FACULDADE SÃO JUDAS TADEU

 

 

 

 

        CURSO PÓS-GRADUAÇÃO: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL E CLÍNICA

 

 

A IMPORTÂNCIA DO AFETO NO PROCESSO DE

ENSINO-APRENDIZAGEM

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rio de Janeiro

2012

 

 

 

 

 

 

PRISCILA DE SOUZA NASCIMENTO DOS SANTOS

 

 

 

 

 

 

A IMPORTÂNCIA DO AFETO NO PROCESSO DE

ENSINO-APRENDIZAGEM

 

 

 

Artigo apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de especialista lactu sensu em Psicopedagogia clínica e Institucional da Faculdade São Judas Tadeu sob a orientação da professora DRª Lúcia Baroni Martinazzo.

 

 

 

Rio de Janeiro

2012

 

 

 

 

 

DEDICATÓRIA

 

 

Dedico este trabalho aos professores mais encantadores que tive em minha trajetória acadêmica, Professora Lúcia Baroni Martinazzo, Professora Lúcia Godói, Professor Américo Godói e ao Professor Anderson Godói por não desistirem de mim e de tantos outros alunos.

 

Aos meus queridos pais pelo exemplo de luta, dedicação, esforço e incessante estímulo para que suas filhas tivessem acesso ao saber.

 

Ao meu esposo Thiago, pelo respeito, amizade e amor que nos une nesse constante aprender e ensinar.

 

À minha querida irmã Patricia Souza por ter cuidado da minha infância com tanto zelo e afeto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AGRADECIMENTOS

 

Agradeço à Deus por me dá direção e sabedoria, e por colocar em meus caminhos pessoas excelentes.

 

Minha especial gratidão aos professores, Lucia Baroni, Anderson Godói, Lúcia Godói, Américo Godói, Jane de Brito e Silvana Ferreira, que contribuíram de maneira qualitativa para a produção deste trabalho no testemunho vivo e diário de suas ações em sala de aula, exemplo docente de luta e valentia na construção de uma humanidade mais consciente e feliz.

Se tivermos duas Lúcias, um Anderson, um Américo, uma Jane e uma Silvana em cada escola deste país, podemos ter a certeza de que nossos propósitos serão alcançados com êxito.

As Priscilas, os Alisons, os Maxmilianos, as Ana Carolinas, os Claytons,  e as Alices agradecem profundamente por vocês existirem e tornarem nossos momentos de aprendizagem prazerosos.

 

 

Agradeço grandemente as minhas eternas e grandes amigas Ana Paula Araújo e Jackeline Pereira, por compartilhar comigo momentos de  alegrias e tristezas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

RESUMO

 

Este artigo teve como objetivo relatar a importância do afeto no processo de ensino – aprendizagem.

O amor auxilia a nossa cognição. Certamente, aprendemos melhor quando gostamos de quem ensina. A sua ação revela à humanidade que o ser humano é ao mesmo tempo emocional e racional. Na educação, podemos chamar este amor de afeto. Neste artigo, desejamos falar do afeto que, apesar da sua condição etimológica de neutralidade, ganha cunho de amorosidade na relação entre professor e aluno. Descrevemos um pouco sobre a escola e o resgate da sua condição de alicerce da sociedade pela intervenção afetiva de seus atores. A importância do desejo do educando nos processos educacionais, seus sonhos e anseios em um mundo pós – moderno de interferências tecnológicas.

Neste trabalho, pretendemos também compartilhar algumas experiências vividas por nós em sala de aula, e também de experiências praticadas por alguns educadores, que na tentativa de demonstrar a necessidade da formação de discentes que, amando o seu espaço de aprender, desenvolvam pensamentos próprios, capacidade de decisão, conquistando a sua autonomia na preparação para a vida.

 

 

 

PALAVRAS – CHAVE -  Afeto, aprendizagem, ensino e professor.

 

 

 

 

 

 

 

ABSTRACT

 

 This article aimed to report the importance of affection in teaching – learning process. Love helps our cognition. Certainly, we learn best when we like who teaches. Its action reveals to humanity that the human being is at the same time rational and emotional. In education, we can call this love of affection. In this article, we wish to mention the affection which, despite its etymological sense of neutrality, win condition with lovingness in the relationship between teacher and student. We describe a little about the school and the rescue of his condition of Foundation of society for affective intervention of his actors.

