A IMPORTÂNCIA DO APRIMORAMENTO DE TÉCNICAS DE RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS PARA A VIDA PESSOAL E NO TRABALHO

 

 

 

 

Mônica Vilela  da Cruz

 

RESUMO

 

 

Este artigo propõe-se a análise de um tema referente à administração, visto que abrange conjunto de técnicas e instrumentos da área de gestão de pessoas: relacionamento interpessoal. O objetivo é demonstrar a necessidade dessa discussão, visto que atualmente as empresas passaram a enxergar o trabalhador de forma diferente, às organizações não se admitem mais o profissional individualista, exige-se profissionais que saibam trabalhar em equipe, se integrar e criar sinergia com as pessoas. O relacionamento interpessoal é uma das inúmeras variáveis que interferem na comunicação, cooperação entre as pessoas e consequentemente nos resultados organizacionais. A comunicação constitui a primeira área a ser focalizada quando se estuda a interação humana e os métodos para mudança influenciarão o comportamento humano. É o ponto de maiores desentendimentos entre duas ou mais pessoas, entre membros de um grupo, entre grupos da organização e dentro da organização como um sistema. O líder deve ter muito cuidado com seu estilo de comunicação, caso contrário, pode ser o responsável pelo desinteresse do grupo com o qual trabalha. O aprimoramento das técnicas de relacionamentos facilitará a conviver melhor com o outro e consigo mesmo, favorecendo o crescimento pessoal e profissional do individuo.

Palavras chaves: Comunicação, líder, relacionamento interpessoal.

 

 

 

 

 

ABSTRACT

This article proposes to examine a topic in administration, because it covers range of techniques and instruments in the area of management of people: interpersonal relationships. The objective is to demonstrate the need for this discussion, because currently companies began to see the worker in a different way, the organizations do not accept the professional more individualistic, it is required to be professionals who can work in teams, to integrate and create synergy with people. The interpersonal relationship is one of the many variables that interfere with communication, cooperation between people and consequently in organizational results. The communication is the first area to be focused when studying the human interaction and methods to influence change human behaviour. It is the point of greatest disagreements between two or more persons, among members of a group, the organization and between groups within the organization as a system. The leader must be very careful with your style of communication, otherwise, may be responsible for the disinterest with which the group works. The improvement of techniques to facilitate relationships to live better with the other and with himself by encouraging personal and professional growth of the individual.

                                                                                                                                             


Key Words: Communication, leadership, interpersonal relationships.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1. INTRODUÇÃO

A forma pela qual nos relacionamos com as pessoas é um dos fatores de sucesso na carreira do indivíduo. Estamos comprometidos e envolvidos em nossas atividades, permitindo experimentar diariamente momentos de relacionamento pessoal e profissional.

            Atualmente as organizações exigem do profissional a competência interpessoal, onde antes se buscava a experiência técnica, hoje as habilidades comportamentais de flexibilidade, criatividade, inteligência emocional, etc.

            Temos que respeitar as diferenças de cada membro da equipe, a forma de ser, pensar e agir influencia diretamente os relacionamentos na organização. Faz-se necessário criar um clima harmônico para receber de volta um ambiente sadio, caso contrário, irá colher desconfianças, antipatia e inimizades, prejudicando os resultados na organização.

            Em todos os setores da vida, são encontrados problemas de relacionamentos interpessoais: nos esportes, nos partidos políticos, na liderança, no serviço social, na faculdade, no matrimônio, nas organizações turísticas etc.

            Existe, portanto, a necessidade de aprimorar as técnicas de relações humanas, buscando uma melhoria no clima organizacional, na comunicação interpessoal e na maneira como lidamos com o outro. De acordo com Mailhiot (1976, p.66):“A produtividade de um grupo e sua eficiência está estreitamente relacionada não somente com a competência de seus membros, mas, sobretudo com a solidariedade de suas relações interpessoais”.

Sabe-se que o administrador eficiente tem que ser capaz de compreender e de lidar com os problemas econômicos e técnicos, mas precisa também ser capaz de compreender e de relacionar bem com pessoas.

O objetivo deste artigo é entender e aprender a empregar as habilidades e técnicas de relacionamento interpessoais, visando ampliar, no ambiente de trabalho, a autoconsciência, o estilo de comunicação o controle emocional nas relações interpessoais e a motivação. Dessa forma, este estudo tem como objetivo identificar a importância do aprimoramento dessas habilidades na vida pessoal e profissional.

