A Importância do Ensino da Língua Estrangeira nas Escolas

Aline Ramos da Silva                                                                       

RESUMO

 Este trabalho busca ter um respaldo teórico sobre o ensino da língua estrangeira que possa levar os alunos a terem contato com a nova língua de forma dinâmica, atrativa e prazerosa. Em uma época em que o ensino de uma segunda língua tornou-se uma necessidade, fazem-se necessárias novas estratégias de ensino e aprendizagem do idioma estudado, respaldada em concepções educacionais mais recentes. Com isso entende-se que ao trabalhar de forma mais abrangente e lúdica o aluno despertará interesse e entusiasmo pela aprendizagem.

 Palavras-chaves: Aprendizagem. Abordagens comunicativas. Ensino. Língua Estrangeira.

OBJETIVO

           Ressaltar a importância do ensino de uma língua estrangeira no cotidiano escolar enquanto disciplina, buscando reforçar e motivar o interesse do aluno para a aprendizagem dessa nova língua, uma vez que na maioria das escolas, são ministradas poucas aulas semanais e muitos alunos demonstram resistência em aprender uma nova língua.

INTRODUÇÃO

           A aprendizagem da língua estrangeira contribui para o processo educacional como um todo, indo muito além da aquisição de um conjunto de habilidades linguísticas. Leva a uma nova percepção da natureza da linguagem, aumenta a compreensão de como a linguagem funciona e desenvolve maior consciência do funcionamento da própria língua materna.

         Vivemos uma realidade onde os meios de comunicação audiovisuais estão cada vez mais presentes na vida do aluno, tendo como base fundamental o professor adotando práticas pedagógicas que despertem o desejo de se comunicar, desenvolvendo a utilização da língua livremente com propósito de comunicação, trabalhos ordenados, dinâmicos, atualizados e atividades práticas comunicativas envolvendo todos os alunos.

DESENVOLVIMENTO

           O ensino da língua estrangeira é permeado por duas abordagens: tradicional e comunicativa. Na abordagem tradicional, o professor representa a autoridade na classe, pois detém o saber. Pouca iniciativa é atribuída ao aluno; a interação entre professor e aluno e entre aluno e aluno é praticamente inexistente, sendo assim o aluno é um receptor passivo das atividades mecanicistas impostas pelo professor. O controle da aprendizagem é, geralmente, rígido e não se permite errar. As atividades propostas pelo educador, frequentemente, são exercícios relacionados à estrutura gramatical.

            Na abordagem comunicativa o professor é visto como o mediador do conhecimento, e usa a língua de uma forma significativa. Esse método dá importância à produção dos alunos, através de simulações, dando a eles ocasiões múltiplas e variadas de produzir na língua estrangeira, ajudando-os a vencer seus bloqueios, não os corrigindo sistematicamente. A aprendizagem da língua estrangeira é uma possibilidade de aumentar a auto concepção do aluno como ser humano e como cidadão. Por esse motivo ela deve garantir a criança seu engajamento discursivo, ou seja, a capacidade de se envolver e envolver os outros no discurso.

          A abordagem comunicativa dá ênfase na comunicação ou competência comunicativa, enfatizando a capacidade de se usar a língua realmente e não apenas discursivamente obedecendo a moldes já preparados. Esta nova abordagem de ensino exige que o professor de língua estrangeira tenha uma maior responsabilidade para ajudar seu aluno a buscar novos conhecimentos e aprimorar os já existentes, para que assim, o aprendizado realmente se concretize ou alcance os interesses reais e necessidades do aluno, afim de que este possa utilizar a língua que está sendo apreendida na interação com outro falante e usuário dessa língua.

         Após o surgimento desta abordagem, muitas mudanças já ocorrerem no ensino de nova Língua. A partir do surgimento dos PCNs ( Parâmetros Curriculares Nacionais) o ensino de uma segunda língua passou a ser visto como algo que vai além da sala de aula. Algo que extrapola os limites impostos por quatro paredes e leve o aluno a buscar no seu meio natural seus próprios conhecimentos, transformando-os em algo que sinta prazer em compartilhar com os demais.

             Entre as várias abordagens e métodos que os professores podem estar embasados destacam-se os PCNs que não propõe uma metodologia específica para o ensino de língua, mas sugerem uma abordagem sócio interacional com ênfase no desenvolvimento da leitura. Os PCNs sugerem uma visão sócio interacional da linguagem, e se continuarmos a ensinar apenas a estrutura da língua sem que haja uma interação com a vivência do aluno,  concordamos com Almeida Filho, que a língua sempre continuará sendo uma língua estrangeira.

            Ensino e aprendizagem são vistos como atividades num plano técnico-didático delimitado por conteúdo. Ensina-se a teoria e pouca prática. Valoriza-se o correto e reprime-se o incorreto. Há pouco lugar para espontaneidade e liberdade de expressão. O professor assume o papel de autoridade no assunto, sendo o centro e o dono da razão, ficando a participação do aluno em segundo plano.

