, gestores escolares e especialistas relacionados à área da educação, possam desenvolver meios para que seja enfrentada de maneira mais efetiva a questão do combate a violência  entre os adolescentes. E assim, pretendo também com esta pesquisa levar ao conhecimento das autoridades da educação, segurança pública e para a família, a realidade sobre a violência  entre os estudantes de nosso município e como  toda essa agressividade pode ser canalizada para a prática esportiva.

Esta pesquisa também demonstra os benefícios que a prática esportiva traz para a vida de nossas crianças, além da prevenção de doenças como a obesidade, ela também auxilia nos tratamentos de alguns males que afligem nossos pequenos. Também foi demonstrado os males que esta prática pode trazer quando não tem o devido acompanhamento.

VIOLÊNCIA E SOCIEDADE

A violência e as preocupações em evitar que ela se espalhe e destrua as sociedades são provavelmente tão antigas quanto a humanidade. A história conta que a criação dos primeiros utensílios que eram de pedra eram utilizados não só como armas para   matar animais para a sua alimentação, mas também para matar membros da própria espécie. Alguns estudiosos defendem a tese de que a espécie humana traz em si uma forte herança de territorialidade e agressividade, instintos que devem ser extravasados para se evitar distúrbios sociais.

Sendo assim, não se pode dizer que a história humana seja pacífica. Desde os primeiros tempos o som das armas pode ser ouvido. No início, foram os homens das cavernas com seus tacapes, em seguida vieram os cientistas com suas armas maravilhosas de destruição em massa. Quando o fogo apareceu também foi usado na guerra, onde ainda hoje causa destruição. Este mesmo fogo, que foi uma das descobertas mais importantes da humanidade, também foi através dos anos, manipulado para produzir resultados cada vez mais letais.

Podemos relacionar o início da violência com o início da vida em sociedade. Segundo a literatura mundial a palavra violência tem várias definições que na sua maioria chegam a uma mesma resposta, na maioria dos dicionários pesquisados a palavra violência tem como seu significado: qualidade ou ação de violento, fazendo um estudo mais aprofundado em latim teremos como resposta a palavra violência, traduz o efeito de uma força, quando usada contra alguma coisa ou alguém, sendo assim  é aquilo que quebra ou destrói a coisa que seja aplicada , ato este que vem desde do início do convívio em sociedade. Se tomássemos por base o relato da Bíblia sobre o início das era, veríamos que os atos de violência já estavam contidos na nossa sociedade, a primeira manifestação que se tem notícia é o assassinato ocorrido entre os irmãos Caim e Abel  filhos de Adão e Eva.( Gênesis,Antigo Testamento, Bíblia)

A história do nosso país mostra toda ela um caminho de violência através da violência. Ao chegarem em nosso país os portugueses encontraram aqui uma raça que quase foi dizimada do mapa, os índios sofreram todas as maldades que podem ser imaginadas e como se não fosse pouco trouxeram os escravos da África para aqui servirem e serem torturados, só para que os desbravadores tornarem-se mais ricos .

E as guerras aconteceram entre as nações onde milhares de inocentes morreram. Genocídios, bombas nucleares, terrorismo são alguns dos exemplos de como o homem pode ser tão violento com o seu próximo, lembramos que apenas um homem Hitler foi capaz de quase exterminar uma raça para que pudesse provar que a sua era a melhor.  

                 Na maioria das vezes os atos de violência são quase que definidos apenas como manifestações somente ligadas a seres do sexo masculino, talvez pôr uma espécie de tradição que logo desde  crianças recebem de seus pais como brinquedos que na sua grande maioria estão ligados a atos de violência diferente das meninas que sempre tem sua imagem  ligadas atos de carinho, sendo assim os pais desde cedo ensinam  mesmo sem saber como que os meninos e as meninas aprendem a lidar com a emoção de maneira diversa; os meninos são ensinados a reprimir manifestações de alguma forma de emoção ,como amor , afeto amizade e estimulados a exprimir outras, como raiva ,agressividade e ciúmes.   Em todas as culturas, brincadeiras violentas surgem espontaneamente, especialmente entre meninos, logo depois que as crianças começam a andar, com comportamento agressivo ocorrendo em cerca de metade deles aos dois anos de idade.

VIOLÊNCIA DENTRO DE NOSSAS ESCOLAS

       A escola juntamente com a família e o Estado é uma das instituições de maior peso na formação e na vida do ser humano, ela é considerado o nosso segundo lar, pois é nela onde o homem entra como uma “semente” e sai como uma “árvore”, é no ambiente escolar que as crianças aprendem a se relacionar umas com as outras, adquirem valores e crenças, desenvolvem senso crítico, autoestima e segurança. Em algumas das vezes ela é a responsável total pela formação do caráter. Quando a família não assume a sua parte, ela tem como principal responsável por esta formação o educador, um elo de ligação entre a escola e o aluno.