 The importance of learner's desire in educational processes, their dreams and aspirations in a postmodern world – interference technology.

In this work, we also want to share some experiences we have in the classroom, and also practiced by some educators, experiences that in an attempt to demonstrate the necessity of formation of students.

 

 

Keywords- Affection, learning, teaching, and teacher.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

O presente artigo pretende elucidar as ideias existentes acerca da importância do afeto no processo de ensino – aprendizagem, ou seja, no âmbito escolar.

A palavra afeto vem do latim affectur (afetar, tocar), e constitui o elemento básico da afetividade. Segundo o dicionário Aurélio (1994), o verbete afetividade está “Psicol. Conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor, insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza.

Compreendemos então, que afetividade e inteligência são aspectos indissociáveis, intimamente ligados e influenciados pela socialização.

A afetividade é necessária na formação de pessoas felizes, éticas, seguras e capazes de conviver com o mundo moderno que a cerca. No ambiente escolar, o educador, além de dar carinho, e de aproximar-se do aluno, é necessário saber ouvir e valorizar experiências trazidas pelo seu aluno. É de suma importância deixar o educando expressar  suas necessidades e anseios, e é através do carinho e do cuidar que o professor  dar o primeiro passo rumo ao efetivo desenvolvimento cognitivo, afetivo e social deste ser em construção.

Segundo Almeida (1999), as relações afetivas se evidenciam, pois a transmissão do conhecimento implica, necessariamente, uma interação entre pessoas. Portanto, na relação professor – aluno, o afeto está presente. Sendo assim, o olhar afetivo do educador para seus discentes é indispensável para a construção e o sucesso da sua aprendizagem. Isto, significa dar credibilidade as suas opiniões, valorizar suas sugestões, observar, acompanhar o seu desenvolvimento e demonstrar acessibilidade e disponibilidade para diálogos.

Pode-se interpretar que o afeto esclarece a aceleração ou retardamento da formação das estruturas neurais. Aceleração no caso de interesse e necessidade, e retardamento quando a situação afetiva se torna uma barreira para o desenvolvimento intelectual.

Partindo, desse pressuposto, vale ressaltar que o papel do docente no processo de aprendizagem torna-se fundamental. Consequentemente, a mediação e a qualidade das interações sociais ganham destaque.

METODOLOGIA

 

Este trabalho acadêmico tem como referencial descritivo a importância do afeto no processo de ensino-aprendizagem. Terá como metodologia um aporte teórico bibliográfico nos quais os autores serão descritos na referência bibliográfica, este tipo de pesquisa usou o método descritivo, pelas leituras realizadas. Sendo assim demonstra a importância da afetividade para o desenvolvimento intelectual do indivíduo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

DESENVOLVIMENTO

 

ESCOLA: UMA HISTÓRIA DE AFETIVIDADE  E CUIDADO

 

 

“Não há educação sem amor. O amor implica luta contra o egoísmo.

                        Quem não é capaz de amar os seres inacabados não pode educar.

                        Não há educação imposta, assim como não há amor imposto”.

Paulo Freire

 

 

A velocidade do mundo fragmentou o homem moderno. Uma mudança estrutural da família está transformando as sociedades, mudando as nossas identidades, internalizando nos indivíduos significados e valores externos, que expressam as características deste tempo e os seus objetivos. O sujeito pós-moderno torna-se flexível, pela rapidez dos acontecimentos, pelas necessidades e manifestações, esquecendo-se dos elementos que se tornaram primordiais ao desejo de amor a vida.

            Com tantas mudanças, fica a impressão de que sempre estamos longe de nós mesmos, de nossa família, da nossa fraternização. Parece que quando o educador deseja ser mais humano, afável, amoroso e verdadeiro, estar seguindo contra as correntezas, e isto é refletido no processo de aprendizagem do aluno. Como cada educando tem vivenciado suas emoções?Pois, muitos discentes não aprendem e recebem o rótulo de menos inteligente ou até mesmo de incapaz, quando, na verdade, estão afetivamente carentes. Afinal, a inteligência humana não só agrega aspectos cognitivos, mas também emocionais.

