UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAU_UVA

CENTRO DE LETRAS E ARTES_CURSO DE LETRAS

DISCIPLINA: ENSINO DE LITERATURA

PROFESSORA: MARIA EDINETE TOMAZ

A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE LITERATURA NA VISÃO DO PROFESSOR

Maria Josiane da Costa[i]

Rita Ângelo do Nascimento [ii]

INTRODUÇÃO

Em nota introdutória desta pesquisa torna-se pertinente declarar que esta se realiza em prol de uma finalidade maior: demonstrar como os professores compreendem o ensino de literatura em seu grau maior de importância. Torna-se bastante pertinente um enfoque sobre este assunto, visto que o magistério é um oficio que se envolve de imensa responsabilidade social. Trata-se do educar, transmitir cultura, desenvolver habilidades no sujeito para que este em uso de sua autonomia construa opiniões próprias, criticas. Como aluno isto lhe valerá como suporte para a sua formação e como cidadão renderá a sociedade sujeitos bem mais ativos e, conseqüentemente, participativos. O que se propõe aqui é articular como a literatura contribui neste processo de ensino-aprendizagem e se os educadores possuem esta consciência formada.

Esta se desenvolve na disciplina de Ensino de Literatura ofertada no sétimo semestre,a mesma então ministrada pela professora Maria Edinete Tomaz.Faz-se necessário acrescentar que a pesquisa realizasse no município de Acaraú a principio ,uma entrevista com professores de uma escola pública da rede estadual,mas precisamente três informantes,os quais apesar de ministrarem na mesma área e lecionarem na mesma instituição possuem visões totalmente divergentes.Foram estas que possibilitaram a execução deste projeto com êxito.Os informantes são em sua totalidade professores do ensino médio.

Em face de um ensino de literatura mal desenvolvido será pertinente abordar se os educadores conseguem enxergar uma solução, visto que, se isto de fato acontece é sobre o educador que recai toda a culpa. Se conforme as respostas dos informantes for possível detectar uma pratica docente eficaz ou defasada , será incluso neste trabalho algumas estratégias metodológicas que posteriormente serão entregues aos informantes no corpo deste trabalho.Pois um dos objetivos deste é capturar a visão docente em relação a sua prática e a partir disto propor-lhes estratégias metodológicas discutidas nesta disciplina em sua finalidade e maior.

DESCRIÇÃO DE MÉTODOS

Um dos elementos que válida qualquer pesquisa é certamente a riqueza de seu referencial teórico. Quanto a isto , aqui se fará uma objetiva pesquisa de caráter acadêmico, com a proposta de enfatizar qual importância o ensino de literatura na visão dos próprios professores. Mediante a abordagem do assunto uma entrevista acrescentará a proposta deste trabalho. Convenientemente, o público alvo inicial para a realização das entrevistas (descritas posteriormente neste documento), será a própria classe docente que virá através de suas respostas contribuir para veracidade e importância desta pesquisa. O que é necessário acrescentar é que a pesquisa se fará com professores da rede publica de ensino que lecionam na escola estadual Liceu de Acaraú; a modalidade de ensino focada foi então o ensino médio. Abrindo assim espaço para essa discussão em solo tão propicio. Vale mencionar também o contexto social que sempre será um elemento influente para possíveis adaptações quanto a metodologias,já que o que se pretende aqui abranger a literatura em primeira instancia com uma disciplina. Dentro desta abrangência será possível, evidentemente, saber o quanto, a literatura, como arte, vem sendo apreendida.

Como mencionado, é interesse desta pesquisa, avaliar esta apreensão por parte dos professores, procurando mostrar a consciência destes para com o ensino de literatura. Se estes se impulsionam para revelá-la como arte, se a utilizam como recurso para abordar outras áreas de ensino, se utilizam a literatura como instrumento didático, a fim de construir nos alunos certo nível de criticidade. Em fim qual a importância que os professores dão para este ensino?Quais metodologias utilizam?A escola incentiva este ensino?Será que o mesmo recebe seu devido valor?Meio as informações colhidas nas entrevistas será possível esboçar um panorama de como isto é vivenciado.

