A importância de um Dicionário Ortográfico de Termos Médicos

 Antonio Palma 

Evidentemente a importância dos dicionários médicos em geral é inquestionável, seja para quem redige, seja para quem revisa textos na área da saúde, pois ninguém é capaz de imaginar que seja possível não recorrer a eles para sanar dúvidas sobre grafias corretas, origens e significados de termos da medicina, entre outros.

Essa importância passa a ser ainda mais evidente quando se considera que a medicina é uma atividade humana tão dinâmica quanto o léxico em que ela se encontra. Pode-se dizer que se a língua é uma estrutura viva, a medicina é um verdadeiro motor, pois sua acelerada evolução diária faz com que o idioma precise se adaptar rapidamente para responder às demandas textuais geradas pela produção ininterrupta de conhecimentos científicos.

Dessa forma, a elaboração de um Dicionário Ortográfico de Termos Médicos www.editoratextofiel.com.br, que fosse ao mesmo tempo adequado, prático e útil, exigiu que ele fosse reunido a partir de anotações acumuladas ao longo de experiências profissionais significativas na área, de forma que a obra pudesse de fato responder rapidamente às dúvidas surgidas na prática diária de todos aqueles que precisam produzir textos para a área médica.

Um dicionário com essas características, portanto, precisaria oferecer ao leitor sinalizações constantes sobre a origem dos termos médicos, lado a lado com suas determinações ortográficas oficiais, sempre mantendo o foco no objetivo pioneiro: oferecer ao leitor a ortografia correta de cada verbete, para uma consulta ágil e rápida, porém sempre com base na norma culta da língua e em sua regulamentação legal.

A estruturação dos verbetes, por sua vez, forçosamente deveria ter por base a origem greco-latina dos termos, pois tal base é a principal matriz geradora dos termos médicos, para servir de guia e de chave mestra para a compreensão da formação dos termos técnicos em português. Em consequência, não haveria necessidade de que o livro se constituísse em fonte de consulta erudita, para pesquisas etimológicas mais aprofundadas. Estas, evidentemente, requererim muito maior precisão na indicação dos aspectos gramático-históricos dos radicais greco-latinos, razão pela qual também não haveria necessidade de indicações prosódicas ou fonéticas.

Com esses parâmetros de orientação, concluiu-se que o Dicionário deveria pautar-se por alguns itens básicos, quais sejam:

a) Registrar a grafia dos fármacos disponíveis no arsenal terapêutico brasileiro conforme a regulamentação oficial, e em alguns casos específicos com a indicação do termo original em inglês, pois este muitas vezes predomina na prática diária em decorrência da rapidez com que o novo vocábulo estrangeiro passa a circular e da defasagem temporal até a acomodação e assimilação ampla do termo correspondente em português;

b) Eventuais indicações terapêuticas possíveis, e especialmente no caso de fitoterápicos, deveriam ter unicamente a função de auxiliar sua localização no arsenal medicamentoso, e nunca mostrar-se referência para consultas de sintomas ou de dúvidas em diagnósticos;

c) A inclusão de algumas patologias específicas deveria orientar-se pela necessidade de subsidiar consultas sobre complexidades ortográficas óbvias, como nos casos de doenças infectocontagiosas relacionadas a micro-organismos grafados em latim;

d) Quaisquer referências a patologias deveriam ter por objetivo unicamente auxiliar na compreensão ortográfica do verbete principal, pela sua contextualização temática;

e) A inclusão de epônimos médicos deveria restringir-se àqueles já classicamente conhecidos, tendo como função, além de orientar a precisão ortográfica nominal de seus autores, também apontar ao leitor a localização geo-histórica de ocorrência do verbete.

Por fim, pontuaram-se alguns pontos importantes:

a) O Dicionário Ortográfico de Termos Médicos www.editoratextofiel.com.br deveria restringir-se a uma função auxiliar, isto é, servir como ferramenta de trabalho diante de necessidades de precisão ortográfica para a produção de textos na área de saúde;

b) Nunca se pretender fonte ou referência de pesquisa técnica de natureza médica ou lexical;

c) Posicionar-se permanentemente como obra em progressão, ciente tanto de suas limitações quanto de suas possibilidades e necessidades de correções, ampliações e aperfeiçoamentos contínuos.

 

Sobre o autor:

Antonio Palma

Escritor e tradutor. Diretor de Redação da Editora Texto Fiel (www.editoratextofiel.com.br).