As pesquisas mostram que quando educadores, pesquisadores, cientistas, doutores, mestres, professores e educandos questionam o modelo escolar tradicional que duraram anos, e iniciam mudanças consideráveis em seu relacionamento professor-aluno, a maneira de aprender e de ensinar se torna muito mais produtiva e valiosa neste mundo que deseja que o educando se torne cada vez mais livre, autônomo e capaz de gerir cada vez mais seus conhecimentos.

A instituição escolar permaneceu durante anos engessada, e tudo ao seu redor sofreu mudanças evolutivas e muito rápidas. A escola ajudou a construir o desenvolvimento social, tecnológico e humano, sem, entretanto, conseguir acompanha-los. Portanto, exigirá de todos os atores do processo de ensino, um esforço descomunal para atualizá-la às mudanças que reordenaram o tempo e o espaço em que vivemos, não somente nos aspectos materiais e científicos, mas também afetivos, em função das sensíveis alterações nas instituições familiares e sociais.

Para tanto, Perrenoud (2007),ilustra que os médicos cruzam os braços e se resignam a acompanhar uma doença incurável, mas antes de chegar a esse ponto, via de regra, eles “fizeram de tudo”. No caso da escola, devemos lutar por nossos ideais, ou seja, promover para os nossos alunos o quanto é importante a educação  e ensiná-los a valorizar e expressar seus desejos de forma positiva.

A gênese afetiva na escola começa pela ação do desejo. Ninguém que respira deixa de desejar. È uma questão de sobrevivência da alma e do intelecto. Para Eugênio Cunha (2010, pag.18), Alguém pode escrever em um quadro: “somos somente matéria e vamos terminar como tal”. Entretanto, a ação de escrever a frase foi movida por um elemento imaterial: o desejo. A questão substancial e o papel da educação são dar qualidade a esse desejo.

A instituição escolar é o segundo grupo social frequentado pelo indivíduo, onde é oferecido todos os conceitos educacionais, culturais, emocionais e formativos. Por isso é fundamental que esta escola dê qualidade ao desejo desse aluno, através dos seus conteúdos programáticos e das funções que com o passar do tempo lhe foram acrescentadas.

A escola, onde educamos e aprendemos tornar-se visível o desafio da sensibilidade. Sensibilizar-se talvez seja uma grande singularidade no atual momento da educação, em razão da mudança e evolução dos conceitos de instituição escolar.

Para Vygotsky (2004), educar significa mudar. Se não houvesse nada para mudar, não haveria nada para educar. Vygotsky ainda pergunta quais mudanças educativas devem realizar-se nos sentimentos, pois todo sentimento é o mesmo mecanismo de reação, ou seja, de certa resposta do organismo a algum estímulo do meio. Com efeito, a escola, representa um apropriado meio para educar os sentimentos.

O afeto poderá mostrar a educação que não se fundamenta na fugacidade, mas em experiências cotidianas que preserva o amor para com os outros. A sua qualidade enaltece as pequenas e as grandes coisas desejantes.

 

A LEI DO AFETO

Para a Pedagogia do Afeto, o afeto aflora a sensibilidade, e nada se fixa no interno do ser humano se não passar antes pela região sensível. È por isso que tudo aquilo que desperta a sensibilidade se torna inesquecível. Se há algo que o tempo não consegue apagar é o que a sensibilidade captou nos diversos momentos da vida e que se tornaram eternos para quem os viveu. Este é um dado de suma importância para o educador, porque, a partir dele pode utilizar vários recursos, como, por exemplo, o da surpresa. A surpresa ativa a sensibilidade do educando, predispondo-o ao aprendizado. Há muitas formas de surpreender os alunos: um bilhete com uma bala em suas mesas logo que entram na sala; uma arrumação diferente da sala de aula; um decalque que o professor pode colar em suas agendas e cadernos. Enfim são inúmeros os recursos que o professor pode utilizar no sentido de fazer uma surpresa para o seu aluno. Coisas simples, mas que possuem grande valor para o educando, pois estas pequenas ações regadas de afeto, despertam a sensibilidade do indivíduo predispondo- o a aprender, a se superar e a ser mais feliz.