A metodologia escolhida para a realização deste trabalho foi à pesquisa

bibliográfica, com análise de estudos teóricos de produções científicas pertinentes ao tema escolhido.

2. A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NAS RELAÇÕES HUMANAS

As pessoas não vivem isoladas nem são auto-suficientes. Elas se relacionam continuamente com outras pessoas ou com seus ambientes por meio da comunicação, que é uma das habilidades de maior importância, já que nossa vida pessoal e profissional está baseada nas relações interpessoais. Segundo Chiavenato (2002, p.99) comunicação pode ser definida como:

O conceito de comunicação humana é que cada pessoa tem seu próprio sistema cognitivo, suas percepções, seus valores pessoais e suas motivações, constituindo um padrão pessoal de referencia que se torna bastante pessoal e singular sua interpretação das coisas. Esse padrão pessoal de referencia age como um filtro codificador, de modo a condicionar a aceitação e o processamento de qualquer informação do individuo.

 

A idéia ou mensagem comunicada é intimamente relacionada com as percepções e motivações, tanto do emissor como do destinatário, dentro do contexto ambiental que as envolve. Daí resulta a percepção social. Ela nem sempre é racional ou consciente: percepção social é o meio pelo qual a pessoa forma impressões de uma outra na esperança de compreendê-la. A empatia ou sensibilidade social é o meio pelo qual a pessoa consegue desenvolver impressões acuradas, a respeito dos outros. No fundo, a empatia é um processo de compreensão dos outros. De acordo com Del Prette (2001, p.86):

 

A definição de empatia comporta, por tanto três componentes:

a) Cognitivo (adotar a perspectiva do interlocutor, ou seja, interpretar             e compreender seus sentimentos e pensamentos);

b) O afeto (experimentar a emoção do outro, mantendo controle sobre ela);

c) O comportamental (expressar compreensão e sentimentos relacionados às dificuldades, ou êxito do interlocutor). Alguém que recebe uma expressão de empatia sente-se geralmente apoiado, confortado e consolado em sua necessidade de compreensão e afeto. A comunicação verdadeiramente empática pode:

a) Validar o sentimento do outro;

b) Reduzir a tensão, produzindo alívio (consolo);

c)Gerar disposição de partilhar dificuldades ou êxitos, estabelecendo ou fortalecendo vínculos de amizade;

d) Diminuir sentimentos de desvalia culpa ou vergonha, recuperando ou aumentando a auto-estima;

e) Criar ou intensificar um canal de comunicação entre as  pessoas;

f) Predispor à analise do problema e a busca de solução.

Quando tratamos do desenvolvimento da habilidade empática podemos citar alguns requisitos fundamentais como: o controle do impulso de reação imediata à comunicação do interlocutor, a concentração na perspectiva e nos sentimentos deste, a observação de sinais não verbais presentes na comunicação (tom de voz, olhar, postura, gestos, expressão facial), o controle do padrão habitual de defensividade, o exercício da paciência e sinceridade ao responder perguntas, são fatores que se complementam entre si.

A comunicação constitui a primeira área a ser estudada quando se estuda a interação humana. Uma pessoa pode ter muitos progressos com seu estilo de comunicação, mas também pode ser o ponto de maiores desentendimentos e conflitos entre duas ou mais pessoas, entre membros de um grupo, entre grupos e dentro de uma organização como um sistema. Relacionamentos dependem de comunicação, relacionamentos interpessoais somente acontecem se houver comunicação interpessoal.

  A forma mais autêntica e transparente de comunicação interpessoal acontece quando a pessoa sente segurança e confiança de que será compreendida e não julgada, e o fato de pertencer a níveis hierárquicos diferentes ou equivalentes não determina isso.

O feedback possibilita a interação entre pessoas, a mudança positiva de suas atitudes diante do resultado de suas ações. Tão importante quanto dar um feedback é estar preparado para recebê-lo, da mesma forma, visto que o comportamento de um contribui para o comportamento do outro, para a evolução dos processos que envolvem relacionamentos.