Para tanto as entrevistas apenas enriqueceram a pesquisa porque esta meio a fontes bibliográficas irá ampliar esta discussão. Em face disto ao termino do mesmo documento é possível apreçar um valioso instrumento de pesquisa para futuros estudantes de Letras, os quais em formação para o magistério têm por obrigação um aprofundamento neste estudo, para isto venha contribuir para o êxito de seu trabalho docente. Porém antes de se almejar arquitetar estratégias para o ensino de literatura será viável um apreciação desta mesma literatura em sua essência. Somente assim, quando esta apreensão se completar será possível integrar este conhecimento ao ensino; por que a partir daí projeção do ensino não se fará apenas para se passar informações; esclarecido do valor e importância da literatura inquestionavelmente, o educador vai utilizar este recurso a seu favor e de seus alunos. Assim como a diversidade dos informantes, se dará o material de cunho bibliográfico. Visto que partindo de abordagens diferentes será possível discorrer com mais facilidade sobre o assunto em pauta. Além de contribuir com esclarecimentos e dicas de como realizar este ensino; os autores elucidaram mediante algumas discussões tal importância referida à literatura.Foram entrevistados três informantes: um não possui formação específica para ensinar literatura os demais possuem esta formação; no entanto ainda possuem um olhar e uma postura bem diferente sobre o assunto. Inclusive as estratégias tomadas para atraírem a atenção e o interesse dos alunos se distinguem bastante. É possível afirmar que estas por parte alguns é feito de forma aleatória ou em maior prejuízo: a literatura é apreendida fora de um foco artístico. Muitas vezes restam para os alunos aulas enfadonhas preenchidas de episódios históricos integradas com a biografia de algum autor de destaque no estilo de época. Como se ao mostrar algum poema ou fragmento de uma obra fosse suficiente para se considerar estas aulas como "de literatura". Nesta perspectiva enfatiza-se que uma didática com estas características deve-se a elementos alem de uma formação: o prazer do sujeito pela Arte manifesta-se em suas aulas.

É possível afirmar todos estas colocações em analise à visão dos entrevistados que se distinguem ao extremo. É viável acrescentar que embora tenham sido elaboradas algumas questões para serem dirigidas a esses profissionais, mediante a liberdade que se deu a entrevista seria interessante apreciá-la como uma conversa. Evidentemente, há objetivos propostos, mas abordando-a assim foi possível extrair dos educadores informações extras que certamente serão divulgadas neste documento. A fruição, a recusa ou a incerteza demonstrada muitas vezes expressa como o profissional está engajado com a área que leciona. Não foram questionadas aos informantes quais as funções da literatura, mas algumas foram mencionadas por estes. Por um numa perspectiva positiva para outro como algo sem tanta importante para ser trabalhado dentro de um a prática pedagógica.

Como mencionado anteriormente às entrevistas aconteceram de forma bem livre permitindo aos educadores e a própria pesquisa um maior numero de informações. A conversa ocorreu diante das seguintes perguntas: Você considera importante o ensino de literatura?Por quê?Há uma atenção ou desprezo por parte dos alunos em relação às aulas de literatura?E quanto a leitura literária?Você acha que tem alguma contribuição nestes casos?Que estratégias você utiliza para tornar suas aulas de literatura mais interessantes?Segundo suas observações, a leitura é presente no cotidiano dos alunos?Sendo as entrevistas conduzidas sob estes questionamentos,embora o numero de entrevistados seja reduzido será possível realizar esta pesquisa com êxito.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Uma das necessidades que a literatura atende enquanto arte é a de satisfazer o homem quanto a sua ânsia por uma dose de ficção dentro de um espaço diário. Como foca o homem, seja de forma omissa ou declarada, quando o sujeito mergulha numa leitura ele consegui ser tocado através de uma identificação com o texto. E isso lhe desperta uma sensibilidade que o torna capaz de perceber além dele mesmo perceber o mundo e captar informações deste.

Como nos a firma Moisés (1997, p. 27):

Admitindo a literatura como para-realidade, resta examinar o modo como a realidade paralela se organiza. O mundo para-real em que o texto se constitui é latente: o texto não o contém,-evoca-o; não o encerra, - sugere-o; não é o universo para- real, - mas o sinal que aponta e a matéria que o enforma. O universo para-real não esta no texto, o que seria confundir com esse enquanto objeto, mas num espaço que o texto engendra com a cumplicidade do leitor.

Percebemos, então, que a literatura atua diretamente na formação do sujeito, pois ela está intrinsecamente ligada a este processo. Porque esta sensibilidade mencionada em relação ao mundo poderia ser colocada aqui como criticidade e tendo o sujeito desenvolvido esta habilidade o mesmo deixa de ser refém e passa a abordar mediante a arma do conhecimento. Além disso, quando o leitor se identifica com o texto, ele adquire um conhecimento espontâneo e autônomo a partir de sua experiência como leitor.

