RESUMO

A saúde bucal é um padrão de saúde das estruturas bucais que permite ao individuo falar e socializar sem doença ativa, desconforto ou embaraço e que contribui para o bem-estar geral. Partindo deste pressuposto faz se necessário analisar a importância de uma boa saúde bucal no idoso para manutenção da qualidade de vida. Este estudo bibliográfico teve como abordagem a temática acima citada, pois trata-se de uma pesquisa bibliográfica, a qual teve como objetivo descrever sobre saúde bucal do idoso, as condições bucais mais comuns, os fatores que predispõem os idosos a doença bucal, a presença de cárie, os sinais de alerta, além dos principais sinais de risco, enfatizando sobre as medidas preventivas de transmissão de infecções em odontologia, bem como a qualidade de vida e os fatores para adequação de uma boa qualidade de vida do idoso.

PALAVRA CHAVE: Saúde bucal, idoso, qualidade de vida.

ABSTRACT:

The oral health is a pattern of oral health structures which allows the individual to speak and socialize without active disease, discomfort or embarrassment and which contributes to the well-being. Under this assumption it is necessary to analyze the importance of good oral health in the elderly to maintain the quality of life. This study was bibliographic approach the subject as aforesaid, because it is a literature search, which aimed to describe about oral health among the elderly, the most common oral conditions, the factors that predispose the elderly to oral disease, the presence of caries, the warning signs, besides the main signs of risk, focusing on preventive measures for the transmission of infections in dentistry, and the quality of life and appropriateness of the factors for a good quality of life of the elderly.

KEY WORD: Oral health, elderly, quality of life.

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*1 Acadêmica do 5º semestre do Curso de Enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras ? FASB
*2 Orientadora, Enfermeira Especialista em Medicina Social, ISC/UFBA, Especialista em Auditoria de Sistemas de Saúde/ Faculdade Estácio de Sá/ Rio de Janeiro e Professora da disciplina Cuidados de Enfermagem a saúde do Idoso da Faculdade São Francisco de Barreiras - FASB.


INTRODUÇÃO


A saúde bucal é um padrão de saúde das estruturas bucais que permite ao indivíduo falar e socializar sem doença ativa, desconforto ou embaraço e que contribui para o bem-estar geral.
A relação entre saúde e qualidade de vida parece óbvia, o próprio senso comum nos diz que ter saúde é a primeira e essencial condição para que alguém possa considerar sua vida como de boa qualidade. Mas o que parece óbvio e claro nem sempre o é, na realidade. Tanto a concepção de saúde, como os de qualidade de vida comportam discussões e interpretações diversas, afirma (VIEIRA, 1996).
Portanto, Bom Sucesso (1998) afirma que qualidade de vida é um conceito amplo e sendo assim, deve englobar aspectos subjetivos (sentimentos, percepção, bem-estar e satisfação) e objetivos (recursos materiais disponíveis, salário e carreira). Especificamente, tratando do contexto da saúde na organização, é possível apresentar alguns indicadores como: satisfação, auto-realização, motivação, desempenho, ou ainda, analisar a ausência da qualidade de vida, como sugere a existência de alguns fenômenos.
Em contra partida Corrente et al (2005) determina qualidade de vida como a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais vive, e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. É um conceito amplo e complexo, que engloba a saúde física, o estado psicológico [...] e a relação com as características do meio ambiente.
Cabe ressaltar que este artigo aborda sobre a importância de uma boa saúde bucal no idoso para manutenção da qualidade de vida.

A discursão a cerca da importância da saúde bucal do idoso e a qualidade de vida do mesmo é essencial para motivação da auto estima, uma vez que estes são pessoas que dependem de outros.

Compõem como objetivo principal deste estudo descrever sobre a saúde bucal do idoso, as condições bucais mais comuns, os fatores que predispõem os idosos a doença bucal, a presença de cárie, os sinais de alerta, além dos principais sinais de risco, enfatizando sobre as medidas preventivas de transmissão de infecções em odontologia, bem como a qualidade de vida e os fatores para adequação de uma boa qualidade de vida do idoso.

Desta forma, é fundamental que estejam todos envolvidos de forma peculiar em especial a família do idoso, pois assim podem aturar neste contexto como colaborador da saúde bucal bem como promoção da qualidade de vida do idoso.

REFERENCIAL TEÓRICO

Do ponto de vista de Kay e Locker (1999) saúde bucal é um padrão de saúde das estruturas bucais que permitem ao indivíduo falar e socializar sem doenças ativa desconforto ou embaraço e que contribui para o bem-estar geral.