Os seres humanos estão continuamente engajados no ajustamento a uma variedade de situações, no sentido de satisfazer suas necessidades e manter um equilíbrio emocional. Isto pode ser definido como um estado de ajustamento, tal ajustamento não se refere somente a satisfação das necessidades fisiológicas e de segurança, mas também à satisfação das necessidades de pertencer a um grupo social de estima e de auto-realização. É a frustração dessas necessidades que causa muitos problemas de ajustamento e que pode variar de uma pessoa para outra e dentro do mesmo indivíduo, de um momento para o outro. Segundo Chiavenato (2002,p.94):

Um bom ajustamento denota “saúde mental”. Uma das maneiras de se definir “saúde mental” é descrever as características de pessoas mentalmente sadias. essas características básicas são três:

1-     Sentem-se bem consigo mesmas;

2-     Sentem-se bem em relação  às outras pessoas ;

3-     São capazes de enfrentar por si as demandas da vida.

 

 

     Qualquer gestor de pessoas deve manter cautela com seu estilo de comunicação, do contrário, pode ser o responsável pelo desinteresse do grupo e consequentemente ser excluído do convívio da equipe. 

Para se relacionar bem com as pessoas é preciso falar frases simples, indo direto ao assunto, sem palavras difíceis e com gírias, ouvir tanto quanto falar e principalmente não interromper a conversa dos outros. Procurar compreender os sentimentos dos outros e aceitar objeções.

Os profissionais passam a maior parte do seu tempo dentro do seu local de trabalho, se comunicando entre si. Um conflito pode causar danos à empresa, com perda na produtividade e de clientela, ninguém gosta de entrar em uma empresa e sentir um clima inseguro e sem sinergia. Geralmente clientes que percebem o clima, não gostam do ambiente, e tende a não retornar. Por estes e outros motivos, empresas buscam profissionais pró-ativos, de decisão firme e fácil, pessoas que expressem suas opiniões dando um feedback mais eficaz e construtivo à empresa, profissionais que gerem confiança, transparência e harmonia, de forma empática.

Sabemos que as relações humanas são constituídas de quatro tipos comportamentais: agressivo, passivo, passivo/agressivo e assertivo. Cada um desses comportamentos tem vantagens e desvantagens, visto que comportamento depende da situação que o indivíduo se encontra.

O passivo não desagrada ninguém, gera simpatia, aceita as opiniões dos outros, contudo, depois fica frustrado por não conseguir negar algo que não gostou, sofrendo calado, o agressivo reage na hora, muitas vezes de forma grosseira, é autoritário, intolerante e hostil, já o passivo-agressivo é ansioso e assume postura fechada, diz que aceita opiniões e idéias, contudo, fala para os outros que não concorda, não é transparente em sua comunicação, o assertivo possui transparência na linguagem e na expressão de idéias e sentimentos, sabe ouvir e ser empático com o outro, exprimi seus sentimentos, uma pessoa assertiva vence pela influencia, atenção e negociação.

Pode-se dizer que a comunicação é o oxigênio das relações interpessoais e dentro das organizações estes comportamentos impactam diretamente na qualidade da comunicação. Comparando uma empresa ao organismo humano, a comunicação interna é o sangue que corre pelas veias e dá vida aos seus departamentos. Se houver algum ponto entupido, o organismo corre o risco de doenças e morte. Agressividade e passividade são coágulos na comunicação interna de uma empresa, pois dificultam o perfeito fluir da comunicação entre as pessoas e, obviamente prejudica os resultados da empresa.

Pessoas agressivas perdem a confiança dos outros, ficam isoladas e estimulam respostas agressivas. Pessoas passivas ficam ressentidas devido às agressões que sofrem constantemente, ficam frustradas porque não são ouvidas, não usam sua inteligência em prol da empresa, além de não se comunicarem adequadamente com os colegas.
Se as empresas tivessem uma medida dos custos e prejuízos provenientes dos comportamentos agressivos e passivos, rapidamente adotaria o comportamento assertivo como competência mínima e primordial de todos os seus colaboradores.

A assertividade é o comportamento capaz de construir relações eficazes e de estabelecer uma atitude negociadora em situações de conflito.

O comportamento assertivo constrói uma comunicação interna saudável dentro de uma empresa, saudável porque as pessoas passam a encarar os problemas do cotidiano com naturalidade e os resolvem de forma efetiva. Possuir uma comunicação assertiva traz ganhos para empresa e principalmente para o indivíduo, que aprende a lidar com os conflitos, tornando-se menos estressado. Sabe resistir a ameaças de manipulações e por se sentir melhor, contagia sua equipe, permitindo que o ambiente de trabalho transforme-se em um local agradável e progressivo, está diretamente ligado a crenças e valores, ou seja, está intimamente ligada ao autoconhecimento. E são formados ao longo de nossas vidas (originados e influenciados por experiências passadas com a família, na escola, através da cultura, religião, mídia etc.), portanto mudá-los de uma hora para outra é muito difícil. No geral, os fatores determinantes da assertividade são auto-estima, autoconfiança, segurança pessoal, forte senso de responsabilidade, iniciativa e sinceridade.