Segundo Pecotche (2003, p.138), o afeto é “o princípio fixador das relações humanas”. Percebemos então, que sem o afeto não possível construir nada, porque tudo desmoronaria. È como se a mente fosse o tijolo e o afeto o cimento que os une. O afeto aqui não significa carinho, afago, mas a manifestação do desejo sincero de ajuda o outro a ser melhor. Ele é princípio fixador porque cria o vínculo entre os seres e, neste caso, entre o professor e o aluno. O autor (2003, p.139) também conceitua o afeto como “a parte do amor feito consciência...”. Isto significa dizer que o conhecimento faz parte do afeto, ou seja, precisa-se do conhecimento para se ter afeto. Tratamos aqui do conhecimento que traz uma nova geração de conceitos, um conhecimento que transcende o que comumente conhecemos. Afinal, quando fazemos o bem, precisamos saber o quê, o porquê e para quê estamos fazendo.

No primeiro dia de aula, no inicío de um ano letivo, um aluno com oito anos de idade, tido como muito levado, agitado, com problemas de socialização e de aprendizagem, subiu em cima de sua carteira e começou a dançar e a cantar. Aquela que seria sua professora naquele ano conhecia sua trajetória no colégio, a professora diante  da exibição do aluno, disse-lhe que ele poderia cantar e dançar em outra hora, e que subir em cima da carteira poderia machuca-lo. Imediatamente, a criança atendeu a professora, o que foi uma exceção em sua conduta. Por que será que o aluno atendeu a professora? Por que será que a professora não precisou gritar nem ameaçar o aluno? A serenidade na conduta da professora se deu pelo conhecimento que tinha sobre a mente infantil, pois identificou um pensamento inadequado na mente daquela criança e, no intuito de ajuda-la, a sua conduta teve respaldo da força do afeto. Em nenhum momento, ela reagiu negativamente, seu propósito foi o de ajudar o aluno de forma inteligente e segura, sem ameaça-lo, sem amedronta-lo e sem intimidá-lo. Sua fala na hora de corrigir o aluno foi mansa e afetuosa. Pecotche (1996, p.94) escreve que “o conhecimento só, sem o auxílio do afeto, se torna no que diz respeito ao seu conteúdo específico, frio e insensível para a mente humana”.

Daquele dia em diante, a professora soube que a criança tinha problemas na família, pois sua mãe dava mais atenção e carinho para a irmã mais nova, e ele se sentia desprezado, não amado pela própria mãe. A todo o momento, ele queria chamar a atenção para si e, para isso, fazia qualquer coisa, positiva ou negativa, útil ou inútil. Ao saber da história daquela criança, a professora realizou um trabalho pedagógico que se estendeu ao longo do ano, no sentido de fazer com que o aluno se sentisse querido, confiante e consciente. O afeto enalteceu este trabalho.

Vieira (2006, p.62) escreve que “a criança responde aos estímulos que recebe. O afeto é um poderoso estímulo que torna a dócil ao aprendizado e predisposta à modificação de sua conduta”.

Em todas as oportunidades que tinha, a professora mostrava à criança os valores que ela possuía o esforço que ela estava realizando para ser melhor, para fazer seus deveres com capricho, com seriedade, para cultivar suas amizades.

Hoje, aquela criança se tornou um ser humano sensível, inteligente, sensato, alegre, um profissional bem-sucedido e um pai de família preocupado com o bem-estar psicológico e afetivo de seus filhos.

 O aluno tem de ser amado, respeitado, valorizado. O aluno não é uma tábua rasa, sem nada, em que todas as informações são jogadas. Não é um carrinho vazio de supermercado em que alguém coloca o que bem entende, e o carrinho vai aguentando tudo o que nele é jogado. Ao contrário, o aluno é um gigante que precisa ser despertado. Todo e qualquer aluno tem vocação para brilhar, em áreas distintas, de formas distintas; mas é um ser humano e, como tal, possui inteligência, potencial; se for orientado, acompanhado por educadores conscientes do seu papel, poderá produzir, crescer e construir caminhos de equilíbrio, de felicidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CONCLUSÃO

 

Segundo Eugênio Cunha (2010, p. 31) a escola é uma árvore. A árvore é alimentada e alimenta. Abriga e ensina aos passantes á sua sombra. Sustenta os que aconchegam e fazem ninhos e, como pássaros, prepara ali uma nova geração para voar.

 

Diante de toda esta reflexão proposta, concluímos que na educação, a escola é quem melhor pode promover a vida, de vivência plena, experimentação sem desperdício, expressando o valor da coletividade na individualidade de cada um, participando do cotidiano e produzindo conhecimentos por meio do afeto. Durante anos, aqueles que vivenciaram uma educação no amor aprenderam que, na perseverança, ensina-se pela experiência; a experiência é dádiva do tempo, e o tempo é despojo das suas conquistas.