Os comportamentos violentos na escola têm uma intencionalidade lesiva. Podem ser determinados de fora para dentro, como acontece nos bairros degradados invadidos pela miséria, onde agentes estranhos ao meio o invadem e destroem; pode tratar-se de violência contra a escola, em que alunos problema assumem um verdadeiro desafio à ordem e à hierarquia escolares, destruindo materiais e impondo um clima de desrespeito permanente; ou são simplesmente comportamentos violentos na escola, que ocorrem sobretudo quando esta não organiza ambientes suficientemente tranquilos para a construção de valores característicos a este local. A violência pode ser desencadeada fruto de muitas situações de indisciplina que não foram resolvidas e que constituem a origem de um comportamento mais agressivo. Nesta perspectiva, a escola deixa de ser um lugar seguro, de integração social, de socialização e aprendizado, não mais um espaço protegido; ao contrário, tornou-se um cenário de ocorrência violentas, refletindo diretamente na qualidade de ensino:

     Um dos principais pontos que a escola pode contribuir na formação do homem é no seu comportamento, ela pode formar ou não um ser violento, pois muita das vezes é nela que começa as práticas de pequenos atos de violência.

      Sendo assim, podemos dizer que quanto a questão da violência, as teorias educacionais podem ser classificadas em dois grupos: num primeiro existem as teorias que entendem a educação como um instrumento de equalização social, portanto, de superação da violência; Já no segundo grupo estão as teorias que mostram a educação como um instrumento de descriminação social, logo um fator de violência

     Os estudos sobre violência escolar são bastante recentes tendo o seu início nas décadas de 60 e 70. Eles tiveram origem na França com os estudiosos P.Bourdieu e J.C Passerom, eles tiveram uma abordagem  muito especifica a da ‘violência simbólica” estes autores  a definiram como “todo poder que chega a impor significações e a impô-las como legitimas dissimulando as relações de força que estão na base de sua força”, sendo assim ela aplica o poder das classes dominantes sem que as classe dominadas percebam. A escola de forma contínua exerce um grande poder para ocultar de um determinado grupo sem que os mesmos percebam.

      Na década de 70 e 80, o conceito sobre violência simbólica foi bastante estudado e em seguida trabalhado nos meios pedagógicos, isto foi importante, pois chamou a atenção para a natureza do trabalho escolar e os mecanismo utilizados por ela em relação aos diferentes grupos sociais.

     Já nos anos 80 os estudos relacionados a este assunto foram abandonados, e voltaram serem realizados só na década seguinte sendo neste período, já trabalhado como ‘Violência Urbana”, sendo feito um comparativo do aumento da violência escolar com o aumento da violência urbana, sendo assim diferentemente da violência simbólica que é mais voltada para ação que a escola tem em produzir um certo tipo de sujeito, mas sim com esta escola que está incluída no crescente avanço da violência em nossa sociedade, com isto mostra-se que estes estudos estão longe de atingir um consenso.

     Este tipo de violência não é privilegio somente do nosso pais, atinge hoje todos os países do mundo sendo que, sem dúvida, são mais alarmantes nos denominados países do terceiro mundo. Mesmo sem o consenso entre os estudos, um aspecto é apontado na grande maioria, que são as áreas privadas dos recursos públicos, as mais favoráveis a disseminação da violência, sendo que isso não quer dizer que pobreza  seja e sinônimo de criminalidade, pois sabe-se que também nos lugares mais “nobres” existem um aumento alarmante de atos violentos, sendo assim escolas que estão nestes locais  têm um grande também  índice de violência.

     A violência na escola não é apenas a violência externa que se infiltra nas salas de aula ou acontece nos portões. A violência também é gerada dentro da escola, resultado das diferenças entre as pessoas. Existe a violência de criança contra criança e entre alunos e professor, é claro que não se pode apenas entender o que se passa dentro da escola, sem olhar o que acontece fora. Provavelmente, muitas crianças e professores têm uma história de violência que levam para a escola. Sendo assim a violência que o aluno sofre no caminho para ir a escola, em casa, no bairro onde mora vai refletir na convivência com seus colegas e professores.

Entretanto, é óbvio que crianças expostas à guerra e violência política são afetadas profundamente, nesse tipo de ambiente, as crianças aprendem a considerar a violência como um meio de sobrevivência e isso leva a uma incapacidade de perceber o outro lado e confiar nas pessoas. Crianças que são traumatizadas por violência política desenvolvem visões políticas muito negativas. Elas tendem a ver o outro lado como uma ameaça e procuram a violência como um meio de resolver conflitos.