                 Um ponto importante é que todo profissional assertivo é comprometido com suas metas e escolhas, por isso aumenta suas chances de crescer em sua carreira. Sabe controlar a sua ansiedade e administrar as suas emoções.          A própria resiliência - capacidade de retornar rapidamente às condições iniciais após vivenciar alguma situação de estresse - é também maior em pessoas assertivas - já que estas sabem preservar sua integridade, em diálogos nem sempre amistosos, ou seja, em ocasiões de conflito ou confronto, as pessoas assertivas voltam mais rapidamente à serenidade.

  O "nevoeiro" é uma técnica assertiva com a seguinte característica: não oferece resistência, deixa-se atravessar por quaisquer coisas atiradas sobre ele, e não reage, não busca retaliação. A pessoa que se utiliza o "nevoeiro", não nega, nem contradiz o seu interlocutor, não se defende, não sente culpa, não tenta se defender, nem se explica e nem, tampouco, contra-ataca.  

      A comunicação sempre desponta como a competência em que mais transparecem as insatisfações e incertezas nas relações. As avaliações de clima e satisfação já mostraram que nas empresas, seus líderes e colaboradores precisam desenvolver a comunicação clara, de forma transparente e eficaz.

 

3- DESENVOLVENDO HABILIDADES INTERPESSOAIS

 

    Saber viver em grupo, solucionar situações de conflito, dizer o que pensa e sente sem ofender ou magoar o outro, são habilidades que facilitam as relações entre as pessoas. Fazem daqueles que as possuem, pessoas admiradas e valorizadas tanto no trabalho como nas relações pessoais. Desenvolver estas habilidades desde a infância, através das experiências pelas quais passamos em nossas vidas.

Hoje com os novos paradigmas organizacionais, as habilidades de relacionamento interpessoal são cada vez mais requisitadas. Os indivíduos com bom relacionamento interpessoal são mais saudáveis, menos propícios a doenças e mais produtivos no trabalho.

O desempenho profissional do individuo depende de um conjunto de habilidades de relacionamento. Quando socialmente habilidoso; esses profissionais contribuem significativamente para a melhoria do clima organizacional bem como a qualidade das relações intra e inter-setores e para a relação com fornecedores, clientes e públicosem geral.  SegundoMinicucci(2006, p.19)

Acredita-se que os problemas mais intricados que o homem enfrenta hoje são os de caráter social. (nesse caso, o termo social é utilizado no sentido de: interação entre indivíduos e grupos, influência entre indivíduos, liderança e conduta).

 

É importante ressaltar que para se relacionar bem com o outro, temos que ter a habilidade em lidar com as emoções, o que caracteriza a inteligência emocional. Onde antes se dava valor à inteligência intelectual, hoje é indispensável ter a emocional.

A inteligência emocional envolve a habilidade para monitorar as suas próprias emoções e as emoções de outros, para discriminar entre os diferentes tipos de emoções e também, a capacidade para usar as informações sobre as diferentes emoções com o objetivo de controlar e orientar o seu próprio pensamento e as suas ações.

 A inteligência emocional inclui as inteligências interpessoal e intrapessoal propostas na Teoria das Inteligências Múltiplas, de Gardner, e incorporam habilidades que podem ser categorizadas em cinco domínios:

-Autoconsciência (capacidade de observar a si próprio e reconhecer um sentimento tal como ele ocorre), regular emoções e sentimentos (manipular sentimentos de modo que eles sejam apropriados; compreender as razões de um sentimento; encontrar meios de manipular o medo, a ansiedade, a raiva e a tristeza);

 -Auto-motivação ou autocontrole (canalizar as emoções em direção a um objetivo);

-Auto-controle emocional, capacidade de adiar a gratificação na busca de grandes recompensas em vez de se deixarem dominar por seus impulsos);

-Empatia (sensibilidade frente aos sentimentos dos outros, habilidade em administrar bem os seus conflitos e em apreciar os diversos sentimentos que as pessoas têm em relação às diferentes coisas, objetos ou eventos) e manipulação de relações interpessoais (manipulação de emoções de outros, competência social e habilidades sociais).