            Buscamos, hoje, para as aulas de Língua Estrangeira um modelo de interação voltado para a construção de significados na língua-alvo na qual professor e alunos trabalham colaborativamente compartilhando significados. Nesse processo, o aprendiz pode participar como sujeito ativo da interação aprendendo a iniciar turnos também e a sustentar uma conversa na língua-alvo. Neste processo, o aprendiz pode testar hipóteses, aprender a negociar significados e desenvolver sua interlíngua de maneira em parte semelhante àquela em que a criança aprende sua Língua Materna. Nesse sentido, não tomamos a interação como mera estratégia para aprender a Língua Estrangeira. Ela não se resume somente a trocar informações já prontas para praticar estruturas gramaticais.

         Compartilhamos uma perspectiva que toma a sala de aula, de acordo com um espaço de educação da linguagem por meio da interação, em que os aprendizes estão aprendendo outra língua para interagir no mundo social mediante um trabalho de construção de conhecimento. Sendo a interação uma troca colaborativa de pensamentos, sentimentos ou idéias entre duas ou mais pessoas, resultando num efeito recíproco para cada um dos participantes.

           É através da interação que o aprendiz pode usar todo o conhecimento que possui e também aumentar seus conhecimentos, ouvindo e lendo materiais autênticos, produções dos colegas, tarefas e soluções dos problemas.

           O aprendiz conseguirá adquirir maior conhecimento na medida em que forem oferecidos insumos relevantes e significativos e em grande quantidade.

           Na Abordagem Comunicativa o professor é visto como "diretor": aqui o professor é apresentado como um maestro de uma orquestra ou como o diretor de uma peça de teatro e tem como função manter o processo fluindo efetivamente.

           Entendemos o papel do professor na construção da interação em sala de aula como um comunicador com os alunos, tendo a função de, juntamente com os alunos, comunicar sentidos, expressar opiniões, sentimentos, conhecimento. Além de um comunicador, ele deve também auxiliar os alunos a se comunicarem.

            Nos ambientes comunicativos as repetições, imitações, leitura em voz alta, perguntas e respostas fechadas (ou seja, onde a resposta já é prevista), tradução, exercícios sobre a forma e correção desta sistematização. Professor inicia, aluno responde, professor avalia a resposta do aluno interação aluno/aluno, trabalhos em pares e/ou pequenos grupos.

  •  Professor como "gerenciador": ao assumir o papel de gerenciador da aprendizagem o professor tem a função de planejar cursos e aulas. Tem também a função de incentivar a criatividade dos alunos.
  • Professor como "facilitador": nessa função o professor deve facilitar o processo de aprendizagem pelos alunos, tornando a aprendizagem mais fácil para os alunos, ajudando-os nas dificuldades. O professor como facilitador está um passo à frente do professor como gerenciador e como diretor pois aqui o professor deve ser capaz de guiar o aluno no processo de aquisição.
  • Professor como fonte de conhecimento: esta é a função menos controladora. Aqui o aluno é que deve tomar a iniciativa de procurar o professor. O professor tem o papel de aconselhar quando os alunos procuram por ele.

.         Assim, o professor não deve estar alheio às abordagens existentes, deve buscar a sua. O educador deve procurar em cada método o que há de melhor para auxiliar na construção da aprendizagem.

         Construir o conhecimento é construir significado.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

         O ensino comunicativo requer professores bem preparados, isto é, que sejam competentes no domínio teórico, de conhecimento e de uso real da língua-alvo e atitudes e estratégicas apropriadas por parte dos alunos.

         É dentro do contexto de atividades mais livres e comunicativas que surge o uso de tarefas alinhadas às crenças de que elas podem promover uma aprendizagem mais duradoura e significativa para os educandos, porque oferecem oportunidades mais frequentes de interação e negociação do significado e tem uma relação com situações que os alunos vivem fora da sala de aula.

         Para Almeida Filho, o objetivo principal da abordagem comunicativa para o ensino de línguas é preparar e encorajar os aprendizes para que possam explorar da forma melhor possível sua competência comunicativa, limitada na segunda língua, para que possa participar na comunicação real.   

       A carga horária, a falta de materiais diversificados também contribui para a inviabilização da aprendizagem da língua estrangeira, tornando-a apenas mais uma disciplina do currículo escolar a ser cumprida, não sendo dada a devida importância na formação profissional de cada um.         .

         Cabe ao professor excluir as atividades repetitivas, não comunicativas e dar ênfase as dinâmicas, com inovações nas apresentações dos conteúdos, pois isso com certeza despertará no aluno mais interesse e com isso a  aprendizagem do aluno se tornará mais  significativa.

          Por tudo isso, entendemos que é necessário que teoria e prática caminhem juntas para que a aprendizagem aconteça com significado, é necessário que o aluno seja capaz de entender um determinado contexto ou situação, para que compreenda o significado e a construção de sua fala, podemos confirmar isso quando Almeida Filho afirma “... somente desta maneira ele poderá estar buscando coerência dialógica entre a teoria e a prática em sala de aula”. (ALMEIDA FILHO, ORG. 1997: 12).

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASALMEIDA FILHO, J. C.P.

ALMEIDA FILHO, J. C.P. Dimensões Comunicativas no Ensino de Línguas. Campinas: Pontes Editores, 1993.

 ________________ Parâmetros atuais para o ensino de português língua estrangeira. Campinas, SP: Pontes, 1997.

 BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: língua estrangeira. Brasília, MEC/SEF, 1998.