Cândido (2000, p.85): "a literatura é, sobretudo uma forma de conhecimento, mais do que uma forma de expressão e uma construção de objetos semiologicamente autônomos." então é viável considerar que literatura não é simplesmente entretenimento, na verdade ela diverte mais inconscientemente ela desenvolve no sujeito sua percepção e principalmente sua sensibilidade. Em acréscimo o próprio Cândido (p.85) salienta:

[...] a obra literária significa um tipo de elaboração das sugestões da personalidade e do mundo que possui autonomia de significado; mas que esta autonomia não a desliga das suas fontes de inspiração no real, nem anula a sua capacidade de atuar sobre ele.

Iniciar esta discussão enfatizando esta função da literatura, de relação como psicológico humano, é um tanto quanto intencional para que seja feita referencia a primeira informante da entrevista realizada para consolidação desta pesquisa. Trata-se de uma professora graduada em letras e com especialização em "metodologias do ensino" e posteriormente "língua e literatura".

O primeiro aspecto que vale ser mencionado é o prazer que esta demonstrou em falar de literatura. A sua formação diante do que foi mencionado é bem sólida, mas não se pode desprezar o prazer e a segurança que o profissional tem ao expor o seu ofício. Além disso, desde o primeiro instante de seu discurso ela fixou-se na literatura na sua função de despertar a sensibilidade do homem.

Como a mesma coloca "a matemática desenvolve o raciocínio enquanto a literatura desenvolve a sensibilidade. A literatura diferenciando-se da matemática é encantadora justamente por suas infinitas possibilidades. enquanto quem trabalha com números sai estressado, ao trabalhar com a literatura me sinto relaxada".

A mesma aborda que o ensinar literatura vai além do que obter informações sobre um dado contexto histórico de uma obra. O que tenta passar para seus alunos dos estilos lhes exige toda uma reflexão para que o mesmo tenha capacidade de relacionar temáticas das escolas literárias com temáticas contemporâneas.

Ao trabalhar esta reflexão ela se utiliza da oportunidade de desenvolver a escrita através de produções textuais, desenvolver leitura mediante indicação ou apresentação de alguma obra; enfatiza que como estratégia metodológicas para esse despertar utiliza-se de filmes e de visitas a própria biblioteca onde segundo ela o contato direto para com a obra propicia ao aluno um maior interesse.coloca também que o satisfação com que o professor repassa as informações age de forma positiva no aluno plantando –lhea curiosidade.um outro recurso utilizado pela educadora para trabalhar a leitura e escrita a partir da reflexão são leituras feitas a jornais.em apreciação a uma temática qualquer é solicitado alguma atividade relacionada aquela temática.Diz satisfeita a professora,que as vezes ela se surpreende com as produções e é a partir destas que ela avalia seu trabalho.

Na ocasião desta entrevista, uma das indagações foi quanto ao interesse dos alunos para com o ensino de literatura, se era possível notar uma recepção ou um desprezo por parte destes. Segundo a entrevistada, há uma decadência bem relevante quanto ao interesse dos estudantes pelo que se move na literatura.

No entanto, acredita que conseguiu desenvolver com seu trabalho um considerável resultado satisfatório, visto que o numero de alunos que optaram por cursar letras no vestibular passado cresceu de forma significativa, alem disto relata que já percebeu mudanças por parte de alguns quando estes começaram a envolver-se com universo literário, pois para sua alegria o numero de leitores na escola teve um crescimento.

Ressalta que ensina literatura porque gosta e que isso tem rendido bons frutos para o êxito de sua profissão e sua satisfação profissional. Ministra aulas de gramática, mas nestas não foca muito textos literários, trabalha-os isoladamente.

Outra fala da informante afirma que a mesma trabalha a literatura em sua relevância artística e isto se evidencia nesta pequena frase: "um poema não é só um poema", ou seja, não adiantaria um enfoque sobre o poema apenas em uma analise estrutural; como ver poesia sem mencionar subjetividade?Nesta perspectiva podemos afirmar que o ensino de literatura ultrapassa o estudo de uma estrutura textual.

O fragmento de Cândido (2000, p.79) vem acrescentar o que expõem os demais informantes. Estes demonstraram uma visão bastante diferente da primeira entrevistada.

[...] os estudos modernos de literatura se voltam mais para a estrutura do que para a função. Privada dos seus apoios tradicionais mais sólidos (a noção, a aferição do valor, a relação com o publico), a noção de função passa de fato por uma certa crise.