As relações interpessoais desenvolvem-se em decorrência do processo de interação. Em situações de trabalho compartilhadas por duas ou mais pessoas, há atividades predeterminadas a serem executadas, bem como interações e sentimentos recomendados, tais como: comunicação, cooperação, respeito e amizade. À medida que as atividades e interações prosseguem, os sentimentos despertados podem ser diferentes das indicadas inicialmente e então, inevitavelmente os sentimentos influenciarão as interações e as próprias atividades. Assim, sentimentos positivos de simpatia e atração provocarão aumento de interação e cooperação, repercutindo favoravelmente nas atividades e ensejando maior produtividade. Por outro lado, sentimentos negativos de antipatia e rejeição tenderão à diminuição das interações ao afastamento, à menor comunicação, repercutindo desfavoravelmente nas atividades, com provável queda de produtividade. Moscovis (2003, p.34 e 35) diz:

 

Quando uma pessoa começa a participar de um grupo, há uma base interna de diferenças que englobam conhecimentos, informações, opiniões, preconceitos, atitudes experiência anterior, gostos, crenças, valores e estilo comportamental, o que traz inevitáveis diferenças de percepções, opiniões, sentimentos em relação a cada situação compartilhada. Como essas diferenças são encaradas e tratadas determina a modalidade de relacionamento entre membros do grupo, colegas de trabalho, superiores e subordinados.

As maneiras de lidar com diferenças individuais criam certo clima entre as pessoas e tem forte influencia sobre toda a vida em grupo, principalmente nos processos de comunicação, no relacionamento interpessoal, no comportamento organizacional e na produtividade.

Se as diferenças são aceitas e tratadas em aberto, a comunicação flui fácil, em dupla direção, as pessoas ouvem as outras, falam o que pensam e sentem, e tem possibilidades de dar e receber feedback. Se as diferenças são negadas e suprimidas, a comunicação torna-se falha, incompleta, insuficiente, com bloqueios e barreiras, distorções e fofocas. As pessoas não falam o que gostariam de falar, nem ouvem as outras, só captamos o que reforça sua imagem das outras e da situação.

Relações interpessoais e clima de grupo influenciam-se recíproca e circularmente, caracterizando um ambiente agradável e estimulante, ou desagradável e averso, ou neutro e monótono. Cada modalidade traz satisfações ou insatisfações pessoais e grupais.

A liderança e a participação eficaz em grupo dependem essencialmente da competência interpessoal do líder e dos membros. O trabalho em equipe só terá expressão real e verdadeira se e quando os membros do grupo desenvolver sua competência interpessoal, o que lhes permitirá alcançar a tão desejada e propalada sinergia, em seus esforços colaborativos, para obter muito mais que a simples soma das competências técnicas individuais com no resultado conjuntoem grupo. Umbom líder trata bem as pessoas, incentiva, elogia,cumprimenta, chama pelo nome, espera antes de responder e prestar atenção a todos num grupo.

    Faz-se necessário ter alguns pontos para dialogar com as pessoas, tais como: ser tolerante, ser bom ouvinte, influenciar, dar razões para dizerem “sim”, sorrir, elogiar, um elogio agradável é uma arma a ser usada nos relacionamentos. Demonstre que é grato e conduza bem a conversa, causando boa impressão.

3.1 A Importância do líder nas relações humanas

         Algumas empresas passaram a personalizar as contratações em função do coeficiente emocional, da capacidade de interagir em grupos e da habilidade do individuo se comunicar, entre outros fatores. Buscam pessoas cada vez mais polivalentes e autônomas, buscam lideres.

A liderança é a influencia interpessoal exercida numa situação, por intermedio do processo de comunicação, para que seja atingida uma meta. É a habilidade de motivar e influenciar os liderados para que contribuam da melhor forma com os objetivos do grupo ou da organização.

Vale ressaltar que existe diferença entre poder e liderança, o líder não se impõe pela força e poder, mas usa o poder da liderança, isto é, o poder da persuasão, da autoridade e a capacidade de influenciar, sabendo mostrar, como um guia, o caminho que ele vê e conhece melhor. Chiavenato (2001, p.57) afirma que:

O poder é o potencial de influência de uma pessoa sobre outras; é a capacidade de exercer influência, embora isso não signifique que essa influência seja exercida. O poder é o potencial de influência que pode ou não ser realizado. A autoridade (o conceito mais restrito desses todos) é o poder legítimo, isto é, o poder que tem uma pessoa em virtude do seu papel ou posição em uma estrutura organizacional. É, portanto o poder legal e socialmente aceito.