 No Brasil, embora o governo federal admita sua existência, ele não é prioritária dentro das políticas educacionais. Iniciativas para combatê-la geralmente partem de entidades como Unesco, pesquisadores e Secretarias de educação.  Estudos sobre violência nas escola além de recentes são bastantes reduzidos, eles ocorreram principalmente no final dos anos 90, esta forma de violência é considerado como pequenos delitos que são; pequenos furtos , agressões verbais, agressões contra professores, a indisciplina e etc, estes atos  muito das vezes refere-se a falta de integração dos professores e a total falta de atenção do corpo escolar, pois sem o combate a eles com certeza iram se agravar ,tornando-se assim atos mais expressivos como homicídios. Curioso é que, a violência praticada pela professora de antigamente vem sendo substituída por uma nova forma de violência dos alunos contra os professores, seus bens, e o patrimônio da escola. Hoje, professores de todo o país sofrem desrespeito, ameaças, e agressões físicas dos alunos e pais deles. Escolas são depredadas, pichadas, roubadas, aparentemente como simples vandalismo. Principalmente falta envolvimento da comunidade local para evitar que a escola seja violentada por seus próprios alunos ou estranhos, e os professores continuem sendo desrespeitados e ameaçados.

Como regra, a escola não está equipada e preparada para trabalhar todas essas questões. Muitas vezes, os problemas sócio educacionais se apresentam como insolúveis, como obstáculos intransponíveis para a realização da tarefa educacional. Geralmente, os professores passam por situações constrangedoras, uma vez que têm uma jornada árdua, muitas vezes uma formação deficitária e um salário incompatível com sua função. Sentem-se desestimulados e impotentes para resolver a questão educacional, uma vez que os problemas são de ordem familiar, política, estrutural, social e econômica. Além disso, o professor fica muito pouco tempo com o aluno. A escola parece não ter mais utilidade para os alunos; eles a encaram antes como local de "lazer" e não como ambiente sociocultural (e de trabalho).

A PRATICA ESPORTIVA UMA DAS SOLUÇÕES DO PLOBLEMA

 

O homem e o esporte estão interligados desde o início das eras acredita-se que depois da alimentação a prática esportiva é a mais antiga forma de atividade humana, ela teve  inicio entre os povos do antigo Egito, as lutas de corpo-a-corpo e com espadas surgiram por volta de 2700 a.c ,segundo pinturas e monumentos encontrados , estes exercícios tinham fins militares.
                    Campeonatos, torneios, olimpíadas, recordes, títulos, medalhas, torcidas e comemorações surgem. A aura mítica do esporte e seus heróis - os atletas - fazem parte do dia-a-dia de bilhões de pessoas ao redor do planeta. As disputas esportivas têm o poder de colocar países inteiros em compasso de espera.

No nosso país durante a copa do mundo, quase todos param para a ver a nossa gloriosa seleção, isto também ocorre com outros países como na Itália, Espanha e a Argentina. Durante as Olimpíadas todas as nações do mundo acompanham as transmissões, mesmo quando os seus esportistas não têm nenhuma chance de ganhar medalhas.

No início a pratica esportiva estava totalmente ligada ao preparo dos soldados para a guerra, pois a aprimoração da força física, além de significar uma maior chance de vitória, servia para demonstrar a superioridade de um povo.

Foram os gregos que aprimoraram esta pratica foi e lá é que o esporte passou a ocupar um lugar de destaque na sociedade, causando grande orgulho nos cidadãos, acontecendo o surgimento dos jogos olímpicos, a Grécia Antiga passa a enaltece a força física e a beleza do atleta, conforme já se ver em Sócrates,

 Nenhum cidadão tem o direito de ser um amador na matéria de adestramento físico, sendo parte de seu ofício, como cidadão, manter-se em boas condições, pronto para servir ao Estado sempre que preciso. Além disso, que desgraça é para o homem envelhecer sem nunca ter visto a beleza e sem ter conhecido a força de que seu corpo é capaz de produzir.(Filosofo Sócrates, GréciaAntiga)

Espartanos e Atenienses também tratavam o esporte com grande destaque. Durante a Idade Média, com o crescimento da força do cristianismo que pregava mais a purificação da alma que a do corpo, o esporte entrou em uma fase de estagnação, mas neste  período  também ocorreram muitas guerras .