O discurso sobre os aspectos psicológicos segundo Chalmers et al (2001) também devem ser considerados, uma vez que a ausência da dor e desconforto na boca, a capacidade de alimentar e falar confortavelmente e uma boa aparência restabelecida pela reabilitação dentária contribuem para a interação social e a preservação da auto estima.

Quanto à condição bucal mais comum no idoso Pinto (1982) enfatiza que as alterações fisiológicas dos elementos dentais se processam durante o envelhecimento, afirmando que os dentes se tornam mais escurecidos, com tonalidades amareladas, castanha ou cinza, ocorrendo desgaste no esmalte devido ao atrito [...] de alimentos e da escovação ao longo da vida.

A questão do esmalte dentário conforme cita Werner (1998) apresenta-se mais maturado em decorrência da maior deposição de fluoretos em sua superfície [...], reduzindo a eficiência do ácido fosfórico na sua desmineralização, quando sistemas adesivos estão sendo utilizados.

Birmam et al (1991) em sua literatura enfatiza que a redução do fluxo salivar em pessoas de idade avançada é resultado de alterações regressivas nas glândulas salivares, especialmente a atrofia das células que cobrem os ductos intermediários. A função reduzida das glândulas também provoca alterações na qualidade da saliva.

Dentro deste contexto Boraks (1998), reforça que com a diminuição do volume salivar há uma alteração no equilíbrio bacteriano da cavidade bucal devido ao aumento da quantidade de Streptococcus mutans e Lactobacilos.

Necessário se faz também destacar conforme Shay (1997) que durante o envelhecimento, a mucosa bucal sofre mudanças de sua estrutura. Essas alterações correspondem à atrofia epitelial, perda de elasticidade e diminuição da espessura [...] o que torna a mucosa da cavidade bucal dos idosos mais susceptíveis a lesão.

É imprescindível destacar alguns fatores que predispõem os idosos a doença bucal. Com base nos estudos de Melo (2001) ele afirma que a dificuldade de higiene bucal e das próteses se dar devido ao declínio na saúde geral, distúrbios cognitivos, dificuldades motoras e diminuição da acuidade visual.

Levando em consideração que os efeitos colaterais de medicamentos levando a diminuição salivar, hiperplasia gengival, [...] deglutição e paladar, relata (HANDELMAN Et Al, 1989).

Reforça Manunftote et al (2005) que as alterações sistêmicas reduzem o fluxo salivar como a Síndrome de Sjogren?s, artrite reumatóide, sarcoidose, síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), menopausa, bulimia, anorexia nervosa, desidratação, diabetes, doença de Alzheimers, depressão.

Um dos problemas mais freqüentes no idoso segundo Magalhães et al (2004) é a cárie dentária, sendo esta uma doença multifatorial caracterizado por perda de mineral [...] resultante da metabolização de carboidratos fermentáveis pelos microrganismos.

Quanto aos sinais de alerta Manunftote et al (2005) enfatiza que pode apresentar dor, hemorragia, abscesso, edema e outros quadros infecciosos ou inflamatórios agudos, traumatismo dentário, ósseo de tecidos moles, têmporo mandibular, lesão de tecidos moles bem como as necessidades de intervenção estética urgente bem como a necessidade de intervenção estética urgente ou reparo de peças protéicas.

Os principais sinais de risco em saúde bucal de idosos são: cavidade nos dentes, falta de escovação diária com escova e dentifrício fluoretado, sangramento, secreção, mobilidade dentária, limitações estéticas, sócias ou funcionais decorrentes de problemas bucais, portadores de prótese removível e ausência de relato de ida ao dentista há mais de um ano, relata (CHALMERS, ET AL, 2001).
Mozachi e Souza (2007) trás uma abordagem a cerca das medidas preventivas de transmissão de infecções em odontologia citando medidas preventivas como vacinação dos profissionais, lavagem e anti-sepsia das mãos, uso de luvas, óculos e vestimentas, incluindo o tratamento de materiais, instrumentos, equipamentos e ambiente, uso de desinfetantes e, por fim, o descarte dos resíduos e líquidos gerados durante a assistência aos pacientes.
A qualidade de vida é entendida como uma condição relacionada ao modo de viver em sociedade, articulando o momento histórico, o grau de liberdade social, as conquistas técnico-científicas e a possibilidade de seu usufruto pela população (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).