O poder exige que alguém faça a sua vontade, nem que seja contrária à dele, já a liderança, o líder exerce sua autoridade motivando as pessoas a fazerem o que é necessário, de boa vontade, por inspiração e conhecimento de sua verdadeira finalidade.

A liderança deve preconizar a situação como variável fundamental para a determinação do estilo comportamental a ser adotado, uma vez que, ao atender aos objetivos organizacionais, deve proporcionar meios para que os indivíduos possam comprometer-se com as tarefas, responsabilizando-se estes pela execução do trabalho e percebendo que, a partir da realização do mesmo, poderá atingir parte ou totalidade de suas necessidades e expectativas. O grande desafio está justamente na habilidade do líder em conciliar pessoas e tarefas, sem perder de vista os objetivos e metas organizacionais”. (Kanaane, 1995, p.36).

Ser um bom ouvinte, ter bons relacionamentos, saber se comunicar, ser motivado, ser sensível, ser comprometido, ser um servidor são algumas das habilidades que caracterizam o líder eficaz.

A excelência organizacional está baseada na capacidade e no comprometimento da alta direção em liderar um sistema de gestão eficaz, que estimule as pessoas a um propósito comum, considerando os valores, as diretrizes e as estratégias da organização e comprometendo-as com resultados. A ação da liderança deve conduzir ao atendimento das necessidades de todas as partes interessadas, promovendo o desenvolvimento da organização de forma harmônica e sustentadas.

A capacidade de liderar está intimamente ligada com o processo da motivação, em uma situação de mútua dependência entre líder e liderados, um depende do outro para alcançar metas, que favorece a organização. A motivação dos liderados é a identidade de interesses entre suas necessidades, valores e aspirações e as proposições do líder. Atualmente a concepção do líder evoluiu, fala-se da auto-gestão, minimizando a necessidade da liderança. De acordo com Maximilano (2004.p.226):

Uma das tendências mais importantes das organizações no limiar do século XXI é a autogestão. Essa tendência provocou grandes transformações nas tarefas dos gerentes, que precisam muito mais das habilidades de liderança que dos poderes de chefia. Acima de tudo, a tendência da autogestão parece evidenciar que a liderança não é uma variável tão importante ou decisiva como tem sido até agora.

 

 

           Certas características da organização podem, de fato, minimizar a necessidade da liderança. Essas características são condições do funcionário, da tarefa e da própria organização, que podem funcionar como substitutos da liderança. Ainda assim a presença do líder é indispensável para planejar, organizar, orientar e controlar todos os processos, com seus liderados, trabalhando em equipe. O sucesso das organizações depende diretamente das pessoas, hoje se reconhece que a maneira como a organização trata e gerencia as pessoas é o segredo do seu sucesso e competitividade.

É de suma importância que o Líder conheça a sua equipe a fim de conduzi-los ao objetivo organizacional. As pessoas querem aprender alguma coisa cada vez que o encontrarem. O líder é a principal fonte de energia positiva da organização, no entanto, para desempenhar esse papel, ele deve ter uma fonte de energia emocional própria.

Existem alguns estilos de liderança, a eficácia de cada estilo é avaliada pelo efeito sobre o desempenho da tarefa e sobre a satisfação do liderado. Se o liderado mostrar-se satisfeito e, ao mesmo tempo, apresentar desempenho satisfatório, o estilo é eficaz. De acordo com Maximiano (2004.p.218)

Em essência, o estilo pode ser autocrático e democrático, dependendo da maneira como o líder se relaciona com os liderados. Esses estilos são reconhecidos desde a Antigüidade, assim como suas disfunções: o excesso de democracia (a demagogia, que consistia em buscar a popularidade com os governados) e a tirania (o abuso da autoridade). Ao longo dos séculos, o conceito não mudou. No entanto, hoje há outros nomes para as mesmas idéias.

 

 

 

Tipos de Liderança:

  • Liderança autocrática, também chamada de autoritária:  o líder é focado apenas nas tarefas, toma decisões individuais, desconsiderando a opinião dos liderados.
  • Liderança democrática, também chamada de liderança participativa é voltado para as pessoas e há participação dos liderados nas decisões.