Em 456 a.c, após a conquista da Grécia antiga pelos  romanos, os jogos olímpicos entram em total declínio. A proposta que era de integra os cidadão em competições marcadas pela cordialidade perde espaço para as disputas cada vez mais violentas, e em 393 d.c o imperador romano Teodosio I, proíbe a realização das olimpíadas. Desde então o esporte teve uma total decadência  só  praticado por pequenos grupos.

                   Somente em 1896 as olimpíadas voltaram a entrar em cena e foi realizada em Atenas. Mesmo com a sua volta, a pratica esportiva foi bastante conturbada, pois na primeira metade do século passado foi marcado por duas guerras mundiais (1914 a 1918 e 1939 a 1945) a revolução comunista de 1917, entre outros fatores criam uma grande dificuldade em todo o mundo para o treinamento de atletas e a realização de competições e viagens das equipes, por causa das guerras mundiais três edições dos jogos não foram realizados (1912,1940 e 1944).

Durante as décadas 1950 a 1990 uma nova realidade surge no esporte, que é sacudido com a guerra fria surgindo o estimulo do esporte ideológico, o flair play ( o importante é competir ) é colocado em segundo plano, neste momento o que importa é o rendimento, o resultado é que o esporte se torna profissionalizado, os esportistas adquirem  a concepção de estrelas da mídia, heróis nacionais, o papel do Estado é alterado e passa a investir em recursos humanos e científicos para melhorar os índices dos seus atletas.  No caso do esporte de alto rendimento, percebe-se o avanço da lógica mercantilista. Provas, partidas e torneios são espetáculos; atletas, produtos em exibição. Equipes de futebol, atletismo, vôlei ou basquete funcionam como uma espécie de grande companhia artística, com astros (atletas) milionários e shows (partidas ou provas) que mobilizam a mídia e o público. Estimuladas pela cobertura das TVs, novas modalidades ganham importância. Os chamados esportes radicais (surfe, skate, kitesurfe, bicicross, motocross, entre outros) proporcionam imagens de impacto e conquistam novos fãs a cada dia. Além disso, multiplicam-se os "esportes-filhotes", derivações de modalidades amplamente difundidas. Vôlei de praia, futsal e beach soccer são alguns exemplos do fenômeno.

 

OS BENEFÍCIOS DA PRÁTICA ESPORTIVA

 

 Em diferentes momentos históricos a pratica esportiva foi bastante valorizada. A prática esportiva é importante para formar um futuro cidadão trabalhador, criando novos hábitos e tornando o corpo disciplinado, atitudes indispensáveis para a vida em sociedade urbana. Com a ampliação da rede pública de ensino, bem como a expansão da Educação Física sistematizada a uma parcela da população brasileira que começava, então, a frequentar os bancos escolares, justificava-se uma disciplina Educação Física voltada para o atendimento do aluno das classes populares, bem como o discurso “sanitarista” “pedagogista” do desenvolvimento da saúde e para a formação de caráter do ser humano. Durante o período da ditadura militar (1964 a 1984) a Educação Física era justificada pela sua capacidade de ‘canalizar energias’, traçando novos padrões de comportamentos na conduta do aluno.

O desporto do futuro será o desporto dos cidadãos, construído à medida de cada um, medida dos sexos, da forma física, das motivações, da promoção da saúde, da defesa do meio ambiente, da solidariedade social, da descoberta da expressão através do movimento, da libertação do corpo, do sentido de aventura, do prazer de jogar, mas também do gosto de competir.

Se os educadores, são responsáveis pela formação do caráter do ser, os professores de Educação Física são muito mais, pois dentre as outras disciplinas envolvidas no processo da escolarização, é a Educação Física aquela que tem como objeto de estudo e como prática profissional o Movimento Humano. As outras estâncias que completam o comportamento humano serão aqui estimadas e valorizadas, sendo, bom lembrar que o principal  foco da Educação Física será o Desenvolvimento Motor. É comprovado que  crianças e adolescentes que praticam esporte têm três vezes mais capacidade de desenvolver o raciocínio, segundo estudiosos.

Quando se trabalha com crianças e adolescentes, esta prática tem que ser bem exercida; o educador tem que ser cociente que além dos benefícios da pratica esportiva, dentro dele estão também embutidas a: competitividade, vitória, derrota, gloria e etc, que se não bem trabalhados com um olhar amplo, pode ser bastante prejudicial na formação e no desenvolvimento do caráter do ser. Entre os 6 e 12 anos de idade a competitividade pode trazer grandes traumas pois caso esta criança não alcance os resultados esperados por ela  pode desenvolver um sentimento de   inferioridade. Sendo assim a introdução das crianças na pratica esportiva deve ser tratada com muito cuidado, para que não seja em pratica esportiva onde só seja valorizado os resultados atléticos, desconhecendo assim os valores educacionais, pois o esporte nesta fase precoce da vida traz grandes benefícios porém, existem períodos mais adequados para determinadas experiências, onde o indivíduo já esteja mais qualificado, para que assim estas vivências tragam ainda mais benefícios.