A segunda informante quando questionada qual a importância que dava ao ensino de literatura, em vez do entusiasmo o que lhe transpareceu foi a surpresa de ter que responder de súbito a pergunta. Sua primeira atitude foi alegar a impossibilidade de responder visto que precisava refletir e que naquele momento em face de outro compromisso seria inviável. Mas, enquanto dava todas estas explicações, articulava como responder àquela pergunta e expôs desta forma:"estudar literatura a conhecer a nossa historia,porque cada estilo de época tem suas características.é possível percebermos que todo livro tem o 'contexto histórico'.então pela literatura nós aprendemos mais sobre a língua, sobre a historia e ate mesmo sobre a filosofia".é possível perceber pela resposta desta que ela falou em todas as áreas,menos no homem que é quem constrói a literatura e para quem é construída a literatura.

Um episódio vivenciado na realização desta pesquisa em relação a esta entrevistada é que a mesma liderava momentos antes uma aula de literatura de uma forma bem descontraída. Em alusão ao dia dos namorados ela fez referencia a consagrados poetas e seus mais belos poemas românticos, com poesias expostas pelo retroprojetor com acompanhamento de uma musica de fundo. A mesma professora realizou uma aula bem interessante, porém mediante o questionário desviou-se completamente de abordar a literatura numa perspectiva artística, dando um enfoque apenas histórico. Vale ressaltar que a mesma possui especialização, mas não em literatura.

O terceiro informante foi incluído nesta pesquisa com uma reação bem diferente. É um professor bem experiente que possui uma formação especifica na literatura e mesmo parecendo conhecer bem literatura não demonstrou muito interesse em despertar nos alunos, através das funções da literatura, o prazer da leitura. Segundo ele a literatura é muito importante, mas vem perdendo espaço ai para a internet que ao trazer as obras resumidas, fragmentadas poupa o trabalho do aluno este acaba procurando o que lhe é mais pratico. Questionado se havia uma possibilidade de culpa quanto a esta conduta dos alunos, o mesmo desviou a culpa de si acrescentando que é muito difícil esta concorrência para com a informática.em face do que é colocado pelo terceiro informante faz-se um paralelo com a colocação de Martins(2006.p.83):

A carência de noções teóricas e a escassez de praticas de leituras literárias são fatores que contribuem para que o aluno encare a literatura como objeto de difícil compreensão. Essa situação é certamente herança das lacunas do ensino fundamental, como também decorre do próprio encaminhamento dado ao estudo de literatura no ensino médio.

O terceiro informante enfatizou bastante estes fatores que tem demarcado alguns prejuízos no ensino de literatura. Prejuízos estes relacionados ao próprio estudante que prevendo a literatura como um desafio e muitas vezes sem uma mediação sólida para lhe conscientizá-lo do contrário. Uma frase realizada pelo mesmo informante "é que a literatura não deve ser só trabalhada em sua função lúdica". Afirmando isso é possível perceber que apesar de oprofessor conhecer as funções da literatura ,ele não consegue mensurar sua representatividade.Martins(2006.p.85) vai fazer a seguinte colocação:

É preciso que a escola amplie mais suas atividades, visando á leitura de literatura como atividade lúdica de construção e reconstituição de sentidos. [...] o professor deveria confrontar o aluno com a diversidade de leituras do texto literário, para que o educando reconheça que o sentido não esta no texto, mas é construído pelos leitores na interação com os textos.

Na verdade não adianta o professor se acomodar diante da concorrência dos meios eletrônicos, da informática e quaisquer outras invenções tecnológicas. Dentro da sala de aula o espaço lhe pertence e, portanto cabe ao mesmo a responsabilidade de criar sempre estratégias que despertem a atenção do aluno. Estas devem sempre ser renovadas visto que na mesmice o professor perde o aluno sem este precisar se retirar da sala.

Ensinar é um desafio que lhe exige bem mais do que uma formação acadêmica; o educador é um eterno estudante por que há uma necessidade de ambas as partes (dele e de seu aluno), que ele se prepare, se atualize. A teoria literária seria de grande auxilio, mas a leitura de obras literárias poderão despertar no próprio professor uma nova postura.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma pesquisa com este foco contribuiria em igual valor a duas partes: uma ao pesquisador que em um contato tão próximo com objeto, dada a natureza da pesquisa, obteve uma grandiosa experiência; outra para a instituição onde se realizou a pesquisa, tendo em vista que os educadores que lecionam na área discutida, no contato com este documento não teriam como deixar de refletir sobre a questão maior: QUAL A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE LITERATURA? E a partir destas surgiriam outros questionamentos: como estou lecionando minhas aulas?Será que os alunos estão gostando, estão aprendendo?

A literatura deve ser ministrada com o objetivo de contribuir na formação do sujeito não apenas enquanto aluno; uma habilidade construída é necessário que perdure bastante tempo sem movimento para que esta fique inativa.Esta é uma grande contribuição que os professores de literatura poderão deixar a sociedade.