        As mais avançadas ideias a respeito da liderança reconhecem que os dois estilos não são mutuamente exclusivos, ou ideias em conflito.Todos podemos combinar diversos graus de autocracia e democracia em nossa maneira de lidar com os funcionários e equipes, o lider pode dar muita ou pouca ênfase para a tarefa, ao mesmo tempo, muita ou pouca ênfase para as pessoas, tornando um estilo bidimensional. Há também outro tipo de liderança, o estilo liberal.

  • Liderança liberal: neste tipo de liderança o grupo atingiu a  maturidades não mais precisa de supervisão extrema de seu líder, os liderados ficam livres para por seus projetos em prática.

Hunter (2004, p.96), afirma que um líder deve ser servidor e deverá conter as seguintes qualidades:

- Paciência- manter autocontrole em face da adversidade.

- Bondade-dar atenção, apreciação, incentiva;           

- Humildade-Ser autêntico, sem pretensão, orgulho ou arrogância.

- Respeito – tratar as pessoas como se fossem importantes

- Abnegação-satisfazer necessidades dos outros

- Perdão- desistir de ressentimento quando enganado.

- Honestidade-ser livre de engano. A honestidade implica esclarecer as expectativas, disponibilizando-se a transmitir tanto as más noticias quanto as boas, dando as pessoas um retorno, sendo firme, previsível e justo.

- compromisso – ater-se às escolhas. O verdadeiro compromisso envolve o crescimento do individuo e do grupo, juntamente com o aperfeiçoamento constante. O líder comprometido dedica-se ao crescimento e aperfeiçoamento de seus liderados.

  

Agregado a todos esses valores está o amor, Amar não é gostar, mas sim agir para o bem do outro. Ação para o bem alheio é, no final das contas, a principal qualidade de um líder servidor. O que pensamos e o que sentimos é conseqüência, o que importa mesmo é o que fazemos. Os líderes são gestores de pessoas. Hoje, um líder precisa estar conduzido dentro dos limites éticos. Liderança é serviço e exemplo, e seu foco precisa estar na harmonia e na criação do bem coletivo.

4. HABILIDADES E TÉCNICAS DE LIDAR COM INDÍVIDUOS DE COMPORTAMENTO DIFERENTES NA ORGANIZAÇÃO.

Um dos fatores impulsionadores do sucesso em nosso trabalho é a forma pela qual nos relacionamos com as pessoas. À medida que estamos comprometidos e envolvidos com nossas atividades nos permitimos experienciar momentos singulares de relacionamento profissional.

Nossa forma de ser, pensar e agir influencia diretamente os relacionamentos no ambiente de trabalho, por isso devemos saber lidar com vários tipos de pessoas, tais como:

  • O solitário - tem dificuldade de se comunicar com alguém. Para nos relacionarmos bem com ele é preciso saber ouvir, chegando aos poucos até aumentar a proximidade e a comunicação verbal.
  • O tímido - é envergonhado, tem medo de expor sua opinião. É necessário incentiva-lo e utilizar sempre um diálogo honesto com palavras otimistas e de gratidão.
  • O desconfiado - não confia em ninguém, só acredita nele próprio. É preciso usar uma comunicação assertiva, para ganhar sua confiança aos poucos.
  • O cínico: Passa afetividade, porém não se sabe se é verdadeiro ou não. É fundamental ser imparcial na elaboração de seus comentários, e usar a comunicação assertiva.

Cada pessoa tem sua própria personalidade, e o comportamento é um reflexo dessa personalidade. Assim, um indivíduo pode ter comportamentos diferentes dependendo da pessoa com quem fala do lugar em que está ou mesmo de seu estado de humor naquele dia. O grande desafio é detectar essas diferenças de comportamentos e potencializar a capacidade de relacionamento das pessoas.

 Geralmente há 4 estilos de comportamento no trabalho, aprendendo a identificar cada estilo, ficará mais fácil de comunicarmos com cada individuo.

            O estilo executor: foco na tarefa e ênfase na ação, geralmente é apressado, não gosta de perder tempo, apesar de ter dificuldade para entender argumentos que não sejam objetivos, porém, tem facilidade para concretizar projetos no prazo determinado. Para melhor relacionar, focalize a tarefa, apoiando ou desaprovando idéias e não pessoas seja formal e objetivo,

         O estilo analítico: foco na tarefa e ênfase na reflexão entende bastante de sua área, tem dificuldade para compreender aspectos emocionais, apesar de demorar na entrega de seus trabalhos, passa confiança e credibilidade para a empresa, já que conclui de forma clara e precisa. Para se relacionar bem com o analítico é preciso ter certeza dos fatos para evitar conflitos.