A atividade esportiva sempre através do desporto tem que incentivar a participação em todos os momentos da ação pedagógica, desde o planejamento até execução e avaliação das atividades. É de grande importância que o educador traga os envolvidos no processo desportivo para vivenciarem experiências positivas para que assim haja um aumento da alta estima e o desenvolvimento da auto confiança, ajudando assim a se transformarem em verdadeiros cidadãos, com vontade de mudar a realidade a qual  pertencem.   

Além do grande auxilio que a prática esportiva proporcionar na formação social de nossa crianças, ela também serve como uma espécie de "tratamento" para alguns transtornos, como por exemplo o TDA/H (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade), este problema é bastante normal pois atinge uma em cada grupo de vinte crianças, tendo como principais sintomas :desatenção, impulsividade, baixo desempenho escolar, baixa alta estima, interferência no desenvolvimento social e educacional, fala em demasia. As crianças são mais distraídas, muito mais agitadas e muito mais teimosas e até agressivas, bastante difíceis de ser domadas, tanto em ambientes fechados como abertos.

                 Nestes casos, o esporte serve como uma espécie de terapia, a terapia alternativa e todas são multidisciplinares. Todas têm uma importância vital no dia-a-dia do TDA/H. São estratégias para que a criança/adolescente que já convive com tantos obstáculos, consiga, de alguma forma, estímulos positivos. O exercício físico melhora a produção de dopamina assim como de outros neurotransmissores, tais como serotonina e endorfina. Por isso, a atividade física é fundamental na vida de um portador.  

A atividade física é indicada para os portadores de TDA/H porque eles precisam canalizar sua energia. Como eles precisam se ocupar o tempo todo, esportes como o skate agrada muitas crianças e adolescentes, apesar de isso levar aos tombos e machucados com frequência. Outra questão é que o esporte trabalha de forma lúdica a convivência com a regra dos jogos.  

   Um outro grande problema que também pode ser combatido com o auxílio da pratica esportiva é a obesidade infantil que aumentou cinco vezes nos últimos 20 anos no Brasil e este mal não faz distinção de classe social. Entre as principais consequências, acontece o aumento de casos de diabetes e problemas cardiovasculares, além do aumento dos níveis de colesterol e triglicérides, a obesidade infantil já atinge cerca de 10% das crianças brasileiras. Na infância, alguns fatores são determinantes para o estabelecimento deste mal: desmame precoce e introdução de alimentos inadequados, emprego de fórmulas lácteas inadequadamente preparadas, distúrbios do comportamento alimentar, relação familiar conturbada e claro a falta da pratica esportiva. O sedentarismo, devido a muitas horas na frente da televisão, também tem grande influência, pois a diminuição da atividade física leva ao menor gasto energético.

Sem falarmos no trabalho social de reintegração dos portadores de deficiência física junto a sociedade através do esporte, que ganham nível de heróis olímpicos mesmo com seus traumas eles demonstram com muita garra que são capazes de transpor várias barreiras, mesmo quando uma grande maioria diz que não, pois para o resto das pessoas o deficiente é uma pessoa totalmente impossibilitada de fazer alguma.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Toda esta pesquisa foi trabalhada sobre um problema que vem aumentando a cada dia que passa e que por isso ele deve ter uma total preocupação, sendo assim fomos buscar junto a escola dados que nos desse subsídios para a realização de um trabalho eficiente e com resultados positivos. Para que assim pudéssemos mostrar uma solução simples para o combate a violência dentro de nossas escolas.

Sabemos que a da violência está presente em todos as classes sociais e sendo assim também está inserida dentro de nossas escolas. É do nosso conhecimento que a violência está nas nossas vidas por vários motivos e de maneira precoce. Motivos esses que tem se mostrado como uma preocupação por parte  de professores e gestores, os quais para lidar com essa questão têm que buscar novas estratégias para desenvolver o seu plano de trabalho.

Com a banalização da violência a vida humana já e quase considerada sem valor,  isto se dá  por diversos motivos, sendo que a nossa televisão é sem dúvida o principal, o grande número de programas, filmes e novelas com cenas de violência cada vez mais explicitas, e que despertam nas mentes jovens o gosto por imagens violentas, dando assim a visão de normalidade para este problema.

         

REFERENCIAS

 

 

 

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