A literatura não pode perder foco artístico; os fatos históricos devem ser priorizados na historia. Para a literatura fica a fruição dos sentimentos, das emoções e a responsabilidade de despertar no homem sua sensibilidade.

Desenvolvemos este estudo sobre o Ensino de Literatura na visão dos professores da Escola estadual Maria Alice Ramos Gomes – Liceu de Acaraú. Apesar da amostra não ser tão ampla e representar apenas o contexto de uma escola, podemos verificar que muitos pontos relacionados neste estudo se fazem presente na conduta da literatura como disciplina, pelos profissionais investigados. Constatamos que grandes problemáticas, como a escolarização indevida da literatura, se encontra em evidência nas aulas de alguns professores, logo, estes privilegiam no espaço que a literatura tem dentro das aulas de português, apenas aspectos históricos, culturais e na maioria das vezes gramaticais.

Constatamos então, que a literatura quando chega em sala de aula ela perde, ou é retirada dela, a função de tocar o individuo pela sensibilidade, pois há uma ênfase no contexto histórico, na periodização literária, nos autores cânones, nos clássicos que são estabelecidos como "o bom" da literatura. Ou seja, o aluno não dispõe da liberdade de ler o que gosta tendo que iniciar seu roteiro de leituras pelas obras de referência, que na maioria das vezes, não correspondem ao conhecimento lingüístico e desenvolvimento cognitivo do aluno.

A literatura não chega ao aluno através dos conceitos expostos pelo professor, o aluno se identifica com a literatura por meio de suas próprias experiências. Pois como arte, tem caráter bastante subjetivo, uma face renovada para cada olhar. Por isso, não convém ao educador, exigir do aluno a leitura de alguma obra; a sugestão, o entusiasmo do professor- leitor ao indicar uma leitura e contar parte do enredo para despertar a curiosidade do aluno é um dos meios propícios para que o aluno se aproprie de sua autonomia, como sujeito e como leitor.

Consideramos que o compromisso do educador em levar os alunos do Ensino Médio a gostarem de literatura, que é algo novo, pois é uma disciplina não contemplada no Ensino Fundamental, é uma árdua tarefa, que exige do professor diante de sua formação, conhecimentos da teoria literária, exige que estude, pesquise e que também leia, visto que o aluno precisa dessa referência mais próxima.

Diagnosticamos, que alguns educadores que ensinam literatura no Liceu de Acaraú, trabalham sem objetivos específicos em relação aos discentes. Expõem o conteúdo sem nenhuma perspectiva futura, de despertar no aluno a curiosidade de querer pesquisar, buscar mais informações do que as recebidas em sala de aula. Administram suas aulas apenas como cumprimento de uma atividade a ser realizada.

Reconhecemos que o educador possui a função social de formar indivíduos, de contribuir para a formação cidadã dos sujeitos em formação. Isto é, ele deve propiciar condições ao aluno pra que ele encare situações externas a sala de aula de forma critica, ativa, pertinente. Que ele saiba argumentar sobre as idéias que defende, que saiba refletir diante de suas ações. Este processo ganha ênfase, quando o aluno se encontra no Ensino Médio, pois esta modalidade de ensino vem encerrar a formação básica do sujeito.

Não obstante, nossa intenção é que este estudo possa contribuir para o meio acadêmico, servindo de referência para trabalhos posteriores de outros pesquisadores em desenvolvimento desta temática. Certamente, dentro da disciplina de Ensino de Literatura, que o curso de Letras oferta em sua grade atual. Outros acadêmicos serão despertados para estudarem o contexto em sala de aula tendo a literatura como foco.

Declaramos que usar o verbo concluir para encerrarmos esta pesquisa, seria incoerente e equivocado. Não apenas por ser ela de natureza prática, mas porque ela fala de literatura e esta em sua amplitude não se encerra, apenas é discutida em perspectivas diferentes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BUNZEN,Cleci;MENDONÇA,Márcia(org.)PORTUGUES NO ENSINO MEDIO E A FORMAÇAO DO PROFESSOR.São Paulo:Parábola,2006.

CANDIDO, Antonio. TEXTOS DE IVESTIGAÇÃO. São Paulo: Duas Cidades, 2002

MOISÈS,Massaud. A CRIAÇÃO LITERÁRIA: POESIA.16ª ed. São Paulo: Cultrix, 2007



[i] Aluna do Curso de Letras pela Universidade Estadual Vale do Acaraú, cursando o 6° semestre..

[ii] Aluna do Curso de Letras pela Universidade Estadual Vale do Acaraú cursando o 6° semestre