  O estilo apoiador: foco no relacionamento e ênfase na reflexão é receptivo disposto a entender o outro, é muito empático, apesar de ter dificuldade de tomar decisões é excelente para formar e liderar equipes. Para melhor relacionar com o apoiador, é preciso ser empático, sempre aberto a discussões de forma assertiva.

  O estilo comunicador: foco no relacionamento e ênfase na ação, tem postura descontraída, sem paciência com detalhes, gosta de falar mais do que ouvir, como fala demais, às vezes perde o foco no assunto, porém seu entusiasmo contagia a equipe, buscando novos desafios. Para melhor relacionar com o comunicador, ouça mais do que fale, seja cordial e alegre.

  A postura e estratégia de lidar com cada estilo de comportamento, buscam melhores resultados para organização e para a equipe. Para estimular um bom relacionamento no trabalho é preciso desenvolver um espírito de equipe, com dialogo franco, com uma comunicação aberta, com sinceridade e respeito. O trabalho em equipe é uma das principais características  das atuais gestões, e para isso é preciso investir nas relações humanas.

A valorização das pessoas que estão inseridas na organização dá-se quando sua administração consegue gerar e manter a motivação no ambiente de trabalho, desenvolvendo a habilidade da comunicação e a auto estima, isto porque qualquer organização é composta de pessoas e ainda que pareça óbvio ou simplista o relacionamento interpessoal e social é permeado pela diversidade dos seres humanos com suas características individuais, cada qual com  seus sentimentos, desejos e receios.

               A maioria das pessoas não sabe que cuidar das relações não é apenas uma questão de sociabilidade, mas de progresso profissional. As relações humanas são baseadas numa palavrinha: comportamento. Com isso, as pessoas que tem um bom comportamento, automaticamente, cuidam melhor de suas relações humanas, favorecendo sua carreira profissional e na sua vida pessoal.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

 

 

O presente artigo proporciona ampliar nossos conhecimentos sobre as relações humanas. Toda e qualquer pessoa deve desenvolver algumas aptidões e habilidades interpessoais, se colocar no lugar do outro, ser empático, ter capacidade de se adaptar, saber viver em grupo e consigo mesmo e se comunicando assertivamente. Toda essa habilidade poderá facilitar na sua vida pessoal e profissional. A simpatia, saber se comunicar, o respeito humano, ganha novas dimensões nas Organizações atuais.

As habilidades interpessoais são tão importantes quanto às técnicas, muitas das demissões são devido à falta de relacionamento com seu chefe e com o colega de trabalho. Conhecer e aprimorar as técnicas de relacionamento facilitará a convivência com o outro, se comunicando com clareza com pessoas de estilos diferentes.

É preciso ter também inteligência emocional, pessoas que aprendem a desenvolver a inteligência emocional passam a elaborar melhor suas idéias, definem uma personalidade própria e têm mais probabilidade de obter sucesso na vida por serem eficientes e cooperativas, e todas essas habilidades e técnicas são marcantes no perfil de um líder.

 Cabe ao líder a responsabilidade de tirar o maior proveito das habilidades de cada colaborador, para isso é importante utilizar a sua influência, através de sua competência interpessoal, facilitando o clima harmonioso, aumentando assim o bem estar da equipe e por conseqüência o bom desempenho da empresa.  

Enfim, fica evidente que, embora cada autor em questão exponha sua teoria de uma maneira particular, eles são unânimes em afirmar que todos os seres humanos precisam saber lidar com as diferenças e trabalhar em equipe.

As considerações finais desse artigo remetem à necessidade de desenvolver habilidades de conhecer as técnicas de comunicação, se colocar no lugar do outro, conhecer os diferentes estilos de comportamento e de pessoas, de forma que possa vir a compreender a si mesmo, adquirir autocontrole emocional e conhecimento interpessoal, construir assim um bom relacionamento interpessoal.

Desenvolvendo essas técnicas na empresa, o profissional se sente mais motivado, trabalhando no clima harmonioso. Quem aprende a se relacionar bem, passa confiança, credibilidade e atende bem ao cliente, dessa forma aumentando a produtividade na empresa.


6.REFERÊNCIAS

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