Para tanto é importante observar que todo o trabalho docente, inicia no próprio docente por si só ou com intermédio de um colega, do diretor, do coordenar ou até mesmo do psicopedagogo institucional. O aluno capta muito do sentir de seu professor e sente o bem que este quer realizar. Em sua ação práxis, o docente deve ter claro na sua cabeça e no seu coração o seu real desejo, pois para ajudar alguém há de se estar preparado.

                 Para Gabriel Chalita (2004, p.251)  o  professor, a alma da educação, a alma da escola, o sujeito mais importante na formação do aluno. O professor referencial, o professor mestre, o professor companheiro, o professor amigo, o professor guia, o professor educador. Que missão magnífica é essa? Que carreira privilegiada. Poder contribuir na formação do caráter, da história dos cidadãos. Sabe-se da desvalorização financeira dessa carreira, e essa é uma batalha que deve ser travada no campo de guerra competente, nas reivindicações aos órgãos governamentais, nos sindicatos. Essa guerra não pode ser travada na sala de aula. A sala de aula é um espaço sagrado em que o aluno merece ser valorizado e incensado pelo afeto e pelo saber. E que os empresários da educação e os governos se conscientizem: não são as grandes obras que farão os grandes alunos - é o grande professor que fará o aluno. Por isso, professor precisa de salário digno, de capacitação, de cursos, de treinamento. É preciso investir no humano.

 Que capacidade é essa de dar e receber afeto, de sorrir, de chorar, de abraçar, de vibrar, de lembrar-se das faces imaturas dos jovens estudantes, de seus medos, de seus sonhos. Que capacidade é essa de engasgar a garganta e apertar o peito e de ter a sensibilidade de quem não nega atenção, não nega afeto.

O aluno precisa do humano. Em um mundo onde a violência grassa cada vez mais, onde a agressividade é absolutamente assustadora, a solução não está em mais agressividade nem em armamentos modernos. A solução está no afeto. Em um mundo onde a criança, o jovem, o idoso são desrespeitados, onde a liberdade dá lugar à escravidão, onde milhões passam fome e vivem à mercê da caridade de outros, a solução está no afeto. Em um mundo onde se atingiram patamares de excelência na robótica e na ciência, na evolução cibernética e na revolução da informação, mas não se conseguiu entender o humano, a solução está no afeto.

Não é possível combater a insensibilidade, o desrespeito, a falta de solidariedade, a apatia, a não ser pelo afeto.

Pretendemos com este trabalho deixar uma  mensagem e um convite, o início da revolução educacional que precisamos começar com manifestações de amizade e comprometimento, de competência, solidariedade e amor.

A escola dos sonhos dos sonhadores, da poesia dos poetas, da maternidade, da luta dos lutadores começa com a crença de que, em se falando de vida - e como educação é vida -, a solução está no afeto.

O cuidado e a afetividade devem ser ingredientes permanentes em qualquer nível da educação.

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CUNHA, Antônio Eugênio. Afeto e aprendizagem: relação de amorosidade e saber na prática pedagógica/ 2ª. ed. Rio de Janeiro: Wak Ed. 2010.

 

__________________ .  Afetividade na Prática Pedagógica: Educação, TV e Escola, Rio de Janeiro: Wak Ed.,2007.

 

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. São Paulo: Paz e Terra, 2007.

 

GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que define o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

 

PERRENOUD, Philippe. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed, 2007.

 

CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. São Paulo: Editora Gente, 2001 Ia ed., 2004 edição revista e atualizada.

 

 

VYGOTSKY, L. S. A Construção do Pensamento e da Linguagem. São Paulo: Martins Fontes,2001.

 

WERNECK, Hamilton. Professor, acredite em si mesmo. Rio de Janeiro: Wak Editora,2007.

 

FREIRE, José Carlos Serrano. Seja o professor que você gostaria de ter. 2ª ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2010.

 

PADUA, Ivone. Pedagogia do Afeto: a pedagogia logosófica na sala de aula. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2010.

 

ALVES, Maria Dolores Fortes. De professor a educador: contribuições da psicopedagogia: ressignificar os valores e despertar a autoria. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2009.