Segundo Okuma (1998), estudos em gerontologia têm demonstrado que a atividade física aliada a outros aspectos tais como hereditariedade, alimentação adequada e hábitos de vida apropriados, podem melhorar em muito a qualidade de vida dos idosos. Embora existam questionamentos em relação ao papel da atividade física no processo de envelhecimento, há muitos dados que configuram seu benefício incontestável para aqueles que a praticam, em relação à saúde física, mental, psicológica e social.
Portanto qualidade de vida não decorre apenas de salário acima do mercado e de invejável plano de benefícios. Resulta do tratamento humano, da gentileza, da leveza nas relações, da possibilidade de expressão de pontos de vista divergentes, do relacionamento sincero, do respeito aos ausentes e do orgulho pelo que se faz. Atenção, elogio e consideração constituem ingredientes indispensáveis quando se busca lealdade, qualidade e produtividade (SILVA, 1997).
Vieira (1996) ressalta que a participação nas decisões; reestruturação do trabalho através de enriquecimento de tarefas e grupos de trabalho autônomo; inovação no sistema de recompensas com influência no clima organizacional; melhora do ambiente de trabalho no que se refere às horas de trabalho, condições, regras e meio ambiente físico, entre outros, são fatores para adequação de uma boa qualidade de vida para o idoso.
Enfatiza ainda que a satisfação geral ou grau em que o indivíduo está satisfeito com o trabalho; motivação interna com o trabalho; satisfações específicas em relação à possibilidade de crescimento, à supervisão, à segurança no trabalho, à compensação e ao ambiente social (VIEIRA, 1996).
Durante o processo de envelhecimento do ser humano constatam-se grandes alterações fisiológicas e metabólicas em órgãos, aparelhos e tecidos, ocorrendo com isso processos clínicos muitas vezes irreversíveis (SILVA ET AL, 2007).
Para Silva et al (2007) apud Cormack (2002) um dos principais critérios utilizados para se identificar um idoso saudável é a manutenção por toda sua vida de sua dentição natural e funcional, incluindo todos os aspectos sociais e biológicos, tais como estética, o conforto, a habilidade para mastigar, sentir sabor e falar.
A cavidade bucal reflete muitas vezes alterações e a manutenção da saúde [...] ressalta Silva et al (2007) apud Cormack (2002) que a pele do idoso torna-se mais seca, [...] bem como os dentes e o paladar, o que ocorre prejuízo a saúde pela maior ingestão de sal e açúcar [...] o aparelho digestivo é prejudicado muitas vezes pela falta de dentes.
Freire et al (2002) relata que a manutenção da saúde dos dentes depende de dois fatores: a motivação e a cooperação do idoso e sua habilidade para escovar criteriosamente seus dentes [...] uma outra característica no idoso é o grande número de uso de medicamentos variados, que causam efeitos colaterais bucais, como sangramento gengival.
Entretanto, o Ministério da Saúde (2002) enfoca que a escovação dos dentes no idoso também é de grande relevância, uma vez que nesta idade a maioria já perdeu parte de sua dentição, sendo este fator de grande importância para saúde bucal e manutenção da qualidade de vida dos mesmos.
CONCLUSAO

A saúde bucal é um padrão de saúde das estruturas bucais que permite ao individuo falar e socializar sem doença ativa, desconforto ou embaraço e que contribui para o bem-estar geral.
A relação entre saúde e qualidade de vida parece óbvia, o próprio senso comum nos diz que ter saúde é a primeira e essencial condição para que alguém possa considerar sua vida como de boa qualidade. Mas o que parece óbvio e claro nem sempre o é, na realidade. Tanto a concepção de saúde, como os de qualidade de vida comportam discussões e interpretações diversas, afirma (VIEIRA, 1996).
Este artigo tem como objetivo principal deste estudo descrever sobre a saúde bucal do idoso, as condições bucais mais comuns, os fatores que predispõem os idosos a doença bucal, a presença de cárie, os sinais de alerta, além dos principais sinais de risco, enfatizando sobre as medidas preventivas de transmissão de infecções em odontologia, bem como a qualidade de vida e os fatores para adequação de uma boa qualidade de vida do idoso.

Neste artigo pretendeu-se chamar a atenção sobre a importância de uma boa saúde bucal no idoso para manutenção da qualidade de vida.

Em suma, após a realização deste trabalho posso dizer que é essencial o conhecimento sobre a importância de uma boa saúde bucal no idoso para manutenção da qualidade de vida, uma vez que sempre estamos deparando com tais situações.


REFERÊNCIAS

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